contos sol e lua

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Missão de Cristo e o Festival das Fadas.


Sempre que nos defrontamos com um dos mistérios da natureza que somos incapazes de explicar, simplesmente acrescentamos um novo nome ao nosso vocabulário que, depois, usamos como astuto disfarce para esconder nossa ignorância sobre o assunto. Tais são os ampères que usamos para medir o volume da corrente da elétrica, os volts que dizemos para indicar a força da corrente, e o ohm que usamos para mostrar que resistência um determinado condutor oferece à passagem da corrente. Assim, estudando muito palavras e números, os expoentes da ciência da eletricidade tentam persuadir a si próprios e aos outros que penetraram nos mistérios da ilusiva força que representa tão importante papel no trabalho do mundo; mas, quando tudo já foi dito e eles estão com disposição para confidências, admitem que os mais brilhantes conhecedores da ciência da eletricidade sabem sobre isso um pouco mais que o aluno que está começando a experimentar suas pilhas e baterias.

O mesmo acontece com outras ciências. Por determinado período, os anatomistas não podem diferenciar o embrião canino do humano, e enquanto o fisiologista fala com conhecimento sobre o metabolismo, não pode furtar-se a admitir que os testes de laboratório pelos quais tenta imitar nossos processos digestivos devem ser e são, muito diferentes das transmutações operadas no laboratório químico do corpo pelos alimentos que ingerimos. Isto não é dito para desmerecer ou diminuir as sensacionais realizações da ciência, mas para enfatizar o fato de que há fatores por trás de todas as manifestações da natureza - inteligências de variados graus de consciência, construtoras e destruidoras, que desempenham importantes papéis na economia da natureza - e, enquanto estes agentes não forem reconhecidos e seu trabalho estudado, nunca poderemos ter uma concepção adequada do modo pelo qual as Forças da Natureza trabalham, às quais chamamos calor, eletricidade, gravidade, ação química, etc.. Para aqueles que cultivam a visão espiritual, é evidente que sabem que os assim chamados mortos usam parte do seu tempo aprendendo a construir corpos sob a direção de certas Hierarquias Espirituais. Eles são os agentes dos processos metabólicos e anabólicos; eles são os fatores invisíveis na assimilação e, portanto, é literalmente verdade que seríamos incapazes de viver, se não fosse pela importante ajuda que nos é prestada pelos que chamamos mortos.

Com relação às Forças da Natureza, nós doutamente explicamos como o calor do sol evapora a água de rios e oceanos, fazendo-a subir às regiões mais frias do ar onde se condensa em nuvens que, finalmente, ficam tão saturadas de umidade que são atraídas para a terra, e caem em forma de chuva que enche de novo os rios e oceanos e a água será novamente evaporada. É tudo perfeitamente simples, um belo processo automático de perpétuo movimento. Mas isso é tudo? Não há nesta teoria uma quantidade de falhas? Sabemos que existem, embora não possamos afastar-nos muito de nosso assunto para discuti-las. Falta uma coisa para explicá-la totalmente, a saber, a ação semi-inteligente das sílfides que erguem as partículas de água - primorosamente divididas, vaporizadas e preparadas pelas ondinas - da superfície do mar e as levam tão alto quanto possam, antes que a condensação parcial se processe e se formem as nuvens. Elas preservam estas partículas de água até que as ondinas as forcem a soltá-las. Quando dizemos que há uma tempestade, batalhas estão sendo travadas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com auxílio das salamandras para acender as tochas dos relâmpagos com hidrogênio e oxigênio separados, e enviar seus aterrorizantes fachos de luz explodindo em zig-zag na negra escuridão, seguidos de impressionantes ribombos de trovões que ressoam na límpida atmosfera, enquanto as ondinas triunfalmente arremessam sobre a terra as gotas de chuva resgatadas, para que sejam novamente reintegradas na união do seu elemento-mãe.

Os pequenos gnomos são necessários para construir as plantas e as flores. É seu trabalho pintá-las com os inúmeros matizes de cores que deleitam nossos olhos. Eles também talham os cristais em todos os minerais e fazem as gemas preciosas que brilham em diademas dourados. Sem eles não haveria ferro para nossa maquinaria, nem ouro com que pagá-la. Eles estão em toda parte, e a proverbial abelha não é mais ativa do que eles. Contudo, à abelha damos crédito pelo trabalho que faz, enquanto que os pequenos Espíritos da Natureza, que desempenham um papel tão importante e extraordinário no trabalho do mundo, são conhecidos por apenas uns poucos considerados sonhadores.

No solstício de verão, as atividades físicas da Natureza estão no seu ápice ou zênite. Portanto, "A Noite do Solstício de Verão" é o grande festival das fadas que trabalham para construir o universo material, alimentaram o gado, nutriram as sementes, e estão saudando com alegria e agradecimento a imensa onda de força que é seu instrumento de trabalho, para moldar as flores na mais estonteante variedade de formas delicadas determinadas por seus arquétipos, e tingi-las em inúmeros matizes que são o encanto e o desespero dos pintores. Nesta mais sublime de todas as noites, da alegre estação de verão, elas vem em bandos dos pântanos e florestas, de vales e várzeas, para o Festival das Fadas. Elas realmente preparam suas comidas e bebidas etéricas e depois dançam em êxtase de alegria, a alegria de terem produzido e cumprido sua importante finalidade no equilíbrio da natureza.

É um axioma da ciência que a natureza não tolera nada que seja inútil. Parasitas e preguiçosos são abominados; o órgão que se tornou supérfluo se atrofia; assim também o membro ou o olho que não é mais usado. A Natureza tem um trabalho a fazer e exige trabalho de todos que possam justificar sua existência e continuar como parte dela. Isto se aplica às plantas e aos planetas, aos homens e aos animais, e também às fadas. Elas têm seu trabalho a fazer; são um povo diligente e suas atividades são a solução a muitos dos diversos mistérios da Natureza, como já foi explicado.

Mais tarde, na época do solstício de inverno, nós estamos no outro polo do ciclo anual, onde os dias são mais curtos e as noites mais longas; sob o ponto de vista físico, a escuridão se faz sobre o Hemisfério Norte; mas as ondas de luz espiritual e de vida, que serão a base do crescimento e progresso do próximo ano, estão agora em sua máxima atividade e força. N Noite de Natal, no solstício de inverno, quando o sinal celestial da Virgem Imaculada aparece sobre o horizonte Oriental à meia noite, nasce o sol do novo ano para salvar a humanidade do frio e da fome que aconteceriam se a sua luz benéfica fosse retida. Nessa ocasião, o Espírito de Cristo nasce na Terra e começa a fermentar e fertilizar os milhões de sementes que as fadas constróem e regam, para que tenhamos alimento físico. Mas, "Nem só de pão vive o homem". Embora o trabalho das fadas seja bastante importante, torna-se insignificante comparado com a missão de Cristo, que traz-nos, todos os anos, o alimento espiritual necessário para que avancemos no caminho do progresso, para que atinjamos a perfeição no amor; com tudo o que isso implica.Max Heindel.