quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
o Sutra do Coração
O título completo do Sutra do Coração é o Sutra do Coração da Grande Sabedoria Além da Sabedoria. Sabedoria, aqui, não é o nosso conhecimento comum; é o conhecimento inato, nossa conexão inata e intuitiva como o princípio fundamental que é chamado prajna em sânscrito. No prólogo, Shariputra pergunta ao Buddha como seguir a perfeição da sabedoria, e o Buddha, por sua vez, pede a Avalokiteshvara para explicá-la a Shariputra. Avalokiteshvara está praticando profundamente; uma das traduções realmente diz "seguindo", seguindo profundamente na perfeição da sabedoria. Assim, "praticar" é um boa palavra para "seguir". Ele não está apenas pensando sobre ela, ele é um com ela. Quando sentamos em meditação, estamos praticando profundamente a prajnaparamita e, esperançosamente, quando deixamos a almofada, ainda estamos praticando profundamente a prajnaparamita. Então, há dois aspectos disto: o primeiro é o de há um bodhisattva Avalokiteshvara que está fazendo isto; e nós estamos assistindo a cena.
Mas, realmente, cada um de nós é o bodhisattva Avalokiteshvara, e cada um de nós também é Shariputra. Este é o tipo de diálogo entre os dois aspectos de nós mesmos. Aquele que pergunta e aquele que responde. "Praticar profundamente" significa ser capaz de ver através da superfície.
Em sânscrito, os cinco skandhas são as formas, sensações, percepções, formações mentais e consciência. Estes são chamados "os cinco fluxos da existência". Geralmente, quando falamos sobre "mim" e "meu", e quando falamos sobre "eu mesmo" e "quem eu sou", estamos falando sobre alguma idéia que temos, algum conceito de "um ser". Quando olhamos para nós mesmos, nossa mente cria alguma imagem, tanto através da visão quanto da audição — através de um dos cinco sentidos — e então decidimos que isso é o que vemos ou ouvimos, etc. Temos um tipo de visão parcial do que esta pessoa é. Mas, realmente, vemos algo em sua total realidade? No Dharma de Buddha, dizemos que não há um eu, não há a natureza de um eu permanente. Este ser que encontramos como nós mesmos, ou como qualquer um, é um "confecção", algo "agregado", constituído pela forma, sensações, percepções, formações mentais (pensamentos de vários tipos) e consciência. Dentre destas cinco categorias, deveria ser encontrado o que chamamos de "ser humano". Mas, dentro dos cinco skandhas, não há um eu permanente, nenhum eu inerente.
"O bodhisattva Avalokiteshvara, quando praticava profundamente a prajnaparamita, percebeu que todos os cinco skandhas em seu próprio ser são vazios, e foi salvo de todo sofrimento." A palavra ou frase importante aqui é "próprio ser". Nada, nenhuma entidade, tem um "próprio ser". Vacuidade significa interdependência. Isto significa para outras coisas também, mas para este propósito significa que nada existe por si mesmo. Se fazemos um bolo, temos farinha, ovos, açúcar, sal etc. Batemos tudo junto e assamos, e então dizemos que temos um bolo. Comemos um bolo, e é um bolo real, comido por uma boca real. Mas o bolo é vazio, e a boca é vazia de um "próprio ser" O que faz o bolo é a boca, e o que faz a boca é o bolo. O que faz o bolo são todos os ingredientes. Então, temos um bolo real, mas o bolo é ilusório. Parece um bolo real. Hoje é um bolo real mas, se você deixá-lo sobre a mesa até amanhã, ou até a próxima semana, não é mais um bolo real. Então, ele tem apenas uma existência momentânea como um bolo. Não apenas os ingredientes, mas o forno faz o bolo, a mesa faz o bolo, a colher faz o bolo, o céu faz o bolo. O bolo é dependente de tudo no universo para sua existência, e ele é uma expressão da vida universal. Do mesmo modo, um ser humano é uma expressão da vida.
Podemos usar a analogia da água e da onda. A água é vida por si mesma, e a onda é uma expressão da água. A onda nada mais é do que a água, e a água nada mais é do que a onda, mas a onda não tem um "próprio ser": seu "próprio ser" é a água. Uma onda é dependente do vento e das condições climáticas para sua existência e, claro, é dependente de um grande corpo d'água. Então, cada onda é uma expressão de um corpo d'água, assim como cada um de nós é uma expressão da própria vida. Isto é chamado "ser vazio", e "ser vazio" também significa "ser cheio". É importante lembrar que, sempre que dizemos algo no buddhismo, o seu oposto também está incluído. Isto é não-dualidade da dualidade. Se você diz "Estou vivo", o "Estou morto" também está incluído. Se você diz, "Estou morto", o "Estou vivo" também está incluído. Caso contrário, você cai na dualidade e você vê apenas de maneira parcial.
Ver as coisas como são completamente é acabar com o sofrimento. Não é que não haja algum sofrimento, a vida é dolorosa. Mesmo que possamos ser salvos do sofrimento, isto não significa que não haja sofrimento ou que não iremos sofrer, mas devemos saber como aceitar esse sofrimento e como aceitar nossa dor, e saber como aceitar nossa alegria. Tudo o que surge, isto é nossa vida. A verdadeira vida é mais importante do que um aspecto qualquer da vida. Se entendemos isto, então podemos apreciar nossa vida, não importa o que aconteça. Isto é a maturidade, e isto é o que experienciamos na meditação. Na meditação dizemos, "Bom, como foi?" "Bem, foi doloroso" e "Foi prazeroso" e "Foi" o que quer que você queira dizer. Mas aceitamos igualmente a cada um desses aspectos. Isto é o que é a meditação. O que quer que venha, é isto. Quando é doloroso, é apenas doloroso. Quando é prazeroso, é apenas prazeroso. Apenas aceitamos cada momento como é, com o que é, com profunda apreciação. Esta visão é o aspecto da iluminação. Então, dizemos que a meditação é não discriminar, não separar e escolher.
"Ó Shariputra, a forma não difere da vacuidade, a vacuidade não difere da forma, o que é forma é vacuidade, o que é vacuidade é forma." Qualquer forma que surge é vazia de um "próprio ser", mesmo achando que o tenha. Você pode ter um copo d'água e, quando o copo está cheio, você diz, "O copo está cheio." Depois de beber a água, "O copo está vazio". Realmente, o copo é vazio, mesmo estando cheio ou não. O copo dá forma à água. A água não tem uma forma especial. Quando ela cai do céu, a chamamos de gota, ou quando atinge a terra, ela cai em regatos, charcos e poças; e os rios e ribeiros correm até o oceano. Quando a bebemos, ela toma a forma de nossos corpos. Ela toma forma dentro de garrafas, e de miríades de recipientes. Ela está em tudo, mas não tem uma forma especial; em qualquer forma que encontre, ela toma essa forma. Este é o segredo da meditação. Mesmo que tivéssemos a forma mais confinada para a meditação, nossas sensações vêm, nossa consciência vem, os pensamentos vêm, as percepções vêm. Tudo o que vem toma essa forma. Nosso corpo toma essa forma, nossa consciência toma essa forma. Nossa meditação é completamente vazia, completamente aberta, assim como a água.
"O mesmo é verdadeiro para as sensações, percepções, formações e consciência". Você aplica a mesma fórmula: as sensações não diferem da vacuidade, a vacuidade não difere das sensações; o que é sensação é vacuidade, o que é vacuidade é sensação. O mesmo é verdadeiro para as formações mentais e para a consciência. No sutra, ele primeiro usa a forma como um exemplo, mas os outros obedecem a mesma fórmula. A consciência não difere da vacuidade, a vacuidade não difere da consciência. Cada um dos skandhas é experienciado do mesmo modo, e cada um deles é vazio de um "próprio ser". Então, o sutra vai falar sobre os dharmas: "Todos os dharmas estão marcados com a vacuidade." Não apenas todos os skandhas estão marcados com a vacuidade mas todos os dharmas estão marcados com a vacuidade. Os dharmas, significam "coisas" ou "objetos". Tecnicamente, os dharmas significam formações mentais como a ganância, o ódio, a delusão ou a felicidade; todos os pensamentos, sentimentos e emoções que são associados à mente e às sensações. Mas, em um sentido mais amplo, os dharmas significam "todas as coisas". Isto é com um d minúsculo. Dharma com D maiúsculo significa "ensinamento buddhista", "a verdade", "a lei". Marcas significam "características". Por exemplo, a marca do fogo é o calor. A marca da água é a umidade, e a marca dos dharmas é a vacuidade. A verdadeira marca de todas as coisas é a vacuidade.
"Todos os dharmas estão marcados com a vacuidade, não aparecem nem desaparecem, não são impuros nem puros, não aumentam nem diminuem." Apesar de tudo ter uma aparência, não há qualquer coisa que apareça ou desapareça. Esse é o ponto. O que aparece e desaparece é vazio. Com todos os dharmas, apesar de darem a impressão de aparecer e desaparecer, não há uma "coisa" real que aparece e nenhuma "coisa" real que desaparece. Se algo pudesse aparecer e desaparecer, não poderia ser real nesse sentido. Então, todas as coisas que aparecem são reais, mas sua realidade é a sua vacuidade. Se entendemos que todos os dharmas e todos os skandhas são vazios de um "próprio ser", então podemos chamá-los de reais, no sentido de não-substancialidade. Tudo existe apenas por causa de seu oposto. Tudo é dependente de algo mais. Apesar das coisas darem a impressão de aparecer e desaparecer, nada apareceu ou desapareceu porque, definitivamente, as coisas não vêm ou vão.
Falamos sobre as onda na água, "Ó, aquela onda fez um grande tubo e quebrou na praia." Mas, realmente, as ondas apenas vão para cima e para baixo. Acho que isto é um fato científico. A energia move. Quando vemos as coisas sobre a superfície, dizemos, "Ó, isto está se movendo e aquilo está se movendo", mas é a energia que está os movendo, e até mesmo a energia é vazia de um "próprio ser".
Impuro e puro — as pessoas estão sempre procurando pela forma da pureza. Olhamos para o lixo e, então, quando olhamos para a comida, dizemos, "Isto é puro". Ela não tem um certo tipo de pureza. Quando olhamos para o lixo, dizemos, "Isso é impuro" e, comparado com o que é puro, ele é impuro, mas apenas por comparação. Definitivamente, tudo é lixo. Desculpe-me por falar assim, mas como você sabe, tudo é lixo e tudo é puro. Não há qualquer coisa que não seja realmente pura, e não há qualquer coisa que realmente não seja lixo, porque tudo está se decompondo e tudo está vindo à vida e se decompondo. Está se compondo e se decompondo ao mesmo tempo.
Estamos sempre medindo em termos de "mais" ou "menos". Mas "mais" ou "menos" não são apenas termos comparativos. Dizemos que um rato é pequeno e que um elefante é grande, mas uma formiga é ainda menor do que um rato. Então dizemos que um rato é pequeno e que um elefante é grande, mas não é necessariamente assim. É apenas um modo comparativo de falar sobre as coisas por causa da nossa posição. Então, estamos sempre olhando para as coisas em torno do nosso ponto de vista, da nossa posição. O único modo em que podemos realmente conhecer é deixar nossa posição. É muito difícil deixar nossa posição. Assim que começamos a pensar, então a mente começa a discriminar, e discriminar é separar e "dualizar". Estamos continuamente confrontados com o discriminar e dualizar nosso mundo. A dualidade é importante, mas temos que ser capazes de ver o outro lado.
O sutra está falando sobre o outro lado, por isso ele parece tão estranho.
Sojun Weitsman Rôshi.
O Rio dos Sentimentos.
Nossos sentimentos desempenham um papel muito importante por dirigirem todos os nossos pensamentos e ações. Existe em nós um rio de sentimentos, no qual cada gota d'água é um sentimento diferente e cada um depende de todos os outros para sua existência. Para observar esse rio, sentamo-nos à sua margem e identificamos cada sentimento à medida que ele vem à tona, passa por nós e desaparece.
HÁ três tipos de sentimentos — agradáveis, desagradáveis e neutros. Quando temos um sentimento desagradável, podemos querer afastá-lo. O mais eficaz é voltar à nossa respiração consciente e apenas observá-lo, identificando-o em silêncio para nós mesmos. "Inspirando, sei que há um sentimento desagradável em mim. Expirando, sei que há um sentimento desagradável em mim." Chamar o sentimento pelo seu nome, "raiva", "tristeza", "alegria" ou "felicidade", nos ajuda a identificá-lo com clareza e reconhecê-lo em maior profundidade.
Podemos usar nossa respiração para entrar em contato com nossos sentimentos e aceitá-los. Se nossa respiração for leve e tranqüila — resultado natural da respiração consciente — nossa mente e nosso corpo irão lentamente se tornando leves, tranqüilos e claros. E da mesma forma nossos sentimentos. A observação plenamente consciente se baseia no princípio da "não-dualidade": nosso sentimento não está separado de nós nem foi causado apenas por algo externo a nós. Nosso sentimento é nosso eu, e temporariamente nós somos esse sentimento. Não submergimos nesse sentimento, nem nos aterrorizamos com ele, tampouco o rejeitamos. Nossa atitude de não nos agarrarmos aos nossos sentimentos e de tampouco rejeitá-los é a atitude de desapego, uma parte vital da prática da meditação.
Se encararmos nossos sentimentos desagradáveis com cuidado, afeição e não-violência, podemos transformá-los naquele tipo de energia que é saudável e que tem a capacidade de nos nutrir. Através da observação consciente, nossos sentimentos desagradáveis podem ser muito esclarecedores para nós, proporcionando-nos revelações e compreensão a respeito de nós mesmos e da nossa sociedade.
A não-cirurgia
A medicina ocidental dá ênfase demais à cirurgia. Os médicos querem eliminar o que não for desejável. Quando temos algum distúrbio no corpo, eles muitas vezes nos aconselham uma operação. O mesmo parece se aplicar à psicoterapia. Os terapeutas pretendem nos ajudar a descartar o que é indesejável e manter somente o que é desejável. Mas o que sobra pode não ser muito. Se tentarmos nos livrar do que não queremos, podemos nos livrar da maior parte de nós mesmos.
Em vez de agir como se pudéssemos nos desfazer de partes de nós mesmos, deveríamos aprender a arte da transformação. Podemos transformar nossa raiva, por exemplo, em algo mais salutar, como a compreensão. Não precisamos de cirurgia para eliminar nossa raiva. Se nos enfurecermos com nossa raiva, teremos duas raivas ao mesmo tempo. Devemos apenas observá-la com amor e atenção. Se cuidarmos da nossa raiva dessa forma, sem tentar fugir dela, ela se transformará. E uma pacificação. Se estivermos em paz em nosso íntimo, poderemos aceitar nossa raiva. E possível tratar a depressão, a ansiedade, o medo ou qualquer sentimento desagradável dessa mesma forma.
Transformando os sentimentos.
O primeiro passo ao lidar com os sentimentos é reconhecer cada sentimento no instante em que surge. O meio para isso é a plena consciência. No caso do medo, por exemplo, você recorre à plena consciência, olha para o medo e o reconhece como medo. Você sabe que o medo brotou de você mesmo e que a plena consciência também brotou de você mesmo. Os dois estão em você, não em luta, mas um cuidando do outro.
O segundo passo consiste em se tornar uno como sentimento. Melhor não dizer, "Vá embora, Medo. Não gosto de você. Você não é eu." Muito mais eficaz é dizer, "Oi, Medo. Como é que você está hoje?" Em seguida, você pode estimular esses seus dois aspectos, a plena consciência e o medo, a se cumprimentarem como amigos e a se unirem. Isso pode parecer assustador, mas, como você já sabe que você é mais do que seu medo, não é preciso se amedrontar. Desde que sua mente esteja alerta, ela fará companhia ao seu medo. A prática fundamental é nutrir a plena consciência com a respiração consciente, para mantê-la alerta, cheia de vida e força. Embora no inicio sua plena consciência possa não ser muito potente, se você a alimentar, ela se tornará mais forte. Contanto que a sua consciência esteja plena e presente, você não será submerso pelo medo. Na realidade, você começará a transformá-lo no exato instante em que dentro de si der à luz a percepção.
O terceiro passo é o de acalmar o sentimento. Como a consciência plena está cuidando bem do seu medo, ele começa a acalmar-se. "Inspirando, acalmo as atividades do corpo e da mente." Você acalma seu sentimento só por estar com ele, como uma mãe segurando ternamente o filhinho que chora. Ao sentir a ternura da mãe, o neném se acalma e pára de chorar. A mãe é sua mente alerta, nascida das profundezas da sua consciência, e ela tratará do sentimento da dor. A mãe que segura o bebê forma uma unidade com ele. Se a mãe estiver pensando em outras coisas, a criancinha não se acalmará. A mãe tem de abandonar as outras coisas e apenas segurar seu filhinho. Por isso, não evite seu sentimento. Não diga, "Você não é importante. Você é só um sentimento." Passe a formar uma unidade com ele. Você pode dizer, "Expirando, acalmo meu medo."
O quarto passo é largar o sentimento, soltá-lo. Graças à sua calma, você está à vontade, mesmo em meio ao medo; e sabe que esse medo não vai crescer e se transformar em algo esmagador. Quando você se descobre capaz de tomar conta do seu medo, ele já está reduzido a um mínimo, tornando-se mais brando e menos desagradável. Agora você pode sorrir para ele e deixá-lo partir, mas por favor não pare por aqui. Acalmar e largar um sentimento são apenas curas para os sintomas. Você agora tem a oportunidade de se aprofundar e trabalhar na transformação da raiz do seu medo.
O quinto passo é olhar profundamente. Você examina em profundidade o seu bebê — seu sentimento de medo — para ver o que está errado, mesmo depois que o bebê parou de chorar, mesmo depois que o medo se foi. E impossível segurar uma criança no colo o tempo todo. Por isso, você deve examiná-la para ver a causa do que está errado. Com esse exame, você verá o que o ajudará a começar a transformar o sentimento. Você perceberá, por exemplo, que seu sofrimento tem muitas causas, internas e externas ao seu corpo. Se há algo de errado em volta dele, se você conserta a situação, com carinho e cuidado, ele se sentirá melhor. Ao examinar seu bebê, você verá os elementos que o estão fazendo chorar. Ao vê-los, você saberá o que fazer e o que não fazer para transformar o sentimento e se sentir livre.
Esse processo é semelhante ao da psicoterapia. Em companhia do paciente, o terapeuta observa a natureza da dor. Muitas vezes, o terapeuta pode revelar causas de sofrimento que se originam da forma pela qual o paciente encara a vida, das opiniões que ele tem sobre si mesmo, sobre a sua cultura e o mundo em geral. O terapeuta examina esses pontos de vista e essas opiniões com o paciente, e juntos eles colaboram para libertá-lo daquele tipo de prisão em que estava. No entanto, o esforço do paciente é crucial. O professor deve trazer à luz o professor que existe dentro do aluno; e o psicoterapeuta deve trazer à luz o psicoterapeuta que está no íntimo do seu paciente. O "psicoterapeuta interno" do paciente poderá então trabalhar em tempo integral de uma forma muito eficaz.
O terapeuta não trata do paciente simplesmente lhe repassando um outro conjunto de opiniões. Ele tenta ajudar o paciente a perceber que tipos de idéias e de crenças levaram ao seu sofrimento. Muitos pacientes querem se ver livres dos sentimentos dolorosos, mas não querem se livrar das opiniões, dos pontos de vista que são as verdadeiras raízes dos seus sentimentos. Portanto, o terapeuta e o paciente têm que trabalhar juntos para ajudar o paciente a ver as coisas como elas são. O mesmo vale para quando recorremos à plena consciência para transformar nossos sentimentos. Depois de reconhecermos o sentimento, de nos tornarmos unos com ele, de o acalmarmos e de o largarmos, podemos examinar suas causas em profundidade. Elas muitas vezes se baseiam em percepções incorretas. Assim que compreendemos as causas e a natureza dos nossos sentimentos, eles começam a se transformar.Thich Nhat Hanh.
Ecos do Silêncio.
Contemple a mente; este rei da vacuidade
É sutil e intruso.
Sem nome ou forma,
Ele tem grande poder espiritual.
Pode eliminar todas as calamidades
E realizar todos os méritos.
Apesar de sua essência ser vazia,
Ele é a medida dos fenômenos.
Quando você olha, é sem forma;
Quando você o chama, ele ecoa.
É o grande comandante do Dharma
Transmitindo os sutras através dos preceitos da mente.
Assim como o salgado na água do oceano, de cor transparente,
Certamente está lá, mas sua forma é invisível,
O rei da mente também é assim,
Residindo no corpo.
Ele entra e sai diante dos seus olhos,
Respondendo aos fenômenos, seguindo as emoções.
Quando está despreocupado, sem obstrução,
Todos os esforços têm sucesso.
Quando você realiza a mente original,
A mente vê o Buddha.
Esta mente é o Buddha;
Este Buddha é a mente.
Todo pensamento é a mente de Buddha;
A mente de Buddha permanece no Buddha.
Se você deseja realizar isto em breve,
Esteja vigilante e disciplinado.
Os preceitos puros purificam a mente;
A mente então é Buddha.
Separado deste rei da mente,
Não há outro Buddha.
Se você deseja procurar o estado búddhico,
Não macule coisa alguma.
Apesar de a natureza da mente ser vazia,
A cobiça e o ódio são reais.
Quando você entra por esta porta do Dharma,
Sentando-se ereto, você se torna o Buddha.
Ao alcançar a outra margem,
Você atinge a perfeição.
Os verdadeiros aspirantes ao caminho
Contemplam a sua própria mente.
Sabendo que o Buddha está no interior,
Não há necessidade de procurar no exterior.
Bem agora a mente é o Buddha;
Bem agora o Buddha é a mente.
A mente brilhante conhece o Buddha;
O iluminado conhece a mente.
Separado da mente, não há Buddha;
Separado do Buddha, não há mente.
Aqueles que não são Buddhas não podem penetrar;
Não estão preparados para a tarefa.
Agarrar a vacuidade e bloquear a tranqüilidade
Resulta em flutuar e afundar.
Nem buddhas nem bodhisattvas
Estabelecem suas mentes deste modo.
O grande ser da mente brilhante
Despertou para este som sutil.
A natureza do corpo e da mente é maravilhosa;
Suas funções não precisam ser alteradas.
Assim, o sábio derruba a mente e a deixa ser.
Não diga que o rei da mente é vazio e sem essência;
Ele pode fazer o corpo
Fazer o mal e o bem.
Não existe, nem é não-existente.
Aparece e desaparece imprevisivelmente.
Quando a natureza da mente parte da vacuidade,
Ela pode ser sagrada ou profana.
Assim, imploramos uns aos outros
Que a guardem com cuidado.
No momento de se moldar,
Ele se reverte ao flutuar e afundar.
A sabedoria da mente pura
É tão preciosa quanto o ouro.
O tesouro de sabedoria do Dharma
Está dentro do corpo e da mente.
O tesouro do Dharma da não-ação não é superficial nem profundo.
Todos os buddhas e bodhisattvas realizaram este mente original.
Para aqueles cujas condições estão corretas,
Ela não é passado, presente ou futuro.
Verso da iluminação
A mão vazia segura a enxada.
Os pés andando, cavalgando o búfalo d'água.
O homem anda sobre a ponte,
A ponte flui, a água não flui.
Texto Zen.
REGRESSÃO DE VIDAS PASSADAS.
No CAMINHO de nossas vidas individuais somos os escritores de nossos traumas e enredos.Não percebEmos que cada ação ou escolha é como plantar a semente para o futuro. A planta crescerá na exacta proporção da semente que foi plantada.Assim, o primeiro passo a ser dado em conecção com a revisão de vivências passadas é reconhecer que ninguém, excepto nós próprios, pode ser responsável pelas condições presentes em nossas vidas.A parte mais importante do processo de regressão consiste em aprender a confiar em sua capacidade para um diálogo entre a sua mente consciente e a mente inconsciente.Essa confiança fica estabelecida quando, primeiro, aprendemos a fazer os tipos certos de perguntas e, então desejamos aceitar as respostas que surgem na mente. É necessário deixarmos de lado a parte céptica da mente e permitir a nós mesmo ouvir a resposta interior.A mente consciente parece permitir o surgimento de lembranças específicas sómente quando estamos prontos para elas. É espantoso e incrível o poder para contar histórias que jazem na mente de quase todo o mundo.Com a lembrança surge um profundo senso de alívio, pouco importando qual o tipo de experiência que ficou oculta no passado. O efeito residual é positivo, quase como o alijamento de uma carga mental que foi carregada por tempo demais.Pouco a pouco, a experiência daquela lembrança começa a ser integrada à existência actual, com inteira naturalidade. Após certo período, o indíviduo percebe que tem uma perspectiva diferente sobre uma determinada situação ou relacionamento, que parece curar a presente situação.
O poder da mente é formidável.
Com uma nova perspectiva, tomamos novas decisões quase automáticamente e começamos a reescrever nosso "script" da vida.Numa sessão de regressão todos são capazes de alcançar a informação, até então oculta, em um estado de vigília completamente natural.Não devemos nos preocupar se a informação surgida dessas sessões é acurada.
A finalidade da regressão não é lisonjear o ego, mas sim esclarecer e expressar os medos, restrições, culpas e eventos às vezes maléficos de vivências passadas, a fim de serem feitas escolhas mais adequadas no aqui e agora.A sessão de regressão tem um proveito duradouro por um numero incontável de anos, já que a informação continua a subir à superfície durante muito tempo depois de realizada a sessão, sem qualquer instigação por parte do indivíduo.O processo de integrar essa informação à vida diária começa assim que a sessão termina.
Regras básicas:
* A linguagem no tempo presente o mantém envolvido emocionalmente na cena, sendo extremamente importante como parte da combinação para abrir a sala de arquivos do inconsciente.* Acredite em tudo que brotar da sua mente, mesmo que não faça sentido no momento. Deixe de lado a mente crítica e confie em sua intuição.
* Elimine do seu vocabulário a palavra lembrar, porque lembrar (ou recordar) empurra as coisas normalmente para o passado, em vez de situá-las no presente.
* Descreve os eventos o mais detalhadamente possível. Os detalhes manterão ocupado seu cérebro consciente, a fim de que o inconsciente possa libertar a informação que lhe é necessária.Os padrões e dados que foram reordenados na sessão de regressão fazem com que a pessoa viva a sua vida de uma forma diferente, simplesmente porque ela começa a tomar tipos diferentes de decisões.Wikepédia.
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