quarta-feira, 20 de junho de 2012

Os Mistérios Egípcios..


Uma das particularidades mais notáveis que acontece com o Antigo Egipto e que continua a intrigar os mais cépticos dos cientistas, para a qual ainda não encontraram uma explicação razoável, é a seguinte: não se conhece uma passagem gradual do estado pré-histórico, da Idade da Pedra, do Ferro, do Bronze, para o estado civilizacional. De repente, aparece uma civilização organizada, com uma escrita, os faraós governando e construindo grandes monumentos. O mesmo fenómeno parece ter acontecido, mais ou menos ao mesmo tempo, na Caldeia e na Babilónia ou, mais precisamente na região da Mesopotâmia. Dá a impressão de que alguém chegou, vindo não se sabe de onde, e instruiu os habitantes locais sobre as diversas artes e ciências. Naturalmente que existem muitas teorias acerca dos primitivos habitantes das margens do rio Nilo, mas não explicam como é que esses habitantes, que viviam da pesca e de uma agricultura rudimentar, se transformaram, da noite para o dia, na civilização organizada que conhecemos.

A importância do Antigo Egipto é tão grande que, dentro da arqueologia constitui uma especialidade à parte – egiptologia. Os arqueólogos que se têm dedicado a escavar as tumbas no Egipto também se chamam egiptólogos. O problema é que estes egiptólogos, para as suas conclusões, partem de premissas conservadoras, ou seja, que a civilização do Antigo Egipto teve que ter uma evolução gradual como qualquer outra civilização antiga e que foram os egípcios os únicos responsáveis por essa civilização e pela construção de toda a monumentalidade que nos deixaram. Não lhes passa pela cabeça que a verdade pode estar algures em outra parte.

Não têm levado em consideração os escritos antigos que contrariam as suas teses. Maneto, um sacerdote de Heliópolis do terceiro século antes da nossa era, compilou uma história do Antigo Egipto mas, os egiptólogos só usam as suas descrições para o período histórico e repudiam tudo quanto se refere a épocas anteriores, considerando-as falsas ou fruto de fantasias. Numa crónica de Eusébio, um autor cristão do terceiro século depois de Cristo, citando directamente Maneto, desenrola uma lista de deuses que mais não é do que a novena, ou o grupo de 9 deuses de Heliópolis. Esses deuses são: Rá, Geb, Nut, Osíris, Ísis, Seth, Shu, Tefnet e Nephtys. Estranhamente Hórus não faz parte desta lista.

Referindo-se a estes deuses, Eusébio diz o seguinte: “Foram os primeiros a ter o poder no Egipto. A realeza passou de um para outro numa sucessão ininterrupta… durante 13.900 anos. Após os deuses, os semideuses reinaram durante 1.255 anos; e, depois, outra linha de reis teve o poder durante 1.817 anos; em seguida vieram mais trinta reis, que reinaram durante 1.790 anos; e depois 10 reis que governaram durante 350 anos. Eles seguiram o governo dos espíritos dos mortos… durante 5.813 anos”. A soma destes períodos todos dá 24.925 anos. Ora o período histórico do Egipto, o início da primeira dinastia, remonta a apenas 3.100 a.C. Isto quer dizer que, muito antes da primeira dinastia, estavam presentes no Egipto seres civilizados, deuses ou homens.

O historiador grego Diodoro Sículo, que viveu no primeiro século a. C., visitou o Egipto. Eis o que ele escreveu: “No começo, deuses e heróis governaram o Egipto durante pouco menos de dezoito mil anos, sendo Hórus, o filho de Ísis, o último dos deuses a governar... Mortais foram os reis do seu país, segundo se diz, durante quase cinco mil anos.”

Antes de Diodoro, outro historiador grego visitou o Egipto, Heródoto, que viveu no quinto século a. C. Ele transmite-nos a seguinte informação que lhe foi facultada pelos sacerdotes de Heliópolis: “Disseram que durante esse tempo houve quatro ocasiões em que o Sol nasceu fora do seu local habitual – duas vezes nascendo onde agora se põe, e duas vezes pondo-se onde agora nasce”.

Isto quer dizer o quê? Que o Sol mudou de local de nascimento, que deixou de nascer a leste? Não. Isto tem a ver com o fenómeno da precessão dos equinócios. No tempo de Heródoto, o Sol, no Equinócio da Primavera, nascia na constelação de Carneiro (Áries), quando a constelação de Balança (Libra) estava no local oposto. Como o Sol muda de constelação zodiacal em cada 2160 anos aproximadamente, para termos o Sol a nascer na constelação de Balança, teremos que recuar aproximadamente 13.000 anos. Seguindo à letra a informação acima, isto leva-nos a qualquer coisa como 39.000 anos antes de Heródoto, pois o fenómeno repetiu-se por duas vezes. Este número de 39.000 anos parece muito exagerado, mesmo para os mais entusiastas acerca destas questões. No entanto, ele está de acordo com dois documentos que foram encontrados no Egipto e que se referem aos tempos pré-dinásticos.

Um desses documentos é chamado “O Papiro de Turim”. Nos fragmentos que se conseguiram recuperar, é possível ler nove dinastias de faraós pré-dinásticos, entre os quais estão os “Veneráveis de Mênfis”, os “Veneráveis do Norte” e os “Shemsu Hor, os seguidores de Hórus, que governaram até ao fim da época de Manes. Nas duas linhas finais do papiro está o resumo em anos da duração dos reinados: “Shemsu Hor – 13.420 anos; reinados antes de Shemsu Hor – 23.200 anos; total – 36.620 anos.

O segundo documento que se refere aos tempos pré-históricos é chamado de “A Pedra de Palermo”, mas este não recua no tempo tanto quanto o “Papiro de Turim”. O registo mais antigo que consta nesta pedra diz respeito ao reinado de 120 faraós que governaram o Egipto antes de 3.100 a. C.

Os monumentos mais famosos do Egipto e mais conhecidos são as três grandes pirâmides cuja construção foi atribuída pelos egiptólogos e arqueólogos a três faraós: Khufu (Quéops), Khafre (Kefren) e Menkaure (Miquerinos). O que levou estes pesquisadores a esta conclusão foi terem-se encontrado referências escritas a estes reis junto daqueles monumentos. Mas isto não prova que tenham sido eles os seus verdadeiros construtores e que as pirâmides tenham sido construídas na época que eles indicam, cerca de 2.500 anos antes de Cristo. Na verdade, ninguém sabe, exactamente, em que época é que elas foram construídas.Manuel O. Pina .

Nenhum comentário: