contos sol e lua

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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Sinais da Obsessão.

O espírita consciente compreende que qualquer tarefa, realizada ou não na Casa Espírita, está passível de sofrer interferências indevidas que podem comprometer o seu funcionamento harmônico. No que diz respeito à prática mediúnica em geral, e ao comportamento dos integrantes da reunião mediúnica, em particular, a vigilância deve ser redobrada, a fim de que a obsessão não se instale. Daí Emmanuel recomendar: “Toda vez que obstáculos se nos interponham entre o dever da ação e a necessidade da cooperação no serviço do bem aos semelhantes, que redundará sempre em benefício a nós mesmos, peçamos o Auxílio Divino, através da prece silenciosa. A obsessão é, segundo Allan Kardec, uma das maiores dificuldades que a prática espírita pode apresentar. Caracteriza-se pelo... domínio que alguns Espíritos exercem sobre certas pessoas. É praticada unicamente por Espíritos inferiores, que procuram dominar, pois os Espíritos bons não impõem nenhum constrangimento.... A obsessão, por sua vez, está relacionada há três fatores básicos: a) falta moral ou comportamento social, incompatíveis com o bem (viciações); b) grave desarmonia mental/psíquica (distúrbios mentais); lesões físicas que afetam certas estruturas ou órgãos relacionados ao raciocínio, à cognição, à emoção, etc. (por exemplo, certas enfermidades do sistema nervoso). A obsessão é considerada fator primário quando a pessoa sofre ação direta de um perseguidor espiritual. As imperfeições morais (egoísmo, orgulho, vaidade, ciúme, inveja, ganância, rancor, entre outras) e vícios, de qualquer natureza, são em geral definidos como fator secundário, uma vez que o indivíduo se compraz em manter sintonia mental com entidades que apresentam as mesmas tendências/inclinações e gostos. De uma forma ou de outra, a obsessão conduz a pessoa a quedas morais, pois suas estruturas mentais e o seu pensamento são continuamente submetidos a influências perniciosas, próprias ou estranhas, que produzem, em consequência, atordoamento, do raciocínio, da ideação, das emoções e dos sentidos como pondera Emmanuel: Não ignoramos, porém, que os sentidos transviados conduzem fatalmente à deturpação e ao desvario. Os olhos são auxiliares imediatos dos espiões e dos criminosos que urdem a guerra e povoam as penitenciárias... Os ouvidos são colaboradores diretos da crueldade e da calúnia que suscitam a degradação social... O sexo, que constrói o lar em nome de Deus, por toda parte é vítima de tremendos abusos pelos quais se amplia terrivelmente o número de enfermos cadastrados nos manicômios... Em se tratando da prática mediúnica, Kardec apresenta nove sinais mais evidentes do processo obsessivo, aplicados tanto ao médium, propriamente dito, ou seja, aquele que é portador de mediunidade de efeitos patentes (psicofonia, psicografia, vidência, etc.) como a qualquer outro trabalhador da reunião mediúnica: 1ª persistência de um Espírito em se comunicar, queira ou não o médium, pela escrita, pela audição, pela tiptologia [ruídos, como pancadas e batidas], etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam; 2ª ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe; 3ª crença na infalibilidade e identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas e absurdas; 4ª confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que por ele se comunicam; 5ª disposição para se afastar das pessoas que podem dar-lhe conselhos úteis; 6ª reagir mal à crítica das comunicações que recebe; 7ª necessidade incessante e inoportuna de escrever [ou de se manifestar por outro tipo de mediunidade]; 8ª constrangimento físico qualquer, que domine a vontade do médium e o force a agir ou falar contra a própria vontade; 9ª ruídos e perturbações persistentes ao redor do médium, dos quais ele é a causa ou o objeto visado. O Codificador esclarece, também, em A Gênese, como prevenir e combater as obsessões: Assim como as moléstias resultam das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau. A uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral é preciso que se contraponha uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, é preciso fortificá-lo; para garantir a alma contra a obsessão, tem-se que fortalecê-la. Daí, para o obsidiado, a necessidade de trabalhar pela sua própria melhoria, o que na maioria das vezes é suficiente para livrá-lo do obsessor, sem o socorro de pessoas estranhas. Este socorro se torna necessário quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão [entendida aqui como uma manifestação gravíssima da subjugação], porque neste caso o paciente não raro perde a vontade e o livre-arbítrio.5 O Espírito André Luiz, por sua vez, esclarece: Você, enfim, talvez se veja em qualquer estado de introdução ao desequilíbrio espiritual, prestes a cair sob cadeias obsessivas… Mas, se você realmente deseja livrar-se disso, deve compreender, antes de tudo, que precisa de esclarecimento e de amparo. Entretanto, para que você obtenha luz e auxílio é indispensável adote duas atitudes fundamentais: Estudar e raciocinar, a fim de instruir. REFERÊNCIAS. 1 XAVIER, Francisco Cândido. Rumo Certo. Pelo Espírito Emmanuel. 12 ed. 1 imp. Brasília: FEB Editora, 2013. Cap. 8, pág. 30. 2 KARDEC, Allan. O Livro dos médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013. Pt 2, cap. XXIII, it. 237, p. 259. 3 XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 20 ed. 1 imp. Brasília: FEB Editora, 2013 Cap. 43, pág.146/147. 4 KARDEC, Allan. O Livro dos médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013. Pt 2, cap..XXIII, it. 237, pág. 259 5 _______. A Gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1 imp. Brasília: FEB Editora, 2013. Cap. XIV, it. 46, pág. 259. 6 XAVIER, Francisco Cândido. Meditações diárias.Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. Araras: IDE, 2009. Capítulo: Terapêutica desobsessiva, p.142.

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