contos sol e lua

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sábado, 10 de outubro de 2009

KARMA.


O Karma é negociável e isto é algo que pode surpreender muitíssimo aos sequazes de diversas escolas ortodoxas.
Certamente, alguns pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas tornaram-se demasiado pessimistas em relação à Lei de Ação e Conseqüência. Supõem, equivocadamente, que esta se desenvolve de forma mecanicista, automática e cruel. Os eruditos crêem que não é possível alterar tal lei.
Se a Lei de Ação e Conseqüência, se o Nêmesis da existência não fosse negociável, então, onde ficaria a misericórdia divina? O real, aquilo que é todo perfeição, isso que tem diversos nomes tais como Tao, AUM, INRI, Sein, Alá, Brahma, Deus, ou melhor dizendo deuses, etc. de modo algum podia ser algo sem misericórdia, cruel, tirânico etc. Por tudo isso, é que o Karma é negociável.

Quando uma lei inferior é transcendida por uma lei superior, a lei superior lava a lei inferior.
Faze boas obras, para que pagues tuas dívidas.Quem não tem com o que pagar, pagará com dor.
Se num prato da balança cósmica pomos as boas obras e no outro as más, é evidente que o Karma dependerá do peso da balança.
Se pesa mais o prato das más ações, o resultado serão as amarguras. Não obstante, é possível aumentar o peso das boas obras no prato fiel da balança e, desta forma, cancelaremos Karma, sem necessidade de sofrer. Tudo o que necessitamos é fazer boas obras para aumentar o peso do prato das boas ações.
Maravilhoso é fazer o bem; não há dúvida de que o reto pensar, o reto sentir e o reto obrar são o melhor dos negócios.
Nunca devemos protestar contra o Karma; o importante é saber negociá-lo.
PARA às pessoas o único que lhes ocorre quando se acham numa grande amargura é lavar as mãos como Pilatos, dizer que não fizeram nada mau, que não são culpáveis, que são almas justas etc.
Aos que estão na miséria que revisem sua conduta; que se julguem a si mesmos; que se sentem, ainda que seja por um instante, no banco de acusados; que, depois de uma sumária análise de si mesmos, modifiquem sua conduta. Se estes que se acham sem trabalho se tornassem castos, infinitamente caritativos, aprazíveis, serviçais em cem por cento, é óbvio que alterariam radicalmente a causa de sua infelicidade,modificando-se, em conseqüência, o efeito.
Não é possível alterar um efeito se antes não se modificou radicalmente a causa que o produziu; não existe efeito sem causa, nem causa sem efeito. Não há dúvida de que a miséria tem suas causas nas bebedeiras, na asquerosa luxúria, na violência, nos adultérios, no esbanjamento e na AVAREZA.
Não é possível que alguém se encontre em miséria quando o Pai, que está em secreto, se encontra presente, aqui e agora. Um relato:
Em certa ocasião, meu Real Ser Interior, minha Mônada Imortal, me tirou do corpo físico para me dar instruções sobre determinado discípulo. Concluídas estas, não vi inconveniente em me dirigir ao Senhor Íntimo com as seguintes palavras: “Estou cansado de ter corpo. Eu o que queria era desencarnar”. Nestes instantes, o Senhor de Perfeições, meu Deus Interior, respondeu com voz solene: “Por que protestas? Eu te dei pão, agasalho e refúgio, e ainda protestas? Recordas os últimos dias de tua passada existência? Andavas pelas ruas do México descalço, com o traje rasgado, velho, enfermo e na mais espantosa miséria. E como vieste a morrer? Num casebre imundo.
Então eu estava ausente”. Em tais momentos resplandecia a face do Senhor, em seus olhos azuis se refletia o céu infinito, sua branca túnica de glória chegava até seus pés. Tudo n'Ele era perfeição. “Senhor”, disse-lhe, “eu vim para beijar tua mão e receber tua bênção.” O Adorável me abençoou e beijei sua destra.Quando o filho anda mal, o Pai se ausenta e, então, aquele cai em MISÉRIA.
Agora ireis compreendendo melhor, o que é a miséria, por que chega, como chega.
O Pai que está em secreto tem poder suficiente para nos dar e para nos tirar também. “Ditoso o homem que Deus castiga."
O Karma é uma medicina que se nos aplica para nosso próprio bem. INFELISMENTE, as pessoas, em vez de se inclinar reverentes ante o eterno Deus vivo, protestam, blasfemas, justificam-se a si mesmas,desculpam-se nesciamente e lavam as mãos como Pilatos. Com tais protestos não se modifica o Karma; ao contrário, torna-se mais duro e severo.
Reclamas fidelidade do cônjuge, quando nós mesmos fomos adúlteros nesta ou em vidas precedentes. Pedimos amor, quando fomos desapiedados e cruéis. Solicitamos compreensão, quando nunca soubemos compreender a ninguém, quando jamais aprendemos a ver o ponto de vista alheio.
Anelamos ditas imensas, quando fomos sempre a origem de muitas desditas.
Quiséramos nascer num lar muito formoso e com muitas comodidades, quando não soubemos, em passadas existências, brindar nossos filhos com lar e beleza. Protestamos contra os insultadores, quando sempre insultamos a todos os que nos rodeiam. Queremos que nossos filhos nos obedeçam, quando jamais soubemos obedecer a nossos pais.
Molesta-nos terrivelmente a calúnia, quando nós sempre fomos caluniadores e enchemos o mundo de dor. Fastia-nos a fofoca, não queremos que ninguém murmure de nós e, não obstante, sempre andamos entre intrigas e murmúrios, falando mal do próximo, mortificando a vida aos demais. Quer dizer, sempre reclamamos o que não demos. Em todas as nossas vidas anteriores fomos malvados e merecemos o pior; porém supomos que se nos deve dar o melhor.
Os enfermos, em vez de se preocuparem tanto por si mesmos, deveriam trabalhar pelos demais, fazer obras de caridade, tratar de sanar a outros, consolar os aflitos, levar o médico aos que não tem com que pagá-lo, distribuir medicamentos etc., e assim cancelariam seu Karma e se sanariam totalmente.
Aqueles que sofrem em seus lares deveriam multiplicar sua humildade, sua paciência e serenidade. Não contestar com más palavras, não tiranizar o próximo, não enfastiar os que nos rodeiam, saber desculpar os defeitos alheios com uma paciência multiplica até o infinito. Assim cancelariam seu Karma e se tornariam melhores.
do livro Sim, Há Inferno, Diabo e Karma.

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