domingo, 28 de fevereiro de 2010

a cor dos seus medos?


Quando nossas vivências envolvem um setor específico de ações, reações ou relacionamentos, por exemplo, setor afetivo, profissional, familiar, pessoal, social. a síntese da experiência vivenciada estará, incondicional e inevitavelmente, armazenada em uma prateleira que, por sua própria natureza, gerencia a área que abrange aquele setor.
Cada uma dessas prateleiras cuida de um setor da vida e é como se cada uma delas tivesse algumas repartições, nas quais cada outra se mantém representada. É como se pudéssemos visualizar um armário onde cada prateleira tem uma cor e suas repartições têm todas as freqüências. Algo que unifica as duas características da energia: a positiva e a negativa. Graficamente, alguma coisa que pode ser representada assim:
Quando, por exemplo, vivemos um mal de amor - uma carência profunda, uma decepção ou uma rejeição – tal experiência é armazenada em nossa quarta prateleira e, da mesma forma, se atravessamos uma fase positiva no setor afetivo e coisas boas vêm acontecendo nessa área da vida, a mesma gaveta absorve aquelas experiências como sínteses adequadas e equilibradas que irão freqüencialmente estimular novas boas experiências.
Ou seja, o que nos faz bem ou o que nos atinge de forma destrutiva, num mesmo setor, fica guardado, da mesma forma, na mesma gaveta ou prateleira desse armário. Entretanto, o que nos faz bem vale a pena manter ali, guardadinho. São belas embalagens aquelas que armazenam as coisas boas que vivenciamos. Mas o que nos faz mal precisa sair, pois faz o maior estrago e provoca a maior bagunça em nosso armário. E, o que complica muito mais essa história toda é que essas freqüências ruins irão atrair novos conflitos, novas inadequações, novas perdas, enfim...
Entre os nossos conflitos e sofrimentos, os que envolvem os medos que nutrimos no dia-a-dia ficam armazenados na prateleira que cuida da nossa sobrevivência! Essa prateleira do nosso armário cuida de nossa segurança e em cada outra prateleira existe uma repartição na qual ela está representada.
A síntese freqüencial de uma situação que nos atinge e causa sofrimentos provoca a vibração de ondas contaminadas com características ruins. Sabemos que as freqüências iguais se atraem e assim, por vezes, sem nem imaginarmos que isso pode acontecer, vamos vibrando uma energia que ocasiona aqueles inevitáveis transtornos que, afinal, são causados por nós mesmos!
Nesse momento, se tomamos consciência de algumas coisas bastante importantes, passamos a compreender que não existem pessoas sorteadas para uma experiência específica. Não existe um Deus que traça o destino e escolhe deliberadamente entre seus filhos aqueles que vão sofrer ou aqueles que serão abençoados com as maravilhas da vida. Com certeza isso não acontece! Se essa crença faz parte de sua vida, procure repensá-la... Compreender isso bem a fundo é muito importante para se prevenir ou eliminar os revezes de sua vida. Afinal, não existe qualquer pessoa sorteada ou escolhida para vivenciar uma experiência pré-definida ou determinada por algo externo.
Também e nem mesmo existe um destino pré-traçado por qualquer força externa a da nossa própria individualidade. Nós mesmos é que forjamos a golpes de pensamentos e sentimentos, bons ou ruins, a nossa própria eternidade! A questão é que nem sempre sabemos o que isso significa ou que as coisas acontecem dessa forma. Em outras vezes, se sabemos, nem sempre nos lembramos desse fato. Ainda em algumas situações, uma triste, mas opcionalmente lúcida irresponsabilidade perante este mesmo fato é que nos impede a regência de nossos momentos. E, por fim, tudo vai se concretizando de maneira sofrida e inadequada. Uma continuidade de problemas e conflitos que, muitas vezes, seriam facilmente adequáveis, toma conta de nossas vidas e amplia a nossa cegueira essencial que, antes, já nos impediu de transmuta-los.
Em grande parte, tais situações transcorrem dessa forma em função dos conceitos que recebemos desde a infância. O conjunto do Ser x Pessoa que somos, nos traz diferentes impressões sobre isso. Porém, o mais importante é que, independentemente de onde venham nossas crenças ou há quanto tempo estejam nos acompanhando, precisamos estar sempre conscientes e nos lembrando de que transformar nossa realidade depende única e exclusivamente de nós mesmos e de nossa dedicação a isso, utilizando o nosso Poder da Vontade, aquele que herdamos da Energia Criadora e que devemos utilizar pelo exercício do Amor, lembram-se? Em dois artigos anteriores abordamos este tema. Se você ainda não leu, vale a pena... Afinal, é assim que podemos nos prevenir de novos conflitos e problemas.
Vamos voltar a falar dos nossos medos? Já deu pra imaginar? Deu pra começar a sentir o que nós, seres humanos, estamos fazendo com a gente, com nós mesmos? Observe um pouquinho a realidade, a sua vida. O mundo. Os noticiários que diariamente você acompanha. As dificuldades e preocupações que você vem enfrentando em família, no trabalho, na vida afetiva ou em outros setores. Pense um pouquinho no que você vem sentindo, qual tipo de sentimento vem sendo predominante em sua vida e como você vem qualificando seus pensamentos. Nossos medos nos atingem a todo tempo!
Temos medo de perder a vida, a saúde ou de que as pessoas que amamos percam as suas. Temos medo de perder dinheiro, de perder os prazos, de perder a hora, de não chegar a tempo, e não encontrar alguém. De perder o emprego, de perder o carro, a casa, nossos bens já que o tempo todo estamos expostos à maldade, à sede de poder, à egóica retenção e à miséria que resseca os corações humanos, endurecendo, enrijecendo e bloqueando os canais do amor, da luz, da fraternidade, do compartilhar.
Temos medo de nos mostrar e perder as aprovações alheias e, por isso, medo de perder os amigos, os amores, as pessoas que amamos não pela fatalidade, mas pelo intencional abandono, pela vergonha, pela raiva, pela disputa, pelo ódio. Nosso medo do fim é constante e contínuo. Temos medo de errar e perder nosso emprego, nosso salário e os nutrimentos que ele nos permite obter. Temos medo de perder os nutrimentos, de não ter o que comer, o que vestir, o que nos proteger e quem nos proteger também. Temos medo de perder o perdão, nosso valor e o direito à vida eterna. Tantos preconceitos nos levam a sentir perdas prementes que nos impedem o contato com Deus em nós.
Temos medo de perder nossas medidas perfeitas, nossas grifes, nossas jóias, nossos títulos, nossos cargos, o status que nossos bens nos trazem porque eles se tornaram tão importantes para demonstrar nossos valores, para podermos saber mostrar quem somos, já que, há tanto tempo, quase sem perceber, estamos numa roda viva que nos leva a cada vez mais nos perdermos de nós mesmos e acreditarmos que somos o que temos.
É urgente um resgate. É preciso aprender o caminho do retorno a si. É preciso, o tempo todo, se lembrar de quem se é. Com total merecimento. Tendo muito, de tudo, sempre. Sem jamais depender de qualquer coisa externa para se medir o próprio valor. Ter muito, sendo o que se É, sempre! Lembrando de que cada outro também É, procurando resgatar a unidade da vida em busca da União dos seres!
Precisamos parar de vibrar nossos medos. É preciso que cada um de nós aprenda a se cuidar, aprenda a harmonizar-se... Independentemente dos estímulos do meio. E isso é muito importante porque são eles, exatamente nossos medos que, contaminando nossas vibrações, espalham ao nosso redor as freqüências que vão atrair as novas dificuldades, problemas e conflitos de nossas vidas e vão somar vibrações que intensificarão o medo em outras pessoas e poderão abrir canais à ampliação da violência, da retenção, da satisfação a qualquer custo, do ódio retentivo que corrói o discernimento dos homens.
Precisamos descobrir, acreditar em nossa verdadeira condição para recriarmos a vida que ressurgirá dos medos, criando em nosso mundo seres plenos e repletos de certezas que emanam e expressam o nosso mais pleno e intenso poder. Aquele Poder que pela Vontade cria, pelo Amor transforma e pelo nutrimento da Individualidade Essencial transmuta nossa consciência a cada descoberta de que somos Cristos em evolução.
Devemos manter a atenção em expandir o bem ao nosso redor e o controle de nossos medos é um excelente termômetro para nosso auto-reconhecimento.Isabel Romanello.

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