sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Espírito da Terra.


Muitos de nós andamos pela terra e vemos apenas uma massa aparentemente morta, mas um dos primeiros fatos revelados a nossa consciência pela iniciação é a realidade vivente do Espírito da Terra. Como a superfície do corpo é morta em comparação com os órgãos internos, assim também o invólucro externo da terra, sendo incrustado, não dá idéia da maravilhosa atividade interna. No caminho da Iniciação são reveladas nove diferentes camadas, e no centro dessa esfera rolante nós nos deparamos com o Espírito da Terra, face a face. É bem verdade que ele está "gemendo e labutando" na terra por todos nós, trabalhando e ansiosamente esperando por nossa manifestação como Filhos de Deus, para que, como a alma que busca e que agora está confinado, por nossa causa.

Naturalmente, o Espírito da Terra não deve ser imaginado como sendo um homem muito grande, ou como tendo uma forma física que não seja a própria Terra. O corpo vital de Jesus, no qual o Espírito de Cristo foi enfocado ,muito antes de seu real ingresso na Terra, tem a forma humana comum; está protegido e é apresentado ao candidato em um certo ponto de sua marcha progressiva. Algum dia, em um futuro distante, ele abrigará novamente o benevolente Espírito de Cristo em Seu retorno do centro da Terra, quando nós nos tenhamos tornado etéricos e quando Ele estiver pronto para elevar-se a esferas superiores, deixando-nos para sermos ensinados pelo Pai, cuja religião será maior do que a religião cristã.

O mito de Fausto apresenta uma curiosa situação no encontro do herói, que é a alma que busca, com diversas classes de espíritos. O espírito de Fausto, inerentemente bom, sente-se atraído para as ordens superiores; sente-se afim com o benevolente Espírito da Terra, e lamenta a incapacidade para dete-lo e aprender com ele. Face a face com o Espírito de Negação que está muito desejoso de ensinar e servir, - em certo sentido, ele se considera mestre - ele sabe que esse espírito não pode sair, passando sobre o símbolo da estrela de cinco pontas, na posição em que está colocado no chão. Mas, tanto sua incapacidade para prender o Espírito da Terra e obter ensinamentos desse exaltado Ser, como seu domínio sobre o Espírito de Negação, decorrem do fato de ter entrado com eles por acaso e não pelo poder da alma desenvolvido internamente.

Quando Parsifal, o herói de outro desses grandes mitos da alma, visitou o Castelo do Graal pela primeira vez, foi-lhe perguntado como havia chegado lá, e ele respondeu "Eu não sei". Apenas aconteceu ele entrar no lugar sagrado, como uma alma que, algumas vezes, tem um vislumbre do reino celestial; mas ele não pode ficar em Mont Salvat. Foi forçado a sair novamente pelo mundo e aprender sua lição. Muitos anos depois ele voltou ao Castelo do Graal, desgastado e exausto com a busca, e a mesma pergunta foi-lhe feita: "Como chegou aqui?" Mas dessa vez sua resposta foi diferente, pois ele disse: "Através da busca e do sofrimento, eu vim."

Este é o ponto cardeal que marca a grande diferença entre pessoas que, por acaso, entram em contato com espírito dos reinos suprafísicos ou tropeçam na solução de uma Lei da Natureza, e as pessoas que, por diligentes pesquisas e principalmente por viverem a vida, alcançam a Iniciação consciente nos segredos da Natureza. As primeiras não sabem como usar inteligentemente estes poderes, e são portanto indefesas. As últimas são sempre donas das forças que controlam, enquanto que as outras são um joguete para quem quer que deseje aproveitar-se delas.Max Heindel.

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