terça-feira, 10 de janeiro de 2012

MUNDOS INFINITOS – (RUMI)



A cada instante a voz do amor nos circunda e partimos em direção ao céu profundo.

Por que deter-se a olhar ao redor? Já estivemos antes por esses espaços e até os anjos os reconhecem.

Retornemos ao mestre, que é lá nosso lugar.

Estamos acima das esferas celestes, somos superiores aos próprios anjos.

Além da dualidade nossa meta é a glória suprema.

Quão distante está o mundo terreno do reino da pura substância?

Por que descemos tanto? Apanhemos nossas coisas e subamos mais uma vez

Sorte não nos faltará ao entregarmos de novo nossas almas.

Nossa caravana tem por guia Mustafá, a glória do mundo.

Ao contemplar sua face a lua partiu-se em dois pedaços.

Não pôde suportar tanta beleza e fez-se feliz mendicante frente àquela riqueza.

A doçura que o vento nos traz é o perfume de seus cabelos.

A face que traz consigo a luz do dia reflete o brilho de seus pensamentos.

Olha bem dentro de teu coração e vê a lua que se despedaça.

Por que teus olhos ainda fogem dessa visão maravilhosa?

O homem emerge do oceano da alma como os pássaros do mar.

Como há de ser terra seca o lugar do descanso final de uma ave nascida nesse mar?

Somos pérolas desse oceano. A ele pertencemos. Cada um de nós.

Seguimos o movimento das ondas que se arrastam até a terra e então retornam ao mar.

E eis que surge a última onda e arremessa o navio do corpo à terra.

E quando essa onda regressa naufraga a alma em seu oceano.

E este é o momento da união.

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