sexta-feira, 30 de março de 2012

Juízes do carma.


A palavra “Karma” significa a ação e a sua conseqüência; constitui ao mesmo tempo causa e efeito, porque toda a ação gera uma força de energia que nos é devolvida na mesma espécie. Não há nada de novo na Lei do Karma. Todos já ouvimos a expressão “Colherás aquilo que semeares”. Como é óbvio, se queremos criar felicidade nas nossas vidas, temos de aprender a semear as sementes da felicidade. Portanto, o karma implica a ação da escolha consciente. Nós somos acima de tudo sujeitos dotados da possibilidade infinita de escolher. Em todos os momentos da nossa existência, encontramo-nos naquele campo de todas as possibilidades que nos dá acesso a uma infinidade de escolhas. Algumas dessas escolhas são feitas conscientemente, outras fazem-se inconscientemente. Mas a melhor forma de compreender e aproveitar ao máximo a aplicação da Lei do Karma é adquirir o conhecimento consciente das escolhas que se fazem em cada momento. Quer isto lhe agrade ou não, todas as coisas que lhe acontecem no momento presente resultam das escolhas que fez no passado. infelizmente, muitos de nós fazemos escolhas das quais não temos consciência, por isso não as vemos como escolhas. No entanto, Se eu o insultasse, o mais provável seria você fazer a escolha de ficar ofendido. Se eu lhe fizesse um cumprimento, o mais provável seria você sentir-se satisfeito ou lisonjeado. Mas pense bem nisto: Não deixa de ser uma escolha. Eu poderia ofendê-lo e insultá-lo e você poderia escolher não ficar ofendido. Eu poderia fazer-lhe o cumprimento e você também poderia escolher não se lisonjear por isso. Por outras palavras, a maioria de nós apesar de sermos sujeitos dotados de uma infinita possibilidade de escolha tornamo-nos feixes de reflexos condicionados nos quais as pessoas e as circunstâncias desencadeiam efeitos de comportamento previsíveis. Esses reflexos condicionados funcionam como os reflexos de Pavlov. pavlov ficou conhecido por ter demonstrado que, se dermos a um cão qualquer coisa de comer sempre que tocarmos uma campainha, em breve o cão começará a salivar só de ouvir o som da campainha, porque faz a associação de um estímulo com o outro. A maioria de nós, como resultado do condicionamento, responde de formas repetitivas e previsíveis aos estímulos do ambiente. As nossas reações parecem ser automaticamente desencadeadas pelas pessoas e pelas circunstâncias e esquecemo-nos de que elas não deixam de ser escolhas que estamos sempre a fazer em cada momento da nossa existência. Apenas fazemos essas escolhas inconscientemente. Se olhar para trás por um instante e reparar nas escolhas que faz no momento em que as faz, só pelo simples ato de testemunhar as suas escolhas transporta todo o processo do âmbito do inconsciente para o âmbito do consciente. Este processo de escolha consciente e observada transmite-nos um grande poder. Sempre que fizer uma escolha, qualquer escolha pergunte duas coisas a si mesmo: em primeiro lugar, Quais são as conseqüências desta escolha que estou a fazer?” o seu coração logo lhe dará a resposta; em segundo lugar, “Esta escolha que estou a fazer trará alegria, a mim e aos que me rodeiam?” Se a resposta for sim, mantenha a escolha. Se a resposta for não, se a escolha trouxer angústia, a si ou aos que o rodeiam, diga não a essa escolha. É tão simples como isto. Só há uma escolha, entre toda a infinidade de escolhas que pode fazer em cada segundo, que trará ao mesmo tempo felicidade para si e para os que o rodeiam. E quando fizer essa escolha, daí resultar uma forma de comportamento que designaremos por ação correta espontânea. A ação correta espontânea consiste na ação correta praticada no momento certo. Constitui a resposta certa para todas as situações à medida que elas ocorrem. É a ação que lhe dá suporte, a si e a todos os que estiverem sob a influência dela. O universo possui um mecanismo muito interessante para nos ajudar a fazer espontaneamente as escolhas carretas. Esse mecanismo encontra-se ligado às sensações do corpo. O nosso corpo sofre dois tipos de sensações: sensação de conforto e sensação de desconforto, Sempre que fizer uma escolha consciente. Consulte o seu corpo e pergunte-lhe: “Se é isto, o que é que vai acontecer? Se o seu corpo der uma mensagem de conforto, encontra-se perante a escolha correta. Se o seu corpo emitir uma mensagem de desconforto, encontra-se perante a escolha errada. Para algumas pessoas, a mensagem de conforto e desconforto situa-se na área do plexo solar, mas para a maioria das pessoas situa-se na área do coração. Em consciência, volte a sua atenção para o coração e pergunte-lhe o que deve fazer. Depois espere pela resposta, uma resposta física sob a forma de sensação. Pode ser o mais leve grau do sentir - mas está lá, no seu corpo. Apenas o coração sabe a resposta correta. A maioria das pessoas pensa que o coração é piegas e sentimental. Mas não é. O coração é intuitivo, holístico, contextual e relacional. Não possui uma orientação de ganho-perda. Bate no computador cósmico - o campo da potencialidade pura, da sabedoria pura e do poder organizador infinito - e toma tudo em conta. Por vezes pode não parecer racional, mas o coração possui uma capacidade de computador que mostra muito mais exatidão e precisão do que tudo o que se pode encontrar dentro dos limites do pensamento racional. Pode utilizar a Lei do Karma para produzir dinheiro e Prosperidade, e para que todas as coisas boas fluam para si sempre que quiser. Mas primeiro tem de estar bem consciente de que o seu futuro é gerado pelas escolhas que fizer em cada momento da sua vida. Se fizer isto com regularidade, aproveitará ao máximo a Lei do Karma. Quanto mais trouxer as suas escolhas para o plano do conhecimento consciente, mais escolhas retas espontâneas fará - tanto para si como para aqueles que o rodeiam.

O que podemos fazer acerca do karma do passado e como o influenciar a ele agora? Há três coisas que pode fazer acerca do karma do passado. Uma é pagar as suas dívidas de karma. A maioria das pessoas escolhe fazer isso inconscientemente, claro. Também pode fazer essa escolha. Muitas vezes, o pagamento dessas dívidas implica muito sofrimento, mas a Lei do Karma afirma que nenhuma dívida no universo fica por pagar. O sistema contabilístico do universo é perfeito e todas as coisas constituem uma constante troca de energia “para lá e para cá”. A segunda coisa que pode fazer é transformar o seu karma numa experiência melhor. Este constitui um Processo muito interessante, através do qual se interroga a si mesmo, enquanto paga a sua dívida de karma: “posso eu aprender com esta experiência? Porque está isto a acontecer-me? Que mensagem quer o universo transmitir-me? Como posso tornar esta experiência útil para os outros seres humanos?” Fazendo isto, procura a semente da oportunidade e depois liga-a ao seu dhanna, a sua finalidade na vida, de que falaremos na Sétima Lei Espiritual do Sucesso. Isto permite-lhe transmutar o karma para uma forma de expressão diferente. Por exemplo, se partir uma perna quando estiver a fazer desporto, pode perguntar a si próprio: “O que posso aprender com esta experiência? Que mensagem quer o universo dar-me?” Talvez a mensagem seja que você está a precisar de abrandar, e ser mais cuidadoso Ou atento ao seu corpo, para a próxima vez. E se o seu karma for ensinar aos outros aquilo que aprendeu, perguntando “Como posso eu tornar esta experiência útil para mim e para os outros seres humanos?”, talvez decida partilhar aquilo que aprendeu, escrevendo um livro sobre como praticar desportos com segurança. Ou Pode conceber uns sapatos especiais ou um apoio especial para a perna, de modo a prevenir o tipo de acidente que lhe ocorreu. Assim, ao mesmo tempo que paga a sua dívida de karma, também converte a adversidade num bem que lhe pode trazer riqueza e realização. Esta é a forma de transmutar o seu karma numa experiência positiva. Na verdade, não se libertou dele, mas conseguiu pegar num dos seus aspectos e transformá-lo num karma novo e positivo. A terceira forma de lidar com o karma é transcendê-lo.

Transcender o karma é tornar-se independente dele. A forma de transcender o karma consiste na experiência da abertura, do Eu, da Alma. É como lavar uma peça de roupa suja numa corrente de água. Cada vez que a lava, limpa-a de algumas nódoas. Se continuar a lavá-la repetidas vezes, de cada vez vai ficando um pouco mais limpa. Consegue lavar ou transcender as sementes do seu karma entrando na abertura e voltando a sair. Claro que isto se faz através da prática da meditação. Todas as acções consistem em aspectos do karma. Tomar uma xícara de café consiste num aspecto do karma. Essa ação gera memória e a memória possui a capacidade ou a potencialidade para gerar desejo. E O desejo gera de novo ação. O software operacional da nossa alma é constituído por karma, memória e desejo A nossa alma consiste num feixe de consciência que possui as sementes do karma, da memória e do desejo. Ganhando consciência destas sementes de manifestação, torna-se gerador de realidade consciente. se um sujeito consciente das escolhas que faz, começa a gerar acções que são evolucionárias para si e para aqueles que o rodeiam. Isso é tudo o que precisa de fazer. Se o karma for evolucionário - tanto para o Eu como para todos os que são afetados pelo Eu, o fruto do karma será de felicidade e sucesso.

Do livro As Sete Leis Espirituais do Sucesso, de Deepak Chopra.

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