quarta-feira, 16 de maio de 2012
A ERA DOS DEUSES.
Houve um tempo em que a Terra foi habitada por seres a que os humanos chamavam deuses. Estes deuses governavam as várias partes da Terra directamente ou por delegação em humanos semideuses ou simplesmente humanos, participando e motivando as guerras que ao longo da História se foram tornando conhecidas. Esta afirmação parece ser fruto de uma imaginação hilariante e desprovida de bases científicas, religiosas ou históricas. Mas será que é assim? Vejamos.
Quem conhece um pouco da mitologia grega e das inumeráveis atribulações que afectavam os deuses e os humanos, além das atrocidades cometidas por aqueles, com especial destaque para o grande Zeus, pode pensar que tudo não passa de uma criação feita pela imaginação dos gregos antigos que, para além dessas histórias de deuses, nos legaram também os mitos (peças de teatro) que ainda hoje quebram a cabeça de quem se dedica à área da psicologia, e nos alimentaram com a sua filosofia.
A criação dos mitos, como o mito de Sísifo ou o mito de Édipo (complexo de Édipo), por exemplo, é de tal modo complexa e se refere directamente à verdadeira natureza humana, que não é possível que tenham sido criados por uma população inculta e de conhecimentos rudimentares. A filosofia vem confirmar que se tratava, realmente, de gente muito culta e com profundo saber acerca da condição humana.
Mas então se isto é verdade, porque será que consideramos as histórias dos deuses como pertencentes ao imaginário colectivo grego e que não correspondem a factos reais?
O livro mais vendido no mundo, a Bíblia, confirma que, em determinada época os deuses habitaram entre nós. Basta ler o Génesis, 6.1-4. Evidentemente que onde se lê filhos de Deus, deveria ler-se filhos dos deuses. Isto é o resultado de tentativas toscas de adaptar a Bíblia, mesmo o Antigo Testamento, às necessidades doutrinais da religião, que fala sempre em Deus e não em deuses. Um trecho interessante é aquele em que Iahweh, transcrito para português como Jeová ou Javé, expulsando o homem e a mulher do paraíso diz: “O homem tornou-se como um de Nós, conhecedor do bem e do mal”. O “Nós” é sem dúvida plural, não indica somente ele, Iahweh, mas esses seres a que passámos a chamar deuses. Nem poderia ser de outra forma, pois o homem não se tinha tornado Deus, mas sim igual aos deuses.
Além de ser o livro mais vendido no mundo e considerado por muitos como o livro mais sagrado, a Bíblia tem sido também o livro mais controverso e sujeito a uma miríade de interpretações. Algumas escolas esotéricas dizem que tem várias leituras: a literal, a simbólica e a alegórica. Isto quer dizer que algumas das suas passagens podem ser entendidas de forma literal, que algumas figuras e personagens podem ser considerados simbólicas e que algumas histórias são pura alegoria. Mas isto não é mais do que um arranjo conveniente que a religião introduziu para evitar sérios embaraços que algumas das passagens da Bíblia provocam. O Iahweh ou Javé é um deus cruel e sanguinário, não há como entendê-lo de forma simbólica ou alegórica. A visão de Ezequiel é a descrição de uma nave alienígena, não há como evitar a comparação com as outras descrições que têm vindo a ser conhecidas.
Nem tudo, no entanto, pode ser lido de forma literal. A história de David e Golias é uma alegoria, assim como o reino de Israel à altura do rei David não passava de um reino de pastores nómadas. A construção da Arca de Noé também não pode ser aceite como uma acontecimento verdadeiro. Basta fazermos alguns cálculos simples para chegarmos a essa conclusão.
A mitologia é tida na generalidade como um conjunto de fábulas sobre histórias de deuses, de semideuses, e como fruto da imaginação dos povos antigos. Há muito de verdade nisto, pois se os mitos correspondem a acontecimentos verdadeiros, a sua narração foi sendo alterada ao longo do tempo pois, como se costuma dizer, “quem conta um conto acrescenta um ponto”. Assim chegaram aos nossos dias histórias fabulosas de deuses com várias cabeças, de deuses que devoram os próprios filhos, de monstros de várias naturezas, etc. É exemplo flagrante a mitologia grega. No entanto…
O mundo está cheio de vestígios que demonstram que em determinada época da antiguidade foi habitado por seres poderosos, possuidores de uma tecnologia superior, em alguns aspectos, àquela que possuímos hoje. As evidências estão por toda a parte, mas a nossa sociedade procura ignorá-las, deixando o assunto para os sonhadores e românticos de um passado extraordinário. Por um lado, a crença de que um Deus humanizado fez tudo, fez o universo, as estrelas, os planetas e, naturalmente, o homem. Por outro lado, há aqueles que atribuem tudo às leis da evolução, que podem estar certas quando se referem à Natureza em geral, mas que falham quando dizem respeito ao ser humano, cuja evolução contém grandes mistérios, principalmente no que refere aos verdadeiros “saltos quânticos” para os quais ainda não se encontrou uma explicação razoável. Por exemplo, ninguém sabe exactamente porque é que o “Homo de Neardhental” desapareceu da face da Terra e foi substituído pelo “Homo Sapiens”, o homem moderno, não havendo nenhuma ligação entre os dois. Pelas leis de evolução das espécies o ser humano não estaria no patamar em que está hoje.
Existe uma enorme confusão na classificação dos seres que antecederam o homem moderno, os especialistas da área têm ideias diferentes acerca da nossa progressão sobre a Terra. Por exemplo, e para dar uma noção do que seria o homem hoje se sujeito apenas às leis da evolução, o “Homo Ergaster”, um ser que habitou a terra há cerca de 3 milhões de anos, era nómada e vivia da caça que apanhava usando como arma lascas afiadas de sílex. Levou cerca de um milhão de anos para descobrir que se colocasse a lasca de sílex na ponta de uma vara, a caça seria mais fácil.
O homem racional insiste em atribuir realizações fantásticas do passado aos seres humanos da época, usando ferramentas rudimentares mas realizando obras fabulosas. O caso mais curioso é o das pirâmides de Gize no Egipto. Inúmeras teorias acerca da sua construção, principalmente da maior, atribuída a Quéops ou Khufu, têm sido desenvolvidas, tentando explicar o inexplicável. Todas as teorias caem pela base se fizermos uma simples operação de aritmética: a Grande Pirâmide foi construída com 2 milhões e trezentos mil blocos de granito, pesando em média, cada um, duas toneladas e meia; Quéops, o presumível construtor, foi faraó durante 23 anos, ou 8.395 dias; se a pirâmide tivesse começado a ser construída logo no primeiro dia da sua instalação como faraó e continuasse ininterruptamente durante os 23 anos do seu reinado, sem um único dia de descanso, seria necessário assentar diariamente 274 daqueles blocos de granito de 2 toneladas e meia. Hoje, com toda a tecnologia de que dispomos, seria um empreendimento impossível. Como é que se insiste que foram os egípcios do tempo de Quéops que a construíram?
Ainda em relação á Grande Pirâmide, ninguém consegue explicar a perfeição e a mínima margem de erro das seus medidas e dos seus ângulos, tarefa que hoje é ainda impossível, pois não existe obra no mundo com tão pequena margem de erro.
A teoria de que a elevação dos blocos de pedra foi feita através de uma rampa, rolando os blocos sobre toros de madeira é, no mínimo, ridícula. Por um lado seria necessário reunir uma quantidade de material maior do que o aplicado na pirâmide para fazer a rampa. Por outro lado o rolamento sobre toros de madeira é moroso e rudimentar, que não tem nada a ver com a técnica aplicada na construção, uma técnica superior de que ainda hoje não temos o menor vislumbre.
Restam assim duas alternativas para explicar a sua construção: ou a pirâmide foi construída durante muito mais tempo do que o do reinado de Quéops, correndo a sua construção ao longo de vários reinados; ou foi construída há muito mais tempo do que se supõe por esses seres a que os humanos chamaram deuses.
Manuel O. Pina.
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