domingo, 16 de dezembro de 2012

LOS CISNES.

II Los he visto pasar en la hora imponente Bajo el palio de plata de una noche de Enero Mientras el lago negro se hacía cancionero De una rima de paz misteriosa y silente; En la tinta movible de las aguas del lago Rielaba de la luna una franja espectral! Y los cisnes cortaban la franja en un canal Hecho para sus cuerpos en el oleaje vago; El temblor de la noche transmitido en el viento Se asombraba del blanco plumaje inmaculado Y por no desflorarlo se ocultó avergonzado Un lirio, en el ramaje informe y ceniciento. Los he visto de día bajo el palio del sol Cuando enel lago quieto se miraba el azul Del cielo y el espacio era así como un tul Bordado en polvo de oro y enfermo de arrebol; Puestos en la blancura como una nueva blancura Triunfaban sobre todo y hasta el sol los mimaba, Por besarlos más suave sus rayos tamizaba En las flores y luego los ponía en sua albura. Los he visto en la aurora como raro diamante Irisarse el plumaje y volverse una rosa Que surcaba las aguas sobre una mariposa Gigantesca y de cuello tornado interrogante. Los he visto en la tarde cuando el sol se moría Y el lago era de sangre y era sangre su pluma, Pluma que se tornaba al correr de la bruma Nenúfar azulado que en la sombra se abría. ¡Y yo no sé en qué hora los encontré más bellos!... Os cisnes I Como uma branca ronda de flores cujo talo Sob as águas se erguesse, mórbido e elegante Vão os cisnes de espuma em fila deslizante É uma procissão fantástica! Parecem - volúveis e elegantes- alminhas femininas Mansamente indolentes, mansamente felinas. Feito um interrogante seu colo é como símbolo Da alma que encarnaram e lá vão suavemente Perguntando ao Mistério o mistério insolvente. E ao vê-los feito enigmas desfilando, se pensa Naquela lenda branca do raro Lohengrin Puxado por um cisne sobre as águas do Rhin. Outras vezes, bem quietos sobre o lago azulado, Nos lembram um parêntesis concedido ao sentido, Um sono de um espírito que ficou adormecido... E se ocultam o colo de beleza soberba, Sob a asa de uma neve ricamente bordada Voltam-se, sem o pescoço, a Beleza truncada! II Eu já os vi passar naquela hora imponente Sob o pálio de prata das noites de Janeiro Enquanto o lago negro fazia cancioneiro De uma rima de paz misteriosa e silente; E na tinta movível das águas desse lago A lua tremulava um reflexo espectral! E os cisnes cortavam o brilho num canal Feito para seus corpos nesse refluxo vago; O tremor dessa noite transmitido no vento Se admirava da branca pluma imaculada E ocultou-se uma flor virgem envergonhada Temerosa ante o ramo disforme e cinzento. E eu já os vi de dia sob o pálio do sol Quando o azul do céu olhava-se no lago E era o espaço como algum véu fino e vago Bordado em pó de ouro e enfermo de arrebol; Postos nessa brancura como nova brancura Triunfavam sobre tudo e até o sol os mimava, Por beijá-los mais suave os raios tamisava Entre mil flores e logo punha-os em sua alvura. Eu os vi na aurora, como raro diamante Irisar-se a plumagem e tornar-se uma rosa Que sulcava as águas sobre essa mariposa Gigantesca e de colo feito interrogante. Eu os vi ao entardecer, quando o sol morria E o lago era de sangue e era sangue sua pluma, Pluma que se tornava na corrida da bruma, Nenúfar azulado, que na sombra se abria. E eu não sei em que hora os encontrei mais belos!... Alfonsina Storni.

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