quinta-feira, 17 de maio de 2012
Ludwig Van Beethoven.
Compreender este génio – ou o de Shakespeare, de Paracelso, de Ricardo Wagner, de Leonardo da Vinci, de Miguel Ângelo, de Goethe, ou de Camões e assim por diante – não é fácil. Como todos os outros, possui tão elevada experiência, adquirida ao longo de muitas vidas, que tem uma capacidade epigenésica fora do comum – acompanhada do carácter brusco e quase intratável de que o acusam, mas que não pode ser apreciado de acordo com os parâmetros habituais ou preconceituosos.
Se unirmos as palavras que no intróito acima se transcrevem, às de Santo Isidoro de Sevilha (560-636) ao defender "a música como a criadora de tudo o que existe", a que conclusão – ou conclusões – chegaremos?
E se juntarmos agora estes dois pontos de vista aos ensinamentos expendidos por Max Heindel sobre esta sublime arte, não se tornarão eles muito mais luminosos?
Mas deixemos estes pensamentos transcendentais e limitemo-nos à obra e à vida de Beethoven, cujo monumento evocativo visitámos num belo dia do Verão de 1995, em Viena, a capital da música, na companhia da nossa esposa.
Ao redor floriam lindas rosas vermelhas que serviam de excelente elo de união das nove estátuas colocadas na base do monumento. São alegorias das suas nove Sinfonias. Tudo contribuía para uma análise mais profunda, para a reflexão e para a meditação. Ficámos admirados da capacidade do autor deste maravilhoso trabalho escultórico. Cada uma das figuras comunicava concepções metafísicas. Todavia, o cisne foi a figura que mais nos prendeu. Estava ali representado o estado real deste génio, um elevado Iniciado, que chegou a começar a 10ª Sinfonia. Seria ele era um Irmão Leigo, que, passando as 9 iniciações nos Mistérios Menores, tal como Max Heindel, se preparasse para o grau seguinte, de Adepto?
Mas, como o poderemos admitir, se Beethoven mantinha o vício de fumar e reacções tão bruscas que têm servido para críticas destrutivas?
Max Heindel dá-nos uma explicação possível quando nos relata a experiência de um amigo, também ele Irmão Leigo, que não se recordava das suas experiências ocorridas no corpo-alma, devido, precisamente, ao tabaquismo. De facto, quer o tabaco, quer as bebidas alcoólicas, afectam gravemente o cérebro e os veículos supra-físicos. Por outro lado, quem, como Beethoven, por meio da música, foi capaz de comunicar os nossos sentimentos em todos os seus níveis? Por isso, ora subia aos céus e tinha a capacidade de ouvir os sons da Lira de Apolo, embora não captasse os sons físicos, ora descia aos infernos dos nossos enormes conflitos e das confusões de sentimentos e actos.
Uma das pessoas que teve o ensejo de o ver tocar, John Russell, disse que entre Beethoven e o piano havia uma união tão perfeita que se espantava de, sendo já o compositor surdo, conseguir "ouvir" o que tocava, reflectindo-se-lhe no rosto os sons que produzia. A resposta já a sabemos...
Quem, como ele, soube vencer as adversidades da vida, trabalhar tão intensa e magistralmente? Quem, como ele, soube transmitir por meio desta arte sublime os sentimentos e os actos?
Que poder imenso têm as suas obras, e, em particular, as sinfonias, para nos libertar das nossas limitações corporais! Não nos ajudarão elas a voar como um cisne, até à nossa verdadeira pátria?
Os homens do seu tempo jamais poderiam compreender Beethoven... É que ele já estava para além do seu – e também do nosso – tempo.
Beethoven nasceu a 16 de Dezembro de 1770, sob influência das energias cósmicas das Hierarquias dos Senhores da Mente, Sagitarianas, a cujo signo pertence.
Aprendeu duras lições pela influência de Plutão, o "fogo congelado"; de Júpiter, que noutra ocasião chamámos "Zeus", e de Vénus, que no mesmo trabalho denominamos "Madalena". Deste conjunto de influências teve um destino algo semelhante ao de Camões, que muito amou e muita incompreensão arrecadou. Todos estes planetas estavam no signo do Capricórnio, signo regido pela "Mão Dura", Saturno, com todas as provas que daí advêm.
Contudo, Beethoven beneficiava das influências do "Senhor de Luz", que é o Sol, o Cristo Cósmico, da "Senhora da Forma", a Lua, e ainda de Mercúrio, a que chamámos "Hermes", todos eles em trânsito no Sagitário, o que lhe permitiu formar um canal divino por onde fluíam os sons da fonte primeira.
Ao afirmar que Deus estava mais perto dele que dos outros, Beethoven sabia que Deus age muito mais facilmente por meio dos seres com muita experiência – quase todos perseguidos, difamados, incompreendidos.
Em Beethoven há o génio revolucionário, o amante da liberdade e da verdade, o espiritualista rosacruciano da fraternidade, o cosmocrata nos ideais da Idade do Aquário.
Aprendamos a apreciar e a ser mais gratos àquele para quem Deus era tudo e que reconhecia que o Mundo estava n’Ele como ele estava no Mundo, usando os nossos talentos, como ele o fez.D. D. C.
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