domingo, 17 de maio de 2015

A Lei de Causa e Consequência (continuação).

2. As Causas do Destino. O ambiente, favorável ou desfavorável, em que viemos ao mundo, depende do efeito que as nossas acções passadas exerceram no meio, levando os outros à felicidade ou à miséria. Os efeitos físicos exercidos sobre outros pelos nossos actos físicos neutralízam-se na operação do destino, que nos envolverá em condições materiais, boas ou más, numa futura existência. Cada força opera no seu próprio mundo. Se um Homem semeia no Mundo Físico a felicidade para outros, colherá condições conducentes à sua própria felicidade neste mundo, e o motivo que presidiu à sua acção não intervirá no resultado. O motivo é uma força do Mundo do Pensamento ou do Mundo do Desejo, conforme procede da vontade ou do desejo, e por isso reage sobre o carácter mental e moral e sobre a natureza do corpo de desejos. O Homem, pelas suas acções, afecta os seus semelhantes no Mundo Físico. O Homem bom não escapará também do sofrimento físico, se espalhar a miséria física por acções erróneas, embora procedentes de um bom motivo. A miséria que ocasionou ser-lhe-á devolvida, no futuro, pelo meio físico que o rodear. Mas se o motivo é puro, enobrecendo o seu carácter, fará com que sobre si recaia uma fonte de felicidade, de forma que será paciente e sentir-se-á satisfeito, mesmo no meio da própria desgraça, porque sabe que está a pagar uma dívida que contraiu. A diferença entre o efeito do motivo e o efeito da acção material é devida ao facto de que cada força possui as características do mundo onde foi produzida. Quanto mais elevado for o mundo, mais poderosa e mais persistente será a força. O motivo é por isso, mais importante que a acção. Uma acção lamentável, nascida de um bom motivo, dá ao agente maior felicidade que uma boa acção procedente de um mau motivo. Este princípio geral de que a força pertence ao mundo no qual foi gerada tem um grande alcance. Se a força emitida tem por motivo a obtenção de objectos materiais, actua no Mundo Físico e prende a este mundo o seu criador. Se visar objectos celestes, opera no Mundo do Pensamento, ligando o seu autor a este mundo. 3. Tipos de Destino Individual Destino Maduro. Há três tipos de destino individual: destino maduro, que está prestes a manifestar-se na vida presente, sob a forma de acontecimentos inevitáveis; destino acumulado, que se manifesta pelas tendências resultantes da experiência acumulada e susceptíveis de serem modificadas, na vida presente, pelo próprio Ego que as criou no passado; e o destino actualmente em formação, que irá influir no carácter futuro e acontecimentos posteriores. É preciso ter também em conta que, na determinação do seu destino individual, o Homem estabelece relações com outros seres. Entra na composição de grupos diversos – raça, país, família – e participa, como parte co-responsável, do destino colectivo de cada um desses grupos. O destino maduro é o que está prestes a acontecer. É, por consequência, inevitável. De todo o destino do passado, uma certa porção somente pode ser esgotada no decorrer de uma existência, porque certas modalidades de destino são incompatíveis entre si e não poderiam ser executadas apenas num corpo físico. Há dívidas contraídas para com outros seres e nem todos eles se encontram simultaneamente numa mesma encarnação. Há dívidas que têm que ser pagas em determinado país ou em certa posição social, havendo também outras que exigem um meio inteiramente diferente. A parte do destino a saldar numa existência é escolhida pelos Senhores do Destino ou Anjos Arquivistas. O Ego é conduzido onde se deve encarnar – família, país, situação e corpo apropriados ao esgotamento do conjunto de causas escolhidas, destinadas a produzirem em conjunto, os seus efeitos. Estas causas determinam a duração da encarnação considerada e dão ao corpo as suas características, os seus poderes e limitações, levando ao encontro do indivíduo os Egos encarnados nesta época, para com as quais contraiu obrigações, cercando-o desta forma, de pais, amigos e inimigos de que é merecedor. Quando um Ego tem já uma certa evolução, é-lhe permitido ver o panorama das diferentes vidas com os respectivos pais, concedendo-se-lhe a liberdade de escolher entre eles, os seus novos genitores. Uma vez feita a escolha já não é possível voltar atrás, pois apenas tem liberdade de escolha em relação aos detalhes.Mª Fátima Capela.

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