domingo, 20 de dezembro de 2009

Soneto Sombrio.


Quando veio a noite tenebrosa,
Eu segui caminhando ao cemitério
Para ter, em meus olhos, a formosa
Que me fez cometer vil adultério.

Eu me lembro daqueles olhos negros
Que fitavam o céu tão estrelado
Numa noite de amor e de sossego,
Bem distantes do marido enganado.

Mas o ódio também o amor alcança!
E os lábios que beijei foram mortos,
E o corpo que amei ficou inerme.

O marido cometeu uma vingança:
Se a perdeu para mim, de versos tortos,
Eu perdi o seu corpo para um verme.
[Autor: Cretchu]

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