sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Tradições Vampíricas.
As Seis Tradições do antigo códice da Família foram instituídas em tempos remotos, após o massacre que originou o segundo ciclo. As Tradições não são leis escritas, formais, mas a despeito disso são conhecidas por todos os Membros. Existem muitas variações, mas embora as palavras possam variar, a intenção permanece. Tornou-se uma espécie de ritual que um senhor as recitasse para sua progênie imediatamente antes de sua apresentação ao príncipe. Embora o filhote possa já conhecer as tradições, as palavras ainda assim são proferidas. É um elemento vital da Gênese.
Alguns Membros defendem que esses códigos foram concebidos originalmente pelo próprio Caim, quando ele gerou a segunda geração de Membros. Portanto é possível que essas palavras sejam as do próprio Ancestral, proferidas à sua progênie. No entanto, é muito mais provável que as Tradições tenham sido criadas pelos Antediluvianos, em sua tentativa de restringir sua própria progênie. A tradição da Máscara provavelmente já existia, embora de forma muito mais diluída. Não foi senão depois da Santa Inquisição que ela foi reafirmada e seu significado fortalecido.
As leis são expressas em termos bastante formais. Essas são palavras e frases dos anciões, e não necessariamente a forma como os anarquistas as expressariam. Muitos Membros jovens vêem as Tradições sob uma luz inteiramente diferente.
Tradição da Máscara.
A primeira tradição é o coração do que se tornou conhecido como A Máscara. Esta lei ancestral exige que o conhecimento da existência de vampiros reais seja proibido ao Homem. A revelação desses detalhes colocaria a Família em sério risco.
A violação desta tradição é a ofensa mais grave que pode ser cometida por um vampiro. Os poderes e recursos da humanidade na era moderna são tais que, se os humanos e os Membros entrassem em guerra, a sobrevivência dos vampiros estaria ameaçada. Em tempos mais supersticiosos esta tradição foi menos reverenciada.
Violar esta tradição é arriscar não apenas a própria destruição, mas também a destruição da Família.
Tradição do Domínio.
Esta tradição diminuiu em importância quando a população das cidades aumentou dramaticamente. Individualmente, os vampiros não mais requisitam domínio, mas deixam esse direito para o príncipe.
Atualmente, apenas os vampiros mais poderosos de uma cidade podem requisitar domínio sobre ela. Eles o fazem de acordo com a tradição, e fingem que todos os demais vivem na cidade apenas sob a permissão do príncipe. Os príncipes gabam-se de possuir as cidades e, sob vários aspectos, realmente as possuem. Esta tradição é usada por eles para obter apoio às suas reivindicações. É ela que concede ao vampiro o direito de reclamar o principado.
Existe uma concepção equivocada que prevalece entre os anarquistas, de que os príncipes conferem aos associados porções diferentes de seus domínios sob o nome de "territórios". Embora um príncipe permita que apenas certos Membros de confiança guardem porções da cidade, esta prática só serviu para aumentar as exigências de direitos de domínio. Um número cada vez maior de Membros está exigindo "territórios" dentro da cidade e tratando-os como seus campos particulares de caça. Proles, ou até mesmo Membros solitários, requisitam certas áreas menos nobres (como as favelas e os bairros pobres) e tentam impedir que outros Membros alimentem-se lá. Embora a cidade seja suficientemente vasta para que essas requisições tenham pouco valor, elas parecem possuir um significado especial para aqueles anarquistas oprimidos. Poucos príncipes, ou talvez nenhum, realmente cedem territórios, mas isso não impede que os anarquistas os tomem para si.
Alguns dos Membros mais jovens já fizeram tentativas de reviver a tradição do domínio, vendo nela uma similaridade com a mecânica do crime organizado. As pequenas gangues irão freqüentemente tentar estabelecer territórios dentro de uma cidade, normalmente em oposição a outros Membros da cidade. Isto costuma criar uma situação difícil, com uma constante possibilidade de conflito pairando no ar. Devido a isto, os problemas com gangues dentro de uma cidade podem facilmente colocar a Máscara em risco.
Se a gangue apoiar o príncipe, seus Membros serão tolerados, ou eles poderão ter poder para resistir a todas as tentativas para expulsá-los. Os anciões não gostam de enfrentar gangues de anarquistas. Embora possuam poderes superiores, ainda correm risco de morte.
Para conseguir um território, os anarquistas primeiro lutam entre si, e depois que o conseguem não costumam tentar impedir que os anciões alimentem-se lá. Suas atividades são desaprovadas pelo príncipe, mas enquanto não constituírem ameaça para a Máscara e não escaparem ao controle, é permitido aos anarquistas continuarem suas disputas. De fato, muitos Príncipes encaram isso como uma forma de usar os anarquistas para refrearem seu próprio crescimento, e procurarão provocar conflitos internos.
Nas cidades sobre as quais o príncipe não possui uma influência poderosa, certos anciões poderão requisitar domínio sobre uma área. Seu poder pode ser reconhecido por outros primígenos, e eles podem ser tolerados pelo príncipe se o apoiarem. O estabelecimento de um ou mais domínios dentro da cidade pode gerar uma forte turbulência política, na medida em que esses domínios, intencionalmente ou não, criam bases de poder rivais. De fato, ocasionalmente um príncipe é apenas o primeiro entre um grupo de iguais, o presidente de um conselho de anciões no qual cada um faz sua própria requisição para um domínio.
A despeito de haver requisitado um domínio ou não, cada Membro é até certo ponto responsável pela área em torno de seu refúgio ou pela área que freqüenta. Embora os Membros raramente se envolvam em assuntos dos mortais, as questões sobrenaturais são outra história.
É dever dos Membros informar ao príncipe detalhes sobre eventos estranhos que ocorram nos arredores de seu território.
Tradição da Progênie.
Embora na maior parte da história vampírica o "ancião" citado nesta tradição tenha sido o senhor do indivíduo, ultimamente tem-se desenvolvido uma interpretação mais livre. Muitos Príncipes estipularam que eles são os anciões referidos nesta tradição e recusam a todos em seu domínio o direito de abraçar sem permissão. Eles insistem na obrigatoriedade de sua aprovação antes que qualquer mortal seja Abraçado e freqüentemente eliminam aqueles que desobedecem. A maioria dos Membros acata essas ordens, muito mais por medo que por respeito. No casos em que um neófito já foi criado, o príncipe pode apropriar-se dele, pode banir o neófito e seu senhor, ou mesmo sentenciá-los à morte. Oficialmente, a Camarilla apóia o direito de um príncipe em restringir a criação de novos vampiros, compreendendo que essa é a única forma de controlar a população de anarquistas.
Os vampiros do Velho Mundo, os europeus, são ainda mais rigorosos neste aspecto que os americanos. O Senhor do vampiro precisa ser consultado, e se um príncipe tiver requisitado domínio sobre uma área na qual o vampiro possua seu refúgio, a permissão precisa ser pedida também a ele. Não será concedido nenhum grau de tolerância aos que não fizerem isso.
Tradição da Responsabilidade.
Aquele que gerar uma Criança da Noite assume total responsabilidade por sua existência. Se a Criança for incapaz de suportar o fardo de sua nova condição, cabe a ele a responsabilidade de cuidar do assunto. Se a Criança tentar trair a Família e ameaçar a Máscara, cabe ao senhor impedi-la. Enquanto ainda for uma Criança da Noite, sob os cuidados diretos de seu senhor, um vampiro não possui direitos. Caso uma Criança pratique ações que ameacem a segurança dos outros Membros, a responsabilidade caberá ao seu senhor. Ele deve avaliar com cuidado a sua maturidade. Não quer ser eternamente responsável por ela, mas também não quer liberá-la antes que esteja pronta (embora se conheça casos de tutelas extremamente prolongadas).
Há muito tempo atrás a liberação consistia em apresentar a criança ao senhor do seu criador, mas isso mudou.
Agora a criança é apresentada ao príncipe em cujo domínio habitem. Até esse momento, o príncipe não tem qualquer obrigação, a não ser que tenha optado por reconhecê-la como pertencente ao Sangue. Se o senhor não proteger a criança, qualquer um poderá matá-la ou alimentar-se dela.
Após a liberação, o recém-emancipado pode continuar morando na cidade, com todos os seus direitos assegura-dos. Este processo de apresentação é semelhante ao da Tradição da Hospitalidade, descrita a seguir. Se o príncipe não reconhecer a Criança, ela deverá partir e procurar outro lugar para morar.
A liberação é um grande rito de passagem, pois o tutor não retém mais qualquer responsabilidade pela criança. É o comportamento do emancipado que irá determinar se ele será aceito como um verdadeiro Membro da comunidade e considerado um neófito. Se ele continuar a ser rude e tola o permanecerá uma criança aos olhos de todos. Se demonstrar a sabedoria que a sua nova condição exige, os outros lhe concederão o respeito devido a um "adulto".
Tradição da Hospitalidade.
Embora os vampiros odeiem viajar (os riscos são tremendos), eles ocasionalmente o fazem. Os costumes antigos ditam que ao entrar em um novo domínio (uma cidade reclamada por um ancião) o forasteiro deve apresentar-se ao ancião. Isto ocorria antes mesmo de haver príncipes, numa época na qual havia apenas um Membro em cada cidade. Era simplesmente uma tradição de gentileza; batia-se antes de entrar.
O procedimento varia em formalidade de lugar para lugar, e até mesmo de príncipe para príncipe. Alguns exigem uma apresentação formal e a recitação da linhagem do forasteiro. Outros ficam satisfeitos se for travado um simples contato com um subalterno. É melhor, para o bem daqueles que não se apresentarem, que possuam poder para resistir à fúria do príncipe.
Um príncipe tem o direito de recusar-se a aceitar em seu domínio quem quer que seja. Isto raramente ocorre, exceto quando o forasteiro possui uma reputação ruim ou muitos inimigos. Mesmo aqueles que não se apresentam, mas que mais tarde são descobertos, não costumam ser caçados e expulsos da cidade. Eles são levados ao príncipe,ouvem um bom sermão e são mandados novamente para as ruas.
Com o tempo esta tradição tem-se tornado sobretudo uma forma do príncipe manter seu poder, pois isso lhe concede o direito de interrogar todos aqueles que entrarem em seu domínio. Ele pode não possuir poder para banir os intrusos mais formidáveis, mas seu direito em examinar a todos jamais é questionado.
Alguns Membros arrepiam-se ao pensamento de ter de se "apresentar" para serem aceitos. Muitos são orgulhosos demais e possuem um forte sentimento de independência.
Os anarquistas possuem pouco respeito pelas tradições, enquanto os Matusaléns vêem-se como semideuses muito acima dos mortais e Membros, não tendo de prestar reverência a ninguém. Para eles é inconcebível humilharem-se diante de outro. Eles já existiam muito antes dos príncipes governarem e sua sabedoria excede a deles, pois sabem quem manipula as cordas. Muitos Membros jamais se apresentam, escolhendo ao invés disso viver na mais completa obscuridade. Eles se escondem em lugares frios e silenciosos e raramente abandonam seus refúgios. São tolerados enquanto permanecerem comedidos. Os Nosferatu são excelentes nisso: seus poderes favorecem tais costumes. Esses Membros reclusos são conhecidos como autarcas por se recusarem a integrar a comunidade vampírica.
Tradição da Destruição.
Esta tradição causou mais controvérsia que qualquer outra, e novas reinterpretações continuam sendo discutidas. Ela parece significar que o direito de destruição é limitado à linhagem do próprio indivíduo. Apenas o senhor tem o direito de destruir sua progênie.
Contudo, a mudança de significado na palavra "ancião" levou os príncipes a mais uma vez exigirem seu direito sobre todos aqueles que residem em seus domínios. Alegam que apenas eles possuem o poder de vida e morte, interpretação que quase sempre tem sido apoiada pela Camarilla.
A veracidade desta afirmação é a fonte de grande parte dos conflitos entre vampiros antigos e jovens.
A maioria dos príncipes exige o monopólio da tradição da extinção. Todos os demais são proibidos de destruir outros Membros. Se um vampiro for flagrado num ato de "assassinato", nenhuma punição será considerada severa demais. Freqüentemente o perpetrador de um ato dessa natureza será ele próprio destruído. Para descobrir o assassino, o príncipe investigará as mortes daqueles que foram destruídos. Obviamente, quanto mais alta for a posição que o vampiro destruído ocupava na sociedade vampírica, mais rigorosa será a investigação sobre sua morte. Apenas em tempos de grande conflito os vampiros jovens ousam eliminar uns aos outros, embora alguns digam que os anciões fazem isso o tempo todo. Um vampiro com intenções assassinas deve olhar onde pisa.
Na maioria das vezes o príncipe aplica seu direito de destruição convocando uma Caçada de Sangue, que será discutida adiante. Um príncipe apenas poderá matar um dos Membros se convocar oficialmente uma Caçada de Sangue.Wikepédia
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