domingo, 4 de abril de 2010

Clérigos.


O Mundo Ausente é povoado de criaturas exóticas ocultas dos olhos da humanidade. Inclusive Deuses Antigos, que travam uma eterna batalha silenciosa pelo coração e a fé das pessoas. Sua origem é incerta, seus propósitos, gananciosos ou desesperados, são sempre obscuros e lutam para não serem esquecidos, para não desaparecerem nas brumas implacáveis do Tempo. Algumas destas Divindades ainda detém poder o suficiente para compartilhar com os mortais e escolher aqueles que representarão sua vontade no mundo físico. Estes mortais são conhecidos como Clérigos.
O Clérigo é um veículo da vontade da Divindade que o escolheu e tem deveres a cumprir, palavras a espalhar, missões a executar para continuar sob as graças do Imortal. Um Clérigo que demonstre incapacidade ou insubordinação, na melhor das hipóteses perderá todos os dons recebidos. Na pior das hipóteses, será vítima de uma catástrofe fatal ou tombará morto diante de seu substituto.
Por razões óbvias, Clérigos são intolerantes com outros que servem outros Poderes. O resultado desta intolerância irá variar de acordo com a Divindade a que se serve: Deuses mais sombrios exigirão reações mais drásticas de seus Clérigos.
Embora existam dezenas de Divindades disponíveis em Naipes Estranhos (tanto no Plano Coeso quanto no Plano Etéreo), abordaremos por enquanto apenas três casos: Clérigas de Morrigan, Clérigos de Anúbis e Clérigos de Thor.
Clérigas de Morrigan Morrigan é a Deusa Celta da Batalha. Freqüentemente aparece para seus seguidores na forma de um grande corvo negro. Na Antiguidade, seu culto (ou variações) se estendia desde a Irlanda até o interior da França, entre os Gauleses com seu mito sofrendo pequenas variações. Seu mito costuma estar associado também às lendárias guerreiras Valquírias. Recentemente, porém, durante a Segunda Guerra Mundial, as Valquírias se posicionaram ao lado de Hela e das forças do Eixo para desestabilizar o planeta. Morrigan e suas Clérigas ofereceram seus préstimos aos Aliados.
Morrigan ama a guerra acima de tudo. Acima de ideologias, facções políticas ou justiça, para Morrigan o importante é o estado de permanente batalha. A Deusa, segundo um poema antigo, "extrai o sangue do coração de seus inimigos e o cerne de seus valores". Suas escolhidas são sempre mulheres e cruzam o mundo atrás de guerras e conflitos, para abençoar os guerreiros e prometer-lhes a vitória. A carnificina é sua meta, em grandes quantidades.
As Clérigas de Morrigan raramente entram na linha de frente de uma guerra. Sua função é encantar os soldados que irão lutar em nome da Deusa e manter acesa a chama da batalha. Apesar disto, são oponentes perigosas, capazes de se defender com maestria e dotadas de força sobre-humana. Por imposição da divindade, estas Clérigas estão proibidas de usar armas de fogo ou Magias de dano direto (magias de Projétil, Toque Mortal etc) em seus oponentes. Uma Clériga de Morrigan luta somente com armas brancas e utiliza encantos apenas para ampliar suas chances na batalha.
Podem ser convencidas a participar de aventuras ao lado de outros seres sobrenaturais, mas apenas se a contagem de corpos for elevada.
Clérigos de Anúbis Anúbis é o Deus Egípcio da Morte. Entidade de origem misteriosa, idolatrado desde os primórdios do Reino Antigo e mencionado nos Textos da Pirâmide como o guardião dos mortos, o senhor de Necrópolis. Posteriormente foi perdendo espaço no Panteão para Osíris, supostamente sua mãe, tornando-se aquele que julga a alma dos mortos, separando os justos, que seriam conduzidos por ele até a presença de Osíris, daqueles de coração impuro, que teriam suas almas destruídas. Com o fim do politeísmo no Egito, os velhos Deuses foram desaparecendo no esquecimento, com poucas exceções.
Alguns afirmam que Anúbis foi despertado de seu sono no Antigo Egito pelas tropas nazistas de Rommel, durante a Segunda Guerra. Outros acreditam que ele tenha se tornado um Deus da Morte nômade desde o fim da última dinastia egípcia, sobrevivendo das matanças provocadas pelos Executores e os Clérigos. Independentemente de seu paradeiro anterior, Anúbis declarou guerra a Hela e a Emma-O, disputando o trono unificado de Deus da Morte.
Os Clérigos de Anúbis são grandes assassinos, em muito parecidos com seus supostos "irmãos", os Serial Killers. Ainda que Anúbis raramente lhes encarregue de alguma missão, a obrigatoriedade de tirar a vida humana pelo menos uma vez por semana os persegue. A certeza de que suas ações são aprovadas (e incentivadas) pela própria Morte, os tornam excessivamente confiantes. Ao contrário dos Assassinos Seriais, entretanto, seus poderes estão mais relacionados ao aspecto místico da morte: Clérigos de Anúbis são capazes de revelar a visão da morte em seus inimigos, conversar com os espíritos dos falecidos e mesmo drenar a essência vital de suas vítimas.
Indivíduos sombrios, endurecidos pelo peso (ou pela "honra") de suas funções, poucas vezes são vistos em companhia de outros membros do Mundo Ausente. Não apresentam nenhuma intolerância específica: aos seus olhos todos os seres vivos são oferendas em potencial ao Deus-Chacal, sem distinção.
Há rumores de uma guerra secreta entre Anúbis e poderosas entidades entrópicas, que se arrasta desde antes de seu período no Egito Antigo. Isto explicaria a capacidade inata de seus Clérigos de provocar dano maciço em mortos-vivos.
Clérigos de Thor Thor é o Deus Nórdico do Trovão. O poderoso filho de Odin é geralmente retratado como um homem largo e forte, com barba vermelha e olhos faiscantes. Apesar da aparência intimidadora, tornou-se muito popular por ser o protetor de deuses e homens contra as forças do mal. Ao contrário do seu pai, primeira divindade do Panteão Nórdico, Thor não exigia sacrifícios humanos em seus templos. Seu culto foi proibido durante a dominação Juliot na Europa e sua influência no coração dos homens diminuiu. Entretanto, por ser uma divindade recente, muitos dos seus poderes permanecem e ele foi visto combatendo pessoalmente a insana deusa Hela durante a Segunda Guerra Mundial.
Por ordens de Odin, Thor não está mais autorizado a lutar ao lado dos mortais, mas isto não o impede de ocasionalmente se misturar entre os humanos em festejos ou mesmo em momentos difíceis. Thor pode dar conselhos a seus Clérigos ou a seus amigos, mas não é conhecido por sua sabedoria.
Clérigos de Thor devotam sua vida a cumprir os desígnios da Divindade, em sua eterna luta contra o avanço das Trevas. Não fogem da luta se o motivo for justo e se valem dos poderes místicos de controlar relâmpagos, trovões e ventos violentíssimos para subjugar seus oponentes. Não apenas por uma força sobre-humana, mas o dano provocado por um Clérigo de Thor é sempre maior do que o normal, como se o próprio deus conduzisse seus golpes.
Apesar da tradição do uso do martelo de guerra como arma de preferência, estes clérigos não estão impedidos de aprender a usar outras armas, inclusive as de fogo. Afinal, os martelos de combate são pesados, grandes e muito difíceis de se transportar sem chamar atenção.
Clérigos de Thor são diferentes dos clérigos das demais divindades por carregarem uma grande alegria de viver em seus corações. Isto se reflete na dificuldade de seus inimigos em subjugarem sua vontade, mas também está presente em seu desejo incontrolável de celebrar. Podem ser grandes aliados em aventuras ao lado das forças do bem. Entretanto, tem o hábito de agir primeiro e pensar depois.Wikepédia.

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