contos sol e lua

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sábado, 10 de abril de 2010

Melâncolia.


A vida e simples mas é dura.
Simples mas dura.
Só mesmo um sofredor para entender outro sofredor.
Firmesa na rocha e fé no redendor.

Depois do novo dia, tudo vai ser diferente.
Só que o novo dia ainda não raiou.
Enquanto espero a alva, fico na companhia do passado.
Mas sem a companhia dos meus antepassados.
Melancolia não é obra do acaso.
O bam, bam, bam dá risada, enquanto o pobre amarga seu
fracasso,
tudo misturado às lembranças do passado,
desenhos que antes faziam sorrir, hoje fazem refletir no provir.
Óh, que doce esperança no porvir.
Eu gozarei do seu rico favor, meu Senhor.
Mas por enquanto um cheiro, um gosto.
Meu Deus, quantos rostos que eu não vou voltar a ver.
Minha avó, que saudade de você.
Meu avô, um dia a gente se vê.
Então vou poder ouvir as histórias de um homem que foi grande.
Pena não ter nascido antes.

Eu olho pra frente e sinto saudades.
Do tempo bom da minha mocidade.
No peito arde uma dor que me invade.
Contagia tudo e sobe até a mente.
Se não me cuido até fico doente.
Neurose deprimente.
Ontem, hoje e antigamente.
Conforta saber que não vai para sempre.
Depois do novo dia, vai ser diferente.

Quem nasce antes morre mais cedo.
Eu olho a morte com carinho e não com medo.
Afinal, ela é a ponte que me ligará a eternidade.
E é ai que tudo começa de verdade.
Enquanto isso, a depressão invade.
Eu to sozinho aqui, com tanta gente na cidade.
Bom Deus, tende piedade, pega meu cálice e o afaste.
Quem falou que nunca é tarde é porque não sabe a falta que faz.
Aos doze, o carinho o afeto dos pais.
Ninguém mais toma esse lugar.
Paternidade adotiva é boa e até chega a consolar.
Mas mãe é mãe, pai é pai, gene não dá para trocar.
Família é presente ou maldição que vai perpetuar.


Como não sentir saudade.
Dos tempos da menor idade, onde tudo era vaidade.
Tudo o que eu queria era que o sol brilhasse até mais tarde.
Papai do céu, que os trocados na carteira de meu pai nunca acabem.
Meu fliperama e meu sorvete.
Meu falcon e meu pegasus vão durar para sempre.
Mas o sempre ta sempre lá na frente.
E a gente sempre cansa na metade.
Quando eu partir irei com a impressão de que já fui tarde.
Mas para onde eu vou, serei filho do Rei.
O príncipe latino voltará a ser menino.
Se senti, ou se deixei saudades, tanto faz, é tudo passageiro.
Mesmo assim, me leve flores no dia do meu enterro.

Ontem, hoje, antigamente conforta saber não vai ser para sempre depois de um novo dia, vai ser diferente.
A vida é simples porém dura. Dê-me flores enquanto posso aprecia-lás, porque depois elas só servirão para cobrir minha sepultura. A vida é dura. Mas em breve toda lagrima será enxugada e toda tristeza será arrancada, por que se Ele prometeu, Ele há de cumprir. Se Ele começou Ele há de terminar toda boa obra. Fiquem firmes apesar de toda dificuldade, fiquem firmes!Apocalipse 16.

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