contos sol e lua

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Vodu em Cuba.


Em Cuba, o culto dos voduns o existe como parte da santería predominantemente iorubá, com o nome de La Regla Arará, praticada principalmente na província de Matanzas e Havana, no norte da ilha. Arará é uma corruptela de Aladá, nome de um antigo reino do Benin e do porto pelo qual eram exportados os escravos jejes (ewe e fon, falantes da língua gbe).
Segundo Nei Lopes, os voduns homenageados pela Regla Arará são os seguintes:
* Dasoyi, o mais importante, também chamado Ojundegara, Afrimaie Ganayú, Azojano, Awó Aggrónica e Sódyi. Descansa à sombra do pé de cherimóia (Annona cherimola, conhecida em castelhano como chirimoyo e semelhante à fruta-do-conde ou pinha brasileira) ou em terra semeada de erva-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides). Usa calças de saco de juta, camisa de caroá e um xale colorido na cintura e balança um ajá. Sincretizado com São Lázaro, representdo leproso e de muletas. Sua cor é o violeta. Médico e guerreiro, manifesta-se por meio das seguintes qualidades ou caminhos:
O Agró, vodum identificado com uma qualidade de Dasoyi, é sempre o último a comer, pois não gosta de fazê-lo com nenhum outro vodum;
o Aggidai, o mensageiro;
o Agrosometo;
o Osumayá;
o Daida;
o Ofido;
o Adrapete;
o Emergundé;
o Agramano;
o Son-Poná;
o Azoiy;
* Hebioso, também chamado Oluoso, Anamá, Zaká ou Ibó, considerado rei dos ararás, de Oyó, da África e do mundo. Nascido do fogo, foi criado por Nana-Nú, um vodum parecido com Iemanjá. É o dono do pinheiro, do cajo e do abricó (Mammea americana, conhecido em castelhano como mamey). Gosta de bananas, carneiros e galos, Belo, valente, mulherengo, dono da música ebom dançarino, embriaga as mulheres com sumo de flores de pau-rosa ou flamboyant (Delonix regia). Sua comida favorita é o tapi-tapi, feito com bolotas de arroz cozido a que se adiciona quiabo ou caldo de galinha. Suas cores são vermelho e branco. Sincretizado com Santa Bárbara. Outros caminhos ou qualidades de Hebioso, que também pode manifestar-se como Dambalá, são:
o Daddá Maggalá, o maior Hebioso;
o Ajokéi;
o Akrifoddú;
o Akodá;
o Fedyú Okundayo;
o Alabáloke;
o Janú Yemoró.
* Dañé, entidade do raio, do vento e das tempestades. Usa colar de contas vermelhas, raiadas de branco e preto. Uma de suas qualidades é chamada de Naé e vive nas tumbas junto aos mortos. Possui um espanador de rabo de cavalo que todos os iniciados presentes a um funeral devem pasar no caixão do falecido. Foi mulher de Hebioso e o segue por todos os lugares, o que a aproxima de Iansã. É muito bonita e nada maternal, não gostando da companhia de crianças. Recebe oferenda de nove vagens ou favas de flamboyant e uma berinjela.
* Nan-Nú, que pariu 17 divindades. É sete em uma e um de seus mais poderosos caminhos é Olokun, que vive no fundo do mar.
* Saborissá, pai de Hebioso. É o dono dos campos e dos vulcões. Veste-se de vermelho e seus filhos o recebem no ombro, não na cabeça. É mais forte que o ferro e domina a saudade e a tristeza. A palmeira real é o seu bastão e, quando ela se empina, enxerga o mundo inteiro. Come tapi-tapi, como Hebioso.
* Yewá Afirimako, vodum da morte e dos desamparados, dona dos cemitérios.
* Acutorio, também conhecido como Achibirikí, Alailúo e Gamu-Gamu, mói até o aço, pois é dono dos metais. Mora na mata. Possui mais de 170 avatares, qualidades ou caminhos associados a este vodum e, em um deles, Acutorio e Hebioso fundem-se em uma só entidade bem definida, amenizando a tradicional rivalidade entre os dois. Alguns desses caminhos são:
o Balindjo, o dono do fogo;
o Togó
o Ibo Buá;
o Ibo Cui;
o Gambúa.
* Somadonu, Ojosí ou Juguerdá, pai e mãe de todos, é o vodum que deu ao homem o pensamento e é dono de todas as cabeças. Manifesta-se por meio de 24 caminhos: em 12 como homem, em 12 como mulher. A ele oferecem-se pombas brancas, arroz, flocos de algodão e suspiros. No Haiti é identificado com Ezili e invocado como Metré Sili.
* Naná Buruku, ou Bukú divindade dos rios representada como serpente que as vezes se confunde com a Mawu africana. Sua comida não pode ser cozinhada em panela de ferro, só de barro e os animais de seu sacrifício devem ser mortos sem derramamento de sangue, por asfixia, com um pano colorido. Recebe oferenda de caramanché, sete espécies de bebidas a que se adiciona um pouco de azeite.
* Masé, vodum que vive no rio, mãe do rio, sincretizada com a Virgen de la Caridad del Cobre (8 de setembro) e suas cores são amarelo e branco.
* Malé, força do mundo subterrâneo. Seu dia de culto é o primeiro do ano.
* Aferequete, dona do mar, sincretizada com a Virgem de Regla (7 de setembro), suas cores são azul e branco.
* Sechemé, divindade suprema. Entre os fons é conhecido como Dada Legbo, sendo também invocado como Bobbadé.
* Tokuno, vodum que descobre tudo. A qualquer momento, é capaz de conseguir o que é necessário. Se não existe nenhuma necessidade, ele a inventa.
Todos os voduns comem amió, que se faz cozinhando feijões pretos até ficarem secos, bem grudados, para serem comidos com rodelas de cebola e muito azeite.F.P.Wikepédia.

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