quinta-feira, 8 de julho de 2010
Vodu no Brasil.
A tradição e a cultura dos escravos de jeje, Ewe, Fon, Mina, Fanti, Ashanti, deram origem no Brasil às tradições conhecidas como:
*Candomblé Jeje, teve início em Salvador e no Recôncavo baiano, nas cidades de Cachoeira e São Félix e outras, depois migrou para o Rio de Janeiro, São Paulo em maior número.
* Tambor de Mina, ficou restrito a São Luís do Maranhão com a única casa de Jeje-Mina no Brasil que é a Casa das Minas.
* Xangô do Nordeste, Xangô do Recife, Xangô de Pernambuco ou Nagô-Egbá ou Jeje-Nagô, teve início na Região Nordeste, uma parte migrou depois para outros estados.
Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon, que criou a terra e os seres vivos e engendrou os voduns, divindades que a (Mawu é do gênero feminino) secundariam no comando do Universo. Ela é associada a Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação, e os voduns são filhos e descendentes de ambos. A divindade dupla Mawu-Lissá é intitulada Dadá Segbô (Grande Pai Espírito Vital).
* Loko, É o primogênito dos voduns. Representado pela árvore sagrada Ficus idolatrica ou Ficus doliaria (gameleira branca).
* Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.
* Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.
* Sakpatá, Vodun da varíola.
* Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.
* Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.
* Agbê, Vodun dono dos mares.
* Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
* Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.
* Aguê, Vodun que representa a terra firme.
* Legba, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
* Fa , Vodun da adivinhação e do destino.
Os voduns na África são agrupados em "famílias" chefiadas por um vodun principal, ora representando um elemento ou fenômeno da natureza, ora da cultura. Existem basicamente 4 famílias principais:
*Os Ji-vodun , ou "voduns do alto", chefiados por Sô (forma basilar de Heviossô).
* Os Ayi-vodun , que são os voduns da terra, chefiados por Sakpatá.
* Os Tô-vodun , que são voduns próprios de uma determinada localidade (variados).
* Os Henu-vodun , que são voduns cultuados por certos clãs que se consideram seus descendentes (variados).
No Brasil os voduns são cultuados nos terreiros de Candomblé, sobretudo nos da Nação Jêje, onde ainda se conserva alguma lembrança da divisão por famílias.
Voduns não usam roupas luxuosas não gostam de roupas de festa e geralmente preferem a boa e velha roupa de ração. As danças são cadenciadas em um ritmo mais denso e pesado. Os Voduns estão sempre de olhos abertos e salvo algumas exceções, conversam (usando preferencialmente um dialeto próprio) e dão conselhos a quem os procura.
A iniciação ao culto dos voduns é complexa é longa e pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados e períodos de reclusão dentro do convento ou terreiro hunkpame, que podem chegar a durar um ano, onde os neófitos são submetido a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.
* Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa equivalente ao Babalawo
* Doté Sacerdotes (homens) da família de Sogbo e Doné Sacerdotisas (mulheres), esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá.
* Noche - Sacerdotisas do Jeje-Mina
* Vodunsi - após 1 ano da iniciação.
* Kajekaji - iniciado que ainda não completou o ciclo de obrigações.
Referências:
* Ajayi, J.F. and Espie, I. “Thousand Years of West African History" (Ibadan: Ibadan University Press, 1967).
* Akyea, O.E. "Ewe." New York: (The Rosen Group, 1988).
* Asamoa, A.K. "The Ewe of South-Eastern Ghana and Togo: On the eve of colonialism," (Ghana: Tema Press. 1986).
* Ayivi Gam l . Togo Destination. High Commissioner for Tourism. Republic of Togo, 1982.
* Bastide. R. African Civilizations in the New World. New York: Harper Torchbooks, 1971.
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