domingo, 27 de fevereiro de 2011
DEUSA IDUN.
Idun era uma encantadora Deusa Aesir nórdica que tinha a mesma função de Hebe para os gregos: alimentar os deuses com suas maçãs douradas. A Deusa era considerada a personificação da primavera e da juventude eterna. Alguns autores pesquisados, admitem ser Idun filha de Ivaldi, o anão da terra e sua mãe o sol. Já outros, afirmam que ela não tinha nascido e portanto, nunca morreria. Foi muito bem-vinda pelos deuses, pelo fato de ter se casado com Bragi, o deus da poesia e filho de Odin.
Em agradecimento a tão calorosa acolhida, Idun prometeu aos deuses presenteá-los diáriamente com suas maravilhosas maçãs que tinham o poder de outorgar juventude e beleza eterna a todos aqueles que a saboreassem. Graças a esta fruta mágica, os deuses que não eram imortais, evitaram o passar do tempo e enfermidades, se mantendo jovens e belos durante inumeráveis décadas. Conseqüentemente, estas maçãs despertaram muito interesse e Idun as trancava cuidadosamente em seu cofre mágico. Não importava o número que distribuísse, pois as maçãs sempre eram magicamente multiplicadas.
O RAPTO DE IDUN.
Um certo dia, Odin resolveu fazer uma viagem além da fortaleza de Asgard. Foram com ele Hoener e Loki. Muito embora Loki geralmente criasse muitos problemas, suas mágicas e jogos eram muito divertidos, especialmente quando a jornada era longa.
Após se deslocarem o dia inteiro, atravessando florestas escuras e escalando elevadas montanhas, resolveram descansar no vale dos carvalhos. Lá fizera uma fogueira e saíram a procura de caça. A sorte sorriu para eles, pois encontraram um rebanho de bois pastando. Mataram um e colocaram-no no fogo para cozinhar. Após um longo tempo assando, a carne ainda continuava crua quanto quando foi posta no fogo.
Uma enorme águia pousou na copa de uma árvore e observou o que ocorria e em seguida propôs um negócio com os deuses. Se eles deixassem que ela fosse a primeira a comer, o boi seria cozido. Os deuses concordaram, pois não havia outra alternativa. A águia então voou para baixo e arrebatou o caldeirão onde o boi estava cozinhando. Aterrizou mais adiante e passou a comer com voracidade.
Loki em fúria com o roubo da refeição, pegou uma estaca e lançou-se contra a águia. Entretanto, o pássaro não era uma simples águia, mas se tratava do gigante Thiazi, que tinha tomado tal forma. Loki não conseguiu tirar sua mão da estaca e a águia carregou-o pelos ares, arrastando-o por montanhas e penhascos, ao ponto de que Loki acreditou que iria arrancar seus braços. Quando a águia pousou, o deus implorou-lhe para que o deixasse ir, mas Thiazi só o liberaria se jurasse lhe entregar a encantadora Idun juntamente com a caixa de suas maçãs mágicas. Loki aceitou e regressou para junto de seus companheiros, que depois dos recentes acontecimentos, resolveram voltar a Asgard.
Logo ao chegar, Loki foi visitar Idun, a quem enganou assegurando-lhe que havia encontrado um bosque onde cresciam maçãs melhores que as suas e a convidou para vê-las. Idun aceitou e tomou sua caixa dourada onde guardava suas maçãs e foi com Loki ao tal bosque. Thiazi os esperava oculto entre as árvores e ao ver Idun se aremessou contra ela, disfarçado de águia, a tomou entre suas garras, levando-a até Jotunheim, a Terra dos Gigantes.
Os deuses nórdicos não eram imortais e precisavam das maçãs para sobreviverem. As divindades então, começaram imediatamente a envelhecer e enfraquecer. Reuniram-se então para discutir o problema e pediram informações sobre o paradeiro de Idun e souberam que a última vez a ser vista estava em companhia de Loki. Ao interrogá-lo descobriram o rapto da Deusa e ameaçaram Loki com tortura e morte, caso não encontrasse uma maneira de trazê-la de volta.
Loki pede a Frigga suas vestes de falcão e voa até a casa do gigante Thiazi, que retinha Idun. Encontra a Deusa só, já que o gigante havia saído para pescar. Rapidamente Loki transforma Idun em uma noz e leva-a em seu bico de volta à Asgard. Mas quando Thiazi encontra a casa vazia, toma a forma de águia e voa atrás deles. Próximo de Asgard, os deuses vêem a dramática perseguição e acendem uma enorme fogueira que queima as asas da águia. Já no solo, conseguem matar o gigante.
Este história é uma parábola, onde o Deus do Inverno (Thiazi) seqüestra a Deusa da Vegetação (Idun). Como em muitos mitos nórdico, o Deus Loki, que representa o vento quente de verão, é um o seu principal antagonista. Idun, afastada de Asgard é metáfora da morte da terra com a chegada do inverno.
Idun que retorna como uma noz ou uma andorinha, sImboliza o retorno da Primavera. Na história, está representada pela rejuvenescimento dos deuses.
O tema das maçãs douradas, como fruto da imortalidade, também aparece na mitologia grega e crescem no Jardim das Hespérides.
Associada a TERRA, Idun pode ser invocada para a saúde e renovação da vida.
DEUSA DA PRIMAVERA CAI EM NIFLHEIM.
Um segundo mito, inicia quando Idun senta-se na árvore de Yggdrasil. De repente ela desmaia e caiu em Niflheim, o mais profundo subterrâneo. Lá chegando, congelou de medo, ao contemplar as horríveis vistas do reino de Hel. Preocupados, os deuses foram em busca dela. Odin deu-lhes a pele de lobo branco para aquecê-la. Quando foi encontrada, não conseguia mais falar nem mover-se. Os deuses a cobriram com a pele do lobo e partiram. Entretanto, seu marido Bragi recusou-se a deixá-la e com sua harpa canta para ela.
Esta história é igualmente uma parábola do inverno. Idun ao cair da árvore de Yggdrasil, dá passagem para o outono. A desolação toma conta da terra e a neve (pele do lobo branco) a cobre. Seu marido, o deus da eloqüência com sua harpa, representa os pássaros que cantam com a aproximação do verão.
SIMBOLISMO DA MAÇÃ E ANTIGAS SIMPATIAS.
Árvores de maçãs e maçãs foram e ainda são parte importante do folclore do mundo. Quase universal, a maçã é símbolo de sabedoria e imortalidade.
Na história bíblica, a maçã era o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Quando Adão provou da fruta, perdeu sua inocência e foi expulso do paraíso.
A maçã dourada também foi um elemento positivo para garantir a união entre Hipômenes e Atalanta. O jovem jogou três frutos durante uma disputa com Atalanta; se vencesse a corrida casaria-se com ela, se perdesse, seria morto. Graças as maçãs douradas, que distraíram a atenção da moça, o jovem venceu a donzela e o casamento se realizou.
Na mitologia céltica, a maçã está ligada a um espaço específico: a ilha de Avalon, local de abundância e imortalidade. Os gregos já imaginavam essa ilha com um clima ameno e aprazível, cercada por árvores frutíferas e fontes para onde os heróis eleitos se dirigiam sem jamais morrer. Avalon, a Ilha das Maçãs, era, de acordo com as descrições da "Vita Merlini" de Geoffroy de Monmouth (século XII) uma ilha tão abundante que ao invés de grama o chão era coberto por frutos.
Para os nórdicos, destruir um pomar de maçãs era quase um sacrilégio e dizia-se que se fosse destruído, outra colheita nunca prosperaria.
Uma simpatia que era muito realizada na noite de Samhaim (31 de outubro), pelas jovens solteiras, consistia em amarrar uma maçã a uma corda e girá-la em torno da fogueira. A maçã que primeiro caísse no fogo, seria daquela que mais rápido contrairia núpcias.
Outra simpatia era a de descascar a maçã de modo a formar uma tira longa, que deveria ser lançada para trás sobre o ombro esquerdo. A forma feita pela casca, mostraria a inicial do futuro esposo.
Uma velha cura para verrugas, estabelecia que se deveria cortar uma maçã em tantas partes quantas verrugas houvessem. Depois se friccionava cada pedaço da maçã à sua verruga correspondente. Depois, deviam ser enterradas tais partes na terra.
Quando cortada transversalmente, o centro da maçã revela uma estrela de cinco pontas, o pentagrama. Provavelmente foi através da visualização desta imagem que o símbolo sagrado se originou.
A maçã aparece também na mitologia nórdica associada ao amor e a fertilidade. As mulheres de Kirghizstan esfregavam-se em árvores de maçãs para conceber.
Árvores de maçãs eram plantadas depois do nascimento de um filho homem, se ela se desenvolvesse bem, assim seria a vida do menino.
Se uma jovem tivesse muitos pretendentes e quisesse escolher um para casar, deveria remover as sementes da maçã e jogá-las ao fogo, recitando o nome de um dos rapazes para cada uma delas. Se a semente estalasse, deveria casar com esse homem.
As flores e sementes de maçã podem ser usados nos incensos para invocar e honrar as Deusas: Idun, Afrodite, Ceridwenn, Morgana, Hespérides, Flora, Godiva, Inanna, Deméter. Varas de maçã são usadas em Beltane e na mágica do amor. As flores podem ser usadas como decoração, a fruta pode se transformar em deliciosos bolos e a cidra pode ser usada para substituir o vinho nos rituais. Se você tiver árvores de maçãs realize o ritual de Yule em torno delas. Derrame cidra e deixe oferendas de bolos ao pé de suas raízes. Tal rito, substitui a antiga prática de derramar sangue nelas, que era um dos atos do ritual de fertilização.
A maçã é ainda, um símbolo importante nas iniciações, pois representam a morte e um renascimento metafórico da Deusa.
Deusa Idun chega até nossas vidas para nos dizer que é hora de alimentarmos nossa consciência com mais abundância. Não devemos passar por este mundo sem almejar a ilimitada abundância. Idun diz que a abundância é difícil de ser percebida quando a carência, a pobreza e a escassez dominam a consciência.
Abra-se para o fluxo da abundância e deixe que ela permeie sua vida. Quando você se abrir para este fluxo, tornar-se-á parte dele e o atrairá para junto de si. Conscientize a abundância em todos os aspectos de sua vida: no amor, na saúde, na beleza, no talento, no humor, etc. A partir de hoje, a palavra de ordem é não
Rosane Volpatto.
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