quinta-feira, 7 de junho de 2012
AS PENEIRAS DE HIRAM -
Cansado por mais um dia, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para o tão merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se seu Mestre Construtor predileto, que lhe diz:
- Mestre Hiram... Vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor...
Hiram com sua infinita sabedoria responde:
- Calma meu Mestre predileto; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “Três Peneiras da Sabedoria?”
- Peneiras da Sabedoria??? Não me foram mostradas, respondeu o predileto!
- Sim... Meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: tudo quanto te disseram de outrem, passe pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu te pergunto:
- Tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?:
Meio sem jeito o Mestre respondeu:
- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram:
Hiram continua:
- Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE. E eu te pergunto:
- É alguma coisa que gostaria que dissessem de ti?
- De maneira alguma Mestre Hiram... Claro que não!
- Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; e te faço a derradeira pergunta:
- Acha mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?
- Realmente Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
- Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.
- Entendi poderoso Mestre Hiram. Doravante somente e boas palavras terão caminho em minha boca.
- És agora um Mestre completo. Volta a teu povo constrói teus Templos, pois terminaste teu aprendizado. Porém, lembra-te sempre: as abelhas, construtoras do G\A\D\U\, nas imundícies dos charcos, buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas, buscam em corpos sadios as chagas e feridas para se manterem vivas.
Revista “A Trolha” Abril/1996 nº 114.
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