quinta-feira, 16 de maio de 2013

A MULHER MUTANTE, SENHORA DA ESPERANÇA (Deusa dos Navajos)

Os navajos viveram séculos na área de Four Corners (Quatro Cantos), nos estados do Arizona, Utah, Novo México e Colorado. Esses indivíduos , que chamavam a si mesmos de “dine”, são conhecidos por seus tapetes coloridos, suas exóticas pinturas na área, seus poderosos cerimoniais, sua joalheria impressionante e sua capacidade de incorporar o velho ao novo. A Mulher Mutante é a mais abençoada, reverenciada e benevolente pessoa sagrada de seu povo. Ela apareceu no mundo presente de forma sobrenatural. Mãe a Avó de todos, segundo uma versão de sua lenda, ela é filha do Rapaz da Vila Longa com a Moça da Felicidade, as formas interiores da terra. A benevolência dessa pessoa sagrada: fornece imunidade contra várias entidades malignas”. Ela trouxe consigo o Caminho da Benção, o mais amado cerimonial navajo. É utilizado de numerosas formas, incluindo proteção da casa, ritual de casamento, ritual de parto, proteção contra doenças e acidentes. É especialmente conhecido como o ritual da puberdade das moças, o “Kinaalda”. Foi a Mulher Mutante quem teve o primeiro “Kinaalda”, na verdade, diferente das mulheres tradicionais de hoje, ela teve dois. A LENDA (Uma Versão) Quando a Deusa Ancestral Atse Etsa descobriu Estsanatlehi, debaixo da montanha, decidiu educa-la para ser a salvadora da Terra. Quando ela cresceu, Estsanatlehi encontrou um jovem homem. Todos os dias eles iam para a floresta fazer amor. Nun destes dias, os pais de Estsanatlehi, ao procura-la, encontraram apenas o curso das pegadas. Então descobriram que sua filha tinha o próprio sol como amante. Ficaram imensamente felizes quando então, Estsanatlehi deu à luz há gêmeos: o Matador de Monstros e o Nascido para a Água. As crianças, especialmente o primogênito, tinha como missão livrar o mundo dos monstros. O segundo menino, tornou-se o pai de todas as águas do mundo. Oito dias após seu nascimento, já eram homens, prontos para irem ao encontro do pai. Mas ao chegarem a casa do pai, lá encontraram outra mulher. Decepcionados com a intrusão, trataram mal os meninos. Persistentes, os gêmeos de lá não saíram e utilizando-se dos instrumentos mágicos do pai, exterminaram vários monstros. Depois de celebrarem a vitória em companhia da mãe, construíram para ela uma casa toda de turquesa no fim do céu, onde o Sol poderia visita-la novamente. Entretanto a guerra que os gêmeos travaram contra os monstros diminuiu a quantidade de habitantes da Terra. Então, Estsanatlehi raspou a pele de seus seios, costas e ombros e criou o casal ancestral do povo najavo. Eles se reproduziram rapidamente, dando origem as grandes clãs dos Navajos. Sentindo que sua criação estava completa, retirou-se para seu castelo de turquesa e de lá abençoou seu povo, presenteando-os com as estações, as plantas e os animais de caça. Somente quatro monstros sobreviveram da guerra de seus filhos contra o mal: o Inverno, a Miséria, a Idade e a Fome, que a Deusa permitiu a sobrevivência para que seu povo pudesse dar mais apreço às suas dádivas. Esta Deusa Sagrada, por suas ações diretas e indiretas, torna a terra segura para os humanos. Ela traz a ordem a este mundo. Isto é muito significativo, pois antes de sua entrada em cena, o mundo se encontrava em estado de caos e desordem. A Mulher Mutante defende a paz, e vive para sempre. Seus decretos falam de amor. Ela e suas leis são imortais. Estsanatlehi é considerada a irmã de Yolkai Estsan, a esposa do Deus da Lua. Ela representa o ciclo universal da vida e detém o poder total da criação, como também está identificada com a Lua. Ela é conhecida ainda, pelo nome de Mulher Turquesa. Identificada com o processo da vida em movimento, ela é também uma Deusa Tríplice. Na Primavera era considerada uma mulher jovem. No Outono aparecia como uma mulher anciã em seu declínio, que morria no Inverno para depois renascer no Verão. A restauração da juventude é o padrão da Terra e é também o padrão da Mulher Mutante. Estsanatlehi é a pessoa sagrada, que se identifica com a beleza dinâmica, que figura como um eterno símbolo de esperança para o povo navajo. Seus símbolos são: o arco-íris, as flores, a pena do beija-flor, borboletas, cristais, as garras do urso, o espiral, a serpente, as estrelas e abeto (árvore associada à vida). Invoque a Mulher Mutante para: proteção, prosperidade e fertilidade. Em seus rituais use um incenso de abeto ou sálvia. RITUAL. A Mulher Mutante chega em nossas vidas para nos lembrar que devemos comemorar nossos ciclos. Os Ciclos menstruais são os mais importantes na vida de uma mulher. Você celebra sua menstruação e a têm como uma época de reflexão? E você que está na menopausa, sente medo de ficar velha e feia porque não menstrua mais? Devemos dançar e comemorar todos os nossos ciclos até chegarmos a menopausa, que é quando retemos nosso sangue mágico dentro de nós. É quando nos tornamos uma fonte de sabedoria para nossos entes queridos e para a comunidade. Respeitar e valorizar os ciclos, significa honrar o seu processo único, o caminho único da vida. Ao celebrarmos nosso ciclos, nós nos celebramos como mulheres. CELEBRE SEU CICLO. Reserve um horário e um lugar onde não seja incomodada. Sente-se ou fique em pé e depois relaxe e identifique o ciclo que você está vivendo agora. Trace um círculo chamando os quatro elementos. Ande ao redor do lado de fora do círculo e preencha-o com respeito e honra. Você pode fazer isso tocando uma música, dançando e cantando o refrão: -“Amo os meus ciclos, gosto de ser mulher” Não esqueça de observar que sentimentos isso desperta. Continue até sentir que a energia do ciclo é forte, então entre no círculo e respire profundamente. Deite-se ou sente-se, o que for mais confortável para você. Deixe a energia da celebração que você criou alimentá-la até o âmago do seu corpo/mente/espírito. Sinta o poder de cura refazer os tecidos dilacerados e feridos. Sinta-se mulher, tenha orgulho de ser mulher, por sangrar ou reter seu sangue sábio dentro de si. Quando sentir-se totalmente alimentada, agradeça à Mulher Mutante e a si mesma, à sua feminilidade. Saia do círculo. Libere o que você havia invocado. SEJA BEM-VINDA! É uma benção termos nascidos mulheres em uma época em que as mulheres estão despertando a verdadeira energia feminina e começando a reconhecer-se e abrir-se para a totalidade de seu poder. Somos nós mulheres que possuímos mais responsabilidades, nestes tempos em que a Deusa volta a caminhar sobre a Terra. Isto porque participamos desta energia feminina que é a Terra, pois o nosso corpo é o corpo da Mãe-Terra e também porque faz parte de nossa verdadeira essência cumprir o rol de feiticeiras e curadoras, de “paridoras” do mundo maravilhoso que virá. Devemos alinhar nossa vontade com a vontade da Deusa. ESTE É O SEGREDO! Texto de ROSANE VOLPATTO

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