contos sol e lua

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segunda-feira, 9 de junho de 2014

a evolução da forma.

Toda forma que vês tem seu arquétipo no mundo sem-lugar. Se a forma esvanece, não importa, permanece o original. As belas figuras que viste, as sábias palavras que escutaste, não te entristeças se pereceram. Enquanto a fonte é abundante, o rio dá água sem cessar. Por que te lamentas se nenhum dos dois se detém? A alma é a fonte, e as coisas criadas, os rios. Enquanto a fonte jorra, correm os rios. Tira da cabeça todo o pesar e sorve aos borbotões a água deste rio. Que a água não seca, ela não tem fim. Desde que chegaste ao mundo do ser, uma escada foi posta diante de ti, para que escapasses. Primeiro, foste mineral; depois, te tornaste planta, e mais tarde, animal. Como pode ser isto segredo para ti? Finalmente foste feito homem, com conhecimento, razão e fé. Contempla teu corpo; um punhado de pó vê quão perfeito se tornou! Quando tiveres cumprido tua jornada, decerto hás de regressar como anjo; depois disso, terás terminado de vez com a terra, e tua estação há de ser o céu. Passa de novo pela vida angelical, entra naquele oceano, e que tua gota se torne o mar, cem vezes maior que o Mar de Oman. Abandona este filho que chamas corpo e diz sempre Um; com toda a alma. Se teu corpo envelhece, que importa? Ainda é fresca tua alma. rumi.

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