domingo, 28 de outubro de 2018

O olhar da arrogância.

A arrogância acaba com a vida do arrogante em passos módicos, mas, perto do fim, sem moderação. Trata-se de uma característica que consome certos indivíduos ao ponto de afligir a estima de terceiros. Ninguém tolera ficar perto de um pretensioso incorrigível. Às vezes, necessário é, como num emprego cuja continuidade depende de um chefe insuportável. Nas ruas, nas empresas… há arrogância em toda parte. Os arrogantes, em suma, fazem parte do cotidiano humano. Tais criaturas olham para seus semelhantes de cima para baixo, como se o mundo lhes devesse deferência. Quando atingem seu propósito, conceituam de ‘invejosos’ os que estão à volta. Vejamos os motivos da arrogância. Poeticamente, um desejo insaciável de pavonear qualidades face aos demais indivíduos da sociedade. Cientificamente, trovoadas de narcisismo crônico. A ‘superioridade’ da arrogância paira num sustentáculo frágil. O isolamento se torna natural, pois ninguém está à altura. Geralmente, a característica vem do berço, isto é, da criação. Há aspectos que potencializam as ações do arrogante. Um emprego importante, um carro de luxo, por exemplo. O poder separa e quanto mais se tem, mais fácil fica de medir o caráter de um homem, tal qual afirmou Abraham. O Lincoln. Não há, todavia, causalidade entre riqueza e arrogância. Seria uma injustiça com os abonados que lutam para construir um mundo melhor. Destratar por qualquer motivo é ato personalíssimo. O arrogante analisa os outros com os óculos da superioridade, sopesando características físicas, psicológicas ou, ainda, estilo de vida. Como se existisse uma forma correta, exata, de se viver. A arrogância afasta as pessoas. Se você nunca consegue agir humildemente, então procure ajuda. O segredo de qualquer relacionamento é a capacidade de compreender o outro e, inequivocamente, ceder. Elementar. Quem compreende e cede, inspira os outros. Não há conquista pessoal que compense esse sentimento. Dito isso, arrogante, reveja suas prioridades e saia dessa prisão de cristal na qual se meteu. De outro modo, desfrute de sua solidão eterna. Por: Gabriel Bocorny Guidotti Jornalista e escritor Porto Alegre – RS (Brasil)

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