terça-feira, 6 de agosto de 2024

Tempo perdido. Jeanne Guesdon,

Charles Darwin (1809-1882) foi um dos maiores cientistas do último século. Sua obra fundamental sobre a origem das espécies teve, desde sua publicação, uma repercussão universal e orientou a biologia em caminhos novos e fecundos. Darwin baseou seus trabalhos em milhares de observações. Teve, portanto, um trabalho enorme. No entanto, sua saúde não era boa; ele era fisicamente incapaz de um trabalho de muitas horas seguidas e, em suas memórias, confessa: “Nunca pude trabalhar mais de duas horas por dia.” Duas horas? É bem pouco. Mas quando esse lapso de tempo foi repetido todo dia, realmente todo dia, ele permitiu fazer obra digna de admiração, um verdadeiro monumento de saber humano. Chamamos sua atenção para o bom uso que cada um de nós pode e deve fazer do mais valioso dos tesouros: o tempo. Quantas vezes ouvimos confidências do tipo: “Sim, eu gostaria muito de fazer progressos maiores, mas não tenho tempo”. Ao que podemos quase sempre responder, sem medo de errar; “Bem, esse tempo necessário ao estudo, você o tem, mas não sabe usá-lo. Você o desperdiça, você o joga fora. Sem nem mesmo se dar conta disto…”. Pois, assim como gotas de água, milhares de vezes repetidas e caindo sempre no mesmo lugar, acabam vencendo a resistência do granito, assim também os minutos de estudo ou meditação, repetidos diariamente, nem que seja a razão de dez ou quinze minutos cada vez, farão de você um autêntico buscador da verdade, logo um Rosacruz. Faça um exame sincero de seu uso do tempo diário e veja se não há um só quarto de hora por dia que você desperdice com conversas fúteis, leitura de revistas sem cultura etc. Economizando esses momentos de tempo perdido, encontramos facilmente, mesmo que sejamos “terrivelmente ocupados”, aquele quarto de hora necessário ao estudo. E com a condição expressa de continuarmos todos os dias, sem nenhuma interrupção, de perseverarmos, faça chuva ou faça sol, é certo e seguro que podemos realizar um trabalho considerável e atingir nossos objetivos. Há também um meio mais sutil de perder tempo: é usá-lo pela metade, isto é, não nos dedicarmos completamente à tarefa que executamos, sendo que devemos nos entregar a ela por inteiro, não nos deixarmos distrair por nada, entrarmos inteiros naquilo que fazemos. O importante é uma atenção absoluta, que tenha de certo modo um valor magnético. Naturalmente, tal resultado não se obtém num só dia. Mas a Ordem Rosacruz, AMORC vai, justamente, ensiná-lo a obter esse estado de concentração, no mínimo de tempo e com o máximo de eficiência. Também é importante escolhermos para nossos momentos de estudo um tema relacionado às nossas possibilidades, aos nossos gostos. Se quiséssemos atacar uma tarefa árdua demais, possivelmente os fracassos nos cansariam e nos desestimulariam, ao passo que, se o esforço estiver à altura dos nossos meios, ele ampliará o campo de nossa ação. O crescente interesse vai também nos abrir novos horizontes de busca; o esforço inicial se tornará um prazer e dará o sentimento e a satisfação do dever cumprido, o que em geral proporciona, acima de tudo, paz e muitas vezes felicidade também. Lembremos também que o tempo foge com rapidez. Nós marcamos sua passagem com medidas humanas, mas não podemos detê-lo. O minuto presente nem bem existe e logo outro chega, e é substituído pelo seguinte. Dentre os momentos perdidos, esta mensagem mencionou as conversas fúteis. Uma pessoa rumina várias vezes aquilo que já disse… E para quê? Para se repetir! Outra, quando você lhe conta uma experiência vivida, um acontecimento qualquer, vai imediatamente relatar algo parecido com o que você acabou de falar. Ora, lembre-se de que aquilo que tem interesse pessoal para você muitas vezes não interessa à pessoa que está ouvindo. Na hora de falar, seria bom também lembrar-se de uma das lições rosacruzes que fala do esquecimento de si mesmo e da supressão do pronome “eu”. Também nesse caso, há uma disciplina a ser seguida e um treinamento a ser feito; e, em vez de “colher flores ao longo da estrada da vida”, essa disciplina e esse treinamento o ajudarão a subir a encosta, mais penosa, da senda da montanha que conduz à iluminação.

A existência da alma;do livro “A vida tem sentido” de Serge Toussant."

O ser humano não se limita a um corpo material mantido em vida por um conjunto de processos físico-químicos. Ele possui também uma faculdade extraordinária: a consciência. Ora, ao contrário do que pensam os ateus, ela não é produto apenas do cérebro. Do ponto de vista espiritualista, ela é um atributo da alma. É isso o que explica por que uma pessoa privada de suas funções cerebrais por causa de um gravíssimo acidente ou de uma doença degenerativa continua, além das aparências, a pensar e a sentir emoções. O fato de seu eletroencefalograma não acusar nada não significa que ela não tenha mais nenhuma consciência, mas apenas que ela está privada de sua fase objetiva, a qual depende efetivamente da atividade cerebral. Outro fato notável em todo ser humano: ele não tem consciência apenas de si mesmo, dos outros e do seu meio. Ele também tem consciência do bem e do mal, o que explica por que ele sente a consciência leve e a consciência pesada conforme aquilo que pensa, diz ou faz. Certamente, as noções de bem e mal são um tanto arbitrárias e podem variar de uma cultura a outra, mas sabemos em nossa alma e em nossa consciência” que alguns comportamentos são fundamentalmente bons, ao passo que outros são fundamentalmente maus a ponto de termos vergonha deles. O fato de sermos capazes de discernir uns dos outros e de nos conformarmos a uns mais do que a outros nos traz toda a problemática do livre-arbítrio e dá uma dimensão particular à nossa vida. Será possível provar a existência da alma? A priori, é impossível. Todavia, ao se considerar aquilo que o ser humano criou de mais belo e mais útil em âmbitos tão diversos tais como a arquitetura, a literatura, as artes, a ciência, a tecnologia etc., como pensar que ele tenha conseguido isso unicamente por meio de sua inteligência cerebral? Melhor ainda, ao se pensar nas emoções mais belas e nos sentimentos mais nobres que ele é capaz de sentir e expressar, como o maravilhamento, a compaixão, a fraternidade, a amizade e o amor, como não ver em tudo isso a presença de alguma coisa sublime e divina? Mas então: o que é a alma? Do ponto de vista rosacruz, é a energia espiritual que anima o ser humano, no sentido de que lhe dá vida e consciência. Como tal, ela impregna todas as células de nosso corpo, assim como o ar que preenche todos os cômodos de uma casa. Ao contrário do que ensina a maior parte das religiões, a alma não se situa num órgão específico, como o cérebro ou o coração, e nem tampouco no sangue. A ciência é atualmente incapaz de evidenciar essa energia ou mensurá-la, mas eu não me surpreenderia se ela um dia lograsse fazê-lo e que assim provasse a existência, em cada um de nós, de um corpo etéreo constituído de partículas espirituais. Outra questão se apresenta relativamente ao assunto da alma humana: de onde ela provém? Aos olhos da ontologia rosacruz, ela é uma emanação da Alma Universal, ou seja, da Alma que impregna o universo desde suas origens. Para retomarmos o que havíamos dito anteriormente, isso quer dizer que todo ser humano é um filho das estrelas, não apenas por causa dos elementos que constituem seu corpo físico, mas também pela essência espiritual que o anima. Esta é a razão pela qual em muitos escritos religiosos e também míticos está dito que o homem é uma alma vivente. Cada um de nós é, pois, um ser duplo e pertencente a dois mundos – não opostos, mas complementares: o visível e o invisível; tangível e intangível; material e imaterial. É precisamente essa dualidade que confere à nossa existência um objetivo transcendental. Para compreender o objetivo de nossa presença na Terra não devemos considerar agora a origem da alma humana, mas sua natureza como tal: ela é perfeita em essência, a exemplo da Alma Universal, designada pelos hinduístas e por alguns budistas pelo nome de Atman (pronunciado Atma em sânscrito). De fato, é nela que reside aquilo a que chamamos qualidades, ou, para retomarmos o termo caro a Sócrates, virtudes, tais como a humildade, a integridade, a generosidade, a tolerância, a benevolência etc. Se vivemos na Terra, é para nos conscientizarmos dessas virtudes e exprimi-las através de nosso comportamento, no contato com os outros. Em outras palavras, é para evoluirmos espiritualmente e atingirmos algum dia o estado de Sabedoria. É o que ademais ensinaram todos os Mestres e todos os Iniciados do passado, independentemente das épocas e dos lugares em que viveram. Certamente, a julgar pelo comportamento atual da maior parte dos indivíduos, seria possível duvidar de que o ser humano é perfeito em essência. É por isso que muitas pessoas, dentre as quais “filósofos”, estão convencidas de que, ao contrário, ele é imperfeito por natureza. Contudo, elas não podem negar que ele é capaz de se aprimorar. Isto pressupõe que haja nele “alguma coisa” que o incita a se tornar melhor, o que nos lembra as proposições de René Descartes: Como poderia eu saber que não sou perfeito se eu não tivesse em mim nenhuma ideia de um Ser mais perfeito que o meu, e através de cuja comparação eu posso conhecer os defeitos da minha natureza?

sábado, 3 de agosto de 2024

Salmos de Salomão......

Os Salmos 72 e o 127 são atribuídos ao Rei Salomão, filho de Davi. Estes dois belíssimos salmos do rei Salomão são poema e canção em forma de oração a Deus. O salmista Salomão, conhecido por sua sabedoria, expressa confiança, adoração, fé e gratidão ao Senhor. Os Salmos de Salomão na Bíblia: Salmos 72: O rei justo e o seu reinado eterno Salmos 127: Todo o bem procede de Deus Estes Salmos, da autoria de Salomão, fazem parte do cânon da Bíblia. Não devem ser confundidos com a coleção de 18 poemas apócrifos, também chamados "Salmos de Salomão", que não pertencem à Bíblia Sagrada. Salmos 72 O Salmo 72 é um salmo real atribuído ao rei Salomão, que fala sobre a justiça, a retidão, a bondade e graça de Deus. Neste Salmo, é feita uma oração pelo rei, pedindo a Deus bênçãos para o governante justo e prosperidade sobre o seu reino. Além disso, este salmo também prenuncia o Messias prometido, que reinará para sempre. 1Reveste da tua justiça o rei, ó Deus, e da tua retidão o filho do rei, 2para que ele julgue com retidão e com justiça os teus que sofrem opressão. 3Que os montes tragam prosperidade ao povo e as colinas o fruto da justiça. 4Defenda ele os oprimidos no meio do povo e liberte os filhos dos pobres; esmague ele o opressor! 5Que ele perdure como o sol e como a lua por todas as gerações. 6Seja ele como chuva sobre uma lavoura ceifada, como aguaceiros que regam a terra. 7Floresçam os justos nos dias do rei, e haja grande prosperidade enquanto durar a lua. 8Governe ele de mar a mar e desde o rio Eufrates até os confins da terra. 9Inclinem-se diante dele as tribos do deserto, e os seus inimigos lambam o pó. 10Que os reis de Társis e das regiões litorâneas lhe tragam tributo; os reis de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes. 11Inclinem-se diante dele todos os reis, e sirvam-no todas as nações. 12Pois ele liberta os pobres que pedem socorro, os oprimidos que não têm quem os ajude. 13Ele se compadece dos fracos e dos pobres e os salva da morte. 14Ele os resgata da opressão e da violência, pois aos seus olhos a vida deles é preciosa. 15Tenha o rei vida longa! Receba ele o ouro de Sabá. Que se ore por ele continuamente, e todo o dia se invoquem bênçãos sobre ele. 16Haja fartura de trigo por toda a terra, ondulando no alto dos montes. Floresçam os seus frutos como os do Líbano e cresçam as cidades como as plantas no campo. 17Permaneça para sempre o seu nome e dure a sua fama enquanto o sol brilhar. Sejam abençoadas todas as nações por meio dele, e que elas o chamem bendito. 18Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que realiza feitos maravilhosos. 19Bendito seja o seu glorioso nome para sempre; encha-se toda a terra da sua glória. Amém e amém. 20Encerram-se aqui as orações de Davi, filho de Jessé. Salmos 127 O Salmo 127, também atribuído ao rei Salomão, é um cântico de 'romagem' (peregrinação, ou dos degraus) que eram entoados pelos peregrinos a caminho de Jerusalém, nas celebrações das festas. Além disso, ele também é um salmo didático de (sabedoria ou sapiencial). Em, suma é ensinado que de nada valem os esforços e projetos humanos se Deus não fizer com que eles prosperem. Além disso, ele retrata a importância da confiança em Deus para o sucesso na vida, especialmente voltado para os laços familiares, projetando a construção de um lar abençoado por Deus. 1Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. 2Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama. 3Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. 4Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. 5Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.

A oração de Salomão no Templo de Jerusalém.... Oração de Salomão retirada do trecho de 1 Reis 8:23-53......

Salomão foi um rei de Israel, filho de Davi e Bate-Seba. Ele é reconhecido como o homem mais sábio do mundo, uma dádiva de Deus que lhe foi concedida quando, ao invés de desejar riqueza ou poder, pediu sabedoria para governar seu povo. A oração que Salomão fez a Deus está registrada em 1 Reis 8:22-61. Durante esta cerimônia no Templo de Jerusalém, Salomão orou a Deus, pedindo bênçãos, perdão e proteção para o povo de Israel, destacando a importância do templo como um lugar de oração e comunhão com Deus. Veja a oração de Salomão completa: Oração de Salomão "Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu em cima nos céus nem embaixo na terra! Tu que guardas a tua aliança de amor com os teus servos que, de todo o coração, andam segundo a tua vontade. Cumpri­ste a tua promessa a teu servo Davi, meu pai; com tua boca prometeste e com tua mão a cumpriste, conforme hoje se vê. "Agora, Senhor, Deus de Israel, cumpre a outra promessa que fizeste a teu servo Davi, meu pai, quando disseste: 'Você nunca deixará de ter, diante de mim, um descendente que se assente no trono de Israel, se tão somente os seus descendentes tiverem o cuidado de, em tudo, andarem segundo a minha vontade, como você tem feito'. Agora, ó Deus de Israel, que se confirme a palavra que falaste a teu servo Davi, meu pai. "Mas será possível que Deus habite na terra? Os céus, mesmo os mais altos céus, não podem conter-te. Muito menos este templo que construí! Ainda assim, atende à oração do teu servo e ao seu pedido de misericórdia, ó Senhor, meu Deus. Ouve o clamor e a oração que o teu servo faz hoje na tua presença. Estejam os teus olhos voltados dia e noite para este templo, lugar do qual disseste que nele porias o teu nome, para que ouças a oração que o teu servo fizer voltado para este lugar. Ouve as súplicas do teu servo e de Israel, o teu povo, quando orarem voltados para este lugar. Ouve dos céus, lugar da tua habitação, e, quando ouvires, dá-lhes o teu perdão. "Quando um homem pecar contra seu próximo, tiver que fazer um juramento e vier jurar diante do teu altar neste templo, ouve dos céus e age. Julga os teus servos; condena o culpado, fazendo recair sobre a sua própria cabeça a consequência da sua conduta, e declara sem culpa o inocente, dando-lhe o que a sua inocência merece. "Quando Israel, o teu povo, for derrotado por um inimigo por ter pecado contra ti, voltar-se para ti e invocar o teu nome, orando e suplicando a ti neste templo, ouve dos céus e perdoa o pecado de Israel, o teu povo, e traze-o de volta à terra que deste aos seus antepassados. "Quando se fechar o céu e não houver chuva por haver o teu povo pecado contra ti e, se o teu povo, voltado para este lugar, invocar o teu nome e afastar-se do seu pecado por o haveres castigado, ouve dos céus e perdoa o pecado dos teus servos, de Israel, teu povo. Ensina-lhes o caminho certo e envia chuva sobre a tua terra, que deste por herança ao teu povo. "Quando houver fome ou praga no país, ferrugem e mofo, gafanhotos peregrinos e gafanhotos devastadores, ou quando inimigos sitiarem suas cidades, quando, em meio a qualquer praga ou epidemia, uma oração ou súplica por misericórdia for feita por um israelita ou por todo o Israel, teu povo, cada um sentindo as suas próprias aflições e dores, estendendo as mãos na direção deste templo, ouve dos céus, o lugar da tua habitação. Perdoa e age; trata cada um de acordo com o que merece, visto que conheces o seu coração. Sim, só tu conheces o coração do homem. Assim eles te temerão durante todo o tempo em que viverem na terra que deste aos nossos antepassados. "Quanto ao estrangeiro, que não pertence a Israel, o teu povo, e que veio de uma terra distante por causa do teu nome - pois ouvirão acerca do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte -, quando ele vier e orar voltado para este templo, ouve dos céus, lugar da tua habitação, e atende ao pedido do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te temam, como faz Israel, o teu povo, e saibam que este templo que construí traz o teu nome. "Quando o teu povo for à guerra contra os seus inimigos, por onde quer que tu o enviares, e orar ao Senhor voltado para a cidade que escolheste e para o templo que construí em honra ao teu nome, ouve dos céus a sua oração e a sua súplica e defende a sua causa. "Quando pecarem contra ti, pois não há ninguém que não peque, e ficares irado com eles e os entregares ao inimigo que os leve prisioneiros para a sua terra, distante ou próxima; se eles caírem em si, na terra para a qual tiverem sido deportados, e se arrependerem e lá orarem: 'Pecamos, praticamos o mal e fomos rebeldes'; e se lá eles se voltarem para ti de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra dos inimigos que os tiverem levado como prisioneiros, e orarem voltados para a terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e para o templo que construí em honra ao teu nome, então, desde os céus, o lugar da tua habitação, ouve a sua oração e a sua súplica e defende a sua causa. Perdoa o teu povo, que pecou contra ti; perdoa todas as transgressões que cometeram contra ti e faze com que os seus conquistadores tenham misericórdia deles; pois são o teu povo e a tua herança, que tiraste do Egito, da fornalha de fundição. "Que os teus olhos estejam abertos para a súplica do teu servo e para a súplica de Israel, o teu povo, e que os ouças sempre que clamarem a ti. Pois tu os escolheste dentre todos os povos da terra para serem a tua herança, como declaraste por meio do teu servo Moisés, quando tu, ó Soberano Senhor, tiraste os nossos antepassados do Egito". - Oração de Salomão retirada do trecho de 1 Reis 8:23-53

A Beleza Universal.......Christian Bernard...

O adágio “Se você quer ser belo, detenha-se por um minuto diante do seu espelho, cinco diante da sua alma e quinze diante do seu Deus” resume bem um dos objetivos a que todo ser humano deveria buscar. Pagar tributo à Beleza divina deveria ser nosso objetivo prioritário, e ele não pode ser alcançado a menos que nós mesmos nos tornemos belos. Quando falo em Beleza, naturalmente não me refiro à estética corporal à qual alguns atribuem demasiada importância e que, infelizmente, tornou-se, em nossa época, um culto ridículo e mesmo perigoso. Penso sobretudo na beleza de nosso santuário interior, a qual, independentemente do aspecto exterior do templo no qual se encontre, pode irradiar-se a todo momento sob a forma de um magnetismo que nada nem ninguém pode alterar ou diminuir. Neste sentido, a feiúra não deve ser considerada como uma ausência de beleza física, mas como a expressão de uma grande falta de espiritualidade. O que confere beleza à garrafa, à parte a pureza de sua forma e a qualidade de seu vidro, é antes de tudo o grau de luminosidade que ela é capaz de refletir. O mesmo se aplica ao ser humano. Pelo tempo em que ele esconder sua luz interior, permanecerá prisioneiro de seu corpo e, no melhor dos casos, não poderá manifestar senão a aparência daquilo que lhe parece belo. Somente o misticismo pode nos dar o poder de desvelar nossa espiritualidade e de libertar plenamente as virtudes escondidas de nossa alma. Tomemos, por exemplo, a verdade. Não há erro mais grave do que a recusa em ver e ouvir a verdade. A verdade é una porque Deus é Uno, mas os erros são múltiplos porque a ignorância desconhece o número de seus adeptos. Ora, o que torna belo o indivíduo é o conhecimento de si mesmo – esse conhecimento que pode elevá-lo até as estrelas mais longínquas para lhe presentear com a Consciência divina. Observemos também que não é por acaso que o estado de consciência crística é simbolizado na Árvore cabalística pela sefira Tiphereth, ela própria símbolo da beleza adâmica na Terra. Não é dito que o próprio Mestre Jesus veio para manifestar a Beleza Divina? Esforcemo-nos para imitar a beleza de intenção e de ação que animou o Mestre Jesus ao longo de seu ministério. Isto naturalmente não quer dizer que devemos nos tomar por ele e buscar inflar nosso próprio ego por uma pomposa imitação daquilo que julgamos conhecer acerca dele. Isto significa simplesmente que devemos nos aplicar plenamente para sensibilizar as pessoas de nosso convívio àquilo que é belo, a fim de levar seu senso estético a evoluir na direção dos arquétipos superiores. Creio que é difícil atingir este objetivo por intermédio da arte, pois ela, nesse ponto da evolução humana, ainda é uma expressão muito imperfeita da Perfeição divina. É verdade que muitos são os mestres que, por intermédio da música, da pintura, da escultura ou de outros ramos da arte, encarnaram formas-pensamento de grande pureza e perfeição. Mas para a maioria das pessoas, tais obras estão além do que elas são capazes de sentir e de compreender em matéria de beleza. É sem dúvida por esta razão que uma pintura inspirada será para alguns o cúmulo do horror ou que, inversamente, uma música decadente será para outros o summum da inspiração. Tudo isto naturalmente não quer dizer que não haja beleza universal. Isto simplesmente nos mostra que o homem encarnado, antes de ser capaz de discernir a existência de tal beleza, permanece por muito tempo prisioneiro de uma má concepção daquilo que é belo. Neste livro, um outro capítulo também está consagrado à beleza, mas mais particularmente à beleza através da arte. Não é senão evoluindo na direção dos planos de consciência cada vez mais elevados que cada um pode retirar o véu e se aproximar da magnificência da verdadeira beleza. Enquanto o homem não atinge um certo degrau de evolução, ele não faz mais do que projetar em seu meio o sentido que sua mente dá à beleza. Dito de outra maneira, ele busca aquilo que é belo por meio dos olhos do corpo, e não através dos olhos de sua alma. Segundo esse ponto de vista, podemos dizer que existem tantos critérios de beleza quanto indivíduos, e isto procede se compararmos todas as civilizações e formas de sociedade, mesmo as atuais. Podemos, no entanto, constatar que há coisas sobre as quais existe um consenso no tocante à sua beleza. Sobre elas, é dito que refletem a harmonia, inspiram e apaziguam. Para darmos alguns exemplos, nunca aconteceu de você ouvir dizer que uma aurora ou um crepúsculo, ou ainda um céu estrelado, são feios. As coisas acontecem diferentemente quando perguntamos às pessoas o que elas pensam da beleza deste ou daquele objeto. Aparece então uma divergência entre as diversas concepções de beleza, cada qual sendo resultante da educação, da personalidade e da evolução interior de cada um. Portanto, é fácil compreender que o problema do homem não é que ele seja insensível à beleza universal, mas sobretudo que, na maioria dos casos, ele não toma consciência dela, não sabe onde situá-la ou é incapaz de exprimí-la naquilo que ele pensa, diz e faz. Como venho de salientar, todo indivíduo é sensível à beleza que se manifesta pelo viés da natureza. Devemos então levar nosso meio, e mesmo um público mais amplo, se pudermos, a refletir sobre o porquê e o como desta sensibilidade à beleza. Agindo assim, conduziremos progressivamente essas pessoas a não mais se contentarem com aquilo que constitui a beleza da natureza e do universo, mas a participarem conscientemente nela enquanto atores e espectadores. Que possamos dar a eles o desejo de abrir o “Livro do homem” e o “Livro da natureza” e o desejo de conhecer e compreender as leis que se operam neles e ao redor deles. É a isso que me dediquei através destas reflexões, e espero que você possa encontrar em si e a seu redor a sublime beleza universal.

As quatro aptidões....Fonte: Revista “O Pantáculo”, ano I, nº 1 – edição 1993.....

Podemos chamar as Quatro Aptidões de edifício base, fundamento e alicerce de todo místico na Senda para que possa se qualificar como “Iniciado”, mais precisamente “Discípulo”. Cada Discípulo, por suas aspirações, seu desejo sincero de se elevar e progredir, dirige-se para a senda da maestria que um dia alcançará. Mas antes de chegar ao que nós místicos denominamos “domínio do Eu” ou “domínio da vida”, é primordial ter as quatro aptidões: determinar, ouvir, ver e falar. DETERMINAR – é importante considerar esta expressão em seu sentido esotérico, ou seja, a faculdade de resolver todos os problemas encontrados na senda com o máximo de eficiência e com o melhor critério possível. Mas qual será a ferramenta que encontraremos em nossa vida que vai nos permitir adquirir essa faculdade? É a “Sabedoria”. A Sabedoria Divina, aquela que se encontra na Tradição Primordial. Nesse nível é que encontramos a verdadeira Sabedoria. Sem consciência dela o que dispomos é de um punhado de coisas, talvez nada, quando se trata de benefícios úteis para a humanidade. OUVIR – primeiramente é preciso saber escutar, mas um ser que só escuta não ouve necessariamente. Para o místico, o êxito em ouvir é escutar a voz do nosso Guardião, a voz do nosso “Eu Interior”, para atingirmos o domínio do Eu. VER – não apenas no sentido físico como o compreendemos e que está entre os cinco sentidos objetivos. Ver, usando os olhos como canais da Alma, “as janelas da alma” como dizia Leonardo da Vinci. Na Tradição o olho sempre esteve presente como um símbolo do conhecimento. O olho é a consciência que interpenetra o universo, a Divina visão que tudo abrange. Para o Místico, Ver, é aspirar à LUZ. FALAR – é o quarto aspecto que definimos na introdução como aptidão. A palavra é verdadeiramente uma força muito poderosa que se manifesta através das coisas e o místico nunca fica indiferente ao poder da palavra. Segundo São João: “No início era o Verbo, e o Verbo estava com DEUS, e o Verbo era DEUS”. Analisando esta frase de grande profundeza esotérica compreendemos que a criação do universo foi através de uma ideia, um pensamento expressado e articulado em forma de palavras. O homem deve considerar que a palavra tem, de fato, um poder criador e espiritual. É por isso que a escolha da palavra correta transmitida a outrem é fundamental. O Discípulo deve proclamar a verdade que está no seu interior. Foi isto que fizeram os grandes Avatares e Iniciados da humanidade. Devemos sempre emitir palavras convenientes e construtivas. Ao utilizar o poder da palavra, devemos nos manter íntegros e éticos. Trabalhando estas quatro aptidões estaremos nos preparando para um tempo de que ainda não temos não temos consciência…”

Um caminho.......IRÈNE BEUSEKAMP......

Há muitos anos que estou nesse mundo. Tinha cinco anos de idade quando fui à aula pela primeira vez. Aprendi, estudei mais e mais e agora sei tanto que já não sei o que sei. E assim como Montaigne, digo: “Que sei eu?”. Os exegetas de Montaigne por muito tempo pensaram que, através desse questionamento retórico, ele procurava exprimir seu ceticismo e suas desilusões. Ele ainda era um rapazinho imberbe e falava latim fluentemente. Mais tarde, estudará filosofia e direito. Viajou muito e ocupou cargos públicos. Contudo, é o fenômeno “ser humano” que absorverá cada vez mais o seu interesse. Foi assim que ele se recolheu ao seu castelo e se consagrou ao estudo do homem. Como vivia sozinho, tornou-se ele próprio o objeto de suas observações, as quais depositou em seus Ensaios. Era no silêncio que ele encontrava aquilo que para ele era o mais importante: seu Eu interior, ao qual chamava “fundo da loja”. Produziu muitos escritos sobre o homem na forma de ensaios e no entanto jamais soube quem ou o que é o homem: “Que sei eu?”. Apesar dos muitos anos de estudos, o homem permanecia para ele um mistério. Quanto às eventuais experiências espirituais no mais profundo de si mesmo, ele sempre preservou o silêncio. Se me permitirem, regressarei agora às minhas próprias experiências. De tudo aquilo que aprendi (por vezes eu ficava com a cabeça “recheada”), adquiri um saber consideravelmente extenso, mas aquilo que sei de verdade não vem daquilo que acumulei no meu cérebro, mas do mais profundo de mim mesmo, durante curtos ou longos momentos de silêncio puro – momentos em que tudo em nós se cala e nos quais parece que somos recobertos por um véu etéreo e quando, subitamente, nosso Mestre Interior se manifesta e confirma aquilo que um mestre disse há tanto tempo: “O Reino dos Céus está em vós”. O Mestre, o Mestre Interior, Deus. Há alguns meses escrevi uma meditação de palavras, expressões e frases que eu lia ou ouvia e que ficaram gravadas em meu coração. Ei-la: O Reino dos Céus está em vós. Adeptos da Senda, permiti-me vos saudar com essa perene afirmação. A ilusão atual do homem é superestimar o intelecto que tanto lhe acresceu e que tornou possível, graças a maravilhas tecnológicas, uma mudança total de suas condições de vida. A humanidade se encontra sob a empresa de um desenvolvimento tecnológico que parece não se deter. Novas descobertas são feitas em todos os domínios. O universo revela seus segredos à ciência e todas as riquezas e recursos de nossa Mãe Terra são usados e esgotados. O mundo já não está mais em equilíbrio. Ao passo que os países ocidentais, ávidos por Ter (já não se sabe mais conjugar o verbo “Ser”) são cada vez mais levados a adquirir produtos completamente inúteis, a outra parte do mundo sofre com a fome e permanece privada daquilo que há de mais essencial para a vida. Já é mais do que urgente que tomemos consciência da armadilha de nossa evolução intelectual e nos engajemos em novas veredas – veredas que se revelam cada vez mais e que foram indicadas em todos os tempos por sábios de todas as civilizações no âmbito de uma única ciência – a ciência da alma. Não é insueto que sábios conheçam tudo a respeito do menor dos insetos, que nem sequer podem ver a olho nu, e não saibam o porquê e o como de sua própria existência? Ou que geneticistas saibam tudo a respeito das plantas, animais e seres humanos e não se empenhem no mistério de seu próprio ser e nas particularidades de sua pessoa? Ou ainda que o homem atravesse o universo em todos os sentidos, pouse na Lua e, ainda assim, não possa encontrar o caminho que o conduz a si mesmo? “O Reino dos Céus está em vós”. Adeptos da Senda, permiti-me repetir essa mensagem secular. É a mensagem do sorriso infinito da Esfinge que se eleva calma e serena da areia do Egito; é a mensagem formulada em diferentes termos pelo místico alemão dos séculos XIII e XIV, Mestre Eckhart: “Deus está no centro do homem”. Tomás de Aquino e Jacob Boehme exprimiram a mesma coisa em longos escritos que nem sempre são fáceis de ler e que se baseiam na experiência verdadeira – uma experiência que também é possível para o homem desse novo século. Nossa época é justamente aquela em que os valores divinos ganham em clareza e em que a vida espiritual se torna tão marcante e tão real quanto à vida material. É a época em que o termo “iniciação” reencontra seu significado primordial: um começo, um novo começo. E assim deveria ser, uma vez que toda criatura é uma parte do Espírito original que está na origem de nosso mundo – o Espírito em que habitam o Amor eterno, a Sabedoria infinita e uma Paz indestrutível. Nas escolas de Mistérios dos países de civilização pré-cristã, a iniciação era considerada como um ato extremamente importante. No fim das cerimônias dos mistérios de Elêusis, na Grécia antiga, as últimas palavras que o iniciado ouvia eram: “Que a Paz esteja em ti”, e então ele retomava seu caminho, tendo a alma apaziguada e o coração em júbilo. A iniciação era para ele apenas um profundo despertar para aquilo que ele era na realidade; era a conquista de sua vida espiritual e aquele que não tivesse esta experiência não era um ser completo. Se esta experiência interior era possível dois mil anos antes de Cristo, também o é dois mil anos depois. Durante esses quatro mil anos a natureza fundamental do homem não mudou, nem tampouco sua busca a si mesmo, assim como acontece com o Adepto na Senda, que aspira ao reencontro com o Divino. Em sua verdadeira realidade, tal como ele foi e será para sempre, o homem é um ser espiritual, ainda que habite um corpo material. Nossos sentidos, que de alguma forma riem-se de nós, são a razão pela qual confundimos nosso verdadeiro Eu com nosso corpo material. O Divino não nos cerca penas durante a nossa primeira infância, mas em todos os momentos de nossa vida. Nós ainda não o sabemos ou não o sabemos mais. Atrás da pessoa que julgamos ser existe outra pessoa que não vemos: nosso Eu real, que já existia antes que os pensamentos e os desejos se apoderassem de nós. Atrás de nosso corpo de carne e de sangue existe uma consciência brilhante e sublime. Nossa verdadeira vida se desenrola nas profundezas de nosso coração e não tem nenhum espaço na máscara superficial da personalidade que mostramos ao mundo. Adepto da Senda, és o herdeiro de um tesouro escondido nos recônditos de tua própria natureza. O Reino dos Céus está em ti. Aquele que, recolhido ao seu próprio silêncio, parte em busca de si mesmo, não é um sonhador. Ele faz apenas aquilo que cada qual deve fazer numa determinada fase de sua evolução; o caminho pode ser longo ou curto, mas tudo o que tem a fazer é conservar seus olhos espirituais bem abertos e escutar a voz que fala dentro dele. Um dia, seu grande Eu lhe será revelado e ele estará às margens da Eternidade. Quer a porta de nossa alma se abra por um segundo, um minuto ou uma hora, a revelação será completa. Nem um amargo sofrimento e nem um pesado fardo podem aniquilar esse conhecimento – um conhecimento que não é traduzível por palavras. Aquele que uma vez sentiu seu ser mais interior se dissolver e se fundir com o infinito sabe que isso é inexprimível. É a iluminação do espírito e do coração – o que há de mais milagroso na vida do homem. Buscai o vosso Eu, encontrai o vosso verdadeiro Eu e conhecereis o sentido da vida e o mistério do universo se desvelará por si mesmo. Pensai nas palavras do Mestre da Galileia: “Procurai e encontrareis. Batei à porta e ela vos será aberta”. Descobri que vós sois uma parcela de uma Vida infinita que se exprime em Luz e Amor: “Aquele que conhece sua própria natureza conhece o Paraíso”, disse um aluno de Confúcio. Em outras palavras: “O Reino dos Céus está em vós”. […] Que assim seja!

segunda-feira, 10 de junho de 2024

O Começo de um novo ciclo – H.Spencer Lewis..

Sempre me pareceu estranho que as pessoas do mundo inteiro encarem o primeiro dia de um novo ano, o início de um novo calendário no primeiro dia de janeiro, como o começo de um novo ciclo de realizações, de tomada de resoluções, ou como um período de iniciar coisas novas e de promover mudanças. A verdade sobre isso é que para muito poucos de nós, muito poucos mesmo, o primeiro dia de janeiro é o verdadeiro começo de um novo ciclo. Para a maioria das pessoas, seu aniversário, a data do seu natalício, é verdadeiramente o início de um novo ciclo, que vai de um a outro aniversário. Não posso compreender por que a média dos filósofos ou dos místicos sinceros, e todas as pessoas sensíveis não sintam que o começo de cada dia, desde o nascer do Sol, é o começo de um novo ciclo. Será que pode haver algum ciclo mais propício, maior e mais pleno que o das vinte e quatro horas por que passamos todos os dias? Pense na incoerência de esperarmos de um a outro novo ano, ou de um a outro aniversário, para tomarmos novas resoluções, mudarmos velhos hábitos, ou colocarmos em prática novas ideias, quando o nascer do Sol a cada vinte e quatro horas traz o nascimento de um novo ciclo que é tão pleno de possibilidades quanto qualquer grande ciclo místico! Assim, se já não o fez, faça deste ano um novo ano e um novo ciclo, um novo começo. Não se importe com o fato de que o primeiro dia do ano já se foi, que muitos de nós provavelmente se esqueceram do início de um novo ciclo anual (o começo arbitrário, indefinido, artificial e inconsistente, que não é uniforme no mundo inteiro), e pense apenas no ciclo que começa amanhã, o dia seguinte a este em que você está lendo este artigo. Levante-se amanhã de manhã cheio de disposição e vigor, com a determinação de que, tão certo quanto o Sol surge no horizonte e se eleva ao meio do céu até que comece a se pôr, você elevar-se-á com ele aos píncaros da glória. Esteja determinado a se levantar interiormente, espiritual e poderosamente, decidido a alcançar o zênite de sua vida, a conquistar o mundo e ser mestre das experiências por que passe. Imagine que amanhã será o único dia, último dia de sua vida em que terá a oportunidade, a consciência e a vitalidade de fazer qualquer coisa. Faça de cada minuto do dia de amanhã não apenas um minuto venturoso, mas um momento cósmico, um momento vital para a consecução de algo, quer isso seja um período de relaxamento que melhorará sua saúde, um gesto amável para com algum semelhante, uma ou duas horas de estudo, alguns atos de caridade, ou uma combinação disso tudo. Quando o dia estiver terminado e o Sol tiver se posto no horizonte, possa dizer para si mesmo, ao deitar a cabeça no travesseiro, que esse dia foi o maior ciclo de realizações e conquistas de sua vida. E repita isto todos os dias! Não espere algum outro dia “especial”. Isto é tão tolo quanto o ato de esperar o domingo para ir a algum lugar de adoração, ajoelhar-se e orar, esquecendo-se de Deus o resto da semana. Podemos elevar em oração nossos pensamentos e consciência a Deus a qualquer minuto, a qualquer hora do dia, onde quer que estejamos: num templo, no escritório, em casa, no campo ou num automóvel; e podemos fazer de cada dia o começo de um novo ciclo. Assim, se você puder harmonizar cada dia deste ano com o espírito promissor de um novo ano, faça isso e torne este ano que se inicia o melhor ano, o maior ciclo de sua vida.

A existência da alma Excerto do livro “A vida tem sentido” de Serge Toussant>>>

O ser humano não se limita a um corpo material mantido em vida por um conjunto de processos físico-químicos. Ele possui também uma faculdade extraordinária: a consciência. Ora, ao contrário do que pensam os ateus, ela não é produto apenas do cérebro. Do ponto de vista espiritualista, ela é um atributo da alma. É isso o que explica por que uma pessoa privada de suas funções cerebrais por causa de um gravíssimo acidente ou de uma doença degenerativa continua, além das aparências, a pensar e a sentir emoções. O fato de seu eletroencefalograma não acusar nada não significa que ela não tenha mais nenhuma consciência, mas apenas que ela está privada de sua fase objetiva, a qual depende efetivamente da atividade cerebral. Outro fato notável em todo ser humano: ele não tem consciência apenas de si mesmo, dos outros e do seu meio. Ele também tem consciência do bem e do mal, o que explica por que ele sente a consciência leve e a consciência pesada conforme aquilo que pensa, diz ou faz. Certamente, as noções de bem e mal são um tanto arbitrárias e podem variar de uma cultura a outra, mas sabemos em nossa alma e em nossa consciência” que alguns comportamentos são fundamentalmente bons, ao passo que outros são fundamentalmente maus a ponto de termos vergonha deles. O fato de sermos capazes de discernir uns dos outros e de nos conformarmos a uns mais do que a outros nos traz toda a problemática do livre-arbítrio e dá uma dimensão particular à nossa vida. Será possível provar a existência da alma? A priori, é impossível. Todavia, ao se considerar aquilo que o ser humano criou de mais belo e mais útil em âmbitos tão diversos tais como a arquitetura, a literatura, as artes, a ciência, a tecnologia etc., como pensar que ele tenha conseguido isso unicamente por meio de sua inteligência cerebral? Melhor ainda, ao se pensar nas emoções mais belas e nos sentimentos mais nobres que ele é capaz de sentir e expressar, como o maravilhamento, a compaixão, a fraternidade, a amizade e o amor, como não ver em tudo isso a presença de alguma coisa sublime e divina? Mas então: o que é a alma? Do ponto de vista rosacruz, é a energia espiritual que anima o ser humano, no sentido de que lhe dá vida e consciência. Como tal, ela impregna todas as células de nosso corpo, assim como o ar que preenche todos os cômodos de uma casa. Ao contrário do que ensina a maior parte das religiões, a alma não se situa num órgão específico, como o cérebro ou o coração, e nem tampouco no sangue. A ciência é atualmente incapaz de evidenciar essa energia ou mensurá-la, mas eu não me surpreenderia se ela um dia lograsse fazê-lo e que assim provasse a existência, em cada um de nós, de um corpo etéreo constituído de partículas espirituais. Outra questão se apresenta relativamente ao assunto da alma humana: de onde ela provém? Aos olhos da ontologia rosacruz, ela é uma emanação da Alma Universal, ou seja, da Alma que impregna o universo desde suas origens. Para retomarmos o que havíamos dito anteriormente, isso quer dizer que todo ser humano é um filho das estrelas, não apenas por causa dos elementos que constituem seu corpo físico, mas também pela essência espiritual que o anima. Esta é a razão pela qual em muitos escritos religiosos e também míticos está dito que o homem é uma alma vivente. Cada um de nós é, pois, um ser duplo e pertencente a dois mundos – não opostos, mas complementares: o visível e o invisível; tangível e intangível; material e imaterial. É precisamente essa dualidade que confere à nossa existência um objetivo transcendental. Para compreender o objetivo de nossa presença na Terra não devemos considerar agora a origem da alma humana, mas sua natureza como tal: ela é perfeita em essência, a exemplo da Alma Universal, designada pelos hinduístas e por alguns budistas pelo nome de Atman (pronunciado Atma em sânscrito). De fato, é nela que reside aquilo a que chamamos qualidades, ou, para retomarmos o termo caro a Sócrates, virtudes, tais como a humildade, a integridade, a generosidade, a tolerância, a benevolência etc. Se vivemos na Terra, é para nos conscientizarmos dessas virtudes e exprimi-las através de nosso comportamento, no contato com os outros. Em outras palavras, é para evoluirmos espiritualmente e atingirmos algum dia o estado de Sabedoria. É o que ademais ensinaram todos os Mestres e todos os Iniciados do passado, independentemente das épocas e dos lugares em que viveram. Certamente, a julgar pelo comportamento atual da maior parte dos indivíduos, seria possível duvidar de que o ser humano é perfeito em essência. É por isso que muitas pessoas, dentre as quais “filósofos”, estão convencidas de que, ao contrário, ele é imperfeito por natureza. Contudo, elas não podem negar que ele é capaz de se aprimorar. Isto pressupõe que haja nele “alguma coisa” que o incita a se tornar melhor, o que nos lembra as proposições de René Descartes: Como poderia eu saber que não sou perfeito se eu não tivesse em mim nenhuma ideia de um Ser mais perfeito que o meu, e através de cuja comparação eu posso conhecer os defeitos da minha natureza?

A Beleza Universal - Christian Bernard.

O adágio “Se você quer ser belo, detenha-se por um minuto diante do seu espelho, cinco diante da sua alma e quinze diante do seu Deus” resume bem um dos objetivos a que todo ser humano deveria buscar. Pagar tributo à Beleza divina deveria ser nosso objetivo prioritário, e ele não pode ser alcançado a menos que nós mesmos nos tornemos belos. Quando falo em Beleza, naturalmente não me refiro à estética corporal à qual alguns atribuem demasiada importância e que, infelizmente, tornou-se, em nossa época, um culto ridículo e mesmo perigoso. Penso sobretudo na beleza de nosso santuário interior, a qual, independentemente do aspecto exterior do templo no qual se encontre, pode irradiar-se a todo momento sob a forma de um magnetismo que nada nem ninguém pode alterar ou diminuir. Neste sentido, a feiúra não deve ser considerada como uma ausência de beleza física, mas como a expressão de uma grande falta de espiritualidade. O que confere beleza à garrafa, à parte a pureza de sua forma e a qualidade de seu vidro, é antes de tudo o grau de luminosidade que ela é capaz de refletir. O mesmo se aplica ao ser humano. Pelo tempo em que ele esconder sua luz interior, permanecerá prisioneiro de seu corpo e, no melhor dos casos, não poderá manifestar senão a aparência daquilo que lhe parece belo. Somente o misticismo pode nos dar o poder de desvelar nossa espiritualidade e de libertar plenamente as virtudes escondidas de nossa alma. Tomemos, por exemplo, a verdade. Não há erro mais grave do que a recusa em ver e ouvir a verdade. A verdade é una porque Deus é Uno, mas os erros são múltiplos porque a ignorância desconhece o número de seus adeptos. Ora, o que torna belo o indivíduo é o conhecimento de si mesmo – esse conhecimento que pode elevá-lo até as estrelas mais longínquas para lhe presentear com a Consciência divina. Observemos também que não é por acaso que o estado de consciência crística é simbolizado na Árvore cabalística pela sefira Tiphereth, ela própria símbolo da beleza adâmica na Terra. Não é dito que o próprio Mestre Jesus veio para manifestar a Beleza Divina? Esforcemo-nos para imitar a beleza de intenção e de ação que animou o Mestre Jesus ao longo de seu ministério. Isto naturalmente não quer dizer que devemos nos tomar por ele e buscar inflar nosso próprio ego por uma pomposa imitação daquilo que julgamos conhecer acerca dele. Isto significa simplesmente que devemos nos aplicar plenamente para sensibilizar as pessoas de nosso convívio àquilo que é belo, a fim de levar seu senso estético a evoluir na direção dos arquétipos superiores. Creio que é difícil atingir este objetivo por intermédio da arte, pois ela, nesse ponto da evolução humana, ainda é uma expressão muito imperfeita da Perfeição divina. É verdade que muitos são os mestres que, por intermédio da música, da pintura, da escultura ou de outros ramos da arte, encarnaram formas-pensamento de grande pureza e perfeição. Mas para a maioria das pessoas, tais obras estão além do que elas são capazes de sentir e de compreender em matéria de beleza. É sem dúvida por esta razão que uma pintura inspirada será para alguns o cúmulo do horror ou que, inversamente, uma música decadente será para outros o summum da inspiração. Tudo isto naturalmente não quer dizer que não haja beleza universal. Isto simplesmente nos mostra que o homem encarnado, antes de ser capaz de discernir a existência de tal beleza, permanece por muito tempo prisioneiro de uma má concepção daquilo que é belo. Neste livro, um outro capítulo também está consagrado à beleza, mas mais particularmente à beleza através da arte. Não é senão evoluindo na direção dos planos de consciência cada vez mais elevados que cada um pode retirar o véu e se aproximar da magnificência da verdadeira beleza. Enquanto o homem não atinge um certo degrau de evolução, ele não faz mais do que projetar em seu meio o sentido que sua mente dá à beleza. Dito de outra maneira, ele busca aquilo que é belo por meio dos olhos do corpo, e não através dos olhos de sua alma. Segundo esse ponto de vista, podemos dizer que existem tantos critérios de beleza quanto indivíduos, e isto procede se compararmos todas as civilizações e formas de sociedade, mesmo as atuais. Podemos, no entanto, constatar que há coisas sobre as quais existe um consenso no tocante à sua beleza. Sobre elas, é dito que refletem a harmonia, inspiram e apaziguam. Para darmos alguns exemplos, nunca aconteceu de você ouvir dizer que uma aurora ou um crepúsculo, ou ainda um céu estrelado, são feios. As coisas acontecem diferentemente quando perguntamos às pessoas o que elas pensam da beleza deste ou daquele objeto. Aparece então uma divergência entre as diversas concepções de beleza, cada qual sendo resultante da educação, da personalidade e da evolução interior de cada um. Portanto, é fácil compreender que o problema do homem não é que ele seja insensível à beleza universal, mas sobretudo que, na maioria dos casos, ele não toma consciência dela, não sabe onde situá-la ou é incapaz de exprimí-la naquilo que ele pensa, diz e faz. Como venho de salientar, todo indivíduo é sensível à beleza que se manifesta pelo viés da natureza. Devemos então levar nosso meio, e mesmo um público mais amplo, se pudermos, a refletir sobre o porquê e o como desta sensibilidade à beleza. Agindo assim, conduziremos progressivamente essas pessoas a não mais se contentarem com aquilo que constitui a beleza da natureza e do universo, mas a participarem conscientemente nela enquanto atores e espectadores. Que possamos dar a eles o desejo de abrir o “Livro do homem” e o “Livro da natureza” e o desejo de conhecer e compreender as leis que se operam neles e ao redor deles. É a isso que me dediquei através destas reflexões, e espero que você possa encontrar em si e a seu redor a sublime beleza universal.

As quatro aptidões......Fonte: Revista “O Pantáculo”, ano I, nº 1 – edição 1993.

Podemos chamar as Quatro Aptidões de edifício base, fundamento e alicerce de todo místico na Senda para que possa se qualificar como “Iniciado”, mais precisamente “Discípulo”. Cada Discípulo, por suas aspirações, seu desejo sincero de se elevar e progredir, dirige-se para a senda da maestria que um dia alcançará. Mas antes de chegar ao que nós místicos denominamos “domínio do Eu” ou “domínio da vida”, é primordial ter as quatro aptidões: determinar, ouvir, ver e falar. DETERMINAR – é importante considerar esta expressão em seu sentido esotérico, ou seja, a faculdade de resolver todos os problemas encontrados na senda com o máximo de eficiência e com o melhor critério possível. Mas qual será a ferramenta que encontraremos em nossa vida que vai nos permitir adquirir essa faculdade? É a “Sabedoria”. A Sabedoria Divina, aquela que se encontra na Tradição Primordial. Nesse nível é que encontramos a verdadeira Sabedoria. Sem consciência dela o que dispomos é de um punhado de coisas, talvez nada, quando se trata de benefícios úteis para a humanidade. OUVIR – primeiramente é preciso saber escutar, mas um ser que só escuta não ouve necessariamente. Para o místico, o êxito em ouvir é escutar a voz do nosso Guardião, a voz do nosso “Eu Interior”, para atingirmos o domínio do Eu. VER – não apenas no sentido físico como o compreendemos e que está entre os cinco sentidos objetivos. Ver, usando os olhos como canais da Alma, “as janelas da alma” como dizia Leonardo da Vinci. Na Tradição o olho sempre esteve presente como um símbolo do conhecimento. O olho é a consciência que interpenetra o universo, a Divina visão que tudo abrange. Para o Místico, Ver, é aspirar à LUZ. FALAR – é o quarto aspecto que definimos na introdução como aptidão. A palavra é verdadeiramente uma força muito poderosa que se manifesta através das coisas e o místico nunca fica indiferente ao poder da palavra. Segundo São João: “No início era o Verbo, e o Verbo estava com DEUS, e o Verbo era DEUS”. Analisando esta frase de grande profundeza esotérica compreendemos que a criação do universo foi através de uma ideia, um pensamento expressado e articulado em forma de palavras. O homem deve considerar que a palavra tem, de fato, um poder criador e espiritual. É por isso que a escolha da palavra correta transmitida a outrem é fundamental. O Discípulo deve proclamar a verdade que está no seu interior. Foi isto que fizeram os grandes Avatares e Iniciados da humanidade. Devemos sempre emitir palavras convenientes e construtivas. Ao utilizar o poder da palavra, devemos nos manter íntegros e éticos. Trabalhando estas quatro aptidões estaremos nos preparando para um tempo de que ainda não temos não temos consciência…”

segunda-feira, 27 de maio de 2024

A Beleza Universal.Christian Bernard .

O adágio “Se você quer ser belo, detenha-se por um minuto diante do seu espelho, cinco diante da sua alma e quinze diante do seu Deus” resume bem um dos objetivos a que todo ser humano deveria buscar. Pagar tributo à Beleza divina deveria ser nosso objetivo prioritário, e ele não pode ser alcançado a menos que nós mesmos nos tornemos belos. Quando falo em Beleza, naturalmente não me refiro à estética corporal à qual alguns atribuem demasiada importância e que, infelizmente, tornou-se, em nossa época, um culto ridículo e mesmo perigoso. Penso sobretudo na beleza de nosso santuário interior, a qual, independentemente do aspecto exterior do templo no qual se encontre, pode irradiar-se a todo momento sob a forma de um magnetismo que nada nem ninguém pode alterar ou diminuir. Neste sentido, a feiúra não deve ser considerada como uma ausência de beleza física, mas como a expressão de uma grande falta de espiritualidade. O que confere beleza à garrafa, à parte a pureza de sua forma e a qualidade de seu vidro, é antes de tudo o grau de luminosidade que ela é capaz de refletir. O mesmo se aplica ao ser humano. Pelo tempo em que ele esconder sua luz interior, permanecerá prisioneiro de seu corpo e, no melhor dos casos, não poderá manifestar senão a aparência daquilo que lhe parece belo. Somente o misticismo pode nos dar o poder de desvelar nossa espiritualidade e de libertar plenamente as virtudes escondidas de nossa alma. Tomemos, por exemplo, a verdade. Não há erro mais grave do que a recusa em ver e ouvir a verdade. A verdade é una porque Deus é Uno, mas os erros são múltiplos porque a ignorância desconhece o número de seus adeptos. Ora, o que torna belo o indivíduo é o conhecimento de si mesmo – esse conhecimento que pode elevá-lo até as estrelas mais longínquas para lhe presentear com a Consciência divina. Observemos também que não é por acaso que o estado de consciência crística é simbolizado na Árvore cabalística pela sefira Tiphereth, ela própria símbolo da beleza adâmica na Terra. Não é dito que o próprio Mestre Jesus veio para manifestar a Beleza Divina? Esforcemo-nos para imitar a beleza de intenção e de ação que animou o Mestre Jesus ao longo de seu ministério. Isto naturalmente não quer dizer que devemos nos tomar por ele e buscar inflar nosso próprio ego por uma pomposa imitação daquilo que julgamos conhecer acerca dele. Isto significa simplesmente que devemos nos aplicar plenamente para sensibilizar as pessoas de nosso convívio àquilo que é belo, a fim de levar seu senso estético a evoluir na direção dos arquétipos superiores. Creio que é difícil atingir este objetivo por intermédio da arte, pois ela, nesse ponto da evolução humana, ainda é uma expressão muito imperfeita da Perfeição divina. É verdade que muitos são os mestres que, por intermédio da música, da pintura, da escultura ou de outros ramos da arte, encarnaram formas-pensamento de grande pureza e perfeição. Mas para a maioria das pessoas, tais obras estão além do que elas são capazes de sentir e de compreender em matéria de beleza. É sem dúvida por esta razão que uma pintura inspirada será para alguns o cúmulo do horror ou que, inversamente, uma música decadente será para outros o summum da inspiração. Tudo isto naturalmente não quer dizer que não haja beleza universal. Isto simplesmente nos mostra que o homem encarnado, antes de ser capaz de discernir a existência de tal beleza, permanece por muito tempo prisioneiro de uma má concepção daquilo que é belo. Neste livro, um outro capítulo também está consagrado à beleza, mas mais particularmente à beleza através da arte. Não é senão evoluindo na direção dos planos de consciência cada vez mais elevados que cada um pode retirar o véu e se aproximar da magnificência da verdadeira beleza. Enquanto o homem não atinge um certo degrau de evolução, ele não faz mais do que projetar em seu meio o sentido que sua mente dá à beleza. Dito de outra maneira, ele busca aquilo que é belo por meio dos olhos do corpo, e não através dos olhos de sua alma. Segundo esse ponto de vista, podemos dizer que existem tantos critérios de beleza quanto indivíduos, e isto procede se compararmos todas as civilizações e formas de sociedade, mesmo as atuais. Podemos, no entanto, constatar que há coisas sobre as quais existe um consenso no tocante à sua beleza. Sobre elas, é dito que refletem a harmonia, inspiram e apaziguam. Para darmos alguns exemplos, nunca aconteceu de você ouvir dizer que uma aurora ou um crepúsculo, ou ainda um céu estrelado, são feios. As coisas acontecem diferentemente quando perguntamos às pessoas o que elas pensam da beleza deste ou daquele objeto. Aparece então uma divergência entre as diversas concepções de beleza, cada qual sendo resultante da educação, da personalidade e da evolução interior de cada um. Portanto, é fácil compreender que o problema do homem não é que ele seja insensível à beleza universal, mas sobretudo que, na maioria dos casos, ele não toma consciência dela, não sabe onde situá-la ou é incapaz de exprimí-la naquilo que ele pensa, diz e faz. Como venho de salientar, todo indivíduo é sensível à beleza que se manifesta pelo viés da natureza. Devemos então levar nosso meio, e mesmo um público mais amplo, se pudermos, a refletir sobre o porquê e o como desta sensibilidade à beleza. Agindo assim, conduziremos progressivamente essas pessoas a não mais se contentarem com aquilo que constitui a beleza da natureza e do universo, mas a participarem conscientemente nela enquanto atores e espectadores. Que possamos dar a eles o desejo de abrir o “Livro do homem” e o “Livro da natureza” e o desejo de conhecer e compreender as leis que se operam neles e ao redor deles. É a isso que me dediquei através destas reflexões, e espero que você possa encontrar em si e a seu redor a sublime beleza universal.

Tempo perdido. Jeanne Guesdon.

Charles Darwin (1809-1882) foi um dos maiores cientistas do último século. Sua obra fundamental sobre a origem das espécies teve, desde sua publicação, uma repercussão universal e orientou a biologia em caminhos novos e fecundos. Darwin baseou seus trabalhos em milhares de observações. Teve, portanto, um trabalho enorme. No entanto, sua saúde não era boa; ele era fisicamente incapaz de um trabalho de muitas horas seguidas e, em suas memórias, confessa: “Nunca pude trabalhar mais de duas horas por dia.” Duas horas? É bem pouco. Mas quando esse lapso de tempo foi repetido todo dia, realmente todo dia, ele permitiu fazer obra digna de admiração, um verdadeiro monumento de saber humano. Chamamos sua atenção para o bom uso que cada um de nós pode e deve fazer do mais valioso dos tesouros: o tempo. Quantas vezes ouvimos confidências do tipo: “Sim, eu gostaria muito de fazer progressos maiores, mas não tenho tempo”. Ao que podemos quase sempre responder, sem medo de errar; “Bem, esse tempo necessário ao estudo, você o tem, mas não sabe usá-lo. Você o desperdiça, você o joga fora. Sem nem mesmo se dar conta disto…”. Pois, assim como gotas de água, milhares de vezes repetidas e caindo sempre no mesmo lugar, acabam vencendo a resistência do granito, assim também os minutos de estudo ou meditação, repetidos diariamente, nem que seja a razão de dez ou quinze minutos cada vez, farão de você um autêntico buscador da verdade, logo um Rosacruz. Faça um exame sincero de seu uso do tempo diário e veja se não há um só quarto de hora por dia que você desperdice com conversas fúteis, leitura de revistas sem cultura etc. Economizando esses momentos de tempo perdido, encontramos facilmente, mesmo que sejamos “terrivelmente ocupados”, aquele quarto de hora necessário ao estudo. E com a condição expressa de continuarmos todos os dias, sem nenhuma interrupção, de perseverarmos, faça chuva ou faça sol, é certo e seguro que podemos realizar um trabalho considerável e atingir nossos objetivos. Há também um meio mais sutil de perder tempo: é usá-lo pela metade, isto é, não nos dedicarmos completamente à tarefa que executamos, sendo que devemos nos entregar a ela por inteiro, não nos deixarmos distrair por nada, entrarmos inteiros naquilo que fazemos. O importante é uma atenção absoluta, que tenha de certo modo um valor magnético. Naturalmente, tal resultado não se obtém num só dia. Mas a Ordem Rosacruz, AMORC vai, justamente, ensiná-lo a obter esse estado de concentração, no mínimo de tempo e com o máximo de eficiência. Também é importante escolhermos para nossos momentos de estudo um tema relacionado às nossas possibilidades, aos nossos gostos. Se quiséssemos atacar uma tarefa árdua demais, possivelmente os fracassos nos cansariam e nos desestimulariam, ao passo que, se o esforço estiver à altura dos nossos meios, ele ampliará o campo de nossa ação. O crescente interesse vai também nos abrir novos horizontes de busca; o esforço inicial se tornará um prazer e dará o sentimento e a satisfação do dever cumprido, o que em geral proporciona, acima de tudo, paz e muitas vezes felicidade também. Lembremos também que o tempo foge com rapidez. Nós marcamos sua passagem com medidas humanas, mas não podemos detê-lo. O minuto presente nem bem existe e logo outro chega, e é substituído pelo seguinte. Dentre os momentos perdidos, esta mensagem mencionou as conversas fúteis. Uma pessoa rumina várias vezes aquilo que já disse… E para quê? Para se repetir! Outra, quando você lhe conta uma experiência vivida, um acontecimento qualquer, vai imediatamente relatar algo parecido com o que você acabou de falar. Ora, lembre-se de que aquilo que tem interesse pessoal para você muitas vezes não interessa à pessoa que está ouvindo. Na hora de falar, seria bom também lembrar-se de uma das lições rosacruzes que fala do esquecimento de si mesmo e da supressão do pronome “eu”. Também nesse caso, há uma disciplina a ser seguida e um treinamento a ser feito; e, em vez de “colher flores ao longo da estrada da vida”, essa disciplina e esse treinamento o ajudarão a subir a encosta, mais penosa, da senda da montanha que conduz à iluminação.

sábado, 25 de maio de 2024

O Começo de um novo ciclo – H.Spencer Lewis.

Sempre me pareceu estranho que as pessoas do mundo inteiro encarem o primeiro dia de um novo ano, o início de um novo calendário no primeiro dia de janeiro, como o começo de um novo ciclo de realizações, de tomada de resoluções, ou como um período de iniciar coisas novas e de promover mudanças. A verdade sobre isso é que para muito poucos de nós, muito poucos mesmo, o primeiro dia de janeiro é o verdadeiro começo de um novo ciclo. Para a maioria das pessoas, seu aniversário, a data do seu natalício, é verdadeiramente o início de um novo ciclo, que vai de um a outro aniversário. Não posso compreender por que a média dos filósofos ou dos místicos sinceros, e todas as pessoas sensíveis não sintam que o começo de cada dia, desde o nascer do Sol, é o começo de um novo ciclo. Será que pode haver algum ciclo mais propício, maior e mais pleno que o das vinte e quatro horas por que passamos todos os dias? Pense na incoerência de esperarmos de um a outro novo ano, ou de um a outro aniversário, para tomarmos novas resoluções, mudarmos velhos hábitos, ou colocarmos em prática novas ideias, quando o nascer do Sol a cada vinte e quatro horas traz o nascimento de um novo ciclo que é tão pleno de possibilidades quanto qualquer grande ciclo místico! Assim, se já não o fez, faça deste ano um novo ano e um novo ciclo, um novo começo. Não se importe com o fato de que o primeiro dia do ano já se foi, que muitos de nós provavelmente se esqueceram do início de um novo ciclo anual (o começo arbitrário, indefinido, artificial e inconsistente, que não é uniforme no mundo inteiro), e pense apenas no ciclo que começa amanhã, o dia seguinte a este em que você está lendo este artigo. Levante-se amanhã de manhã cheio de disposição e vigor, com a determinação de que, tão certo quanto o Sol surge no horizonte e se eleva ao meio do céu até que comece a se pôr, você elevar-se-á com ele aos píncaros da glória. Esteja determinado a se levantar interiormente, espiritual e poderosamente, decidido a alcançar o zênite de sua vida, a conquistar o mundo e ser mestre das experiências por que passe. Imagine que amanhã será o único dia, último dia de sua vida em que terá a oportunidade, a consciência e a vitalidade de fazer qualquer coisa. Faça de cada minuto do dia de amanhã não apenas um minuto venturoso, mas um momento cósmico, um momento vital para a consecução de algo, quer isso seja um período de relaxamento que melhorará sua saúde, um gesto amável para com algum semelhante, uma ou duas horas de estudo, alguns atos de caridade, ou uma combinação disso tudo. Quando o dia estiver terminado e o Sol tiver se posto no horizonte, possa dizer para si mesmo, ao deitar a cabeça no travesseiro, que esse dia foi o maior ciclo de realizações e conquistas de sua vida. E repita isto todos os dias! Não espere algum outro dia “especial”. Isto é tão tolo quanto o ato de esperar o domingo para ir a algum lugar de adoração, ajoelhar-se e orar, esquecendo-se de Deus o resto da semana. Podemos elevar em oração nossos pensamentos e consciência a Deus a qualquer minuto, a qualquer hora do dia, onde quer que estejamos: num templo, no escritório, em casa, no campo ou num automóvel; e podemos fazer de cada dia o começo de um novo ciclo. Assim, se você puder harmonizar cada dia deste ano com o espírito promissor de um novo ano, faça isso e torne este ano que se inicia o melhor ano, o maior ciclo de sua vida.

quinta-feira, 28 de março de 2024

Criando o nosso futuro.Por H. Spencer Lewis,

Este é sem dúvida um período, na vida de muitos milhares de pessoas, em que o passado se torna uma lembrança e o futuro se apresenta como um grave, ponto de interrogação. Essas pessoas parecem sentir que estão à beira de um grande abismo. Atrás delas estão campos, montanhas e vales pelos quais viajaram com maior ou menor segurança e com prazer e felicidade consideráveis, misturados com períodos de tristeza e pesar. Essas coisas agora parecem irrelevantes, no momento em que elas enfrentam o grande abismo em sua frente, cheio do terror do desconhecido e apresentando um sério obstáculo ao seu futuro e progresso. No momento em que essas pessoas se defrontam com esse amplo abismo, parece que só um milagre poderá ajudá-las a cruzar o grande espaço vazio e evitar que elas caiam no recesso escuro lá embaixo, encerrando assim sua jornada. No passado, quando os pioneiros da América do Norte cruzaram o continente na tentativa de alcançar as jazidas de ouro e os vales frutíferos da Califórnia, houve muitas ocasiões em que muitos deles, em carroças e a pé, defrontaram-se com situações desse gênero. Parecia que o fim da jornada estava logo ali e, no entanto, a meta que eles almejavam estava ainda muito longe. Durante dias, eles acampavam à beira de um abismo ou “canyon”, perguntando-se como haveriam de cruzar aquele grande espaço, com sua profundeza de centenas de metros, e prosseguir em sua jornada do outro lado, rumo à meta distante. Viam-se então diante de verdadeiros problemas de engenharia, mas não tinham nem a habilidade nem o material para construir alguma ponte sobre o abismo. A história do progresso desses pioneiros mostra que eles finalmente encontraram um meio de passar para o outro lado do abismo e prosseguir para o oeste, e seu sucesso será sempre um marco memorável da intrepidez da mente humana. Engenhosamente, preces ao Cósmico suplicando inspiração, determinação, força de vontade e uma indômita fé na Providência ajudaram-nos a resolver seus problemas. Eles não podiam voltar, pois tinham viajado durante meses e atravessado regiões desertas onde não havia alimento nem água, e o fim de seu suprimento dessas coisas significava que eles tinham de ir para frente ou ficar onde estavam e morrer de fome. Sem dúvida, aquelas pessoas enfrentaram obstáculos maiores do que no caso dos milhares de pessoas, hoje em dia, que pensam que seu problema não tem solução. Cruzando o Abismo O abismo que as pessoas têm de enfrentar atualmente é mental, e não físico. Os obstáculos que elas têm de superar são mais mentais do que físicos, em todos os sentidos. É indubitavelmente verdadeiro que essas pessoas estão, por assim dizer, sobre uma rocha material, de modo que, no momento, têm de lidar com obrigações e condições materiais, mas o grande hiato entre elas e o progresso futuro em sua vida não é um abismo material que possa ser vencido com uma ponte de coisas materiais. O estímulo que encorajava aqueles antigos pioneiros a enfrentar seus problemas e resolvê-los era o fato de que o futuro era bastante claro, atraente e, sob todos os aspectos, fascinante. Eles não tinham dúvida quanto à alegria, à felicidade e ao sucesso que os aguardava se conseguissem cruzar o grande abismo. Era essa imagem de futura prosperidade e do gozo das maiores bênçãos da vida que fortalecia sua determinação de resolver seus problemas. Os milhares de pessoas que hoje se sentem deprimidas e estão à beira do abismo, cheias de dúvida e hesitação, não contam com uma sedutora imagem do futuro para encorajá-las a enfrentar seus problemas, não conseguem vislumbrar um futuro brilhante e feliz e não conseguem ver a meta que almejam aguardando-as logo além do horizonte. Por isso hesitam e se perguntam se vale a pena o esforço de superar os obstáculos atuais e se alguma coisa no futuro vale o supremo sacrifício que seja feito no presente. E é nisso que elas estão erradas. Este é realmente o seu maior problema, pois elas têm de eliminar de sua mente a dúvida quanto ao futuro: precisam ter uma gloriosa imagem do que terão pela frente, a fim de que possam ser fortalecidas para a luta com seus atuais problemas e superá-los. Visualização Os antigos pioneiros não sabiam nada do futuro, exceto pelas notícias que tinham chegado até eles e pelas imagens que haviam formado em sua mente. Fazia muitos meses que tinham partido de seus lares no Leste e, durante esses muitos meses de sofrimento e privação, enquanto viajavam, haviam recriado, pintado novamente e reconstruído as imagens mentais do que o futuro lhes reservava. Em suas horas de solidão, privação, frio, fome e intenso sofrimento por causa de tempestades e outras circunstâncias, eles aliviavam o corpo e a mente rejeitando o presente e o passado e vivendo mentalmente na bela imagem do futuro que sua mente preservava e mantinha diante deles como uma rica recompensa por todo o sofrimento e esforço. O futuro tornara-se para eles tão verdadeiro, tão próximo e tão tangível em cada um de seus elementos que eles podiam cruzar o hiato do presente e mudar o passado para o futuro num piscar de olhos. Acordados ou adormecidos, seus sonhos se passavam naquelas horas para além do horizonte, onde tudo seria conforme eles tinham construído em suas imagens mentais. Eles criavam lares, novas propriedades aninhadas em vales férteis ou nas encostas de colinas pitorescas. Enchiam cofres de ouro e caixas de frutas. Visualizavam uma nova vida, uma nova força, um clima temperado e uma abundância de paz, felicidade e contentamento do que necessitavam. Desfrutavam dessas coisas todos os dias e todas as horas, antes mesmo de terem alcançado a fronteira do Oeste. Estavam construindo um novo mundo em sua mente e esse novo mundo constituía o seu futuro. Quando o quadro estava completo e todos os seus maravilhosos detalhes estavam concluídos, eles entravam neste quadro e se tornavam deles partes vivas e vibrantes, de modo que nada do presente, nenhum obstáculo, nenhuma barreira e nenhum abismo poderiam impedi-los de passar do presente para o futuro e realizar tudo o que tinham visualizado. Da mesma forma, os milhares de indivíduos que hoje estão hesitando e duvidando devem criar um novo futuro – uma vida nova para além do horizonte atual. Devem encarar todos os sofrimentos e as alegrias do passado como meras experiências que os habilitaram a selecionar os bons elementos para colocar no novo quadro, no novo futuro e na nova vida. Toda experiência traz a sua lição e todas as alegrias e tristezas do passado e do presente são apenas ilustrações que nos ensinam o que devemos e o que não devemos criar para o futuro. Concretização O futuro de cada um de nós poderá ser exatamente o que quisermos. Porém, não devemos esperar até estarmos no futuro ou até estarmos no novo vale ou na nova terra para começar a fazer nossos planos para a propriedade, o lar, os jardins, os pomares e as minas de onde haveremos de extrair nossas riquezas para satisfazer nossas necessidades. Temos de visualizar cada detalhe, pintar cada parte do quadro e continuar acrescentando a ele nossos sonhos e nossas meditações, até que ele se torne uma situação real na nossa vida, não no futuro e sim no presente. Devemos nos considerar como se estivéssemos na borda desse quadro, prestes a entrar nele e começar a desfrutar de tudo o que criamos. Se fizermos isso, os obstáculos que ora parecem insuperáveis e que parecem se agigantar diante de nós serão desprezados e negados em nossa ambição, e prevalecerá a nossa determinação de cruzar a fronteira do presente para o futuro e viver no quadro que criamos. Essa visualização – essa criação – proporciona-nos não somente uma tentadora sedução ou fascinação, mas também o impulso, a determinação, a fé e o poder para ultrapassarmos os obstáculos do presente. Não há limite para as imagens que nossa mente pode criar. Não há castelos altos demais, lares grandes demais, propriedades extensas demais e regiões bonitas demais ou abundantes demais para a mente visualizar. O mundo é seu, quando se trata de pintar quadros mentais do que você quer e do que você deve obter. Além disso, a história da civilização prova que não há limite para o homem criar materialmente as coisas que ele visualizou. Toda a história das consecuções do homem desde o começo do mundo prova que aquilo que ele visualizou ele pode concretizar. Os sonhos de homens do passado que pareceram vagos, indefinidos e impossíveis apresentam-se surpreendentemente a nós, no presente, em realidades concretas. Quando despertamos do nosso estado de dúvida e incredulidade percebemos que, enquanto questionávamos e hesitávamos, alguma outra mente proficiente transformou um sonho em realidade e as coisas impossíveis do sonhador são as coisas materiais que hoje nos são oferecidas. E quando analisamos as criações do homem e suas realizações, percebemos um fato notável: o indivíduo que nunca sonhou ou que nunca pintou um quadro mental, não criou coisa alguma no mundo das realidades. Persiga o Seu Sonho Estamos rodeados de pessoas que conseguiram e fizeram para si mesmas as coisas de que hoje desfrutam. E existem outras que estão sofrendo alguma privação ou mesmo passando necessidade porque não tiveram visão, nunca tentaram criar coisa alguma em sua própria mente e têm dependido das criações alheias e de doações provenientes de caridade. Que é que você quer ser? O criador de sua vida e o construtor das coisas de que quer desfrutar ou uma pessoa que tem de aceitar o que sobrou de outras e que é dado em troca de trabalho árduo ou simplesmente negado? Será que você quer ser o servo? O empregado que aceita das mãos de um senhor as coisas que ele fez e não quer mais ou as coisas que, num impulso de caridade, ele se dispõe a partilhar com você parcial e incompletamente? Ou você quer ser o criador e fazer as coisas que deseja, transformando-as em realidades na sua vida, de modo que não dependa de ninguém nem de coisa alguma, exceto do grande poder criativo que existe em seu próprio interior? Deus lhe deu o mesmo poder criador que ele possui e o fez igual a Ele no poder de tornar este mundo bonito e feliz para todos os seres vivos. Esta dádiva é seu direito de nascença e só você determinará se vai usar esse poder ou ignorá-lo. Vamos! Afaste-se da visão fechada dos obstáculos que parecem cercá-lo. Feche os olhos a esses obstáculos e crie um novo quadro. Ponha de lado o passado e o presente e crie uma nova vida, um novo dia, começando amanhã. Monte esse novo quadro parte por parte em sua mente, bem como em suas conversas e seus contatos com as pessoas, até que tenha um quadro perfeito do futuro que está logo além do horizonte do presente. Então, entre corajosamente nesse quadro e, com determinação, dê início à jornada que o levará à nova propriedade, ao novo lar e aos novos prazeres da vida. Você se sentirá o senhor desse quadro e dessas realidades e nisso encontrará a maior felicidade e recompensa.