sábado, 9 de março de 2013

A Flauta Mágica de Mozart.

A Flauta Mágica.de mozart. I Ato. 1º Cenário: Paisagem rochosa. O príncipe Tamino encontra-se numa árida paisagem rochosa. Sozinho e sem armas, ele é atacado por uma cobra gigante. Gritando por socorro, acaba por desmaiar. Atraído por seus gritos, aparecem as Três Damas da corte da Rainha da Noite, lilás matam o monstro e correm para relatar o ocorrido à sua soberana.Tamino acorda de seu desmaio e ouve a melodia de uma flauta de Pa. Ele se esconde. Papageno, que estava caçando pássaros para a Rainha da Noite, entra em cena. Ele está retornando ao palácio para se fortalecer com comida e bebida. Tamino sai de seu esconderijo e entre os dois se desenvolve uma conversa, pela qual o príncipe, entre outras coisas, descobre que ele se encontra no reino da Rainha da Noite. Como Tamino supõe que a cobra tenha sido morta por Papageno, agradece a ele por ter salvo sua vida. O caçador de pássaros aceita o agradecimento. Porém, as Três Damas da corte, que ficaram escutando a conversa, retornam e castigam-no pela mentira colocando-lhe um cadeado na boca. Elas mostram a Tamino um retrato da filha da Rainha da Noite, Pamina. Imediatamente, o príncipe é tomado de amor pela linda mulher e jura que a fará sua. As damas da corte lhe contam da complicada situação de Pamina: ela fora raptada pelo malvado e poderoso demônio Sarastro. Tamino promete salvá-la. 2° Cenário: Rainha da Noite. A Rainha da Noite aparece sob fortes trovoadas. Ela lamenta a perda de sua filha e manda que Tamino salve Pamina. Se ele conseguir libertá-la, ela deverá ser sua. A rainha e suas criadas desaparecem, mas as Damas logo retornam e entregam a Tamino uma flauta mágica, que deverá protegê-lo dos perigos. Elas tiram o cadeado da boca de Papageno, uma vez que a partir de agora ele deverá acompanhar o príncipe e auxiliá-lo em sua perigosa missão. A ele entregam uns sininhos mágicos e informam aos dois que eles serão guiados por três meninos. 3° Cenário: Sala egípcia. O cenário muda e se vê uma sala no palácio de Sarastro. Monostatos, o ardiloso criado, é o guarda de Pamina. Ele acaba de prendê-la novamente após uma tentativa de fuga e tenta conquistá-la. No momento mais crítico aparece Papageno. Assustado pela aparição deste estranho caçador de pássaros, Monostatos foge. Papageno, também cheio de medo, corre em direção contrária. Ele volta e reconhece Pamina, a filha da Rainha da Noite. Ele lhe assegura que em breve ela será libertada e que ele a levará agora ao seu salvador. Os dois partem apressados. 4° Cenário: Três templos. Neste meio tempo, os Três Meninos levaram Tamino ao bosque sagrado, onde no meio se encontram os três templos da razão, da natureza e da sabedoria. Suas tentativas de entrar nos primeiros dois templos falham: ele é rejeitado. Ao se aproximar do templo da sabedoria, um sacerdote idoso sai de encontro a ele. O sacerdote lhe explica acerca do verdadeiro caráter de Sarastro: Ele não é o tirano que foi descrito pela Rainha da Noite, mas sim um homem de sabedoria e honra. Tamino pergunta sobre o rapto de Pamina. O sacerdote, porém, não lhe dá qualquer explicação, mas assegura ao jovem que ele saberá reconhecer a verdade tão logo se torne um irmão de sua aliança. Tamino vacila entre seus sentimentos contraditórios, mas seu humor se alegra quando ouve vozes do templo que lhe dizem que Pamina se encontra em segurança. Com sua flauta, ele amansa os animais selvagens e finalmente vai na direção da qual ele ouviu os sons da flauta de Pa de Papageno. Neste momento Papageno e Pamina chegam à floresta. Papageno toca novamente sua flauta e Tamino responde, mas antes de prosseguir, Monostatos e seus escravos os pegam. Papageno lembra-se de seus sininhos mágicos e os toca. O criado e seus escravos se vêem obrigados a dançar ao som dos sininhos e se afastam. Neste momento ouvem-se sons de trompetes que anunciam a chegada de Sarastro e seus seguidores. Pamina se ajoelha diante de Sarastro e confessa sua culpa. Ela quis fugir por causa do mal-intencionado Monostatos e por ter, como filha, o dever de retornar à sua mãe. Sarastro a manda levantar-se. Ele lhe assegura que nunca lhe acontecerá nada de mal, mas também a avisa que de sua mãe somente hão de vir males. Monostatos entra com Tamino preso. Pamina e Tamino se reconhecem imediatamente e se abraçam. Sarastro mostra seu desagrado para com Monostatos por causa de ter molestado Pamina e ordena que Tamino e Papageno se preparem para as provações que deverão acontecer antes que Tamino possa chegar ao seu objetivo. Depois Sarastro parte com Pamina. II Ato. 5° Cenário: Floresta de palmeiras douradas Os sacerdotes se reúnem na floresta de palmeiras para decidir se Tamino está pronto para iniciar as provas de admissão na aliança. Sarastro pleiteia convincente e calorosamente a favor da aceitação de Tamino e diz que os deuses determinaram o casamento de Pamina com Tamino. Por este motivo, esclarece Sarastro, ele mandou tirar Pamina de sua mãe. Depois disso, ele se afasta do local. 6° Cenário: Ruína do templo. Tamino e Papageno são conduzidos ao lugar. É noite. Pergunta-se a Tamino se ele está disposto a aceitar qualquer prova, mesmo que isso signifique a morte. Tamino aceita o desafio. Papageno não tem tanta certeza, mas suas dúvidas desaparecem depois que ele fica sabendo que Sarastro lhe reservou uma linda noiva. Os dois devem fazer um juramento, comprometendo-se a não falar. Esta deverá ser a primeira provação para que possam continuar. Logo após ficarem sozinhos, aparecem as Três Damas e tentam de persuadi-los a falar. Mas Tamino e também Papageno - não sem alguma ajuda do príncipe - não cedem e permanecem calados. Os sacerdotes retornam e conduzem os dois para prosseguir as provas. 7° Cenário: Jardim com esfinge. Vemos um jardim, onde Pamina se encontra dormindo. Monostatos se aproxima de Pamina cheio de desejos, mas a Rainha da Noite ordena que ele se afaste. Pamina acorda. Sua mãe lhe entrega um punhal e exige que ela mate Sarastro. Com estrondo de trovões, ela se retira. O criado, que ouviu a conversa, chega perto de Pamina, que está inconsolável e confusa, e tenta convencê-la de que ela somente será salva desta situação se lhe der amor. Mas Pamina se recusa e fica desesperada. O criado arranca-lhe o punhal e pretende assassiná-la; porém, neste exato momento chega Sarastro e o enxota. 8° Cenário: Salão do templo. Tamino e Papageno estão sozinhos no salão do templo, ainda sob juramento de manter silêncio. Uma mulher bem velha entra e conversa com Papageno. Ele fica curioso, esquece de seu juramento e fala com ela. Quando ele pergunta pelo seu nome, ouve-se um trovão e a velha vai embora. Os Três Meninos trazem comida e bebida ao salão, bem como a flauta mágica e os sininhos. Pamina entra. Sua alegria de finalmente ter encontrado Tamino se transforma em tristeza ao perceber que Tamino não lhe responde e, por meio de gestos, tenta afastá-la. Desesperada, ela parte e decide encontrar a paz na morte, pois pensa que ele, Tamino, não a ama mais. Trompetes soam, chamando os homens para a reunião. Papageno permanece para terminar sua refeição; porém, quando entram seis leões no salão, levanta-se rapidamente e chama por Tamino para lhe prestar socorro. O príncipe atende ao chamado. Quando vê os leões, toca sua flauta e estes se amansam e se afastam. 9º Cenário: Abóbada subterrânea no interior de uma pirâmide. Tamino e, em seguida, Pamina, são conduzidos para um salão no interior do templo. Sarastro pede à moça que se despeça de seu amado, pois este agora partirá para realizar a prova mais difícil. Após sua despedida, ela é retirada e Sarastro se afasta juntamente com o príncipe. Agora chega Papageno ao mesmo lugar. É dito a ele que ele não se comportou como devia, mas que os deuses o perdoarão. Porém, Papageno nunca será aceito no círculo da aliança. Papageno reage com indiferença e confessa que mesmo assim gostaria de ter sua mulher amada. No mesmo instante, a velha aparece. Ela está disposta a selar um relacionamento com ele, mas Papageno resiste. Somente quando ela ameaça de que ele ficará para sempre trancado neste local a pão e água, ele finalmente concorda meio contrariado, jurando-lhe fidelidade eterna. Neste momento a velha se transforma em uma jovem e bela mulher, totalmente vestida com penas coloridas: a Papagena. Os dois correm para se abraçar, mas antes um sacerdote aparece para levar Papagena. Os Três Meninos vão ao encontro de Pamina, que está num jardim. Ela está completamente desesperada e tenta se matar com o punhal que recebera de sua mãe. Os Três Meninos, porém, conseguem evitar o pior e a fazem desistir do suicídio, asseguram-lhe que Tamino verdadeiramente ainda a ama e chamam-na para que os acompanhe a fim de procurá-lo. 10º Cenário: Prova do fogo e da água. Neste ínterim, Tamino fora conduzido à caverna dupla do fogo e da água, onde há dois guardas. Tamino pede que se iniciem as provas. De repente, ele escuta a voz de Pamina, chamando para que ele a espere. Ele recebe a permissão de falar com ela e os dois amantes se abraçam. Pamina pede Tamino que este coloque toda sua confiança no seu amor e na flauta mágica. Acompanhados pela melodia da flauta, os dois vencem a prova e conseguem passar incólumes pelas cavernas do fogo e da água. Agora, abrem-se os portões do templo e os sacerdotes recebem o casal com júbilo. Sarastro caminha à frente em direção ao salão principal. Também Papageno é salvo do suicídio pêlos Três Meninos. Eles o encontram no momento em que ele pretendia se enforcar numa árvore, motivado pelo desgosto de não ter achado sua Papagena. A conselho dos Meninos, Papageno toca os sininhos mágicos e Papagena aparece. Os dois se reencontram cheios de entusiasmo e alegria e partem de braços dados. 11º Cenário: Templo do sol. Diante dos muros do templo estão a Rainha da Noite, Monostatos e as Três Damas da corte. Pela última vez querem tentar executar seu plano de vingança. A Monostatos foi prometida a mão de Pamina caso ele desempenhe com sucesso seu papel no plano. De repente, irrompe uma tempestade terrível e relâmpagos aparecem no céu. A terra se abre e engole os malvados. Imediatamente o cenário muda para um gigantesco templo do sol. Sarastro, Pamina e Tamino ao seu lado, rodeado de sacerdotes, encontram-se nos degraus do templo. O Sarastro exalta a vitória das forças da luz sobre as forças das trevas. A ópera finaliza com uma cerimônia de agradecimento aos deuses.

O Grande Arquiteto da Música.Mozart,.

“Graças ao poder da música, caminharemos felizes pela noite sombria da morte.” (A Flauta Mágica, ato II, cena 28) Em 5 de dezembro de 1784 era proposto o nome de Wolfgang Amadeus Mozart à Loja Maçônica “A Beneficência”. Entretanto, analisando o teor esotérico da sua obra, nota-se que Mozart era ligado a egrégora maçônica muito antes do seu ingresso na fraternidade. Aos 11 anos, Mozart musicou o poema maçônico “Andie Freude“. Aos 16, compôs uma ária para o hino ritual “Oh heiliges Band“. E aos 17, compôs o drama maçônico “Thamos, König in Ägypten”. Mozart escreveu aproximadamente 30 obras destinadas exclusivamente à maçonaria. Dedicou à congregação cantatas com textos que falam em igualdade entre seres humanos, seres livres de jugos impostos por determinadas religiões, melodias compostas para atos solenes, para acompanhar os ritos e até mesmo concertos beneficentes abertos ao público. É interessante o fato que Mozart não encontrava incongruências entre a Maçonaria e a igreja. Para ele, ambos os sistemas se complementavam, na Maçonaria ele faria a busca pelo autoconhecimento, a transformação do chumbo do Ego no ouro da Essência, no catolicismo reconheceu a busca do aperfeiçoamento espiritual, o perdão dos pecados, e a consolidação da redenção na vida após a morte. Óperas. A iniciação era o centro do pensamento mozartiano. Suas obras refletem os aspectos mais profundos da Maçonaria e da via alquímica, porém imperceptível ao grande público. Suas óperas foram concebidas como verdadeiros rituais, possuindo vários níveis de percepção e significado. “Descobrimos o mistério: não há nada a acrescentar.” (As Bodas de Fígaro ato II, cena 2) Le Nozze di Figaro (As Bodas de Fígaro), ópera dividida em três atos, tem como tema a Igualdade, ela representa a jornada do Aprendiz, Fígaro. Há também alusões ao casamento alquímico, sagrada geometria, enfim uma obra de várias camadas. “Não se alimenta de alimentos mortais aquele que se alimenta de alimentos celestes” (Don Giovanni ato II, cena 15) Don Giovanni tem como tema a Liberdade e trata do drama vivido pelo companheiro em busca do grau de Mestre. O próprio Mozart confirmou o caráter iniciático desta obra. Don Giovanni representa o companheiro, o Comendador a encarnação do Mestre-de-Obras Hiram, Leporello o Primeiro Vigilante, isso se descrevermos apenas os principais. Ao longo de todo o ritual, Leporello fará a formação de Don Giovanni e o levará na direção das provas até ser engolido pela terra. Cosi fan Tutte (Todas elas são assim), aparentemente representa o comportamento das mulheres, mas Mozart a concebeu pensando nas Lojas. Todas elas agem de maneira ritualística se desejam viver a tradição iniciática. Sob a óptica da alquimia, Cosi fan Tutte aborda o segredo do pilar da Sabedoria. Don Alfonso, detentor dos segredos, representa o Venerável Mestre. Ao atravessar a morte alquímica sob a conduta do Venerável Alfonso, os dois casais atingem a verdade do amor autêntico, em outras palavras, a Grande Obra. “Se a virtude e a Justiça espalharem a glória pelo caminho dos Grandes, então a Terra será um reino celeste, e os mortais, semelhantes aos deuses.” (A Flauta Mágica, ato I, cena 19) Die Zauberflöte (A Flauta Mágica), tem como tema a Fraternidade, com o simbolismo muito mais explícito que as anteriores, é uma das obras mais ricas em conteúdo iniciático da história da música, não por acaso o filósofo e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Goethe afirmou: “É suficiente que a multidão tenha prazer em ver o espetáculo; mas, ao mesmo tempo, seu significado elevado não vai escapar aos iniciados”. A flauta sintetiza todo o simbolismo iniciático. No decorrer da ópera Pamina diz que ela foi esculpida em madeira numa noite de tempestade (água e escuridão) repleta de sons de trovões (terra) e de relâmpagos (fogo), e a própria flauta representando o elemento ar. Maçonaria, Hermetismo, Rosacrucianismo, Astrologia, Magia, Tarot, Kabbalah, Mitologia, está tudo lá. E como vocês já perceberam, dá pra fazer um post pra cada ópera, e desta eu já fiz AQUI. “Todos os esforços que fizemos para conseguir expressar a profundidade das coisas se tornaram inúteis depois do aparecimento de Mozart.” (Goethe) A Gruta. Mozart era mais inclinado aos elementos místicos da Maçonaria do que o seu racionalismo ético, e sua música procurava refletir esse espírito místico. Naquela época houve o surgimento de interesse em ritos iniciáticos do Antigo Egito e a introdução do simbolismo egípcio em alguns rituais maçônicos. A Loja de Mozart praticava a “Estrita Observância”, um rito que dava atenção às influências dos Cavaleiros Templários, sendo descrita como uma mistura de “simbolismo maçônico, práticas alquímicas e tradições rosacruzes. Em 1791, ano da sua morte, Mozart decide fundar uma nova Ordem iniciática, a qual iria se chamar “Gruta”. Como é demonstrado na ópera-ritual “A Flauta Mágica” a Gruta seria uma ordem “celestial”, permitindo a iniciação feminina com rituais inspirados na tradição dos mistérios egípcios. Entretanto, poucos sabiam dessa intenção de Mozart, como revelou sua esposa Constanze numa carta “A respeito da Ordem ou Sociedade denominada Gruta, que ele queria criar”, escreveu ela, “não posso dar maiores explicações. O antigo clarinetista da corte, Stadler, que redigiu o resto dos estatutos, poderia fazê-lo, mas ele confessa que tem medo, pois sabe que as Ordens e as sociedades secretas são odiadas.” Última Obra Curiosamente a última obra terminada por Mozart, anotada no seu catálogo, foi uma pequena cantata maçônica intitulada “Laut verkünde unsre Freude” (Em alta voz anuncia nossa Alegria). Finalizada no dia 15 de novembro de 1791 à apenas três semanas do dia da sua morte (05 de dezembro), o espírito de despedida ressoa por estas melodias. Mozart dirigiu a cantata pessoalmente em sua Loja, foi a sua última aparição pública. “Em alta voz anuncia nossa alegria O alegre soar dos instrumentos. O coração de cada Irmão sente O eco destes muros. Portanto, consagremos este lugar, Pela cadeia de ouro da fraternidade, E com verdadeira humildade de coração, Hoje, o nosso Templo.” (Trecho da letra de “Laut verkünde unsre Freude”) Referências: Tetralogia: Mozart, o grande mago, Christian Jacq A Flauta Mágica, Ópera maçônica de Jacques Chailley Música e Simbolismo de Roger J.V. Cotte Mozart e a Música Maçônica, SCA.

o fantasma da ópera

Le Fantôme de l''Opéra (O fantasma da ópera em português) é uma novela francesa escrita por Gaston Leroux, inspirada na novela Trilby de George du Maurier. Publicada em 1910 pela primeira vez, foi desde então adaptada inúmeras vezes para o cinema e atuações de teatro, atingindo o seu auge ao ser adaptada para a Broadway, por Andrew Lloyd Webber, Charles Hart e Richard Stilgoe. O espectáculo bateu o recorde de permanência na Broadway (superando Cats), e continua em palco até hoje desde a estréia em 1986. Le Fantôme de l''Opéra foi inúmeras vezes traduzido para o português do Brasil, sendo que as versões mais difundidas são das editoras Ediouro e Ática. A preferência por essas versões devem-se à maior fidelidade à história originalmente criada por Gaston Leroux. O fantasma da ópera é considerada por muitos uma novela gótica, por combinar romance, horror, ficção, mistério e tragédia. Na novela original de Leroux, a ação desenvolve-se no século XIX, em Paris, na Ópera de Paris, um monumental e luxuoso edifício, construído entre 1857 e 1874, sobre um enorme lençol de água subterrâneo. Os empregados afirmam que a ópera se encontra assombrada por um misterioso fantasma, que causa uma variedade de acidentes. O Fantasma chantageia os dois administradores da Ópera, exigindo que continuem lhe pagando um salário de 20 mil francos mensais e que lhe reservem o camarote número cinco em todas as atuações. Entretanto, a jovem inexperiente bailarina (e mais tarde cantora) Christine Daaé, acreditando ser guiada por um "Anjo da Música", supostamente enviado pelo seu pai após a sua morte, consegue subitamente alguma proeminência nos palcos da ópera quando é confrontada a substituir Carlotta, a arrogante Diva do espectáculo. Christine conquista os corações da audiência na sua primeira atuação, incluindo o do seu amor de infância e entretanto patrocinador do teatro, Visconde Raoul de Chagny. Erik, o Fantasma, não gosta da relação entre Christine e Raoul e a leva ao seu "mundo" subterrâneo que Christine considera um lugar frio e sombrio. Ela percebe que o seu "Anjo da Música" é na verdade o Fantasma que aterroriza a ópera. Descobre então que o Fantasma é fisicamente deformado na face, razão pela qual usa uma máscara para esconder a sua "deficiência". Ao olhar para a sua verdadeira imagem, Christine fica chocada. O Fantasma decide prendê-la no seu mundo, e diz que somente a deixará partir se ela prometer não amar ninguém além dele e voltar por vontade própria. Christine enfrenta uma luta interna entre o seu amor por Raoul e a sua fascinação pelo génio da personagem do Fantasma. Ela decide se casar com Raoul em segredo e fugir de Paris e do alcance do Fantasma. No entanto, o seu plano é descoberto e durante uma atuação da Ópera "Fausto" de Charles Gounod, Christine é raptada do palco e levada para os labirintos embaixo da Ópera. Aí, nos aposentos do Fantasma, ocorre o confronto final entre Christine, o Fantasma e o Visconde Raoul de Chagny, que é levado até lá pelo Persa, através dos subterrâneos da Ópera, passando pela câmara dos súplicios, onde ambos quase acabam por enlouquecer e enforcar-se com o "Pendjab" (espécie de cordão feito de tripas de gato, que o Fantasma usava para matar). Christine é forçada a escolher entre o Fantasma e Raoul. Christine escolhe o Fantasma, com o intuito de salvar as vidas das pessoas da Ópera, pois o Fantasma colocou uma bomba no teatro que detonará se ela escolher ficar com Raoul. Contudo, o Fantasma percebe que não consegue lutar contra o amor dos dois, e deixa-a ir com Raoul. Acaba por falecer meses depois, indo Christine, a pedido deste, sepultá-lo no luonde ele sempre viveu e nunca saiu, os subterrâneos da Ópera. Cinema, teatro e música. Cinema O fantasma da ópera foi inúmeras vezes transposto para os palcos e para a telas de cinema , onde fez um estrondoso sucesso, principalmente entre o grande público. A primeira versão de O fantasma da ópera'' para o cinema foi em um filme mudo e em preto-e-branco, realizado em 1925, pelos estúdios da Universal, e com Lon Chaney no papel de fantasma. Seguiram-se outras versões igualmente populares, incluindo a da década de 40, dirigida por Arthur Lubin, e com Claude Rains no papel-título. Destaque também para a versão rock-musical de 1974, dirigida por Brian De Palma e estrelada por Paul Williams, entitulada como O fantasma do paraíso, sem contar com o célebre musical da Broadway escrito por Andrew Lloyd Webber, considerado a maior atração teatral de todos os tempos.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Medo de Estar Só.

Meu maior medo e limitação, até onde posso checar, é o medo de ser abandonada, de ser deixada só. Eu sinto que isso sempre teve e ainda tem uma influência forte em minha vida e em meus relacionamentos. Existe outra maneira de livrar-me desse medo, além de senti-lo e permitir que ele esteja ali – o que obviamente eu não fiz o bastante? Querido mestre, você poderia falar a respeito desse medo de ser abandonada e ficar só? Sadhan, o medo de ser deixada só é algo natural, porque todo mundo nasceu em uma família. Assim, desde o início estamos sempre dentro de um certo grupo, dentro de um certo aglomerado, de uma certa religião. Sempre existem pessoas ao nosso redor. Assim, estar entre pessoas tornou-se quase natural para nós, embora isto seja apenas um costume. Isso não é natural. No que diz respeito ao que é natural, todo mundo nasce só. Não importa se a pessoa nasce numa família. Por nove meses, no útero de sua mãe, você esteve só. Depois que você nasceu, sempre que fechar os seus olhos, você se encontrará só. Mesmo numa praça de mercado, simplesmente feche seus olhos e você se encontrará só. Estar só é a sua verdadeira natureza, e a aglomeração é apenas um costume. Mas o costume se tornou tão forte e você se tornou tão inconsciente de sua natureza que existe sempre o medo de que se todo mundo abandoná-la, o que você irá fazer? Na verdade você não saberá quem você é se todo mundo abandoná-la. A opinião das pessoas é que cria uma identidade para você. Alguém lhe diz, ‘Sadhan, você é muito bonita.’ Ele está lhe dando uma certa identidade. Alguém lhe diz, ‘Você é muito inteligente,’ outro lhe diz, ‘Você é muito alegre,’ e mais um outro lhe diz, ‘Você é tão amorosa’. Tudo isso são opiniões. Elas podem ter sido expressadas apenas como uma forma de etiqueta, elas podem não significar coisa alguma, mas você capta essas opiniões. E a sua personalidade é isso. A sua personalidade depende do que as pessoas dizem a seu respeito. É por isso que todo mundo está tão preocupado com sua reputação, com seu nome, com seu prestígio. E a sociedade explora essa situação muito espertamente. Ela mantém todo mundo tremendo, com medo, porque ela tem o poder de lhe tirar a respeitabilidade e a honra. Sem perceber, você é uma escrava, pois depende da sociedade para a sua identidade. Sem essa identidade, você não sabe quem você é. Esse é o medo maior de ser deixado só, é o de não saber quem você é. Eu lhes contei uma história Sufi... Um místico Sufi foi a Meca. Era uma época de festival, quando os muçulmanos de todo o mundo vão a Meca. Faz parte da religião deles que todo muçulmano, pelo menos uma vez na vida, deve ir a Meca. (...) E esse místico Sufi, um pobre muçulmano, foi a Meca. Todos os hotéis estavam cheios, todos os caravanserai (grandes pousadas) estavam cheios. E ele não era um homem rico. Ele bateu em muitas portas, mas em todos os lugares ele foi recusado – milhões de pessoas estavam reunidas ali. E no meio do deserto, numa noite fria, com fome e sede, como ele iria sobreviver? Por fim, ele disse a um gerente de hotel, ‘Eu deitarei em qualquer lugar – nas escadas, no porão. Mas, pelo menos por esta noite... Eu estou cansado, eu caminhei milhas e milhas até chegar aqui.’ O gerente disse, ‘Eu posso ver que você está cansado, e parece que você é um homem muito simples e humilde. Eu não posso recusá-lo. Mas o problema é o seguinte: nós não temos quarto algum, lugar algum. Somente uma coisa é possível. Eu dei um quarto para um homem – ele é rico. É um quarto de casal e ele está só, mas ele pagou pelo quarto. Eu posso perguntar a ele. Talvez ele sinta alguma compaixão por você. Venha comigo.’ O gerente pensou, ‘Não haverá problema, pois uma cama está vazia. Por que mandar esse pobre homem embora...? Ele pode dormir.’ Assim, o gerente deixou-o no quarto, e o místico foi para a cama com seu turbante, com sapatos, com o casaco – nem mesmo tirou os sapatos. Ele estava todo vestido, e naturalmente estava difícil dormir. Ele ficou tossindo e se virando na cama, e por causa disso o homem a quem pertencia o quarto não conseguia dormir. Por fim, o homem disse, ‘Escute, eu permiti que você dormisse aqui, mas você não dorme, você simplesmente tosse e se vira na cama. E eu posso ver que em tal situação ninguém vai conseguir dormir: você nem mesmo tirou os sapatos, ainda está com seu turbante e está dormindo com um casaco apertado. Isso é impossível. E você também não está me deixando dormir.’ O místico disse, ‘Isso é um grande problema.’ O homem disse, “Qual é o grande problema?’ Ele disse, “Você está dormindo nu; eu também tenho o costume de dormir nu.’ O homem disse, “Então qual é o problema? Simplesmente fique nu e vá dormir!’ O místico disse, ‘Isso não é tão fácil. O problema é: se eu dormir nu, de manhã como eu vou descobrir quem sou eu – você ou eu? Porque minha única identidade são minhas roupas: meu turbante, meus sapatos. Nu, eu não tenho identidade alguma. Assim, de manhã, quem dirá quem eu sou?’ O homem riu de tal estupidez. E disse, ‘Eu vou lhe sugerir uma coisa. Dê uma olhada naquele canto – um brinquedo – talvez seja das pessoas que estiveram aqui antes no quarto, seus filhos devem tê-lo deixado.’ Assim, ele disse, ‘Faça uma coisa, pegue aquele brinquedo, amarre-o em seu pé e vá dormir. De manhã você poderá ver que o brinquedo está ali, assim, esse certamente é você.’ O místico disse, ‘Isso me soa absolutamente correto.’ Ele tirou as roupas e ficou nu. O outro homem ajudou-o a amarrar o brinquedo em seu pé e ele caiu no sono, começando a roncar imediatamente. De fato, ele estava cansado. O outro homem teve uma idéia. Ele desamarrou o brinquedo, amarrou-o em seu pé e foi dormir. De manhã, o místico acordou, olhou para seu pé e para o pé do outro homem e disse, ‘Meu Deus, eu sei que você é eu, mas quem sou eu? É absolutamente certo que você é eu, porque o brinquedo está ali no seu pé. Mas agora surgiu o problema, quem sou eu?’ Os místicos têm usado essa história por séculos, para lhe dizer que toda a sua identidade consiste em coisas não essenciais, que são as opiniões que lhe são dadas pelos outros. Eles podem voltar atrás em suas opiniões, por isso as pessoas estão sempre com medo de fazer algo que vá contra a tradição, a religião, a ideologia política, as atitudes nacionalistas. Ainda que elas pareçam ser totalmente erradas, as pessoas continuam apoiando-as pela simples razão de terem medo de que se elas levantarem suas vozes contra alguma coisa tradicional, a sociedade poderá retirar a identidade que ela lhes deu. Então você não saberá quem você é. Este é o medo, Sadhan, de que se você for deixada só, como saberá quem você é? Todas aquelas pessoas que fizeram de você alguma coisa, um alguém, todos elas já se foram. E o medo permanecerá até que você venha a conhecer a si mesma diretamente, não através dos outros. Estas são as duas coisas a serem lembradas. Quando você conhece a si mesma através dos outros, essa é a sua personalidade, apenas uma camada fina de opiniões. Quando você conhece a si mesma diretamente, você conhece a sua individualidade. E uma vez que você conhece a sua individualidade, o medo de ser deixada só desaparece. Não existe outra maneira. Você está perguntando, ‘Meu maior medo e limitação, até onde posso checar, é o medo de ser abandonada, de ser deixada só’ Este não é somente seu medo, este é o medo de que sofre todo ser humano. E é bom que você tenha ficado consciente dele, porque esse é o primeiro passo para se livrar dele. ‘Eu sinto que isso sempre teve e ainda tem uma influência forte em minha vida e em meus relacionamentos’ Se o medo existe, é provável que ele tenha influência em sua vida, porque você sempre agirá de uma maneira para que não fique só, seja qual for o preço que tenha que pagar, mesmo que você tenha que permanecer uma escrava por toda a sua vida. Se você tiver que vender a sua alma, você venderá, mas você permanecerá cercada pela multidão. Isso parecerá aconchegante, seguro, protegido. Você saberá quem é você. Isso destruirá toda a sua beleza espiritual, sua glória espiritual. Isso destruirá todas as possibilidades de seu crescimento interior. E isso vai influenciar seus relacionamentos. Milhões de pessoas continuam em relacionamentos que são simplesmente infernos; mas devido ao medo de que possam ser deixadas sós, elas continuam agarradas. Isso é miserável, é um grande sofrimento, é uma tortura, mas pelo menos alguém está com você. Fazendo a comparação, é melhor ser miserável estando com alguém do que ser deixado só. Esta é uma das razões porque milhões de pessoas continuam sofrendo e continuam agarradas aos mesmos relacionamentos que não estão lhes dando qualquer alimento e simplesmente são destrutivos e suicidas. Somente um homem ou mulher que é capaz de estar só, será também capaz de estar num relacionamento sem ser destruído por ele – porque estar só já não será mais um medo. Se algum relacionamento está criando miséria, você pode simplesmente sair dele. Ninguém pode impedi-lo. É uma situação muito patética, a de milhões de pessoas que estão agarradas umas às outras apenas devido ao medo de que elas possam ser deixadas sós. E estar só é a nossa natureza. Não há nada para se temer, você apenas tem que experienciar isso. Uma vez que você tenha experienciado, nos profundos silêncios de seu coração, a beleza e o êxtase de sua solitude, todos os medos vão embora. E você irá rir de seu passado: quão estúpida você estava sendo! O que você esteve fazendo consigo mesma? ‘Existe outra maneira de livrar-me desse medo, além de senti-lo e permitir que ele esteja ali – o que obviamente eu não fiz o bastante?’ Só existe uma maneira e ela é: aprenda a entrar em sua solitude quantas vezes for possível. Sempre que tiver uma chance, não arrume uma ocupação desnecessária para evitar a solitude. Sempre que tiver uma chance, feche seus olhos, sente-se silenciosamente, relaxada, e olhe para dentro. Pouco a pouco o tumulto será colocado em ordem, a mente se tornará quieta, e um silêncio profundo predominará. E de repente você começará a sentir o seu centro mais profundo, o verdadeiro centro de sua vida, o qual está só. Ali não existe e nunca poderá existir mais alguém. Ninguém consegue chegar ali, exceto você. Ali é seu território. É o único lugar que pertence a você. Ninguém consegue tirar de você, nem mesmo a morte. Isso acontecerá com o seu lado de fora, o corpo, a mente, mas não com o espaço mais interno, que por séculos temos chamado de alma, espírito, ou o deus interno em você – ou qualquer nome que você queira dar. Mas essa solitude, uma vez conhecida, simplesmente remove todos os medos. Na verdade ela traz uma nova dimensão de êxtase. Ao invés de sentir medo da solitude, você se tornará mais e mais intrigada com seu mistério. Você irá querer estar mais e mais só. No meio da noite, você acordará, sentará na cama e simplesmente entrará em sua solitude. E isto é apenas uma questão de seguir repetindo. Na medida em que você vai se movendo para dentro e para fora, vai ficando mais fácil, o caminho se torna mais leve. Isso se torna tão fácil que a qualquer momento você simplesmente fecha os olhos e imediatamente alcança o centro, sem perder um átimo de segundo. Então, até na praça do mercado você pode estar só, no meio da multidão. E você sentirá uma certa alegria crescendo em você, uma certa canção surgindo em seu silêncio, uma certa fragrância que você nunca conheceu antes. Sadhan, este não é um grande problema. É uma coisa muito simples. Apenas porque as pessoas esqueceram a idéia de ir para dentro, isso parece algo difícil. Mas eu lhe digo que é a coisa mais simples do mundo. O medo de estar só ou de ser deixado só, não é um fenômeno simples; ele é muito complexo. Por causa disso muitas outras coisas acontecem a você: o ciúme é parte disso, a raiva é parte disso, a tristeza, o apego e a possessividade são partes disso. Você pode ver: por que você quer dominar, enquanto esposa, enquanto marido, enquanto pai? Por que você quer dominar? Apenas para se certificar de que o outro está absolutamente sob seu controle. Por isso todo mundo está tentando manter todo mundo sob controle. Mas no fundo é apenas o medo de ficar só. E isso não é apenas hoje; talvez desde o início dos tempos – se é que existe um início – o medo tem estado aí. E, Sadhan, porque você é uma mulher, isso é ainda mais complexo, pois o homem tem retirado todas as possibilidades de sua independência. Na maior parte das vezes eles não tem permitido que vocês se eduquem, que aprendam qualquer arte, qualquer habilidade; eles não tem permitido que vocês sejam livres e independentes financeiramente. Essa foi a estratégia deles para mantê-las no cativeiro. Eles também têm medo de serem deixados sós. Devido ao seu medo, eles têm destruído a liberdade da mulher. E a mulher tem mais medo de ser deixada só, porque agora ela se tornou totalmente dependente. Ela não é capaz de ganhar seu dinheiro, de se levantar por si mesma. Assim, mesmo que seu marido seja um torturador, um sádico, ela terá que permanecer com ele. Pelo menos ele cuidará da alimentação dela, das suas roupas e de seu abrigo. Numa noite em que chegou muito tarde em casa, Adão encontrou Eva à sua espera com muita raiva. ‘Atrasado de novo,’ ela gritou, ‘você deve ter visto alguma outra mulher.’ ‘Eu considero essa acusação um absurdo sem motivo,’ disse o ultrajado Adão. ‘Você sabe muito bem que eu e você somos as únicas pessoas neste mundo.’ E foi logo pra a cama. Ele acordou com uma sensação de cócegas em seu peito. Ao abrir os olhos, ele viu a Eva sobre ele, contando cuidadosamente as suas costelas. Porque Deus criou a Eva tirando uma costela do Adão, ela estava contando. Talvez ele tivesse tirado outra costela e em algum lugar nas redondezas houvesse uma outra mulher atrás dos arbustos. Este medo, embora seja natural, pode ser abandonado, porque você tem a possibilidade de crescer acima da natureza. A sua consciência pode ir mais alto, e das alturas, aquilo que era muito importante nos vales negros da vida, se torna absolutamente sem importância e ridículo. O dia em que você puder rir de todos os seus medos será um grande dia em sua vida – e eu estou preparando você para esse dia. Eu estou preparando você para que um dia você possa rir de tudo o que tem sido medo, miséria, possessividade, dominação, e que você possa fazer piada com tudo o que as pessoas estão levando tão a sério. A vida é muito hilariante. Por que você deve se preocupar desnecessariamente com o medo, a miséria, com a Latifa e o Om? Eu penso que a maioria de seus problemas parecem ser importantes porque eles são os problemas de milhões de pessoas. Assim, você pensa que certamente os seus problemas são sérios, grandes e difíceis. Mas essa não é a conclusão correta. Hymie e Betty Goldenberg estavam passando o dia no campo. Betty viu um lugar bonito debaixo de uma árvore próximo a um lago e mostrou-o para o Humie. ‘Este é um belo local para um piquenique’, ela disse. ‘Deve ser, querida,’ disse duvidando Hymie. ‘Cinqüenta milhões de mosquitos não podem estar errados.’ Esse é o problema. Mas eu lhe digo, cinqüenta milhões de mosquitos podem não estar errados, mas cinqüenta milhões de seres humanos podem estar, porque eles estão simplesmente imitando uns aos outros. A história é a mesma. Eles estão jogando os mesmos jogos, os mesmos papéis, e só porque toda a multidão está sofrendo o mesmo problema, um problema pequeno se torna uma epidemia. Se você olhar para o problema e esquecer os cinqüenta milhões de mosquitos, verá que ele é um problema muito pequeno e que um método muito pequeno poderá trazer você para fora dele.osho

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O mistério de "Quem sou Eu"? Osho.

Toda a nossa educação – seja através de nossos Pais, da própria sociedade, da escola e universidade - cria tensão em nós. E essa tensão persiste durante toda a sua vida. Essa mente criada pelos outros e implantada em você nunca vai deixa-lo descansar; faça você o que fizer, ela estará sempre o condenando. Desde a infância, a sociedade impõe certos padrões de pensamentos – competitividade, ambição, ganância, padrões em relação à sexualidade – e, como toda criança é pura, inocente, um quadro em branco você escreve o que quiser e, assim, uma falsa identidade é criada. A criança não tem escolha. E todos nós somos tocados que nem um rebanho. Em algum momento você entra na escola, em outro momento faz o catecismo (País Cristão), e assim você é conduzido a vários grupos – porque você tem que ser o melhor, tem que ser rico, tem que ser inteligente... Perceba... Você não escolhe nem a sua religião. E assim vamos colhendo ansiedade, tensão, medo, raiva, angústia, tristeza, depressão. Procure entender que essa falsa identidade que nos deram é um substituo. Mas esse substituto só é útil no mesmo grupo que deu essa identidade a você. No momento em que você está sozinho, o falso começa a desmoronar, e o real reprimido começa a se expressar. Daí o medo de ficar sozinho. Por isso a pessoa quer ser apoiada 24h por dia, porque o falso, sem apoio, não consegue se sustentar. E, de repente, em um momento de solidão, você começa a sentir que não é aquilo. Isso gera medo: então, quem sou eu? E essa lacuna, tem sido chamada pelos Místicos de “A noite escura da alma” – um momento onde você não é mais o falso e não é ainda o real. Por isso, quando você está sozinho, surge um medo profundo porque de repente o falso começa a desaparecer. E o real surge durante um pequeno espaço de tempo. Você o perdeu há muitos anos atrás. Então imediatamente começa a fazer alguma coisa apenas para que o falso permaneça ocupado e não comece a desaparecer. Por isso os fins de semana são os mais difíceis para as pessoas. Durante cinco dias elas trabalham, esperando que no fim de semana possam relaxar. Mas o fim de semana é a pior ocasião em todo o mundo – o maior número de acidentes acontece nos fins de semana, mais pessoas cometem suicídio, há mais assassinatos, mais roubos, mais estupros. É estranho... Essas pessoas estiveram ocupadas durante cinco dias e não houve problema. Mas o fim de semana, de repente, lhes proporciona uma escolha – estar ocupado em algo ou relaxar -, mas relaxar é apavorante; a falsa personalidade desaparece. Então, mantenha-se ocupado, faça qualquer coisa idiota. As pessoas correm para as praias, enfrentando um trânsito pesado de centenas de quilômetros. Se vocês lhes perguntar para onde estão indo, elas estão “fugindo da multidão”. E toda a multidão está indo com elas! Estão todas indo em busca de um espaço silencioso, solitário – todas elas. Na verdade, se elas permanecessem em casa teria sido mais solitário e silencioso. E estão se apressando como loucos, correndo, porque dois dias vão terminar logo e eles têm de chegar – só não pergunte aonde! E nas praias, observe você mesmo... Elas estão abarrotadas. E, por mais estranho que pareça, as pessoas estão se sentindo muito à vontade, tomando um banho de sol. Dez mil pessoas em uma pequena praia tomando banho de sol, relaxando. As mesmas pessoas estavam no escritório, as mesmas pessoas estavam nas ruas, as mesmas pessoas estavam no mercado, e agora as mesmas pessoas estão na praia. Perceba... A multidão é essencial para a existência do falso eu. Se o momento é solitário, você começa a se angustiar. No que diz respeito à meditação, o Ocidente não sabe nada. E a meditação é apenas um nome para estar sozinho, silencioso, esperando que o real se estabeleça. É aí que se deve entender um pouquinho de meditação. Não fique preocupado, porque o que pode desaparecer merece desaparecer. Não tem sentido se agarrar a isso; isso não é seu, não é você. Você é você quando o falso se foi e o ser novo – inocente, despoluído – surge em seu lugar. Procure entender... Você nasceu. Você veio ao mundo com vida, com consciência, com uma enorme sensibilidade. Pense em uma criança pequena, pense em seus olhos, no seu frescor. Tudo isso foi coberto por uma falsa identidade. E não se sabe nada sobre o dia de amanhã. Não morra antes de realizar o seu ser autêntico. Ninguém mais pode responder à essa pergunta “Quem sou eu?” – apenas você vai saber. Apenas essas poucas pessoas que viveram com o ser autêntico e morreram com o ser autêntico são os afortunados – porque eles sabem que a vida é eterna e a morte uma ficção.

A voz do ego... A voz da alma.osho.

Todos nos buscamos a felicidade e nessa busca percorremos caminhos que nem sempre nos levam a ela e muitas vezes nos afastam cada vez mais do ponto onde a felicidade se encontra. Aprendemos a querer coisas que na verdade não queremos numa total incoerência com a nossa natureza. Desde criança somos levados a acreditar que a felicidade será encontrada em coisas fora de nós e nos são dadas ao longo dos tempos muitas possíveis fórmulas prontas e muitos caminhos que apontam para a tal busca da felicidade. Acabamos acreditando que fora daqueles padrões e daqueles conceitos não existe a menor chance de ser feliz e vamos por aí conquistando coisas, cargos, status ,stress... Menos a felicidade. Dá um sentimento de vazio quando constatamos que não era bem aquilo que esperávamos... Uma sensação de ter vencido a corrida e não ter levado o prêmio. Mas a voz do ego nos chama de muitas formas, cada vez mais atrativas e mais convincentes e de novo embarcamos nessa busca que não tem conexão com a nossa vontade mais profunda. E podemos ficar perdidos no meio de tantos chamados do ego ou podemos escolher escutar uma outra voz. Uma voz que nos fala suavemente nos convidando a descobrir nosso próprio caminho sem receitas prontas e aonde cada um vai escrevendo a sua própria história. É a voz da Alma. Para seguir esse chamado da alma é preciso coragem desapego além de muita Fé. Coragem porque em alguns pontos precisamos abrir a nossa própria estrada, precisamos passar por onde ninguém passou buscando nos mergulhos profundos as pistas que indicam a direção do próximo passo. Desapego dos conceitos, das regras e principalmente do ego é preciso deixar espaço para as coisas novas e que fazem sentido para a nossa história. E fé para confiar nos caminhos que a Alma nos indica, sabendo que aqui não existem os limites da nossa mente racional e que o impossível pode se tornar possível quando menos esperamos. Quando nos abrimos para seguir a voz da Alma, aos poucos vamos descobrindo que a felicidade não se encontra nos prometidos finais, mas em cada passo em que estamos conectados com o nosso propósito Divino. Vamos percebendo que a felicidade é um atributo de cada um de nós que aparece na medida em que vamos nos conhecendo melhor e nos aproximando de quem realmente somos. A felicidade se aproxima da gente na medida em que nos aproximamos de nós mesmos. E chega um tempo onde não conseguimos mais fugir do chamado que vem da Alma, porque essa voz vai se fazendo tão presente e tão natural que entendemos que é a única voz que nos indica o caminho de volta pra casa. Então, procure escutar a voz da sua alma e siga esses caminhos assim você vai perceber que muito além do conhecido existem muitas possibilidades... Até a de Ser feliz.

Vendendo sua Alma a Satanás.

O mito de Fausto apresenta uma situação curiosa no encontro do herói, que é a alma que procura, com diferentes classes de Espíritos. O Espírito de Fausto, inerentemente bom, sente-se atraído para as ordens superiores; sente afinidade pelo benevolente Espírito da Terra, e deplora a incapacidade de retê-lo e aprender com ele. Face a face com o espírito de negação, ao qual está disposto a servir, ele se sente de um certo modo senhor da situação, porque esse espírito não pode sair pela parte superior do símbolo da estrela de cinco pontas na posição em que está colocada no chão. Mas, tanto sua incapacidade em reter o Espírito da Terra e obter instrução desse exaltado Ser, como seu domínio sobre o espírito de negação, decorrem do fato dele ter entrado em contato com eles por acaso e não através do poder da alma desenvolvido internamente. Quando Parsifal, o herói de outro desses grandes mitos da alma, visitou pela primeira vez o Castelo do Graal, foi-lhe perguntado como havia chegado ali, e ele respondeu: "Eu não sei". Aconteceu que ele entrou no lugar sagrado da mesma forma que uma alma percebe, às vezes, um vislumbre dos reinos celestiais numa visão; mas ele não podia ficar no Monte Salvat. Foi forçado a sair novamente para o mundo e aí aprender suas lições. Muitos anos depois ele retornou ao Castelo do Graal, triste e cansado da busca e a mesma pergunta lhe foi feita: "Como chegaste aqui?" Mas, desta vez, sua resposta foi diferente, pois disse: "Através da procura e do sofrimento eu vim". Este é o ponto fundamental que marca a grande diferença entre alguns que se põem em contato com Espíritos dos reinos suprafísicos por acaso e tropeçam no entendimento de uma lei da Natureza, ou aqueles que, por zelosos estudos e principalmente por viver a vida, obtêm a Iniciação, conscientes dos segredos da Natureza. Os primeiros não sabem como usar este poder inteligentemente e estão, portanto, desamparados. Os últimos são sempre senhores das forças que manejam, enquanto os outros são vítimas de quem quiser tirar vantagem deles. Fausto é o símbolo do homem, e a humanidade foi, no princípio, dirigida pelos Espíritos de Lúcifer e pelos Anjos de Jeová. Agora estamos olhando para o Espírito Cristo na Terra como o Salvador, para emancipar-nos da influência egoísta e negativa dos lucíferos. Paulo nos dá uma visão da evolução futura que nos está destinada, quando disse que, após Cristo estabelecer Seu reino, Ele o entregará ao Pai, e então será tudo em tudo. No entanto, Fausto procura primeiro comunicar-se com o macrocosmo, que é o Pai. Como o centauro celeste, Sagitários, ele aponta seu arco para as estrelas mais altas. Não está satisfeito em começar por baixo e galgar o cimo gradativamente. Quando repelido por aquele sublime Ser, desce um degrau na escala e procura comunhão com o Espírito da Terra, que também o desdenha, pois ele não pode tornar-se o pupilo das elevadas forças enquanto não ajustar-se às suas regras, para assim poder entrar no caminho da Iniciação pela porta verdadeira. Portanto, quando percebe que o pentagrama junto da porta detém o Espírito do mal, entrevê uma oportunidade para fazer um acordo. Está pronto para vender sua alma a Satanás. Mas, como foi dito antes, está totalmente despreparado para manter o domínio com êxito, e o poder do espírito rapidamente desobstrui o caminho e liberta Lúcifer. Mas este, embora saia do gabinete de Fausto, logo volta, pronto para negociar com a alma que procura. Ele descreve, diante dos olhos de Fausto, quadros brilhantes de como viver a vida, como poderá satisfazer suas paixões e desejos. Fausto, sabendo que Lúcifer não está desinteressado, pergunta que compensação ele quer. A isto, Lúcifer responde: " Eu me comprometo a ser teu servo aqui, enfim, E a todo o teu aceno e chamado, alerta vou estar; Mas, quando na esfera além nos formos encontrar, Então, tu farás o mesmo para mim". O próprio Fausto acrescentou uma condição aparentemente singular com respeito à época em que o serviço de Lúcifer terminar, e quando sua própria vida terrestre tiver chegado ao fim. Embora pareça estranho, nós temos na aquiescência de Lúcifer e na cláusula proposta por Fausto, leis básicas de evolução. Pela Lei de Atração somos postos em contato com Espíritos semelhantes, tanto aqui como na vida futura. Se servimos as forças superiores aqui e trabalhamos para elevar-nos, encontraremos companheiros com a mesma índole neste mundo e no próximo. Mas, se gostamos da escuridão mais do que da luz, estaremos ligados ao submundo aqui e no futuro também. Não há como escapar desta lei. Além disso, somos todos "construtores do templo" trabalhando sob a direção de Deus e Seus ministros, as divinas Hierarquias. Se evitarmos a tarefa que nos foi imposta na vida, seremos colocados sob condições que nos forçarão a aprender. Não há descanso nem paz no caminho da evolução e se procurarmos prazer e alegria a ponto de excluir o trabalho da vida, o dobrar fúnebre dos sinos logo será ouvido. Se chegarmos, alguma vez, a um ponto em que estejamos inclinados a ordenar que as horas parem ou se estamos tão satisfeitos com a nossa vida que até cessamos nossos esforços para progredir, nossa existência estará rapidamente terminada. Observamos que as pessoas que se retiram dos negócios vivendo apenas para aproveitar o que acumularam, logo morrem; enquanto que o homem que troca sua profissão por uma outra ocupação, geralmente vive mais tempo. Nada é tão fácil para encerrar uma existência do que a inatividade. Como já foi dito, as Leis da Natureza são enunciadas no acordo de Lúcifer e na condição acrescentada por Fausto: "Se eu me satisfizer com a indolência e o lazer, Que seja essa, então, a última hora que eu possa ter. Quando tu com lisonjas me fores adular Até que auto-complacente eu venha a ser; Quando tu com prazeres me puderes enganar, Seja esse o meu dia final. Sempre que a hora for passando Eu digo: 'Oh! fica, és tão leal!' Assim, a força a ti eu vou dando De levar-me ao mais profundo desespero. Meu dobrar de sinos não o deixes prolongar, De meu serviço, livre irás ficar; E quando do relógio o ponteiro indicador tiver caído, Esteja, então, o meu tempo concluído". Lúcifer pede a Fausto que assine o contrato com uma gota de sangue. E quando perguntado por que, diz astuciosamente: "O sangue é uma essência muitíssimo peculiar". A Bíblia diz que é assento da alma. Quando a Terra estava em processo de condensação a aura invisível que circundava Marte, Mercúrio e Vênus, penetrou na Terra e os Espíritos desses planetas estiveram em relacionamento especial e íntimo com a humanidade. O ferro é metal de Marte e pela mescla do ferro com o sangue, a oxidação torna-se possível; assim, o calor interno, necessário para a manifestação de um Espírito que habita internamente, foi obtido pela ação dos Espíritos Lucíferos de Marte. Eles são, portanto, responsáveis pelas condições sob as quais o Ego está enclausurado no corpo denso. Quando o sangue é extraído do corpo humano e coagula, cada partícula tem uma forma especial, distinta das partículas de qualquer outro ser humano. Portanto, quem tiver sangue de uma certa pessoa, tem um elo de ligação com o Espírito que construiu as partículas do sangue. Ele tem poder sobre essa pessoa, se souber como usar esse conhecimento. Foi essa a razão porque Lúcifer exigiu a assinatura com o sangue de Fausto, pois com o nome de sua vítima escrito em sangue, poderia conservar a alma escravizada de acordo com as leis envolvidas. Sim, de fato! O sangue é uma essência muitíssimo peculiar, importante tanto na magia branca como na negra. Todo conhecimento usado em qualquer direção, deve necessariamente alimentar-se da vida que é primariamente derivada dos extratos do corpo vital, isto é, a força do sexo e o sangue. Todo conhecimento que não seja assim alimentado e nutrido, é tão impotente como a filosofia que Fausto tirou de seus livros. Livros não são suficientes por si só. Somente na medida em que trazemos esses conhecimentos para nossas vidas, alimentando-os e vivenciando-os, é que eles têm real valor. Existe, no entanto, uma importante diferença a considerar: enquanto o aspirante da Ciência Sagrada alimenta sua alma com sua própria força sexual, e as paixões inferiores com seu próprio sangue que, então, ele transmuta e depura, aqueles que aderem à magia negra vivem corno vampiros à custa da força sexual dos outros e do sangue impuro sugado das veias de suas vítimas. No Castelo do Graal vemos o sangue puro e depurador operando maravilhas sobre os cavaleiros virtuosos que aspiravam desempenhar elevadas ações. Porém, no Castelo de Herodes, a personificação da voluptuosidade - Salomé - fez com que o sangue da paixão corresse desenfreadamente pelas veias dos participantes, e o sangue que jorrou da cabeça do martirizado Batista serviu para dar-lhes o poder que eles não tinham, por serem muito covardes para adquiri-lo através do sofrimento e da própria depuração. Fausto tenciona adquirir poder rapidamente com o auxílio de outros, tocando num ponto perigoso, do mesmo modo como fazem hoje aqueles que seguem os que se intitulam "adeptos" ou "mestres". Estes estão prontos para explorar os mais baixos apetites dos crédulos, da mesma forma que Lúcifer ofereceu-se para ajudar Fausto. Mas eles nunca poderão dar o poder da alma, não importa o que aleguem. Isto é conquistado internamente, pela paciente perseverança em fazer o bem, um fato que nunca será demasiado repetir.Max Heindel.