segunda-feira, 27 de maio de 2013

A palavra Apocalipse.

NERI DE PAULA CARNEIRO Em geral a simples menção à palavra APOCALIPSE já causa mal estar em muita gente: medo, fim do mundo, fim dos tempos, catástrofes... Nas artes, no cinema principalmente, apocalipse é sempre sinônimo de desgraça, destruição, fim catastrófico, desolação... Existem pessoas que identificam alguns desastres naturais com aquilo que, segundo elas, estaria “previsto” no apocalipse: desastres ambientais, terrorismos, terremotos, epidemias... Outros, e talvez estes sejam os piores, se utilizam do medo do povo, para anunciar o fim iminente; e disso tiram proveito pessoal. Alguns usam o medo para criar novas denominações religiosas, alguns até identificando o papa católico, com alguns elementos simbólicos do livro do apocalipse. Esses enganadores exploram ao povo, tanto quanto a “besta do apocalipse”. Esses, podemos dizer, são atuais personificações da besta apocalíptica, pois se utilizam do nome de Deus, que é paz, tranqüilidade, segurança, para infundir discórdia, medo, terror. Muita coisa pode ser dita como se estivesse “previsto” no apocalipse, mas na realidade está na cabeça de quem falou. “Cada um lê o apocalipse conforme o seu próprio entendimento. E dele tira suas conclusões. Onde procurar o entendimento certo?” (Mesters; Ourofino, 2002, p. 9). Importa não crer em qualquer coisa que seja dito, nem nos espertalhões que nos aparecem. É preciso cautela. “Cuidado para não vos alarmardes”, ensinou Jesus. Se nos tempos bíblicos a cautela era necessária, nos dias atuais possivelmente ela seja ainda mais importante, pois tem muito espertalhão tirando proveito; tem muito medroso provocando pânico; tem muito ignorante querendo ensinar. Vale o cuidado recomendado por Mateus (Mt, 24,15-24): “hão de surgir falsos cristos e falsos profetas”. De modo geral as pessoas não se sentem muito à vontade diante desta palavra, pois ela “traz sempre a idéia de algo que foge ao normal. Em épocas de crise, como a nossa, há uma espécie de sensibilidade apocalíptica como se ficássemos à espera do inesperado” (CEBI, 2000, p. 57). É necessário, portanto que iniciemos compreendendo o significado dessa palavra, buscando sua mensagem libertadora. E, diante dos anunciadores do fim do mundo, não esquecer as palavras de Jesus: “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o fiho, mas só o Pai” (Mt 24, 36) Que significa apocalipse? Podemos começar dizendo que apocalipse é uma palavra composta com um verbo e uma preposição gregos e significa “Revelação”. No site o professor Airton oferece as seguintes informações: “O verbo grego kalýpto significa cobrir, esconder, ocultar, velar”. Diz também que a “preposição grega apó indica um movimento de afastamento ou retirada de algo que está na parte externa de um objeto”. Nessa página o professor Airton diz mais: “Deste verbo deriva o substantivo feminino grego apokálypsis, revelação, apocalipse”. E conclui dizendo que: “De apocalipse deriva apocalíptica e é exatamente com esse nome que designamos uma corrente de pensamento e uma literatura surgidas em Israel entre os anos 200 a.C. e 100 d.C., mais ou menos”.(Silva, 2008) Usando as palavras de Etiene Charpentier, podemos dizer que “A palavra ‘apocalipse’ vem do grego ‘apocaluptein’ que significa ‘tirar o véu’; no sentido literal, uma re-velação” (Charpentier, 1983, p. 8). Revelar, para nós é algo assim como contar um segredo! Pois a revelação apocalíptica também tem um sentido semelhante. É como se Deus, por meio de seu escolhido, estivesse contando um segredo para seus amigos, escondido de seus inimigos. E faz isso justamente porque os inimigos são muito ousados e tentam enganar ou sufocar os amigos de Deus. Por sua vez Carlos Mesters e Francisco Ourofino também afirmam que apocalipse quer dizer revelação, falam que “revelar é o mesmo que tirar o véu, desvelar o que está escondido. O livro vai revelar o que até agora estava escondido, a saber, as coisas que devem acontecer muito em breve”. E acrescentam: “a expressão ‘deve acontecer’ não significa que as coisas anunciadas vão acontecer independentemente de nós, sem nossa participação” (Mesters; Ourofino, 2002, p. 15). A intenção de Deus em “Revelar” o que está escondido é justamente para que seus amigos fiquem alertas e não sejam ludibriados pelo inimigo. Esse alerta é feito pelo próprio Jesus: “atenção para que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo ‘sou eu’, e enganarão muitos. É preciso que aconteçam, mas ainda não é o fim. Pois levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. E haverá terremotos em todos os lugares, e haverá fome” (Mc 13,5-8) Estamos, portanto, diante de uma palavra que já traz uma carga de significados. Já que se trata de uma “revelação” caberia perguntar o que o apocalipse pretende revelar/mostrar. Podemos dizer que antes de ser um termo que desperta medo ou catástrofe, apocalipse deveria despertar um sentimento de esperança, pois sua mensagem não é de catástrofe, nem sobre o fim do mundo, mas sobre a necessidade de se ter coragem para alcançar a alegria da vitória. Neri de Paula Carneiro: Mestre em Educação pela UFMS. Especialista em Educação; Especialista em Didática do Ensino Superior; Especialista em Teologia; Professor de História e Filosofia na rede estadual, em Rolim de Moura – RO. Filósofo; Teólogo; Historiador; Professor de Filosofia e Ética na Faculdade de Pimenta Bueno (FAP). Jornalista e produtor e apresentador de programa radiofônico.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A MULHER MUTANTE, SENHORA DA ESPERANÇA (Deusa dos Navajos)

Os navajos viveram séculos na área de Four Corners (Quatro Cantos), nos estados do Arizona, Utah, Novo México e Colorado. Esses indivíduos , que chamavam a si mesmos de “dine”, são conhecidos por seus tapetes coloridos, suas exóticas pinturas na área, seus poderosos cerimoniais, sua joalheria impressionante e sua capacidade de incorporar o velho ao novo. A Mulher Mutante é a mais abençoada, reverenciada e benevolente pessoa sagrada de seu povo. Ela apareceu no mundo presente de forma sobrenatural. Mãe a Avó de todos, segundo uma versão de sua lenda, ela é filha do Rapaz da Vila Longa com a Moça da Felicidade, as formas interiores da terra. A benevolência dessa pessoa sagrada: fornece imunidade contra várias entidades malignas”. Ela trouxe consigo o Caminho da Benção, o mais amado cerimonial navajo. É utilizado de numerosas formas, incluindo proteção da casa, ritual de casamento, ritual de parto, proteção contra doenças e acidentes. É especialmente conhecido como o ritual da puberdade das moças, o “Kinaalda”. Foi a Mulher Mutante quem teve o primeiro “Kinaalda”, na verdade, diferente das mulheres tradicionais de hoje, ela teve dois. A LENDA (Uma Versão) Quando a Deusa Ancestral Atse Etsa descobriu Estsanatlehi, debaixo da montanha, decidiu educa-la para ser a salvadora da Terra. Quando ela cresceu, Estsanatlehi encontrou um jovem homem. Todos os dias eles iam para a floresta fazer amor. Nun destes dias, os pais de Estsanatlehi, ao procura-la, encontraram apenas o curso das pegadas. Então descobriram que sua filha tinha o próprio sol como amante. Ficaram imensamente felizes quando então, Estsanatlehi deu à luz há gêmeos: o Matador de Monstros e o Nascido para a Água. As crianças, especialmente o primogênito, tinha como missão livrar o mundo dos monstros. O segundo menino, tornou-se o pai de todas as águas do mundo. Oito dias após seu nascimento, já eram homens, prontos para irem ao encontro do pai. Mas ao chegarem a casa do pai, lá encontraram outra mulher. Decepcionados com a intrusão, trataram mal os meninos. Persistentes, os gêmeos de lá não saíram e utilizando-se dos instrumentos mágicos do pai, exterminaram vários monstros. Depois de celebrarem a vitória em companhia da mãe, construíram para ela uma casa toda de turquesa no fim do céu, onde o Sol poderia visita-la novamente. Entretanto a guerra que os gêmeos travaram contra os monstros diminuiu a quantidade de habitantes da Terra. Então, Estsanatlehi raspou a pele de seus seios, costas e ombros e criou o casal ancestral do povo najavo. Eles se reproduziram rapidamente, dando origem as grandes clãs dos Navajos. Sentindo que sua criação estava completa, retirou-se para seu castelo de turquesa e de lá abençoou seu povo, presenteando-os com as estações, as plantas e os animais de caça. Somente quatro monstros sobreviveram da guerra de seus filhos contra o mal: o Inverno, a Miséria, a Idade e a Fome, que a Deusa permitiu a sobrevivência para que seu povo pudesse dar mais apreço às suas dádivas. Esta Deusa Sagrada, por suas ações diretas e indiretas, torna a terra segura para os humanos. Ela traz a ordem a este mundo. Isto é muito significativo, pois antes de sua entrada em cena, o mundo se encontrava em estado de caos e desordem. A Mulher Mutante defende a paz, e vive para sempre. Seus decretos falam de amor. Ela e suas leis são imortais. Estsanatlehi é considerada a irmã de Yolkai Estsan, a esposa do Deus da Lua. Ela representa o ciclo universal da vida e detém o poder total da criação, como também está identificada com a Lua. Ela é conhecida ainda, pelo nome de Mulher Turquesa. Identificada com o processo da vida em movimento, ela é também uma Deusa Tríplice. Na Primavera era considerada uma mulher jovem. No Outono aparecia como uma mulher anciã em seu declínio, que morria no Inverno para depois renascer no Verão. A restauração da juventude é o padrão da Terra e é também o padrão da Mulher Mutante. Estsanatlehi é a pessoa sagrada, que se identifica com a beleza dinâmica, que figura como um eterno símbolo de esperança para o povo navajo. Seus símbolos são: o arco-íris, as flores, a pena do beija-flor, borboletas, cristais, as garras do urso, o espiral, a serpente, as estrelas e abeto (árvore associada à vida). Invoque a Mulher Mutante para: proteção, prosperidade e fertilidade. Em seus rituais use um incenso de abeto ou sálvia. RITUAL. A Mulher Mutante chega em nossas vidas para nos lembrar que devemos comemorar nossos ciclos. Os Ciclos menstruais são os mais importantes na vida de uma mulher. Você celebra sua menstruação e a têm como uma época de reflexão? E você que está na menopausa, sente medo de ficar velha e feia porque não menstrua mais? Devemos dançar e comemorar todos os nossos ciclos até chegarmos a menopausa, que é quando retemos nosso sangue mágico dentro de nós. É quando nos tornamos uma fonte de sabedoria para nossos entes queridos e para a comunidade. Respeitar e valorizar os ciclos, significa honrar o seu processo único, o caminho único da vida. Ao celebrarmos nosso ciclos, nós nos celebramos como mulheres. CELEBRE SEU CICLO. Reserve um horário e um lugar onde não seja incomodada. Sente-se ou fique em pé e depois relaxe e identifique o ciclo que você está vivendo agora. Trace um círculo chamando os quatro elementos. Ande ao redor do lado de fora do círculo e preencha-o com respeito e honra. Você pode fazer isso tocando uma música, dançando e cantando o refrão: -“Amo os meus ciclos, gosto de ser mulher” Não esqueça de observar que sentimentos isso desperta. Continue até sentir que a energia do ciclo é forte, então entre no círculo e respire profundamente. Deite-se ou sente-se, o que for mais confortável para você. Deixe a energia da celebração que você criou alimentá-la até o âmago do seu corpo/mente/espírito. Sinta o poder de cura refazer os tecidos dilacerados e feridos. Sinta-se mulher, tenha orgulho de ser mulher, por sangrar ou reter seu sangue sábio dentro de si. Quando sentir-se totalmente alimentada, agradeça à Mulher Mutante e a si mesma, à sua feminilidade. Saia do círculo. Libere o que você havia invocado. SEJA BEM-VINDA! É uma benção termos nascidos mulheres em uma época em que as mulheres estão despertando a verdadeira energia feminina e começando a reconhecer-se e abrir-se para a totalidade de seu poder. Somos nós mulheres que possuímos mais responsabilidades, nestes tempos em que a Deusa volta a caminhar sobre a Terra. Isto porque participamos desta energia feminina que é a Terra, pois o nosso corpo é o corpo da Mãe-Terra e também porque faz parte de nossa verdadeira essência cumprir o rol de feiticeiras e curadoras, de “paridoras” do mundo maravilhoso que virá. Devemos alinhar nossa vontade com a vontade da Deusa. ESTE É O SEGREDO! Texto de ROSANE VOLPATTO

domingo, 12 de maio de 2013

o dia das mães.

O Dia das Mães é um dia para celebrar e agradecer a todas as mães, para as que ainda estão presentes e para as que já se foram. O Dia das Mães é uma data móvel, ou seja, o dia a ser comemorado depende do ano, mas no Brasil é sempre no segundo domingo do mês de Maio. Em vários países é comemorado em outras datas, que vão desde março até dezembro. É comum no Dia das Mães os filhos fazerem surpresas às suas mães, dando presentes ou organizando atividades que demonstrem amor e carinho por ela. Origem do Dia das Mães. Dia das Mães na Antiguidade. A comemoração mais antiga do Dias das Mães tem origem na Grécia antiga, onde a entrada da primavera era comemorada por Reia, a Mãe dos deuses. A tradição de homenagem às mães continuou com as festas em honra de Cibele, também chamada Magna Mater (Grande Mãe). Dia das Mães na Inglaterra - Século XVII. Depois de cristianizado, o Império Romano continuou celebrando o Dia das Mães, mas no 4º domingo da Quaresma, em honra da virgem Maria, e da igreja-Mãe. Mas foi só no século XVII, na Inglaterra, que as pessoas começaram a voltar para suas igrejas-mãe no 4º domingo da Quaresma. Passou a ser conhecido na Inglaterra como "Domingo das Mães". O Dia das Mães se tornou um dia importante para os criados, que passaram a ter folga nesse dia, para visitarem as suas igrejas-mãe com suas mães e restante família. Os feriados ainda não tinham sido inventados, por isso o Dia das Mães era para essas pessoas a única oportunidade de terem uma folga para estarem com a família. Dia das Mães nos Estados Unidos - Século XX. No Século XX, uma jovem americana chamada Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em depressão. Preocupadas com ela, suas amigas resolveram dar uma festa, para perpetuar a memória da mãe de Anna e ao mesmo tempo tentar animá-la. Anna quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, independente de estarem vivas ou mortas, e em pouco tempo a comemoração se propagou por todo os Estados Unidos. Em 1914, a data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson, e passou a ser comemorada no dia 9 de maio. Aos poucos a homenagem foi se espalhando para outros países. Dia das Mães no Brasil. No Brasil o primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que o presidente Getúlio Vargas oficalizou o segundo domingo de maio como Dia das Mães no Brasil. Em 1947 a data do Dia das Mães passou a ser incluída no calendário oficial da Igreja Católica no Brasil. Para Sempre - Carlos Drummond de Andrade. Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.

sábado, 4 de maio de 2013

Nos desertos da vida.

leticia carrijo de azevedo sá. Estamos correndo o tempo todo, porém não chegamos a lugar algum, nossa vida pode ser facilmente descrita, mas compreendida jamais. Não podemos parar para ouvir ninguém em conseguencia ninguém nos ouve. E quando se faz necessário ouvir se paga um profissional para nos escutar já que ele não vai intrometer na minha vida, apenas ouvir e me deixar encontrar a resposta. Queremos ser reconhecidos a todo custo, mostrando corpos, destruindo vidas, pichando muros e vendendo nossas vidas a realites shows onde o que importa é o ibope e não a mensagem a ser transmitida, queremos é ser conhecidos e reconhecidos. Queremos a bala e não desembrulhá-la para depois degustar. Queremos o mais fácil, queremos a conquista e não conquistar. Temos a vida mais sem sabor de todos os séculos, estamos em meio a maior tecnologia já vista e vivemos sós, sem graça eternamente cansada e enfadada a solidão. Criamos nosso próprio mundo com a tv, internet e estamos sempre exaustos, vista cansada e sem alegria. Estamos vivendo a farça da felicidade e da realidade. O sexo sem prazer e de fácil acesso, drogas como fuga de uma ferida não curada. Estudo sem vontade de vencer. Conhecimento sem crescimento interior. Comercializamos a nós mesmos na expectativa de ganhar algo como paz, felicidade e liberdade. Defendemos tudo que não agrada a Deus como se assim estivéssemos dizendo a todos que somos libertos de preconceitos e nem sabemos bem o que a palavra significa. Queremos aparecer e existir. Sermos alguém em meio ao deserto de palavras bem ditas e de amores vividos de forma irreal e ilusória, onde quando estamos longe sentimos saudade e perto não suportamos viver juntos. Estamos na era da razão, tudo tem que ter uma explicação, mas a solidão humana ninguém consegue explicar. Do deserto pessoal ninguém consegue sair. A razão deixou o coração e entrou na fria realidade do tudo pronto e imediato. O coração se esfriou dando lugar a uma rocha. É terra onde não deixamos ninguém pisar por medo de feridas. Então ficamos com outras pessoas enquanto elas nos fazem aparente bem. “Enquanto sentimos borboletas no estômago”, não para podermos dividir esperanças e alegrias e na dificuldade termos alguém com quem passar pelo deserto. Tudo é numérico, pessoas, doenças, expectativas de realização do sonho de uma casa, uma geladeira, uma vida melhor, a saúde cuidada. Somos apenas números. Não sabemos nomes nem filiação. Ninguém tem alma nem coração. Preferimos uma vida de pensamentos ao invés de uma vida de sensações. Não sentimos o computador sente por nós. A realidade é vista através de carinhas expressas na tela ao invés de estamos juntos compartilhando alegrias e tristezas, realizações e frustrações. Somos ausentes com aparente presença tecnológica. Vivemos desconfiados até da sombra, temos medo até do cão, já que é modificado pela tecnologia genética. Não confiamos no filho, marido amigo são meus inimigos em potencial. Estou e não estou tento estar, mas tenho medo de me ferir. Vivo a solidão em meio à multidão. Silencio meu coração no meu profissionalismo, não me deixo envolver, quero só o relativo. Nada de entregas. Isso só gerou em nós desamor e violência. Não sentimos nada por ninguém, não queremos nada com ninguém a menos que tenha algo que me interesse neste momento. Estamos nos desertos da vida, procurando um pouco de água para molhar a garganta, algo que não sabemos o que é. Desejamos tudo e nada nos satisfaz. Queremos alguém, mas não sabemos até quando. Se você não tem intimidade com seu filho amigos que são humanos como conhecerá Cristo que é necessário entrega, fé, verdade de sentimento, coração quebrantado, vida aberta. Com Cristo um pai ausente pode se tornar presente, uma mãe viciada pode se curar. Um filho rebelde pode voltar aos braços do pai como filho amado. Há um oásis neste deserto. Deus não se amoldará a sua vida, você é quem se molda a Ele. A fortaleza que nos acolhe, a água que falta no nosso deserto. Você vai estar no deserto, não tenha dúvida, mas precisa sair dele, ele não é para sempre na sua vida. Encha seu coração de vontade sua mente de coragem, abra o peito encha os pulmões de ar e grite alto, grito por socorro a Jesus Cristo. Ele não está surdo nem mudo. Te escuta e te responde já. Não está oculto em teclas do computador nem o encontrará nos orkut nem em sites de relacionamento, mas o encontrará no céu olhando para você esperando que o veja no íntimo da sua esperança – o coração. A chave para sair do deserto é esta. Entrega os teus caminhos ao Senhor, confia nele e o mais Ele fará. Vamos nessa!!! Tudo terá mais graça, paz e felicidade, não esta felicidade aparente devido à bebida, droga, libertinagem que vem e passa. Mas a felicidade mesmo em lutas, mesmo em problemas. Vamos, espero por você e Jesus também espera por você desde sua morte e ressurreição, não demore, o tempo de sua vinda está chegando

O valor de uma lágrima.

silvia leticia carrijo de azevedo sá. “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre: não estão elas inscritas no teu livro?” Salmos 56:8 A alma está abatida, o mundo se fechou, não consigo enxergar nada a minha volta. Lágrimas quentes saem dos meus olhos. Elas que insistem em não me obedecer e caem. Não tem como segurar. É mais forte que eu. Estou sufocada em meio a tantos sentimentos, meu coração sente-se apertado. Só me resta deixar a lagrima rolar para aliviar minha dor e lavar minha alma. As lágrimas verdadeiras expressam o mais puro sentimento e dor. Elas expõem meu interior ferido e abatido. Nelas também encontro alivio e retorno a ver uma luz ao fim do túnel. Choramos de vergonha, alegria e tristeza. Não importa o motivo, precisamos chorar para sermos consolados. O Rei e Salmista Davi disse que sofreu e por isso chorou, mas suas lágrimas não caíram ao chão simplesmente, Deus as recolheu e trouxe a solução. Ele inicia o texto pedindo misericórdia a Deus, ele havia experimentado o melhor de Deus e sabia que Ele o ajudaria neste momento. Suas lágrimas vieram do fato que o salmista sabia em quem confiava, sabia que Deus estava atento a sua vida. Assim como está atento a nós hoje. Ele não descansa e nem dormi. A vida só pode vivida se envolver sentimento e possibilidade de sofrimento. Aquele que não enfrenta a possibilidade de perda não sabe o que é ganhar. Deus vê e Deus guarda e recolhe cada uma de nossas lágrimas. Elas demonstram nossa fragilidade em meio a uma situação. Faz com que reconheçamos que não somos tão independentes do criador como imaginamos. O que não chora é covarde consigo mesmo, não é feliz, pois não conhece o que é sentimento real, íntimo. Muitos choram escondido para que ninguém saiba que fracassou. Acovardam-se em meio às lutas e não conseguem pedir ajuda. O que chora é aquele que reconhece sua fragilidade de alma. Depende de Deus vir ao seu auxilio. Lágrimas sem valor, são aquelas egoístas, pelas perdas somente pessoais, que não leva em conta o outro. Perdas por ambição é choro sem consolo. Não há quem ajude. Devemos sim chorar de arrependimento, que evoca consolo divino, aquele que sai da alma, do mais íntimo do seu ser. Só você e Deus sabem o quanto dói. Quando choramos descobrimos a mansidão, a bondade de Deus “mesmo quando a alma vive imersa no sofrimento e não vê razão para isso.” Deus vê, Deus sabe, Deus te conhece. “A Mansidão é uma atitude interna de quem é rico de espírito e de quem chora” Ao chorarmos crescemos nos conhecemos e deixamos Deus agir por nós. Somente os que choram serão consolados. ”Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” (Mateus 5:4) O choro nos aquieta nos faz pensar e entender boa parte dos nossos dramas. Nos sentimos renovados após as lágrimas. “Olharei o mundo através das lágrimas. Talvez eu veja coisas que eu não veria com os olhos secos.”(Nicholas Wolterstorff). As lágrimas nos fazem entender o perdão, mesmo que leve tempo para isso. Qual o valor das lágrimas? Está no valor que você da à vida, no sentido em que deixa sua vida caminhar. Se você deixar seu coração quebrantado deixará lágrimas valiosas rolarem, mas se endurecer seu coração colherá lágrimas de amargura e sofrimento. Deus resiste aos soberbos, mas aos mansos concebe graça e sabedoria. “Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.” (Salmos 30:5) Não deixe de chorar, que seja de raiva, para alivio, que seja de alegria para expressar sentimentos, que seja de vergonha para que transpareça seu desagrado. NÃO VIVA CHORANDO, mas chore quando for necessário. Diga sempre a Deus porque está chorando, só Ele pode recolher suas lágrimas e trazer alegria pela manhã. Que Deus em Cristo Jesus possa a cada manhã renovar suas forças e enxugar suas lágrimas.

domingo, 28 de abril de 2013

a flor do maracujá

A FLOR DO MARACUJÁ Pelas rosas, pelos lírios, Pelas abelhas, sinhá, Pelas notas mais chorosas Do canto do sabiá, Pelo cálice de angústias Da flor do maracujá! Pelo jasmim, pelo goivo, Pelo agreste manacá, Pelas gotas de sereno Nas folhas do gravatá, Pela coroa de espinhos Da flor do maracujá! Pelas tranças de mãe-d’água Que junto da fonte está, Pelos colibris que brincam Nas alvas plumas do ubá, Pelos cravos desenhados Na flor do maracujá! Pelas azuis borboletas Que descem do Panamá, Pelos tesouros ocultos Nas minas do Sincorá, Pelas chagas roxeadas Da flor do maracujá! Pelo mar, pelo deserto, Pelas montanhas, sinhá! Pelas florestas imensas, Que falam de Jeová! Pela lança ensangüentada Da flor do maracujá! Por tudo o que o céu revela, Por tudo o que a terra dá Eu te juro que minh’alma De tua alma escrava está!… Guarda contigo este emblema Da flor do maracujá! Não se enojem teus ouvidos De tantas rimas em – á - Mas ouve meus juramentos, Meus cantos, ouve, sinhá! Te peço pelos mistérios Da flor do maracujá! Fagundes Varela.

Flor do Maracujá: porque é conhecida como "flor-da-paixão"

O maracujá é uma planta tipicamente brasileira, muito apreciada pelo sabor de seus frutos e pelo perfume de suas flores. Estas flores, conhecidas como "Flores da Paixão", foram antigamente muito apreciadas e celebradas como "as graças dos prados, brincos da natureza e devoção da piedade cristã". Dizem que em princípio do século XVII, chegou a primeira planta da América a Roma que foi oferecida a Paulo V. Parece que também foi aqui que a piedosa fantasia se apoderou desta bela flor e descobriu-lhe as relações religiosas, com tanto entusiasmo expostas por Vasconcelos. Atribuem ao padre Ferrari a paternidade do nome, "flor da paixão ou passiflora", o qual a classificou na sua obra "De florum cultura", publicada em 1833. Esta elegante trepadeira no Brasil é conhecida pelo nome indígena "maracujá". É crença geral que o maracujá foi criado por Deus para perpetuar a lembrança do sacrifício do calvário. Esta flor de extraordinária beleza tem a singularidade de apresentar num simbolismo caprichoso da natureza, os principais instrumentos da Paixão de Cristo: coroa, açoites, cravos, chagas, etc. Sua aludida descrição de bela flor americana é célebre! Lozano adaptou-a quase palavra por palavra na sua história da conquista e outros historiadores a reproduziram. É esta: "A flor é o mistério único das flores. Tem o tamanho de uma grande rosa e, neste belo campo, formou a natureza como um teatro dos mistérios da redenção do mundo. Lançou por fundamento cinco folhas mais grossas, ao exterior verdes, no interior rosadas; sobre estas, postas em cruz, outras cinco púrpuras, todas a uma e outra parte. E logo deste como tono sangüíneo, vai armando um quase pavilhão feito de uns semelhantes a fios de roxo, com mistura de branco. Outros lhe chamavam coroa, outros molhos de açoites aberto, e tudo vem a ser. No meio deste pavilhão, ou coroa, ou molho, se vê levantada uma coluna branca, como de mármore, redonda, quase feita ao torno e rematada por uma preciosa maçã ou bola, que tira o ovalado. Do remate desta coluna nascem cinco quase expressas chagas, distintas todas e penduradas cada qual do seu fio, tão perfeitas que parece as não poderia pintar noutra forma o mais destro pintor: se não que, em lugar de sangue, tem por cima um como pó subtil, ao qual se aplicais o dedo, fica nele pintada a mesma chaga, formada de pó, como com tinta se poderia formar. Sobre a bola ovada do remate, se vêem três cravos perfeitíssimos, as pontas na bola, os corpos e cabeças no ar; mais cuidareis que foram ali pregados de indústria, se a experiência vos não mostrara o contrário. A esta flor por isso chamam da paixão, porque mostra aos homens os principais instrumentos dela, que são: coroa, coluna, açoite, cravos, chagas. É flor que vive com sol e morre com ele; o mesmo é sepultar-se o sol, que fazê-lo sepulcro daquele pavilhão ou coroa, já então cor de luto e sepultar nele os instrumentos da Paixão sobreditos, que, nascido o sol, torna a ostentar ao mundo." Complementamos a esta, outra descrição com belos versos do poema épico do Caramuru: "Nem tu me esquecerás, flor admirada Em quem não sei se a graça, se a natura Fez da Paixão do Redentor Sagrada Uma formosa e natural pintura Pende com pomos mil sobre a latada Áureos na cor, redondos na figura O âmago fresco, doce rubicundo Que o sangue indica que salvaria o mundo Com densa cópia se derrama, Que muito a vulgar hera é parecida, Entre sachando pela verde rama Mil quadros da Paixão do Autor da vida; Milagre natural que a mente chama Com impulsos da graça, que a convida, A pintar sobre a flor aos nossos olhos A cruz de Cristo, as chagas e os abrolhos. É na forma redonda, qual diadema, De pontas, com espinhos, rodeada, A coluna no meio, e um claro emblema Das chagas santas e da cruz sagrada; Vêm-se os três cravos e na parte extrema Com arte a cruel lança figurada; A cor é branca, mas de um roxo exangue Salpicada, recorda o pio sangue. Prodígio raro, estranha maravilha, Com que tanto mistério se retrata! Onde em meio das trevas a fé brilha Que tanto desconhece a gente ingrata! Assim, do lado seu nascendo filha A humana espécie, Deus piedoso trata, E faz que, quando a graça em si despreza, Lhe pregue com esta flor a natureza" Segundo folclore popular nordestino, quando Jesus estava na cruz, seu sangue escorreu pela madeira e molhou o solo. No pé da cruz havia uma planta que nunca deu flor e não tinha nenhuma virtude. Quando o sangue molhou a planta, ela soltou um botão, o botão virou flor e a flor trazia todos os sinais da crucificação. - "E havia junto da cruis, Um pé de maracujá, Carregadinho de frô, Aos pé de nosso sinhô. I o sangue de Jesus Cristo, Sangui pisado de dô, Nus pé du maracujá, Tingia todas as frô." Não é provável que os feiticeiros ou pajés, conhecessem estas relações que os cristãos puseram no maracujá. O que se sabe, porém, é que certos pajés de algumas tribos, ao serem iniciados nas superstições, abstinham-se dos frutos do maracujá. Maracujá, na língua tupi, quer dizer "alimento dentro da cuia". É mesmo na cuia, isto é, na própria casca, que o maracujá recebe total apreciação de norte a sul do país. Tanto que o Brasil conhece o recorde de mais de 150 variedades da fruta. Das quais são deliciosamente comestíveis o maracujá-amarelo, o maracujá-roxo e o avermelhado, bastante comuns nas regiões Sudeste e Sul. Devido as suas propriedades terapêuticas, o maracujá possui grande valor medicinal: as folhas e o suco contêm passiflorina, um sedativo natural e o chá preparado com as folhas tem efeito diurético. Seu uso principal, no entanto, está na alimentação humana, na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores. É rico em vitamina C, cálcio e fósforo. texto de rosane volpatto.