terça-feira, 28 de julho de 2009
CULTURA GÓTICA.
A cultura Gótica. Um das mais antigas subculturas em existência. Alvo de muitas críticas, preconceitos e até discriminação por parte de alguns menos informados. Por muitos identificada como sendo um conjunto de pessoas pálidas vestidas de negro, que sacrificam animais e entregam a alma ao Diabo, por outros como sendo um conjunto de estereótipos ambulantes, algo que “não existe”. Aos “muitos” informo que existem, de facto, diferenças entre uma cultura e uma religião, como é óbvio, e que somos bem reais. Pessoas como quaisquer outras, apenas com diferenças no que diz respeito a gostos, nomeadamente estéticos, estilos de vida e formas de encarar a mesma, talvez. É impossível determinar se os membros da cultura gótica serão mais ou menos violentos, criminosos, confusos, artísticos ou atenciosos do que outras pessoas, mas a sua roupa e música levam a que sejam apelidados de satânicos, perigosos, obcecados com a morte e anti-naturais. Preferimos deixar de lado os estereótipos ao deixar as nossas acções falar mais alto que as palavras. Dificilmente se verão pessoas mais pacíficas, cultas e educadas do que dentro desta cultura. Distinguimo-nos das outras subculturas maioritariamente pelo estilo visual e gosto musical.. Vestimos negro porque é uma cor sóbria, que absorve todas as outras cores, tal como queremos absorver toda a imensidão da vida. Sabemos que existe um sinal de STOP no fim do caminho, que nos relembra que é necessário aproveitar cada dia como se fosse o último, sendo a morte apenas mais uma etapa inevitável do ciclo, que deve ser encarada com naturalidade. No que diz respeito a religião, cada um terá a sua. Os nossos membros identificam-se por partilharem um conjunto de gostos comuns. É o que define a cultura. E de onde terá vindo o termo? O termo “Gótico”, originalmente, referia-se à tribo germânica que saqueou Roma no século IV. Neste caso, “gótico” era sinónimo de “incivilizado”, “bárbaro”. Na Idade Média (século XII), construíam-se imponentes catedrais (Catedral de Chartres, por exemplo) no estilo ogival. No entanto, os arquitectos da altura, achando o estilo pouco refinado, catalogaram-no de “gótico”, em alusão às tribos germânicas. No entanto, outros homens das artes que encontraram beleza no estilo, acharam que “gótico” significava “belo” e “imponente”. No século XIX, o termo foi estendido à literatura, devido à imagem imponente associado às igrejas mencionadas em algumas obras (como por exemplo “Drácula” de Bram Stoker). Então, “gótico” passou também a significar “macabro”. Nos anos 70/80 do século XX as bandas punk tornaram-se mais sombrias e etéreas e a imprensa estendeu o termo “gótico” à música, também por associação. Finalmente, quando a música gótica atingiu uma categoria própria (em 1979), o termo “gótico” foi aplicado às pessoas que a ouviam, não devido a qualquer característica que estas tivessem, mas simplesmente pelo mesmo tipo de associação. É magnífico poder optar por um estilo de vida que tanto celebra o lado mais obscuro da mente humana, esse lado negro que existe em todos nós. Somos uma espécie de auto-ridicularização de nós próprios. Abraçamos tudo o que a maior parte da sociedade despreza; o negro, as trevas, a escuridão, é tudo nosso. E, é divertido! Pena temos daqueles que, por rebeldia ou enamoramento pelo nosso estilo de vida, esperam juntar-se a nós e ser bem recebidos enquanto desafiam algo que antes era raro e sagrado e o transformam em banal, em “moda”. Desprezamos aqueles que souberam da cultura gótica através da comercialização da mesma, que tiveram e escolha de “mão-beijada”, aqueles que são pouco autênticos e que expõem demasiado uma cultura que preferia permanecer “underground”. Um pequeno texto em jeito de visão pessoal. De qualquer forma, aconselha-se o comum dos mortais a continuar a baixar a cabeça ao passar na rua por um de nós. É que a maior parte dos nossos espinhos de metal está MESMO afiada ;-)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário