quinta-feira, 16 de julho de 2009

Espelho D'água

Gosto de ti, se me procuras à noite

Quando estou só, não ouço a voz, não vejo as cores

Posso sentir, sua presença em minha alma,

Se vens até mim, e a vejo num espelho d'água

Não posso tocá-la, por que está além dos olhos meus

Na madrugada somos três... a tristeza, a solidão e eu...

Se estás aqui, e adormeço em teus acalantos,

Não temo o Sol, não temo a luz nem seus quebrantos

Se tu me acolhes, já me inundo de desejos

Óh! Fada nua... Óh! Luz sombria do meu espelho

Quem dera... Se fosses a rosa branca dos meus vícios

A fumaça nos pulmões... o escudo, a espada e o espírito...

Eu vejo vozes e ouço vultos,

Eu fumo um cigarro e corto meus pulsos

Um corpo caído, um sonho do avesso

Duas taças de vinho, sangue e cianeto

Já não luto contra o luto, não amputo meus impulsos

Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo

Noturno... soturno, na dor e na saudade

Nas flores do sepulcro até que a vida nos separe

A lágrima no rosto é mágoa

A lágrima no chão é um espelho d’água...

Rodrigo.Q.

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