terça-feira, 20 de outubro de 2009

Lua Negra.

Há muitas divergências quanto à celebração da face negra da Lua. Alguns dizem que é a Lua Nova outros explicam que é a fase de total escuridão da lua, que são os últimos três dias da lua minguante, quando a lua acabou de minguar e desapareceu totalmente, abandonando os céus. Isso vai depender da Tradição ao qual você escolher para estudar.
Nas antigas religiões o lado negro da Deusa era representado pela lua nova, quando a lua estava totalmente coberta pela sombra da terra e não era vista no céu.
Representava a passagem do mito da Deusa onde ela descia às profundezas do mundo subterrâneo. Um mito recorrente nas mais variadas mitologias, desde a descida de Deméter ao Hades em busca da sua filha Perséfone, passando pela busca de Ísis por seu amado Osísis, Cibele em busca de Átis e, o mais antigo e significativo, no qual Inana, uma deusa múltipla com atributos luminosos como fertilidade e sensualidade, desce ao submundo para consolar sua irmã Ereshkigal, despindo-se no caminho de todos seus atributos luminosos e divinos, e chega junto a sua irmã, nua e encurvada pelo cansaço, numa atitude de submissão e reconhecimento do poder crônico do interior do planeta. Assumindo a própria morte, Inana conhece a si mesma já que Ereshkigal é ela própria. Não é apenas mais uma das fases visíveis da lua, mas sim o lado dela que nunca vemos, a face oculta da Lua e portanto pela primeira vez a deusa se sente completa e plena.

A maioria dos bruxos não celebra a Lua Negra.
Nessa fase as deusas então se mostram como a Deusa Negra, a que revela o Seu lado obscuro e terrível, muitas vezes cruel, bem como o nosso. Essa fase da lua é mais difícil de ser trabalhada e não é recomendável que alguém recém-chegado à bruxaria já comece a celebrá-la.
Não leve ao pé da letra o "não ser celebrada", porque com conhecimento você pode utilizar esse poder em seu benefício.
As Deusas negras seriam o lado obscuro de suas faces.
E se nós somos a personificação dessas Deusas ...
O encontro com o lado obscuro é sempre assustador, é reconhecer em nós mesmos uma mola propulsora que pode causar loucura e até mesmo tragédias. E se é aterrorizante em nós que somos humanos, é o próprio terror em se tratando de Deuses.
É por isto que lemos em muitos autores que a Deusa Negra é devoradora e destruidora por natureza, mas na verdade o que não reconhecemos na divindade é que é o obscuro, o negrume é o véu que uma vez desvelado nos revela a totalidade das deusas, ou mesmo dos deuses., Dionisio desceu aos mundos inferiores em busca da Mãe, fazendo o roteiro inverso de Deméter; Orfeu, seu maior profeta, pode ter sido Deus consorte de uma Deusa Mãe anterior aos olímpicos, desmembrado e devorado pela Ménades, coisa típica de consortes das Grandes Mães do neolítico depois humanizado pelos dominadores.

A Lua Negra é tão poderosa quanto o plenilúnio

Porém, o Seu poder é das sombras, do terror, da face destrutiva da Divindade,em geral assusta quem começa a trabalhar com ele, mas é um poder necessário de ser compreendido, pois faz parte da Deusa (e portanto de nós).
Os esbás da Lua Negra são voltados ao conhecimento do nosso lado obscuro e a sua cura, para que transmutemos as nossas características improdutivas (nervosismo, ódio, etc) em características produtivas (paz interior, amor, etc) e para que aprendamos a lidar com as nossas sombras.
As deusas normalmente relacionadas a esses rituais são Hécate, Ceridwen e Lillith e Kali, Mas também podem ser encontradas citações em Sekhmet, Baba Yaga, Ereshkigal, Éris, Ísis, Afrodite, Kuan Yin, Gaia, Lakshmi.Tamaris Fontanella.

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