sábado, 19 de dezembro de 2009
BÚZIOS – O jogo das conchas.
Outro ramo da pseudociência é O Jogo de Búzios.Búzios são pequenas conchas marinhas que em outras épocas foram usados como dinheiro, hoje são empregados como enfeites, inclusive em pulseiras, colares e braceletes ou como amuletos.
Nos cultos afro-brasileiros os búzios também são empregados para adivinhações. Sete, doze, treze, dezesseis ou vinte e um búzios são preparados pelo babalorixá: para se saber alguma coisa, eles são fechados na mão direita, a qual, sendo aberta a seguir, deixa escapar os búzios que são atirados sobre a mesa; formam, então, várias figuras, que são interpretadas pelo babalorixá. Segundo os estudiosos de Búzios, este jogo tem por finalidade identificar nosso orixá (ori= cabeça, (física e astral) + Ixa=guardião; ou seja, Anjo Da Guarda). Problemas astrais, espirituais, materiais e suas soluções . Como ninguém fala nada aos nossos ouvidos, nem Exu e nem Oxún, os quais supõe-se ter forte influência sobre o jogo, então se tenta adivinhar.
É uma leitura esotérica adivinhatória ligada diretamente a òrunmìlía cujos babalorixás são os porta-vozes.
Outras lendas africanas mostram a ligação do jogo de búzios com Oxú, Oxúm e Oxalá. O jogo de búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e reconhecidamente iniciados.
A concepção do fenômeno adivinhatória nos leva a admitir que o jogo de búzios, enquanto instrumento utilizado para adivinhação, constitui uma força de presentificação de eventos passados ou futuros sem evidenciação do seu conteúdo temporal.
Poderia esse jogo ser uma ciência? Por maior que seja o esforço de interpretação das mais diversas jogadas das conchinhas, não é vista, pela ciência, a menor possibilidade de se ter uma interpretação científica. O jogo não tem uma constante. Os fenômenos científicos seguem uma linha de ação que podemos identificá-la sempre em determinadas situações.
A ciência resulta de inúmeras observações e comprovações de determinados fenômenos científicos ou não, mas nunca de jogo somado com adivinhações.
O jogo de búzios tem nomes diversos para as conchinhas ou Coquinhos de Dendezeiro e pré-requisitos básicos para as leituras adivinhatória competente: conhecimento e aprendizado; autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo o iniciado passado por completo, com seriedade e conhecimento, seu período de iniciação, que são no mínimo sete anos; seriedade do consultor e consulente.
Quem responde ao jogo de búzios é o orixá do consulente. É ele quem determina a formação dos búzios para serem avaliados, uma espécie de permissão do orixá para que a situação do seu protegido seja exposta. É óbvio que cada caso é um caso. Muitas vezes são feitas várias jogadas para o babalorixá fazer uma leitura mais completa.
Os consulentes querem saber o seu futuro, mas as respostas não vêm exatas, ou detalhadas. São sempre baseadas em probabilidades.
O futuro depende muito dos nossos atos presentes, o exercício dos nossos livres arbítrios é constante. A cada decisão que tomamos podemos estar modificando nosso futuro. Em uma visão mais cética se ficarmos muito doentes e não procurarmos um médico, teremos um futuro, mas se recorremos à medicina com certeza nosso futuro será diferente.
O jogo de búzios não é uma ciência exata, mesmo que sua leitura tente expressar uma realidade presente ou não. Cada orixá corresponde a um estereótipo de caráter e personalidade que ao relatar não pode errar ou fugir das suas principais características.
Sendo inúmeros os consulentes, bem como os leitores de búzios, todos susceptíveis a falhas humanas, fica praticamente impossível levar isso a sério e concluir que a investigação tem bases científicas.
A ciência atual não considera o jogo de búzios uma ciência.
Búzios é uma forma de leitura adivinhatória, que não massifica, isto é, uma situação vale para muitos, como no caso do horóscopo, mas usada de forma individual, como exemplo, o caso de gêmeos, dois ou mais, nascem no mesmo dia e, no entanto, caráter e personalidade em muitos casos, totalmente diversos.
O jogo de Búzios, assim como outros tipos de candomblés ou as religiões em geral pode-se dizer que são pseudociências na mesma proporção em que a verdadeira ciência é mal compreendida.
A seletividade do espírito humano não para. Escolhemos os dados que recordaremos e que tem significado para nós. Em parte fazemos isso porque já acreditamos ou queremos acreditar. Por outro lado fazemos isso para pôr ordem naquilo que experimentamos. Não somos manipuláveis por sermos sugestionáveis, ou porque os dados são ambíguos. Mesmo com dados claros e sendo céticos podemos ser manipulados. De fato, pode-se dar o caso de pessoas particularmente inteligentes serem mais facilmente manipuladas quando a linguagem é clara e eles estão a pensar logicamente. Para fazer os raciocínios que o manipulador pretende, tem de pensar logicamente. Devemos lembrar que tal como os cientistas podem estar errados nas suas predições, também os psíquicos podem estar algumas vezes certos nas suas.
Todas as subdivisões da pseudociência apresentam um amplo desenvolvimento teórico, e também não se pode ignorar que muitas pessoas fizeram profundos estudos sobre essas, portanto é de se respeitar cada um desses ramos.
Entretanto o respeito é diferente da aceitação, não é porque foram escritos vários livros sobre búzios que se deve aceita-lo como verdade.Wikepédia
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