domingo, 3 de janeiro de 2010

Lost Experience - Série.


Ao lançar a Lost Experience, em maio deste ano, os realizadores do programa deram um banho em teóricos e práticos da comunicação e definiram um inédito patamar de interação. O que se vê hoje é uma intrincada avalanche de sites, podcasts, comerciais de TV, organizações, entrevistas e livros que subvertem totalmente as fronteiras entre real e ficção – não é à toa que o jogo é definido como “jogo de realidade alternativa” – e deixam para trás todos aqueles que ainda lutam para ser multimídia. Abrindo mão do controle total e semeando detalhes para que fãs desenvolvam análises, teorias e meios, Lost é um triunfo metamídia. Mistura de bom e velho marketing, expansão de narrativa e de solução para manter o interesse aceso até a próxima temporada, o Lost Experience é uma fronteira nova e invenção viciante.
Funciona mais ou menos assim: os criadores da série espalham pistas em diferentes veículos de comunicação – como TV, internet e livros. Uma pista leva a outra e, a cada passo, você vai descobrindo mais sobre a mitologia e os mistérios da série, e formando uma história paralela. Algumas pistas são bem complexas, e é preciso ficar de olho na extensa e solidária comunidade mundial de jogadores/telespectadores para saber a resposta assim que alguém a desvenda. É como uma enorme gincana.
A diferença é que nesta gincana há uma narrativa bem definida. Segundo os realizadores da série, o jogo é uma história em 3 atos fincada na mitologia do programa e explorando personagens periféricos. Em suma, não está na TV, mas todo mundo continua à espera da próxima cena.
Com a promessa – cumprida – de expandir o universo da série, a Lost Experience começou oficialmente no dia 2 de maio no Reino Unido e Austrália. Nos EUA, no dia seguinte, no intervalo da atração, foi veiculado um comercial “real” da Hanso Foundation, a fictícia empresa por trás da Dharma Initiative. Nele, apareceu um número de telefone, daqueles 0800 de empresa. Ao ligar, escondida entre menus eletrônicos e músicas de espera, a hacker Persephone nos esperava com uma senha secreta para o site da Hanso. Era apenas o começo. Desde então, a caça ao tesouro tem tomado proporções inimagináveis: logo após o final da segunda temporada, um dos “executivos” da Hanso, Hugh McIntyre, deu uma entrevista ao programa real da ABC, Jimmy Kimmel Live – onde, entre outras coisas, confirmou que a Dharma Initiative era um projeto da Hanso, mas foi suspenso em 1987 (!). Outras pistas levam ao site de DJ Dan, apresentador de um programa de rádio adepto de teorias conspiratórias e anti-Hanso convicto. E até a um site de pesquisa sobre os poderes paranormais dos labradores, curiosamente dirigido por um certo Dr. Vincent. O volume de pistas e revelações é incrível, e a expectativa do quanto disso terá eco na próxima temporada é grande.
Mas a experiência extrapola também a TV e a internet. Os realizadores de Lost chegaram a lançar nas livrarias um romance que teria sido escrito por um dos passageiros do Oceanic 815 pouco antes de seu desaparecimento no fatídico vôo. Bad Twin, o livro, é aparentemente um romance policial sem grandes ligações com a trama. Mas uma análise detalhada (e como os fãs blogueiros são bons nisso!) mostra uma lista de informações que podem ser relevantes, desde dados sobre a Hanso Foundation até a participação nominal de um dos personagens da série no livro: a aeromoça Cindy, que, aliás, anda sumida.Wikepédia

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