contos sol e lua

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Wicca, um caminho solitário.


A Wicca praticada por praticantes solitários é uma realidade. Devem os praticantes tradicionais aceitarem esta realidade? Na verdade, a realidade não está aí para ser aceita ou não, ela simplesmente existe e negar seria uma cegueira voluntária. Isso vale para qualquer aspecto da vida, não só para a Wicca, a Bruxaria e o Paganismo.
Aquela Wicca de Gardner ainda existe, mas em pequenos e poucos grupos. Felizmente, muitos covens gardnerianos estão abrindo as suas portas e vemos, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, uma expansão maior e com mais aceitação do que se esperava há dez anos. Mas, com a profusão de livros e com a saída de sacerdotes desses covens, querendo montar novos e diferentes grupos, temos uma nova realidade paralela: os praticantes solitários da Wicca.
Então, se a Wicca existe de forma solitária, o praticante precisa de uma iniciação? Não, e é até incoerente com a realidade das iniciações na Wicca, quando há todo o ritual de aceitação e apresentação etc. Isso não existe na prática solitária. Não há qualquer necessidade ou explicação para uma iniciação dessa forma. Não estou julgando rituais de iniciação, estou apenas dizendo que a iniciação solitária não tem o mesmo objetivo nem o mesmo formato da iniciação em um coven, porque acontecem coisas totalmente diferentes.
Não há dúvida que é possível estudar, praticar, se empenhar e se transformar fazendo tudo sozinho. Os rituais também devem ser adaptados, mas isso faz parte da transformação. É uma Wicca diferente da Wicca chamada de original e tradicional, mas ainda assim mantém a essência da Wicca e, sim, é Wicca. Um caminho diferente, sem dúvida, mas é Wicca.
Negar essa realidade é viver no conto da caverna, assim como negar qualquer realidade que simplesmente existe, independentemente da opinião de uns ou de outros. Vamos fazer o quê? Continuar pregando que só existe uma forma certa de se praticar Wicca? Não existe mais, o sonho acabou e esta é a realidade. Praticantes da Wicca original e tradicional continuam em seus covens; continuam seu maravilho trabalho, e sempre haverá novos integrantes em seus covens, dando continuidade a essa ancestralidade. Mas há outro caminho também para aqueles que não têm acesso a tais covens.
Trata-se de um caminho diferente. Por isso, um praticante solitário falar sobre uma iniciação sozinho (ou auto-iniciação) é uma atitude delirante. Não faz sentido uma auto-iniciação dentro da Wicca solitária, com o mesmo objetivo que tem a iniciação na Wicca tradicional. É outra forma de praticar e, portanto, outra forma de sacerdócio. Se quiser fazer um ritual para oficializar essa passagem, que o faça. Não precisa dar nome a ele nem se julgar um sacerdote somente porque o fez. O que faz de alguém um sacerdote ou sacerdotisa solitária é a prática, os estudos, o dia-a-dia, o viver como tal. Não é pegar um ritual na Internet e achar que, em um dia, já é wiccan. E quem leva esse caminho a sério sabe do que eu estou falando.
Vejo em muitos livros sobre Wicca uma série de rituais de iniciação de covens simplesmente adaptado a quem pratica sozinho, mas com as mesmas falas, a mesma encenação. É outro cenário, outra realidade. Um praticante solitário não precisa apresentar a si mesmo os instrumentos mágicos, porque já os usa há tempos. Também não precisa ser apresentado aos outros integrantes do coven, simplesmente porque eles não existem – é uma prática solitária! Enfim, todo praticante solitário deveria fazer o seu ritual de iniciação com base no que se é, não no que gostaria de ser.
A Wicca praticada por pessoas sozinhas deve ser revista. Ela não deve ser uma cópia da Wicca praticada em covens, porque é uma forma enormemente distinta desta. E é por isso que os praticantes solitários devem “penar” mais para aprender e praticar, porque tudo deve ser feito sozinho. Mas quem ama o que está fazendo e considera realmente este o seu caminho sabe o quanto compensa.Wikepédia

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