sexta-feira, 19 de março de 2010
O gótico.
Eu sou o poeta da escuridão,
que semeia em frios jardins
flores mortas,
com as pálidas mãos.
Sou o ser escuro
que vigia a noite,
com o olhar de vampiro
buscando, encontrar a beleza
que se esconde em cada sombra.
Meus olhos pintados de preto,
vêem o que não pode
ser visto.
pelos olhos mortais.
Eu sou a bruma noturna,
o ouvido dos
Gárgulas
nas catedrais.
Eu vagueio nos céus escuros,
onde os olhos dos
corvos,
brilham,
no mágico crepúsculo.
Nas trevas
vejo a luz
que, poucos ainda
produz
e na terra onde os seres
do dia
rastejam,
plano suavemente com
minhas asas de
anjo negro.
Minha solidão
devora as horas,
esperando o dia terminar
até cair sobre mim.
o manto da noite
onde sonho acordado
sem despertar,
Meus versos escritos
com sangue,
deslizam como uma chuva tépida
nos prédios abandonados,
onde deixo o lamento de um mundo
doente
gravado.
Doenças deixadas pelos seres
do dia,
que destroem o mundo
com sua ímpia enfurecida.
Quem são os estranhos?
Ou seriam os loucos?
Deixe-me só com minha tristeza
pois, o que resta é chorar
afinal, alguém precisa chorar
então
que seja eu.
o ser da escuridão
o Nosferatu.
Deixe-me acender minha fogueira,
na terra das almas mortas
quero, deitar-me sobre as lapides frias e tortas,
deixadas pelos seres
de outrora.
Deixe-me cantar,
nas entranhas escuras
Close to me.
o mundo está doente,
talvez não há mais cura,
alguém precisa chorar
então que, seja eu
o ser da noite escura.
SANDRO KRETUS.
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