contos sol e lua

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Visão Espiritual e os Mundos Invisíveis.


Sentir a harmonia infinita sustenta as almas e estas não se sentem separadas. Sentindo-se não muitos, senão como se fosse apenas uma busca do princípio dessa unidade perfeita que transforma e sustém tudo num sentimento amplo da Harmonia Celestial de DEUS. Assim, hoje veremos como é difícil compreender a “visão espiritual”.
Isto dá lugar a que muitas almas incrédulas pensem que os que sustêm a vida espiritual são uns sonhadores. Ó, invertida realidade! O mundo da ilusão, o mundo fenomenal é este mundo no qual estamos! Graças ao entendimento que temos, já sabemos que este é o mundo da origem dos fenômenos e o mundo real das causas, do qual o Mundo Físico é um espelho obscurecido que apenas se deixa perceber para que a humanidade não esqueça que esta é uma grande escola à qual viemos para aprender. Ao andar por esta escola, no mundo obscurecido, nos é dado observar a beleza das estrelas, porque, nessa ânsia de alcançar as distâncias, vai o Espírito encontrando dentro de si a realidade.
E, amigos, as estrelas nos mostram de certa forma o mundo da realidade, ao qual se mantêm juntas ou distanciadas, para seguirmos adiante neste mundo ou sofrer. Assim, seremos sempre o resultado do que fomos capazes de alcançar. É preciso sentir que nós estamos vestidos com um Corpo Físico aparente, de matéria do mundo em que habitamos. No Mundo Celeste, as almas também estão vestidas do material do mundo em que vivem. Como vivem num mundo etéreo completamente oposto ao Mundo Físico, não as podemos ver, a não ser que aquele que busca ver tenha conseguido estabelecer em seu interior um contato com o poder das estrelas. O que é o poder das estrelas senão o reflexo de Corpos Luminosos que dirigem este e outros mundos, os planetas? Se bem que alguns destes mundos sejam muito superiores ao nosso em poder de vida e dinamismo.
Assim, estamos vestidos com um Corpo Físico e nos fazemos visíveis porque nos identificamos com a matéria que estamos usando. Com a morte, desintegra-se este corpo que volta a formar parte do poder químico da vida física, enquanto, na “real” vida, o Espírito já tem preparada a roupagem para usar no mundo invisível. Todos somos visíveis e invisíveis, tal qual nosso mundo. Então, o Espírito se veste com um corpo visível para o mundo em que vai atuar. E deixa de ser visível para o mundo em que cessou sua atuação. É semelhante a quando um mecânico vai entrar em sua oficina e veste um macacão, algo que o identifica, mas, quando sai ao mundo social, veste outra roupa, relacionada com o ato social a que vai assistir.
Assim, naturalmente, somos nós em Espírito. O vestido que o Espírito usa no mundo invisível denomina-se do Corpo de Desejos, o qual é invisível para o Mundo Físico e passa a ser realmente vivo, com reações. Apenas é um corpo mais leve, mais dinâmico e que o impulsiona tão rápido quanto o pensamento. É palpitante, tem o poder dinâmico que não poderia ter de forma nenhuma um ser que tivesse de manifestar-se fisicamente, pois não poderia concentrar-se no trabalho e atuar ao mesmo tempo. Este corpo responde à vibração do Mundo do Desejo.
Perguntarão os amigos: Todos possuem este corpo? Sim, por isso denominamos: “O Espírito e seus quatro veículos”. Este (Corpo de Desejos) é um veículo do Espírito com o qual se manifestam os que chamamos mortos. Assim, veremos que os mortos estão mais vivos do que nós, no pensamento e desejo, e têm atividade muito maior que um Espírito no Corpo Físico.
Podemos avaliar, pela imaginação, esta transformação que se identifica de um mundo a outro. O Espírito pode seguir amando sua família, seus amigos. Sim, amigos, nos primeiros tempos, o Espírito não faz outra coisa. Nos primeiros tempos, o Espírito não faz nada mais que permanecer em volta da família, do círculo de amigos, atuando, ou somente pretendendo agir da mesma forma que atuava. Perguntarão: Ama como amava quando tinha seu Corpo Físico? Tudo o que o sentimento irradiou uma vez, já que está no Corpo de Desejos, manifesta-se muito mais amplamente. Pode-se dizer que o sentimento se multiplica, cresce e vem agitado pelo amor daquele que amou. E o que não amava, e o que era para ele rancor, ódio, inveja, ambição? Isto também se multiplica muitas vezes. E tem uma vantagem sobre esta situação: é que ele pode entrar em casa, e pode vê-lo internamente e externamente, enquanto que, quando estava com o Corpo Físico, só podia ver externamente.
Mas este Mundo se subdivide em Regiões para quê? Para que os Espíritos atuem dentro das afinidades do sentimento da ação, e paixão, que envolvem o conjunto de pensamentos e sentimentos. Este Mundo, poderíamos dizer que são “escalas sociais”. Um Espírito que atue muito inferiormente na vida, a morte não lhe tira o estado natural de Espírito pensante; pelo contrário, dá-lhe então a oportunidade de multiplicar o que tem em seu interior.
É um perigo de atuar com aquilo que não se pode ver. Quantas vezes descobrimos que temos nosso coração ocupado com rancores ou ódios, com paixões; é como canais abertos por onde este perigo pode entrar e, de certa forma, impulsionar-nos. Por isso, é perigoso não estar atento com nossa vontade e sobretudo tendo em mente que aquilo que pensamos é produto exclusivo nosso.
E as almas boas? Os que amam cercam seus amados, acariciam-nos, envolvem-nos e os amparam. Quereis algo mais belo que ver uma mãe que deixou crianças e que vem cuidar delas, pois toda a sua vida vibrava através deste dever! Esta mãe voltará e não quererá sair de seu lar, quererá tratar, amá-lo, ampará-lo, antes de dar-se conta de que nada físico pode fazer. Quando se dá conta, procura inspirar seus familiares, derramar amor, seus cuidados sobre aqueles que vão tomando seus deveres e com quanta alegria a mãe abraça a alma daquele que dedica sua vida àqueles que ela não pode continuar tratando.
A morte não os separa; somente os tira do Corpo Físico para deixá-los num Corpo de Luz. Eis aqui o Grande Corpo de Luz. O Corpo de Luz faz com que não vejamos. Sim, nós vemos a luz física, a Luz que está adaptada aos nossos olhos, mas a Luz do Corpo de Desejos é uma Luz imensa, uma Luz que obscurece nossa visão física. A luz física é treva perante a Luz de um Corpo de Desejos. Esta Luz vai ofuscando os olhos de nosso mundo. É tão sutil que penetra todos os átomos. E quando dizemos que não há ninguém numa habitação e nosso amado foi-se do mundo e que estamos completamente sós, a Luz está ali. Junto a ele, nosso estado de consciência e nossa materialidade não nos permitem vê-lo, nem senti-lo. Ele está envolvido no Corpo de Luz.
É muito mais fácil ver estas almas nos primeiros dias após sua partida, nos primeiros meses, porque o Corpo de Luz está aderido à matéria inferior e este é muito mais denso e opaco, porque a matéria de pecado ainda lhe está aderida e é muito mais fácil, com um pouco de matéria física, poder materializar o Corpo de Desejos e fazer-se visível a nossos olhos e fazer-nos ouvir o que deseja.Irene Gómez Ruggiero.

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