Me lembro como se fosse hoje.
Seu cabelo belo, negro e suave como seda.
Sendo espalhado pelo ar.
Seu rosto, como sempre belo, causava meu desejo.
Com olhos que me atraíam fatalmente.
Que me perseguiam.
Que sabiam de meu desejo.
Brilhantes pela luz da Lua.
Lua que presenciou o crime.
Apenas a Lua.
Lua que não podia gritar por mim.
Lua que já deve ter presenciado esse crime mil vezes.
Lua que por séculos eu vejo.
Aquela Lua que me viu.
E não me ajudou.
Lua que hoje vê a mim cometendo o mesmo crime.
Lua que não te ajudará também, minha criança.
Paulo Faria.
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