contos sol e lua

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terça-feira, 29 de maio de 2012

A HISTÓRIA DE AISHÁ.



O Cósmico dotou nossa mente de uma fértil imaginação, que é tanto maior quanto maior for a nossa inteligência. Com a imaginação, podemos viajar no tempo e no espaço se as estreitas limitações no mundo material, no qual, vivemos num fastidioso cotidiano. Para este, trazemos os enfeites pictóricos das mais variadas cromias encontradas nas imagens, também formadas pela imaginação daqueles que, num passado longínquo, desejosos de enriquecer as mensagens que devemos atravessar os milênios e chegarem até nossos dias – a salvo das garras felinas da ignorância – legaram para nós, cunhadas na pedra, criptografadas em papiros ou sonorizadas pela palavra , as lendas que hoje constituem um acervo de sabedoria, que é o SÍMBOLO.

O iniciado, valendo-se desse dom que imaginação lhe proporcionou, pode escutar, com o devido cuidado, o distante susurro de nossos antigos sábios, transmitindo as verdades eternas.

Esta imaginação não é pura fantasia, mas a arte de criar imagens e trazê-las |à realidade. Tudo o que podeis ver, tanto no mundo de hoje como no passado, foi antes imaginado na mente daqueles que o projetou.

A história de Aishá, sois vós na eternidade...Nela estão narrados todo o drama e toda a glória de vosso Ser...encenados no pensamento do Universo...


“No princípio, criou Deus o céu e a Terra. A terra, porém, estava vazia nua; e as trevas cobriam a face do abismo; e o espírito de Deus era levado por cima das águas...”
Disse deus: “Faça-se a Luz”...a Luz que deveria refletir a criação, a Alma do universo – Aishá – a alma do Homem.
Escutai o cântico do mistério...a vossa história, vivida no pensamento de Deus.
Vou contar-vos uma história.
Dentro das imagens que possam encontrar dimensões em vossa compreensão.
Esta história é simples, mas encerra, em seu contexto, um profundo significado que, espero, consiga unir-nos neste encontro de amor".


- Era uma vez uma alma que habitava o Divino Éter: pura como uma columba – sem a consciência de si mesma.
Sua morada chamava-se “Shamain” e seu nome era Aishá.
Faltava-lhe um atributo: a compreensão.
Um dia pôde contemplar toda a beleza da criação arquetipada por Deus e, por ela fascinando-se, no desejo imenso de conhecê-la, projetou-se nos abismos em trevas dos espaços imensos. E caindo de esfera em esfera, foi esquecendo a sua origem, mergulhando profundamente na mais densa morada da matéria informe. Lá, nas profundezas desse abismo, começa ela a caminhar, a chamar pelo nome de todas as formas primitivas de energias caóticas. Parecia que tudo era um começo.
Sozinha, esquecida das origens, inconsciente de sua escolha, começa um caminho de sofrimento e dor!
Desorientada, sentiu a necessidade de coordenar essas energias dentro de um princípio que lhe pareceu melhor. E, aí, começou a entoar o seu primeiro cântico! O cântico das pequeninas esferas: era o mundo atômico, material, com que começava Aishá a construir o primeiro degrau da escada experimental das formas.

Ela havia decidido e não sabia.

Ela era a própria Luz que devia refletir cada página, cada ciclo evolutivo das formas da criação. E assim teve origem a sua jornada, como também tiveram origem os primeiros acordes da sinfonia das esferas. Eram as notas graves de um teclado universal que Aishá deveria aprender, nota por nota, para que, com esse conhecimento, pudesse cumprir sua missão. Sim, a sua missão como a divina compositora desse grande concerto que encerra, em cada partitura, as notas vibratórias que, desdobradas pela experiência, manifestariam o pensamento primordial Daquele de quem estava esquecida, mas que continuava vivo em seu impulso interior!
Depois de imensa jornada em imensurável tempo, ela acorda para uma nova etapa. Conseguira colocar cada partitura em seu devido lugar. E, no aprimoramento de cada nota, Aishá conseguira manifestar o primeiro mistério – A VIDA!.
Pela primeira vez, sentiu que era uma alma vivente. E, assim, dentro de sua natureza, usando das águas do Céu e das águas da Terra, surgiram as primeiras flores em seu caminho.
O espaço entre os pequeninos vegetais, sua então morada, ela o preenchia dos mais variados perfumes, como uma prece, uma oferenda ÀQUELE que lhe determinara a criação!

Esta foi, senhoras e senhores, a vossa primeira prece!

Cada espécie criada por Aishá se tornava o “habitat” da vida.
De missão cumprida, continua seu caminho e, de repente, mais uma página foi virada. Com sua experiência, percebeu Aishá que novas moradas estavam no grande projeto e, com os elementos tirados da experiência , ela gerou uma nova dimensão: surgira a primeira célula vivente. E das águas da Terra com as águas do Céu nascera o primeiro “coacervado” - o unicelular que, com o sacrifício de si mesmo, num verdadeiro “dar-se”, dividia-se em dois; e assim, nessa progressão geométrica, começava Aishá a povoar as esferas suspensas no infinito universo.
Aishá podia mover-se e, por onde caminhava, levava a sua espécie.
Em sua nova morada, sentiu que, unindo cada célula, poderia construir novas dimensões de si mesma, num trabalho extenuante e penoso.
Nascera, então, o primeiro invertebrado!
Era a vida que aumentava sua movimentação e, com cuidados especiais, começa Aishá a formar os pequenos filetes que, conduzindo sensações para um centro, dava ao pequenino ser a possibilidade de sentir o exterior de si mesmo na pequena consciência de seu interior.
O trabalho de Aishá acelerava, e fi criando e habitando, assim, novas dimensões da vida, com que ela povoou as esferas celestes.
Surgiram agora os primeiros vertebrados!
Pelas enormes dimensões de suas estruturas, necessitavam de um órgão que mantivesse a sua forma com maior movimentação e de novas janelas de seu interior para o exterior. E Aishá deu nome a todas essas formas, vivendo-as uma a uma, diante do universo!
Aishá contemplava sua obra!
Em cada período de repouso, ela procurava sentir a vontade Daquele que determinara a criação.
Sofrida, cansada, continuava o seu trabalho; com as águas da Terra e com as águas do Céu ela havia povoado os mares e a floresta; porém, sentia que faltava alguma coisa. Precisava criar uma nova morada que fosse mais perfeita que tudo que havia habitado. Então, criou ela a primeira semente que geraria a forma pré-humana. E, de dentro de sua nova dimensão, de sua nova manifestação, levantando os braços, Aishá começava a rever, através dos símbolos de seu interior, a primeira luz que, em forma de disco, parecia ser uma de suas expressões.

A Luz Maior, expressada na luz menos, era contemplada.

Aishá chorou pela primeira vez. Ela não podia entender, mas podia sentir. Era o parto dolorido da espécie humana; era a primeira lágrima que rolava sobre um rosto.

Era a sua e a vossa segunda prece!

Aishá sentiu, pela primeira vez, o Amor; mas sentiu também quão difícil seria a sua jornada para encontrar aquela luz que se escondia por detrás daquele disco.
Seu interior fremia de contentamento; suas lágrimas de dor e de alegria fundiam-se numa só emoção porque, em cada dor, surgia a alegria de uma nova vivência, de uma nova experiência.
Em cada período de repouso, ela contemplava a sua obra e partia para novas dimensões. Era mais uma etapa vencida na direção do grande destino que a aguardava. E, assim, Aishá, nesta nova morada, nesta nova forma de expressão acelerava o caminhar. Era a forma humana que se aprimorava. Porém, dada a complexidade dessa expressão, surgiu aquilo a que chamamos o “bem” e o “mal”.
Era a ciência dos opostos que ela conscientizava.
Foi aí que Aishá percebeu que o mal existia para que o bem se evidenciasse. Era uma lei que surgia, oriunda dos conjuntos, para, através desta mais alta forma de vida, usando da liberdade que lhe foi conferida para lhe facilitar a obra, dar a ela o direito de escolha.

E assim, chegou Aishá aos nossos tempos – às vossas dimensões.

Não preciso mais continuar esta história porque, de agora em diante, em vez de narrada, será vivida por vós mesmos – Aishá desta historia.
Entretanto , posso dizer-vos que estes tempos já estão concluídos. Todos já fizeram a sua escolha. Neste momento, estamos vivendo um êxodo desta para uma nova dimensão. Estamos num êxodo desta para uma nova terra; para terra de Canaã dos hebreus; para Salem de Melquizedek; para o outro lado do sol – para o REINO DO SENHOR!

Por isso eu vos peço, que neste momento, numa apoteose a esta dimensão, no clímax deste “exodus”, cantai comigo este poema de amor:

“UM DIA PISAREI A TERRA DO SENHOR!”
Pedro Freire.

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