quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Se...O Poema da Sabedoria Humana.

Se és capaz de manter tua calma, quando todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa, De crer em ti, quando estão todos duvidando, e para esses, no entanto, achar uma desculpa. Se és capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso, Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares, e não parecer bom demais, nem pretensioso. Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires, de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores. Se encontrando a desgraça e o triunfo, conseguires tratar da mesma forma a esses dois impostores. Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas em armadilhas as verdades que disseste, E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te reste. Se és capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda a tua vida. E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida. De forçar coração, nervos, músculos, tudo a dar seja o que for que neles ainda existe. E a persistir assim quando, exausto, contudo resta a vontade em ti que ainda te ordena: Persiste! Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes e, entre Reis, não perderes a naturalidade. E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se a todos podes ser de alguma utilidade. Se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho, Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho! Joseph Rudyard Kipling (30/12/1865 - 18/01/1936) Tradução de Guilherme de Almeida

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sagitário:

Sagitário é o nono signo do zodíaco e é regido por Júpiter. Seu elemento é o fogo como em Áries e Leão. Entretanto, trata-se de um fogo sagrado, que o impulsiona a ideais superiores. Sagitário é o signo representado pela figura mitológica do centauro, cujo símbolo representa a união dos três planos da existência: o animal, representado pelo corpo do cavalo; o racional, ou mental, representado pelo cavaleiro: e o espiritual, pelo arco e flecha que o centauro usa na busca para alcançar uma “estrela”. É o simbolismo da procura da razão ou do sentido maior para a existência humana.A busca da sabedoria. O corpo do centauro tem a parte inferior como cavalo e a superior como homem. Seu arco-flecha está erguido e orientado para as estrelas. É a direção da transcendência.O centauro, metade homem e metade cavalo, representa a dualidade: força instintiva animal e a racional ou mental, que deve ser a condutora da instintiva animal para alcançar a espiritual. O simbolismo sagitariano indica que o homem deve compreender e assumir os aspectos carnais, materiais, racionais e transcendentes do seu ser. A palavra, sagitário, do latim sagittarius, significa arqueiro. O arqueiro apontando seu arco e flecha para um alvo alto e distante: a sabedoria. A flecha simboliza a evolução espiritual após a transformação interior. É o impulso para a evolução: dos sentidos para a razão; e da razão para a compreensão. A flecha lançada pelo arqueiro visa o céu, as estrelas. A flecha é o que voa. O vôo em busca da sabedoria. Sagitário é o signo das viagens e das explorações. Como um nômade que vai para onde possa encontrar alimento. Corresponde, também, à busca do conhecimento mais profundo sobre os outros e o mundo, motivada pela aspiração de transcender à condição humana. Júpiter, regente de sagitário, na mitologia, é “o pai dos deuses e dos homens”. Representa o poder, a autoridade, a sabedoria e a razão. Por isso, geralmente, o sagitariano se apresenta como uma pessoa otimista, sábia e cuja autoridade se impõe naturalmente. Na mitologia Sagitário está associado a Quiron, conhecido como o mais justo dos centauros e, como todo centauro, hábil caçador. Quiron era filho de Saturno com Filira e, conta a lenda, que Saturno temendo represálias da esposa Réia, unira-se a Filira sob a forma de cavalo, gerando Quiron com o corpo de eqüino e a cabeça de homem. Por ser filho de Saturno Quiron era imortal e diferente dos outros centauros, que eram selvagens e violentos. Quiron era famoso por sua inteligência e sabedoria, tornando-se mestre de muitos discípulos famosos, como Jasão, Aquiles, Hércules e Peleu. Conta-se que Quiron foi ferido acidentalmente por uma flecha envenenada, disparada por Hércules e dirigida a outro centauro, Élato. Depois da flecha varar o coração de Élato, atingiu Quiron. Foram muitas tentativas para sarar a ferida e, torturado pela dor, Quiron, renunciando sua imortalidade, pediu a Júpiter que o libertasse daquela tortura com a morte. Júpiter penalizado, atendeu ao seu pedido e o imortalizou, transformando-o na constelação de Sagitário. O sagitariano é gregário, entusiasmado, generoso e tem princípios elevados, tais como ideais de amor e de paz universal. Expandir o próprio horizonte é um impulso natural. Seu lema de vida poderia ser: “não me prendam”. Por meio da religião, filosofia, estudos superiores, viagens ou de muitas outras formas, o nativo de Sagitário expande seu horizonte, mas sempre visando o auto-conhecimento. Sua vocação acadêmica esconde uma natureza com pouca prática e um desinteresse muito grande pelos aspectos triviais da vida. Por ter horror ao sofrimento, à dor, à lamúria, e às queixas, o sagitariano não se detém ao passado e está sempre em busca do futuro. Pelo exercício em descobertas e em tudo aquilo que o tira da rotina, busca novos horizontes, apoiado pelo otimismo e pela fé. Nas relações amorosas é demais independente. A natureza exploratória do sagitariano pode levá-lo a infidelidade. Entretanto, costumam separar bem o amor de suas aventuras passageiras. O nativo em Sagitário pode ter rasgos intuitivos, mas devido a um número exagerado de interesses, dispersa sua força mental e acaba por não se aprimorar em qualquer um deles. Sua mente não precisa ser aguçada ou desenvolvida e sim, direcionada. A inteligência sagitariana não se detém naquilo que está ao seu redor, busca sempre a expansão e o rompimento dos limites para além das fronteiras. Texto elaborado com base em pesquisa bibliográfica e em diversos sites especializados.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sagitário (onde Estás?) capicua.

Vinha de longe embrulhado num cobertor, Pequeno cavalo manso, Pele malhada bicolor, Era uma oferta e o rapaz estava radiante, Recebeu-o com o amor de um pai principiante, Dava-lhe leite e com deleite dormia com ele, Dava-lhe banho e com empenho escovava o pêlo, E passo a passo foi-lhe ensinando tudo o que a custo aprendera sobre este mundo absurdo, Sobre sobrevivência, Regras de convivência, Perigos, Advertências, Queria sobretudo ensiná-lo a ser livre tendo em conta isto tudo, Ou seja, A voar sozinho, Mantendo as patas no mundo, Tornaram- se iguais, Homem-bicho, Bicho-homem, Tal e qual na harmonia e na desordem, A metade animal como o lobo ao lobisomem, Rapaz e cavalo fundem tanto quanto podem, Ambos gostavam de passar tempo sozinhos, (era) comum desaparecerem por alguns dias seguidos, A transgressão era atraente e o desafio à autoridade trazia conflito se o bicho não tinha vontade de seguir o caminho que o menino lhe apontava ou insistia que o destino o queria noutro lado, Tal e qual ele já vira no rapaz habituado a dar o grito do ipiranga para não ser contrariado, Ficavam amuados, Davam turras e patadas, De costas voltadas até que um deles voltava… E parecia que ia voltar sempre… Cavalo jovem pensa que é dono do mundo, Tem a atitude de quem quer seguir seu rumo, Romper as rédeas e ser como um vagabundo, Aventureiro que não pensa no futuro e orgulhoso decidiu ser independente, Virou a esquina e perdeu-se de toda a gente E indiferente a sorte não o ajudou se alguma vez quis voltar atrás nunca chegou, O rapaz despedaçado procurou por todo o lado a sua metade, Ele esperou esperançado, fez de tudo, correu mundo e ficou cansado, Sem a outra parte, Ele chorou… O cavalo quis ser livre, Tomou a iniciativa, Sendo pégaso é feliz, Voa como sempre quis, Mas eu sei que ele espera pelo rapaz que em terra seguirá para sempre a estrela que o trouxe até aqui, Eu sei que ele espera pelo rapaz que em terra seguirá para sempre a estrela que o trouxe até aqui. Refrão O sagitário tem quatro patas no chão, Homem-cavalo aponta ao céu com ambição, No planetário é uma constelação, Mas na verdade é a metade de um coração.

Luas. capicua.

Quando não estou luminosa, todos me acham invisível, Mas é aí que eu me renovo, mulher nova, invencível, procuram pela antiga face, mas são fases e eu mudo, não são disfarces simplesmente não ostento tudo, tenho um outro lado como todo o mundo lá no fundo, por outro lado não me escondo e até me exponho muito, saio destacada para quem me quer ver, mas não tentes encaixar-me, quadrada nunca hei-de ser, crescendo e minguando Como os ciclos da vida, posso ser incandescente ou Andar desaparecida, vejo passar as estrelas como carros na avenida, assim não estou perdida não me esqueço que estou viva, sou poderosa tenho a força da fecundidade, Sou orgulhosa de ser fruto da realidade, já tenho idade, tenho marcas no corpo, crateras no peito, mas sem desconforto e isso é pouco ser penso nos outros (pouco), e isso é tanto se penso nos anos (tanto), ao meu sufoco eu faço ouvidos moucos, eu não sou diferente, loucos somos todos, todos! Loucos somos todos! Atraio os solitários, atraio os apaixonados, ilumino o espaço e os passos desorientados, os gatos e os telhados, os fados e dedilhados, os casos e rendilhados dos corpos enrodilhados, faço de estrela mas a luz não é minha e finjo sê-la para não estar sozinha, sou imperfeita mas sei ser divina, sou diva, sou livre, sou vénus, felina, mulher vivida, mulher da vida, altiva sou tida por ser mulher fina, só sei ser rainha, menos não posso, há tantas estrelas e eu brilho sem esforço... E todos para me verem vão levantar o pescoço... Todos para me verem vão levantar o pescoço... Como a lua sou de luas, aluada do lado de lá da lua, sou a tua lua cheia, a tua lua escura, eu sou a cura e escondo a face de quem me procura, sou a loucura que não esquece quem foge à aventura, e como a lua sou a chefe desta noite nua e faço dançar as marés e as mulheres da rua! E como a lua sou a chefe desta noite nua e faço dançar as marés e as mulheres da rua! Lua cheia, lua nova, lua cheia, lua nova, Lua cheia, lua nova...

domingo, 11 de janeiro de 2015

O Pecado de Minhas Orações.

Huberto Rohden - Penso com horror nas minhas preces de outrora, Quando eu pedia alguma coisa Vida, saúde, prosperidade e outros ídolos Como se algo houvesse de real, Fora de ti, meu Deus, Realidade única, total, absoluta! Como se em ti não estivessem contidas Todas as coisas do universo!... Como se todos esses pequenos "realizados" Não fossem reflexos de ti, o grande "Real"!... Tamanha era a minha ilusão dualista, Que eu julgava poder possuir algum efeito individual Sem possuir a Causa Universal!... Hoje morreu em mim toda essa idolatria, Esse ilusório dualismo objetivo. Redimido pela verdade libertadora, Sinto, hoje, nas profundezas do meu Ser, O grande monismo do Universo. Hoje, o alvo das minhas orações És tu, Senhor, unicamente tu. Hoje, sei e sinto que, possuindo a ti, Possuo em ti todas as coisas Que de ti emanaram, E em ti ficaram... Todas as coisas que, por mais distintas de ti, São todas imanentes em ti. Porque tu és a eterna Essência De todas essas Existências temporárias. Hoje não quero mais nada Senão a ti somente, Senhor, Porque em ti está tudo Que, fora de ti, parece existir. E, porque assim te amo, Senhor, Amo também tudo que é teu, Tudo que, disperso pelo cenário cósmico, Veio de ti, Está em ti, Voltará a ti. Revestiu-se de mística sacralidade O meu antigo amor profano, Desde que vejo o Deus do mundo Em todas as coisas do mundo de Deus. E o pecado das minhas orações de outrora Foi remido pela verdade da minha prece de hoje.

Entre dois Mundos.

- Huberto Rohden - Estendera o Eterno, de um a outro extremo, a sua potência creadora - desde os puros espíritos até à matéria bruta. Desde a mais alta vida intelectual - até à mais profunda negação do intelecto. Entretanto, não atingira ainda o Eterno o extremo limite de sua divina audácia... Restava-lhe ainda o mais temerário e paradoxal de todos os atos - a união do espírito e da matéria. Seria possível fundir em um único ser a luz dos puros espíritos - e a noite da matéria inerte?... Reduzir a uma síntese essas duas antíteses?... "E disse o Senhor: Façamos o homem - e fez Deus, da substância da terra, um corpo e inspirou-lhe na face o espírito vivente"... E ergueu-se, no meio da natureza virgem, esse paradoxo ambulante, esse enigma anônimo, essa indefinível esfinge, semi-animal e semi-anjo - o homem... Quando os espíritos celestes viram o homem, exultaram sobre a sua grandeza e choraram sobre a sua miséria...... Cristalizaram-se, na alma humana, essas centelhas de júbilo e essas lágrimas de dor - e formaram um mar imenso de doce amargura e inextinguível nostalgia... Principiou, então, neste mundo visível, a luta entre a luz e as trevas - entre o bem e o mal... A história da humanidade...... Têm os puros espíritos sua pátria - lá em cima...... Tem a matéria bruta sua sede - cá embaixo... Mas onde está a pátria do espírito-matéria?... Na terra? - protesta o espírito! No céu? - protesta a matéria! Entre o céu e a terra? - mas lá se erguem os braços duma cruz! É por isto mesmo que o mais humano e mais divino dos homens expirou entre o céu e a terra - na sua pátria cruciforme... "Não havia lugar para ele" - em outra parte... E é por isso mesmo que os melhores dentre os homens são sempre crucificados... Não os compreende a terra - nem os acolheu ainda o céu... E assim, entre o céu e a terra, vive o homem esta vida dilacerada de angústias e paradoxos. Sem pátria certa, Em perene exílio, Oscilando entre a matéria e o espírito. Lutando, Sofrendo, Amando. Até que a matéria volte à matéria, E o espírito ao Espírito. Sintetizando dois mundos Em Deus.

A Irmandade Invisível.

Huberto Rohden - Desde que me encontrei com o Grande Anônimo, Me tornei anônimo do meu velho ego, Esse ego faminto de nomes... E ingressei na Fraternidade Branca Dos irmãos anônimos, Incolores, Amorfos, Invisíveis, Onipresentes... Ingressei na mística "ekklesía" Dos arautos da Divindade, Das vestais do Fogo Sagrado. Que operam no mundo inteiro, Em todos os universos do Cosmos. Mas ninguém os conhece, Esses anônimos, Envoltos no manto branco Do eterno silêncio, De inefável beatitude... Onde quer que haja uma dor A ser suavizada, Uma alegria A ser compartilhada, Onde quer que agonize Um coração chagado, Lá estão os Irmãos Anônimos Da Fraternidade Branca... Nenhum monumento ostenta seus nomes, Nenhuma estátua perpetua seus atos, Nenhum obelisco lhes canta as glórias, Nenhum poema celebra a grandeza Desses invisíveis arautos do bem, Dessas alvas vestais do amor... Somente nas páginas brancas Do livro da vida eterna Estão escritos seus nomes, Com as tintas da reticência, Em perpétuo anonimato... Suas obras ocultam sempre Suas pessoas... A presença do seu visível "agir" Coincide com a ausência do seu invisível "ser"... Porque anônimos como Deus São esses ignotos filhos de Deus, Benéficos raios solares Do Grande Sol do universo, Sempre ausente de mim E sempre presente a Ti... Na Tua longínqua transcendência, Na Tua propínqua imanência... Desde que me encontrei com o grande Anônimo Me tornei anônimo do meu eu humano, Eclipsado por seu Tu divino, Pelo eterno Eu divino Em mim...