sábado, 14 de novembro de 2009

Cultura Cigana.


No passado, nós, ciganos éramos conhecidos como os "senhores da estrada". Andávamos de um lugar para outro, atravessando rios e florestas.
Percorríamos a Índia inteira, chegando ao Oriente Médio, para depois retornar. Atravessávamos reinos inimigos entre si. Para se ter uma idéia, só o Rajastão era dividido em pelo menos cem pequenos reinos.
Nós dispúnhamos de um salvo-conduto especial para atravessar uma determinada região. É que todo mundo precisava do nosso trabalho.
De fato, transportávamos mercadorias, servíamos de "correio" para as longas distâncias e éramos também os banqueiros dos grandes senhores - podíamos comprar ouro e trocá-lo por bens de consumo ou dinheiro.
Muitas vezes, o ouro e os objetos preciosos não eram carregados por nós em nossas longas viagens. Preferíamos enterrar tudo em lugares secretos.
No momento certo, sabíamos qual caixa-forte abrir para fazer os nossos negócios.
Nunca fizemos guerra. Como outros clãs, durante uma guerra, podíamos ser recrutados para ajudar um determinado exército, mas nunca para o combate.

Ficávamos na retaguarda, prestando às tropas todo tipo de serviço necessário. Em caso de derrota, nada sofríamos, porque todos reconheciam o nosso valor social.
Outras atividades importantes sempre foram a música, a dança, a acrobacia e o teatro nas cortes dos reis ou para os soldados.
Hoje, vocês podem encontrar-nos aos milhões em periferias anônimas, pobres, às vezes miseráveis. Dignidade suficiente, porém, não nos falta, numa sociedade que mudou muito desde os tempos em que nós, ciganos, éramos reis das estradas. Éramos os Banjaras (ciganos músicos e dançarinos)
Mas , aproveito para lembrar de outros clãs:
Os Hakkipikki – caçadores do centro sul da Índia;
Os Gadha Lohar – que trabalham com metais;
Os Rabari – pastores de ovelhas, cabras e camelos;
Os Korwas – fabricantes de pulseiras, colares e coroas;
Os Kalibilias, os Nat e os Bopas – dançarinos, músicos, acrobatas de circo.
Estes são os verdadeiros nomes dos clãs que deram origem às pessoas que no futuro seriam chamados de ciganos.
Conforme vimos acima, “cigano” é um termo genérico surgido na Europa do Século XV.
Nós, no entanto, costumamos usar autodenominações completamente diferentes. E hoje, costumamos distinguir três grandes grupos:

os ROM, ou Roma, que falam a língua romani; são divididos em vários sub-grupos, com denominações próprias, como os Kalderash, Matchuaia, Lovara, Curara entre outros; são predominantes nos países balcânicos, mas a partir do Século XIX migraram também para outros países europeus e para as Américas;

os SINTI, que falam a língua romani-sintó são mais encontrados na Alemanha, Itália e França, onde também são chamados Manush;

os CALON ou KALÉ, que falam a língua caló, “ciganos ibéricos”, que vivem principalmente em Portugal e na Espanha, onde são mais conhecidos como gitanos, mas que no decorrer dos tempos se espalharam também por outros países da Europa e foram deportados ou migraram inclusive para o Brasil.
Estes grupos e dezenas de sub-grupos, cujos nomes muitas vezes derivam de antigas profissões (Kalderash = caldeireiros; Ursari = domadores de ursos, entre outros) ou procedência geográfica (Moldovaia, Piemontesi,entre outros.), não apenas têm denominações diferentes, mas também falam línguas ou dialetos diferentes.
Os ciganos Rom, e entre eles em especial os Lovara, Matchuaia e os Kalderash, costumam auto-classificarem-se como ciganos “autênticos”, chamando a todos os outros clãs de “falsos ciganos”.
Mas como se isto não bastasse alguns clãs ciganos ainda se discriminam mutuamente, também, por outro motivo: os ciganos sedentários muitas vezes olham com desprezo para os ciganos nômades, dizendo: eles persistem nessa vida “primitiva”, enquanto os nômades acusam os sedentários de terem abandonado as tradições, e com isto terem deixado de ser ciganos.
Ao chegarmos na Europa, no início do Século XV, nós, ciganos, podíamos ainda ser identificados através de nossa aparência física, sendo a característica mais marcante a nossa pele escura. Hoje isto já não é mais possível. Casamentos com não-ciganos sempre ocorreram, de modo que em muitos países hoje, nós fisicamente, não nos distinguimos da população gadjé (não-cigana) nacional. Ciganos “racialmente puros” hoje não existem mais em canto algum do mundo, e do ponto de vista da Antropologia, nunca existiram, porque nunca existiu uma “raça” exclusivamente classificada como cigana. Ou um país, cujo habitante fosse denominado de cigano. Impossível, portanto, identificar os ciganos através de características físicas peculiares ou estabelecer “critérios biológicos de ciganidade”.
Classificar como “verdadeiros ciganos” todos aqueles que falam um dos vários dialetos romani, também não adianta, porque muitos ciganos já não o falam mais e outros o dominam muito mal, ou até já o esqueceram por completo.
Quanto à suposta autenticidade Kalderash, Lowara e Matchuaia, afirmo como antropólogo, lingüista e cigano que é inadmissível a distinção entre “verdadeiros ciganos”, aos quais se atribuem uma origem exótica e riqueza cultural, e “os outros”. Ou seja: não existem ciganos autênticos e falsos ciganos: existem apenas Rom, Sinti e Calon, que possuem inúmeras autodenominações, que falam centenas de dialetos, que têm os mais variados costumes e valores culturais, que são diferentes uns dos outros, mas que nem por isso são superiores ou inferiores uns aos outros.
Em comum, todos, nós, ciganos, temos apenas uma coisa: uma longa História de Espiritualidade, de Arte, de perseguição, de discriminação pelos não-ciganos , em todos os países por onde passamos, desde o nosso êxodo do norte da Índia até ao aparecimento na Europa, no início do Século XV.Wiképedia.

Alma Gotica.


A noite já está a chegar
vem lua, ajuda-me!
liberta a minha alma doente
e os meus pensamentos bizarros,
liberta os meus desejos mórbidos
e aceita o meu gosto pela morte
nasci para viver na escuridão de minha mente
que ninguém consegue entender, nem eu mesma.
eu prometo que vou tentar,
mas não conseguirei livrar o que sobra da minha vida,
da minha alma gótica.
sempre viverei no meu mundo
acreditando que sou normal,
embora muitos achem o contrário,
prometo que não irei enlouquecer ninguém com as minhas idéias
por isso tranco-me dentro do meu ser.
porque tu não entenderias.
o que nem eu mesma entendo.[D.A]

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Noite Solitária.


A noite é um véu escuro
que encobre a claridade macia
torna-se quase um muro
impedindo a dádiva do dia

E como tudo encoberto é misterioso
existem coisas que devo ressaltar
na noite tudo pode ser odioso
ou tudo pode se amar

Noite fria, noite dia, notche mia, noite, noite, noite...

Quase sempre é assim
martírios, eterna repetição
noites que provocam dentro de mim
fonte enorme de solidão

Solidão não é estar simplesmente sozinho
porque podemos estar sós no meio de uma multidão
solidão é um estado estranho
que mostra o vazio do próprio coração

Talvez a noite grandiosa dos boêmios
ou a noite alegre dos festivos
sejam apenas ilusões a circundá-los
sem temas ou motivos

Mas, mesmo assim não consigo
ver na noite seu lado alegre
período extenso e dolorido
tortura longa, mesmo sendo breve

Noite, solitária, escura e impiedosa
torturante fim da luz, presente grandioso
que fere até que surja milagrosa
a aurora de um novo dia, maravilhoso.
F. Neves.

O Culto Da Rosa.


Ah! Minha alma da vida
rainha das flores de Safo
que semeia a beleza
sou teu inseto que te leva o grão de pólen teu adepto mais fiel

Ah! Flagrante anímico de Deus
herbácea perene,
deusa dos meus sonhos,
perfume mais fino que possa existir
teor mais metafísico dessa imanência

Quero sentir o teu mais leve olor
alcançar teu gineceu, tua beleza incomparável,
tua variedade trepadora
tua instalação divina nos jardins
o teu etéreo emanar

Quero a de Sharom,
santificada por Salomão no Cântico dos Cânticos;
a realeza da de Hélios

Quero a das sessenta pétalas dos jardins de Midas que figuraram nas armas dos heróis da guerra de Tróia;
quero as que desapareceram dos jardins suspensos da Babilônia;
a das águas que Vênus embalsamou o corpo de Aquiles;
a que coroou o soldado romano depois da queda de Cartago;
a que é Príncipe Negro, o negro que é vermelho bem escuro.

Quero a da santa de Viterbo,
a que fora proibida pelo pai de dar esmolas aos pobres;
quero a Chá, Sinensis, a mais antiga oriunda da China;
a Azimutal Sideral que auxiliou a navegar o Índico sob as estrelas de distâncias polares no rumo do horizonte.

Quero a dos gregos, nos rumos da Torre dos Ventos, chamada Rhodon;
a Rústica de Giulio Cesare Cortese;
a que o lapidário inspirado homenageia a Holanda ou Antuérpia pra encher os olhos do polidor de diamantes;
a Mística,
a santificada de Isabel,
a Santa-Maria,
a da chuva do Vaticano,
a das meninas recém-nascidas.

Quero a que Tagore poetou:
"passando de folhas para flores porque começaram a amar..."

Quero a do Ouro do Papa Gregório II;
a da Rainha Josefina,
a das pedras no quintal;
a que o rodólogo, exímio amante, multiplica com sua dedicação;
a Azul utópica.
a de Hildesheim, de mil anos,
a da guerra de York e Lancaster,
a de Joaquim Fontes que está comigo,
a Gallica, de propriedades medicinais;
a de Malherbe,
a dos tesouros da moura encantada que não desmente o que promete nem retoma o que dá.

Quero a Malvácea Aurora em sua metamorfose durante todo o dia até sabê-la Amor-de-Homem;
a Brinco-de-Rainha,
a Malva,
a Super-Star
a do monte dos Alpes;
a Altéia que me cura com seu amor e ainda me farta a fome, a Geléia Rosela, a Caruru Azedo;
a de Lima, a primeira santa nativa do continente americano, simples de idade peruana;
a de Bokor e a jovem princesa apaixonada pelo oficial japonês no extinto cinema cambojano;
a da cachaça com erva doce, canela em pau, cravo e calda grossa de açúcar: a do Sol;
a dos ventos do lirismo erótico da poetisa uruguaia Juana Hernandez de Ibarbourou, a Juna de América;
quero a de Yeats, o homem que sonhava com o país das fadas e escrevia versos para quando você ficar velho;
a de Engandi, nos versos que viraram estudo psicozoológicos do guatemalteco Arévalo Martinez;
a de Cem Folhas do poeta galego Ramon Cabanillas;
a da Cruz do poeta russo Blok;

quero a de Luxemburg com o sonho abatido a bala;
a do Povo de Drummond,
a de Raoom,
a rosa rosa
todas numa só que é uma só
a rosa.
L. A. Machado Nascente

Meu Tempo.


Difícil prá mim falar das coisas simples.
Fácil prá mim sentir as coisas simples.
Algo me deixa aflito. Me deixa no ar.
Vida sôlta. Solta a vida!...deixe-a reinar.
Mergulho em mim, e nada encontro além do que sou
É mar imenso, sem referencial. Não sei onde estou.
Tempo? Espaço? Nada disso é palpável.
O que sou além do que mostro ser?
Onde vou? Se nem sei onde cheguei!
Mar de mim mesmo. Preso estou.
Se me solto, prá onde vou?
Ir e vir. Ondas no meu mar
Sem rumo e em todos os rumos.
Eu flutuo... Eu mergulho...
Continuo não sabendo onde estou.
Como preencher meu coração vazio?
Prá quem tem esperança o tempo é "quando"
Prá quem tem saudade o tempo é "ido"
Prá quem não tem rumo, todo o tempo é sofrido!.
Melhor tempo nenhum,
Melhor nenhum lugar
Melhor partir do que ficar.
Na eternidade dessa dúvida.
Na crueldade da mentira.
Na solidão do não ser.
Prefiro a paz da ascese
Prefiro a mansidão de saber...
Que do outro lado da vida
Há alguma razão escondida
Que justifique o viver!

Lenda.


O gelo cobre a terra
É onde nunca esteve antes
Muitos vivendo petrificados na noite
E toda a luz se foi

Uma mulher - um menino
Um erro que aconteceu - Um Senhor sombrio se alegra
Sua beleza - sua bondade
Os unicórnios - chegaram ao seu peito
Encantados - ambos são
Olhos são fixados de um ao outro
Sombras arrastam para trás
Reivindicar pela magia do chifre do unicórnio
A noite foi renascida pelo unicórnio

A menina foi aos prantos pelos pecados
Sua dor cresce por dentro profundamente
Fugindo em agonia
Ela não poderia ver para descobrir

Alguém espera - para que ela vá
O Senhor mais sombrio - ele a quer também
Ele próprio deve - ela é uma luz especial
Por sua doçura - Nas noites mais escuras
Este menino - consumido pelo amor
Deve encontrar o seu caminho - Os senhores sombrios dominam
Lutando contra - para encontrar o seu amor
E reivindicar a magia chifre do unicórnio

Através da escuridão e desespero leva-lhe o amor
Avançar em rápidas asas através labirintos na frente dele
Guiados por espíritos que permanecerão ao seu lado
Ele deve curar o seu mundo novamente

Salve sua princesa das sombras tire-a de sua prisão
O crescente mal pretende governar o mundo com punhos de ferro
Lutar por um beijo de seus doces lábios ele irá
Ele trouxe de volta à luz, tornando as coisas certas
E assim a lenda diz


Através da escuridão e desespero leva-lhe o amor
Avançar em rápidas asas através labirintos na frente dele
Guiados por espíritos que permanecerão ao seu lado
Ele deve curar o seu mundo novamente

Salve sua princesa das sombras tire-a de sua prisão
O crescente mal pretende governar o mundo com punhos de ferro
Lutar por um beijo de seus doces lábios ele irá
Ele trouxe de volta à luz, tornando as coisas certas
E assim a lenda diz.Wiképedia.

Unicórnio.

As informações sobre os seus poderes remontam de 398 a. C, quando alguns viajantes relatavam terem visto unicórnios em países distantes. A descrição era de um animal com corpo de cavalo, patas traseiras de gazela, rabo de leão, barbas de bode e, da testa saía-lhe um chifre comprido e retorcido. Este chifre teria a virtude mágica de descobrir a presença de venenos, motivo pelo qual era procurado com afinco.
Ele figura em diversos desenhos contidos nos livros de tratados alquímicos para representar num único ser a reunião dos opostos. Os herméticos, quando estavam prestes a realizar uma grande descoberta, desenhavam um unicórnio como uma espécie de guardião desta informação. Também simboliza com seu chifre no meio de sua fronte, a flecha espiritual, o raio solar, a espada de Deus e a revelação divina. Os alquimistas viam no unicórnio a imagem do hermafrodita (homem e mulher); um ser que transcende a própria sexualidade.
Durante a Idade Média, na iconografia cristã, transformou-se no símbolo da encarnação do verbo de Deus no seio da Virgem Maria, ou seja, a virgem fecundada pelo Espírito Santo.
Na China, o nome do unicórnio é Ki lin, símbolo da mansidão e da boa sorte. Esta designação representa o masculino-feminino, o yin e yang, uma caracterização também aceita no Ocidente. Embora seja um animal contido apenas nas histórias e lendas, ele aparece em quase todas as culturas, simbolizando as qualidades que o ser humano ainda precisa ter: retidão e paz de espírito para conquistar seu caminho evolutivo.
Na Idade Média, os poderes medicinais do chifre do unicórnio constavam na lista dos remédios aprovados pela Sociedade Inglesa de Medicina. Seu preço era exorbitante; os comerciantes justificavam que "esse animal vivia na Índia e era muito difícil a sua captura". A dança do unicórnio é um divertimento que acontece ainda no Extremo Oriente na festa do meio do outono. O unicórnio seria uma variante do dragão - outro símbolo régio - representado como o senhor da chuva que luta contra o sol e o responsável por secas e calamidades. Assim como o dragão, ele teria nascido das nuvens (inconsciente), sempre anunciando chuvas fertilizantes e abundância de água (limpeza). Este animal mitológico representa a pureza da alma, o inconsciente do homem, a força, a retidão e a palavra de Deus.Wiképedia.