quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O DECLINIO DO ÍMPETO CRUZADO.


MOUROS CONTRA CRISTÃOS.
A derrota dos cristãos frente a Saladino na batalha de Hattin, em 1187 (no final dela 200 templários foram executados), a perda definitiva de Jerusalém, em 1244, com a conseqüente expulsão do restante dos ocidentais da Palestina menos de 50 anos depois, abateu o ânimo das empresas cruzadas. Espírito este que já fora profundamente abalado quando a Quarta Cruzada, ocorrida em 1204, desviando-se totalmente dos seus objetivos, terminara por assaltar e pilhar Constantinopla, a capital da cristandade oriental. Algo que começara em 1095 como um forte e sincero apelo à fé, a retomada dos Lugares Santos das mãos dos infiéis, um tanto mais de século depois desandara numa empreitada militar de traição e vilania cometida por cavaleiros ocidentais contra os próprios cristãos.(*)
[*] O assalto dos latinos à grande cidade grego-cristã-ortodoxa selaria para sempre o Cisma da Cristandade, pois nunca mais as Igrejas de Roma e a Grega de Constantinopla fizeram as pazes.
A própria reciclagem da função da Ordem, de trincheira avançada dos cruzados para banco de empréstimos, foi significativa do desencanto crescente da nobreza e do povo em seguir a bandeira da cruz contra o Crescente.
Deste modo, a cabeça coroada de Filipe, o belo, monarca sempre carente de recursos, deu em pensar qual a utilidade verdadeira do tesouro dos Templários? Se não se prestava mais para financiar as expedições dos cristãos em território muçulmano para que mais serviria? Além disso, aquela constelação de castelos, fortalezas e conventos nas mãos dos guerreiros de Cristo, formava um império fora das vistas do soberano: a Ordem dos Templários posava como se fora um estado dentro do estado.

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