quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O GÓTICO E O SECULO XXI


Nos anos 90 vimos o Rock se revitalizar na roupagem do Heavy-metal, ao mesmo tempo em que o gótico ganhava oxigênio sob o influxo do “Doom Metal”, do vigoroso Black Metal e do EBM.
As casas góticas paulistas que haviam definhado durante a década de 90 parecem ressurgir como opção do universo “Underground”.
Nos parece que os reflexos negativos da era da globalização estão despertando nas novas gerações um sentimento muito parecido com a falta de perspectiva tão latente nas gerações da década perdida.
As pistas de dança dos velhos porões do centro de São Paulo voltam a ficar cheias.
Há uma notória diversidade de estilos desde de clássicos como “Type o Negative”, passando por “Lacrimosa”, “Theatre of Tragedy”, “Tristania”, etc.
Ainda que alguns questionem a vitalidade do gótico enquanto movimento, sobre a alegação da ausência de projetos ou objetivos de transformação, pode-se observar uma latente agitação neste universo.
Não há dúvidas de que a manutenção das atividades do movimento gótico centra-se na esfera de lazer e do consumo, todavia, o fenômeno da globalização cristalizou realidades como a internet, multiplicando a interação entre jovens de todas as partes do mundo em torno dos respectivos assuntos de interesse comum.
Entre os góticos a intensidade do fenômeno não é diferente, sites sobre a cultura gótica em geral multiplicam-se pela rede, tornando ilimitada a profusão e o acesso a informações sobre as atividades deste circuito.
Todas as semanas grupos e casas noturnas articulam-se na promoção e na realização de eventos temáticos, conquistando cada vez mais um número maior de adeptos e simpatizantes do gênero.
Ao que parece, a capacidade de adaptação e assimilação dos novos estilos trouxe uma certa maturidade ao movimento, que acaba de completar 20 anos de existência, entre nós.
O futuro e a incerteza são irmãos que caminham de braços dados, mas, definitivamente o gótico demarcou sua presença e seu espaço na sociedade cosmopolita Paulista e dificilmente deixará de ser notado
1. Cf. Antônio Geraldo da Cunha; Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, pp. 389 e 391.
2. Cf. Gilberto Cotrim; História e Consciência do Mundo, a respeito da formação dos reinos bárbaros, p. 132.

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