Por outro lado, os ciganos também não se esforçam por quebrar as barreiras, que os separam dos demais povos, talvez por saberem que se abrirem os limites de seus acampamentos aos gadjôs ou não-ciganos, também chamados de gadjês, a mescla dos povos será inevitável, as tradições perderão sua pureza, os costumes e hábitos serão modificados, os princípios e valores de tal maneira modificados, que paulatinamente acabariam por destruir e matar o povo cigano.
Existe uma idéia geral de que as populações do mundo têm preconceitos contra os ciganos; porém, se observarmos com atenção, veremos que é só eles que têm preconceitos, que não querem se misturar, desaconselhando e combatendo severamente os relacionamentos entre ciganos e não-ciganos, especialmente as uniões pelo casamento.
O IDIOMA
Uma das maneiras de os ciganos se manterem unidos, vivos, com suas tradições preservadas é o idioma universalmente falado por eles, o romani ou rumanez, que é uma linguagem própria e exclusiva.
É expressamente proibido ensinar o romani para os não-ciganos; e os ciganos fieis às tradições, que prezam sua origem, seus irmãos de raça, que são verdadeiros ciganos, sabem disto. Portanto, quando alguém que se diz cigano quiser ensinar o romani, geralmente às custas de dinheiro, ou então passar segredos e as íntimas particularidades da vida cigana é bom ter cuidado, pois com certeza, ele ou ela não é um autêntico cigano, obediente aos preceitos e princípios de seu povo. Ele poderá ser até cigano de origem, mas não será mais um cigano de alma e coração capaz de manter a honradez de seus antepassados e contemporâneos autênticos.
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