contos sol e lua

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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A FAMILIA,


Essa é sua família, formada pelas criaturas das Sombras, essa é sua Sagrada Família, e elas lhe conhecem pelo Nome de Elizabeth.
Por isso você é feliz ali, porque nesse espaço-tempo existem muitos Nomes para chamar na Noite Escura; e quando você sente-se só, como agora, procura a Noite, para chamar as criaturas, porque conhece Seus Nomes, que são sua família nas Sombras, seres que lhe acompanham, que caminham com você, desde o tempo fora dos Tempos.
Nesse lugar, você caminha com a morte, porque conhece a sua dualidade; você tem seus pés banhados pelos rios de lágrimas que foram deixados nos cemitérios, por aqueles que não compreendem a Noite e sua solidão, por aqueles que não conhecem a morte nas Sombras.

Cemitérios, a Fronteira entre os Mundos

Mas para você, os sepulcros, as fossas, as lapides, são apenas uma fronteira entre os mundos; fronteira na qual você gosta de estar, sentar-se, e divertir-se com as criaturas noturnas, que aprendem nas historias escritas nas pedras, como evitar oesquecimento e assim enganar a morte.
Nem todos tem um Nome para chamar na Noite Escura, por isso tantos vivem em solidão, porque não aprenderam sobre as Sombras da Noite.
Quem conhece essas criaturas no está sozinho, pois na viagem entre as existências, na travessia entre a Vida e a morte, entre a morte e a Vida, entre o nascimento e o renascimento, somente esses seres Escuros, somente esses temidos seres, podem nos acompanhar.

As Criaturas das Sombras

Porém quando não se conhecem seus Nomes, devemos viver sozinhos, morrer sozinhos, viver em solidão e morrer em solidão.
A ignorância da existência das criaturas Escuras, a ignorância do Povo da Noite, é a raiz do medo da morte, e a crença na solidão e na separação.
A transição final acontece quando a Luz não encontra mais espaço para Ser, para estar na matéria, e então a Vida se retira.
Mas ainda que a Luz e seus seres se apagam temporalmente da consciência, o Ser não fica sozinho, pois as criaturas noturnas o acompanham, de longe se lhes temem, da mão se o Ser as aceita como parte de um processo natural de Vida e renascimento.

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