quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A ciencia dos Espíritos.


ELIPHAS LEVI, o mais importante ocultista do século XIX, escreveu um conjunto de livros que constitui um curso completo de Filosofia Oculta. A maioria desses livros foram traduzidos para a língua portuguesa, fornecendo ao estudioso de Ocultismo as bases necessárias para que possa atingir, por seu esforço, as luzes do conhecimento. Seus livros contêm o desenvolvimento da teoria cabalística,trazida até sua época por Guilhaume Postel, Raymund Lullo, Paracelsus, Jacob Boheme, Kircher,Khunrath, Louis Claude de Saint-Martin e tantos outros mentores do Gênero Humano. O próprio Eliphas Levi foi às fontes originais, consultando velhos manuscritos hebreus, latinos ou gregos.Desvendou o Zohar, traduzindo os trechos mais importantes. Para seus discípulos; penetrou no Sepher Yetsirah, como todo cabalista deve fazer. Estudou a fundo os Evangelhos apócrifos, bem como todos os antigos grimórios que pôde reunir em uma vida repleta de pesquisas e de trabalho, o que lhe permitiu adquirir grande erudição.Em A CIÊNCIA DOS ESPÍRITOS, Eliphas Levi explica os dogmas cabalísticos, que contêm em resumo toda a Ciência, mas a Ciência da qual eles são a expressão foi desenvolvida nas suas obras precedentes: a História da Magia explica as asserções contidas no Dogma e Ritual da Alta Magia; a Chave dos Grandes Mistérios completa e explica a História da Magia. A Ciência dos Espíritos dá a chave dos dogmas cabalísticos, cuja doutrina em seu conjunto forma uma verdadeira Ciência. Esse
livro nos introduz na essência da Bíblia; demonstra-nos a imortalidade da alma, ergue o véu do Plano Invisível e adverte-nos dos perigos que corre o viajante temerário, que profana as regiões desconhecidas da Natureza.A CIÊNCIA DOS ESPÍRITOS harmoniza o Antigo Testamento com o Novo; busca a Ciência Cabalística nas suas origens, através das Escrituras Santas legadas ao Gênero Humano pelo Judaísmo e pelo Cristianismo. Faz a Luz jorrar das antigas lendas bíblicas, explicando-nos o sentido real do simbolismo religioso pelas chaves cabalísticas. Confronta os fenômenos modernos do Espiritismo com as antigas narrações bíblicas sobre os espíritos, evocações sangrentas e aparições.Relata-nos a história de Jesus segundo o Talmude e segundo a Tradição Oculta; explica-nos os fenômenos que denominou "Espíritos Reais e Hipotéticos", "pretensos espíritos ou fantasmas", pela teoria dos cabalistas sobre os anjos, demônios e as almas dos mortos.Este livro, um dos mais importantes do autor, reconcilia a Ciência com a Fé, destruindo as superstições e os preconceitos, e fornece mais poesia e revelação ao simbolismo dos próprios Evangelhos. Mostra-nos, ademais, que as lendas e alegorias mais distanciadas da realidade objetiva são as que apresentam maior ligação com a Revelação Divina. Deixa claro que as Escrituras Sagradas são alegorias iniciáticas e que a história dá lugar ao símbolo.Por intermédio da luz que emana da Divindade e que iluminou seu Espírito, Eliphas Levi explica-nos as diferentes lendas evangélicas, relacionando-as com os mistérios da evolução humana nos diferentes planos da Criação. Descreve-nos os mais sublimes quadros de visões, trazendo à terra as apoteoses do Mundo Divino. Em muitas passagens ele é magistral; suas páginas parecem poemas, compostos com a beleza da inspiração divina. Suas narrações levam-nos a um mundo desconhecido,pleno de beleza e de amor; traçam-nos o caminho que todo homem deve seguir para atingir a Glória
de habitar com o Cristo; mostram as contradições e o desespero dos "filósofos" sem fé e dos crentes passivos que não procuram o conhecimento. A todos demonstra a necessidade de reconciliar a razão com a fé, de conduzir simultaneamente sua vida no trabalho e na prática da caridade. A Salvação está no equilíbrio da Força e da Beleza: "a harmonia resulta da analogia dos contrários". A letra mata e o espírito vivifica. O Cristo fala no coração do justo que se fez digno de coabitar com o Verbo, que não mede sacrifícios para ajudar seu semelhante a caminhar em paz na senda da Verdade e da Justiça.Conduzir a própria vida no sacrifício, no trabalho e na prática da Caridade é viver segundo os preceitos cristãos.Em essência, essa doutrina é tão antiga quanto o homem sobre a terra, pois que o retorno à Divindade pressupõe a restauração da grandeza primitiva do filho. E essa dignificação da natureza humana não se faz sem o concurso da Graça Divina. Mas para que a mão de Deus paire sobre a cabeça do homem, é necessário que este tenha méritos. É preciso que sua obra de Reconciliação abrace toda a Humanidade e que seus feitos em benefício de seus semelhantes possam produzir uma energia que,subindo até o Plano Divino, comova até o próprio Criador do Universo. Essa força, produto da Vontade Humana, atrairá as energias divinas que jorrarão na alma do Iniciado, formando um manto de luz.Esse homem, cada vez mais sintonizado com a Vontade Divina, servirá de elo de ligação do Céu com a Terra. E esse trabalho de Regeneração da Humanidade, de Reintegração da criatura no seio do Criador, difundido a todos os povos da terra pelo Cristo e por seus seguidores, foi, necessariamente realizado pelo primeiro Adepto que a Humanidade conheceu e que a Cabala personifica na figura de Adão, o primeiro pecador e o primeiro a obter a Reintegração. Adão forma o tipo do homem tornado Filho de Deus, como Jesus Cristo, o exemplo a ser seguido por todos os homens.A Iniciação promete a Reconciliação do Judaísmo com o Cristianismo através da consideração do Schin (c), que entra na palavra Jehovah (h w h y) formando Jehoschuah (h w c h y), o Messias, o Cristo. É o grande mediador universal posto a serviço da regeneração do homem. É a ferramenta do Grande Arquiteto do Universo que desbasta a Pedra Bruta, colocando-a no edifício do tempo que, depois de construído, aparecerá na Jerusalém Celeste, como nos narra São João em seu Apocalipse.A CIÊNCIA DOS ESPÍRITOS, isto é, a Ciência segundo o Espírito, que explica a iluminação dos seres criados, enaltecendo suas inteligências e seus corações, é a mesma tanto no Antigo como no Novo Testamento, como demonstra Eliphas Levi em todas as suas obras. É a Tradição Oculta ensinada nos antigos santuários que chegou até nós e que o Autor vivifica com o talento que nos é conhecido. Essa Ciência, ensinada a Moisés, Esdras, Daniel, Ezequiel, Davi, Salomão e a tantos outros adeptos surgidos na humanidade, foi reconstituída no advento do Cristianismo e adaptada aos novos passos que a humanidade iria dar em sua evolução coletiva. Isso explica por que a doutrina cristã não se limitou ao povo hebreu, mas conquistou o mundo. O conhecimento da tradição primitiva pelos primeiros cristãos é demonstrado nas obras cabalísticas que são o Apocalipse e o Evangelho segundo São João. As mais belas narrativas do Mundo Divino já vistas são inspirações divinas destinadas a fortalecer a doutrina da religião nascente. Essa tradição se mantém intacta em pleno século XX e será legada à posteridade por aqueles que fazem por merecer o apoio do Reparador. Pois se os campos tornam-se desertos, a mão da Providência faz com que a fertilidade surja em outras terras. E os homens deslocam-se para a Terra Prometida, material espiritualmente falando. Foi assim que o Cristianismo trouxe aos gentios a oportunidade de serem chamados Filhos de Deus, e nisso está o seu grande mérito. A Nova Jerusalém não é deste mundo, mas todo lugar que acolher um Filho do Eterno será chamado "Terra de Israel".Toda a Ciência está na afirmação de que o Verbo é o Princípio e o Fim de todo o trabalho de criação;ele é o alfa e o ômega. Ele é Deus e se manifesta para extinguir as trevas e resgatar os homens da escravidão das paixões e dos vícios. Ele se faz carne para que a vontade do Pai se afirme e se una à Vontade do Filho. É preciso que o homem adquira a CIÊNCIA DOS ESPÍRITOS e que em espírito vá até o mundo de Yetsirah receber a unção do Verbo, que descerá dos mundos superiores, podendo ser recebido pelo Anjo de Deus, como ocorreu com São João; irá, assim, vislumbrar a Árvore da Vida e a Jerusalém Celeste, sentindo no próprio íntimo a abertura dos sete selos. Soarão, então, as sete trombetas, manifestando o júbilo do Céu pela apoteose do coroamento de um novo Eleito, pela derrota da besta e do falso profeta. Quando regressar ao Plano Físico, trará a mensagem divina às sete Igrejas e a todos os povos da terra."O homem nada pode quando está só", explica-nos Eliphas Levi. "As Grandes Forças Humanas são as forças coletivas. O homem deve receber em si a Luz Divina, que jorra substancialmente do seio de Deus, e projetá-la por sua vez sobre toda a Natureza; ele deve atrair toda a criação inferior pelo amor,e lançar-se em direção a Deus por esforços jamais esmorecidos."Sociedade das Ciências Antigas.ELIPHAS LEVI.

Nenhum comentário: