quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Todas as Idades da Vida.


Do nascimento à velhice, cada fase da vida tem lições importantes a nos ensinar. Aprender a assimilá-las com sabedoria nos ajudará a compor uma existência mais harmoniosa para a nossa alma imortal.
Por Carlos Cardoso Aveline.
Não pergunte qual é a idade mais importante da sua vida. A idade mais importante é a que você tem agora. O momento mais decisivo é este preciso instante. O dia mais pleno é o dia de hoje – e isso tem sido assim desde sempre.
O instante presente contém em si os resultados de todos os aspectos do passado e as sementes de todos os momentos futuros. O passado e o futuro são infinitos, mas são influenciados pelo que ocorre agora.
Embora os fatos do passado não sejam alterados, o modo como eles são percebidos é sempre diferente, à medida que vivemos novas situações. Um estado de espírito otimista mostrará um passado feliz. Um sentimento de raiva atrairá lembranças de rancores e conflitos. O ponto de vista da sabedoria mostra que tudo o que passou traz lições, e que freqüentemente os nossos sofrimentos foram mais produtivos do que os momentos agradáveis. Além disso, o mesmo e velho passado nos dá lições diferentes a cada instante. À medida que enfrentamos desafios inéditos, enxergamos significados novos em acontecimentos distantes no tempo.
Assim, o passado não é infinito apenas no sentido cronológico. Há um número ilimitado de pontos de vista a partir do qual podemos olhar para ele, e o mesmo ocorre em relação ao futuro. Para a alma imortal, uma vida é uma obra de arte, e ela pode ser bem realizada desde o início até o seu final. Do nascimento à velhice, uma vida passa por fases muito diferentes, mas, internamente, ela forma uma unidade. Cada faixa etária tem uma relação viva com todas as outras. Se tenho 80 anos, posso me reconhecer como continuação do garoto de 8 anos que fui. Se sou um adolescente de 17, possuo em mim o material que florescerá no futuro cidadão experiente de 70 anos. Assim, seja qual for minha idade, ela contém as heranças das idades anteriores e também as sementes que germinarão, ou não, no futuro. O livre-arbítrio me permite eliminar pela força da compreensão as sementes negativas herdadas do passado, enquanto faço germinar pelo poder da sabedoria as sementes positivas. Na verdade, portanto, todas as minhas idades estão presentes em cada momento da minha vida. Posso dialogar com os meus “eus” de idades prévias, e também com os “eus” de idades futuras.
Pureza infantil: resultado dos longos anos em que a alma se refaz, no plano espiritual, entre uma e outra encarnação.
A vida é um mistério fascinante. Nossa existência pessoal é como uma casca de noz que navega durante 80 ou cem anos pela onda de vida de um planeta situado na periferia de uma galáxia menor. Essa galáxia, por sua vez, navega em um mar eterno e infinito, para o qual um período de 15 bilhões de anos é pouca coisa.
Embora a vida da nossa casca de noz pessoal seja passageira, a nossa alma imortal pode reencarnar e receber como instrumentos de navegação novas cascas de nozes no futuro, até atingir a perfeição humana. Naturalmente, não nos lembramos das vidas anteriores. A lei universal estabelece que – salvo exceções – nenhuma casca física recorda, com sua mente cerebral ou seus cinco sentidos, as experiên-cias da casca anterior. Afinal, não é o corpo físico nem o eu inferior que reencarna, mas a alma imortal. Só ela tem direito a navegar no oceano do tempo eterno e do espaço infinito. A alternativa que nos resta é elevar nossa consciência até ela. Só então compreenderemos de fato a vida.
A criação do mundo repete-se, em pequena escala, cada vez que uma criança é concebida. Assim como a vida do planeta começou no mar, a vida de cada um de nós começa no líquido amniótico do corpo da mãe. O feto refaz em miniatura as etapas da vida na Terra. A criança nasce como um animal indefeso, depois rasteja como um réptil e, mais tarde, faz brincadeiras que recordam inconscientemente etapas anteriores da história humana. Nossa alma imortal se aproxima do nosso corpo infantil aos poucos. A criança traz ao mundo uma pureza que é resultado – segundo a filosofia esotérica – do longo banho abençoado que foi a passagem da alma pelo devachan, o “local divino”, o período de descanso espiritual entre uma encarnação e outra. O devachan dura normalmente de mil a quatro mil anos.Revista Planeta.

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