quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Todas as Idades da Vida .
Modesto Wielewicki
Na velhice, a existência deve ser mais dedicada aos estados contemplativos.
Dos 56 aos 63 anos – Ingressamos aqui na idade madura. Os efeitos da segunda volta de Saturno se dão entre os 56 e 59 anos, trazendo novas possibilidades de grandes transformações. Há um exame cármico geral e rigoroso e uma severa avaliação dos rumos da vida. É possível que ocorram tempestades e mudanças estruturais. Se não houver necessidade de grandes guinadas no rumo da vida, a renovação será interior e a alma avançará produtivamente para a longa reta final do envelhecimento. Do ponto de vista prático, as recomendações mais cruciais a partir de agora são:
* Evitar dívidas e outras situações econômicas complicadas.
• Manter atividades produtivas, seja profissionalmente ou como voluntário.
• Desarmar os conflitos emocionais e os rancores em cada relacionamento pessoal e profissional.
• Manter uma atitude jovem e viver cada momento aproveitando o que ele traz de bom.
• Dedicar uma boa parte do dia a pensar nas coisas eternas e infinitas.
• Caminhar diariamente meditando, junto à natureza ou em local tranqüilo.
• Manter o humor leve, apreciar a beleza do céu e sorrir para a vida.
Esses itens são recomendáveis para qualquer tempo. Agora, no entanto, eles ganham uma importância decisiva. Quando nosso corpo é velho e frágil, é indispensável ter sabedoria interior e juventude de espírito. Mas há uma dificuldade. Quanto mais idade temos, mais difícil é fazer mudanças. Por isso, é aconselhável aproveitar as fases da vida em que ainda somos bastante maleáveis para educar a nós próprios e criar hábitos que levem a uma existência fisicamente longa e emo- cionalmente feliz.
De 63 a 70, de 70 a 77 e de 77 a 84 anos – As tendências anteriores ficam mais acentuadas. Já não são épocas propícias para inovações desnecessárias. Mas uma vida profissional ativa é perfeitamente possível até os 80 anos. Viver intensamente o presente é fundamental, mas fique longe de conflitos. A vida deve ser dedicada cada vez mais aos estados contemplativos. Os assuntos humanos de curto prazo precisam ser tratados com moderação, reconhecendo-se que são coisas de importância passageira. A prioridade é a ampliação dos horizontes e a compreensão das verdades eternas. Já podemos admirar os resultados da nossa vida. E ainda podemos ampliar o trabalho realizado, aumentando nossa capacidade de amar e de fazer o bem. Estamos livres de amarras: podemos viver cada dia com intensidade. Assim, avançamos harmoniosamente até além dos 100 anos de idade. E quando largarmos definitivamente o nosso velho corpo, iremos para o longo e glorioso período de descanso entre duas vidas, que a filosofia esotérica chama de devachan. E ali teremos uma existência abençoada até que o ciclo do renascimento comece outra vez e os nossos futuros pais se conheçam.
Reprodução
Franklin: consciência da natureza cíclica da vida universal.
Consciente da natureza cíclica da vida universal, o bem-humorado pensador e líder político Benjamin Franklin escreveu o seguinte epitáfio para si mesmo, quando pressentiu a chegada da morte:
"O corpo de Benjamin Franklin, impressor, assim como a capa de um velho livro, com seu conteúdo gasto e já sem títulos dourados, aqui jaz como alimento para os vermes. Mas o trabalho não estará perdido, pois ele, acredito, reaparecerá mais uma vez, numa edição nova e mais elegante, revista e corrigida pelo Autor.” (As Escolas de Mistérios, de Clara Codd, Ed. Teosófica, Brasília. Ver p. 112.)
A vida é infinita, e só as formas são passageiras. Temos todos os elementos para construir com eficácia a grande obra de arte que é nossa existência atual. Não há conhecimento mais importante do que essa ciência de viver. A concepção realista da vida como um conjunto que tem início, meio e fim nos permite atuar com mais sabedoria nas situações específicas. Assim, fica mais fácil transformar cada dia da vida em uma pequena obra de arte. A nossa felicidade é ainda maior quando sabemos que na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, e a cada final corresponde, sempre, um novo começo.Revista Planeta.
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