Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis*
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
O AMOR É A DANÇA DA SUA VIDA!
A vida é a sua oportunidade.
É o solo no qual as rosas do amor florescem.
O amor, em si mesmo, é precioso - não tem nenhum objetivo, não tem significado. Ele tem uma imensa importância, tem imensa alegria, tem um êxtase próprio - mas esses não são significados. O amor não é um negócio no qual objetivos, metas, tenham importância.
Existe sempre uma certa loucura no amor.
E o que é essa loucura? A loucura é que você não consegue provar por que você ama. Você não pode dar qualquer resposta sensata para o seu amor.
Você pode dizer que faz um determinado negócio, porque precisa de dinheiro; você precisa de dinheiro porque precisa de uma casa; você precisa de uma casa, porque como você pode viver sem uma casa?
Na sua vida comum, tudo tem algum objetivo, mas para o amor você não pode dar qualquer motivo. Você pode simplesmente dizer: "Eu não sei. Tudo o que eu sei é que amar é experimentar o mais belo espaço dentro de si mesmo". Mas isso não é um objetivo. Este espaço não é cerebral. Este espaço não pode ser transformado numa utilidade. Este espaço é, ao contrário, um botão de rosa com uma gota de orvalho em cima, brilhando como uma pérola.
E na brisa da manhã, o botão de rosa está dançando ao sol.
O amor é a dança da sua vida!Osho.
CERTA MANHÃ...
Certa manhã bem cedo, antes do sol nascer, um pescador foi a um rio. Chegando à margem, sentiu alguma coisa sob seus pés, e descobriu que era um saquinho de pedras. Ele o apanhou e, colocando sua rede de lado, sentou-se na margem do rio para esperar o sol nascer. Esperava pela alvorada para iniciar seu dia de trabalho. Preguiçosamente, pegou uma pedrinha de dentro do saco e atirou-a à água. Depois apanhou outra e mais outra. Na falta do que fazer, continuou jogando as pedras na água, uma após a outra.
Lentamente, o sol foi surgindo e iluminando. A essa altura, ele já havia jogado todas as pedras, menos uma; a última ficou na sua mão. Seu coração quase parou, quando viu, à luz do dia, o que segurava nas mãos. Era uma pedra preciosa! No escuro, ele havia jogado um saco inteiro delas! O que havia perdido sem saber! Cheio de pesar, amaldiçoou a si mesmo. Lamentou-se, chorou e quase enlouqueceu de desgosto.
Acidentalmente, havia encontrado a possibilidade de enriquecer pelo resto da vida, mas na escuridão, por ignorância, havia perdido a chance. Por outro lado, ainda teve sorte: sobrara-lhe uma pedra; a luz havia surgido antes que ele a tivesse jogado também. Geralmente, as pessoas não têm tanta sorte.
Há escuridão por toda parte e o tempo voa. O sol ainda não surgiu e já desperdiçamos todas as pedras preciosas da vida. A vida é um imenso tesouro e o homem não faz nada além de jogá-lo fora. No momento em que compreendemos a importância da vida, o tempo já passou. O mistério, o segredo, a graça, a redenção, o paraíso - tudo é perdido. E a vida é desperdiçada.Bhagwan Shree Rajneesh. Osho.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
As Serpentes do Inferno.
OS EGÍPCIOS ACREDITAVAM QUE DURANTE A NOITE, apesar do deus-Sol se tornar invisível, a divindade continuava a sua jornada. Ao pôr-do-sol o deus passava da barca do dia para a barca da noite e, junto com outras divindades, navegava nas águas subterrâneas através das regiões das horas noturnas, iluminando o mundo das sombras e vencendo criaturas hostis. Uma das obras que narra essa viagem é chamada modernamente de Livro de Him no Inferno e, entre outras coisas, ela descreve as serpentes que habitavam o além-túmulo. As paredes da tumba de Tutmósis III (c. 1479 a 1425 a.C.) imitam um enorme papiro com cenas desse livro, como essa que vemos acima na qual uma serpente e mais doze deidades arrastam a barca de Rá. Nessa jornada, enquanto visitava o reino dos mortos, a divindade lutava contra vários demônios que tentavam impedir sua passagem. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos e o demônio líder de todos eles era a grande serpente Apófis. Ela era a serpente que habitava o Nilo celeste e algumas vezes surgia do fundo das águas para atacar o deus-Sol e fazer sua barca soçobrar. Gigantesca, ela acaba sendo derrotada pelo deus Seth, que, na proa do barco solar, a trespassa com o arpão.
DE ACORDO COM A LITERATURA EGÍPCIA, o inferno dividia-se em 12 regiões que correspondiam às 12 horas da noite e o deus-Sol levava uma hora para atravessar cada uma delas. Nesse trajeto os demônios procuravam obstruir sua passagem e impedir que ele ressurgisse na Terra no dia seguinte. O egiptólogo Alan Shorter nos diz que nos relatos dessa jornada deparamo-nos com uma hoste de misteriosos seres, enquanto lagos de fogo, vítimas sacrificadas e um sem número de serpentes compõem, juntos, um verdadeiro pesadelo. Ao iniciar a viagem a divindade já sai acompanhada por serpentes, mas estas são suas companheiras: 12 deusas com forma de ofídios cujo trabalho consiste em iluminar a escuridão.
NA QUARTA REGIÃO O DEUS-SOL ENFRENTA inúmeras serpentes fantásticas com cabeças humanas e muitas pernas curtinhas ou com asas e múltiplas cabeças de cobra. Uma dentre essas serpentes é dotada de pernas e braços humanos e três cabeças, duas numa das extremidades do corpo e uma na outra. Essa última é segurada por um deus que mantém o monstro sob controle. Tal serpente é a divindade conhecida pelo nome de Nehebkau, a qual tem uma trajetória de vida interessante: inicialmente ela era apenas um réptil monstruoso que ameaçava os mortos mas, posteriormente, foi domesticada e passou a ser ministro do próprio deus-Sol. Em sua nova função era provedora de alimentos para os falecidos, inclusive para o faraó, a quem protegia e recebia no mundo subterrâneo servindo-lhe comida. Regenerado, esse deus invisível passou a ser conhecido como aquele que protege os espíritos e exercia seu poder protetor não apenas no além-túmulo, mas também durante a vida das pessoas. O Texto das Pirâmides refere-se a ele como esposo da deusa Selkis e, por consequência, associado aos encantamentos contra picadas venenosas. Dizia-se que esse deus havia engolido sete najas, do que advinha o seu poder mágico. Outra tradição afirmava que o deus era filho de Geb e Renenutet, o que o associava à terra e à fecundidade, o que, por sua vez, podia ser o fator responsável pelos seus poderes. Em um dos encantamentos do Livro dos Mortos o defunto pede para outras deidades que lhe recomendem a Nehebkau, de maneira que seu coração possa ser aceito na vida após a morte. Nehebkau também foi chamado de aquele que mantém as energias reunidas, pelo que se desejava significar que nele estavam reunidas as energias do universo em sua totalidade. Ele era um ser primevo e, como tal, um réptil indestrutível e invulnerável. Como um ser primevo, Nehebkau pertencia ao mito da criação e nunca teve, tanto quanto se sabe, um centro de culto próprio ou um culto significativo nos grandes templos.
NEM TODAS AS SERPENTES AFRONTAVAM O DEUS. No portal da terceira região, por exemplo, ficava postada a serpente Qaby. O espaço defronte ao portão é guardado por serpentes que cospem fogo. Entretanto, quando o deus-Sol chega ao local, nove deuses que ali se encontram defendendo os muros louvam-no dizendo:
Aberto está o portão para o Morador do Horizonte, escancarada a porta ao Morador dos Céus! Salve e seja bem-vindo, viajante que percorreste o ocidente inteiro!
NA SEXTA REGIÃO HABITAVA OUTRA SERPENTE IMENSA chamada Am-akhu e conhecida como Devoradora dos espíritos. É representada rastejando, mas com a cabeça erguida. Por sobre o ponto mais proeminente de cada uma das quatro ondulações de seu corpo surge uma cabeça humana barbada: são as cabeças dos quatro filhos de Hórus, as divindades guardiãs dos vasos canopos. Sua função era a de devorar as sombras e de engolir os espíritos dos inimigos de Rá, de onde advém o seu epíteto de devoradora dos espíritos, e destruir aqueles que fossem hostis ao deus-Sol no mundo subterrâneo.
NA OITAVA REGIÃO HÁ SERES MISTERIOSOS que habitam as águas. Aí também se encontram os inimigos de Osíris, retratados na ilustração acima em número de doze, em posturas de agonia, em grande confusão, de braços atados, enquanto uma imensa serpente de nome Khéti, vomita fogo sobre eles. Ao lado, Hórus, o filho de Osíris, a primeira silhueta à esquerda na figura acima, profere uma sentença terrível para os prisioneiros:
Sereis cortados em pedaços e passareis a não mais existir! Vossas almas serão destruídas, não mais vivereis, pelo que fizestes ao meu pai Osíris! Ó Khéti, minha serpente, tu, Fogo Poderoso, de cuja boca sai esta chama que está em meu Olho, cujas ondulações são guardadas por meus filhos, abre a tua boca, move tuas mandíbulas, vomita o teu fogo contra os inimigos de meu pai, queima seus corpos, devora as almas com o hálito quente de tua boca e com o fogo que está em teu ventre!
NA NONA REGIÃO HABITAM 12 NAJAS, ou seja, uma dúzia de serpentes uraei, que cospem fogo pela boca e, dessa maneira, iluminam a escuridão do mundo subterrâneo para Osíris. São elas, também, que provocam a destruição daqueles que são derrotados no além-túmulo. São elas, ainda, que rechaçam as serpentes de todo tipo que rastejam pelo chão e que não tenham formas reconhecidas pelas divindades do submundo. Elas vivem do sangue daqueles que elas fazem em pedaços diariamente; mas só são destruídos, na verdade, aqueles que não conhecem as fórmulas mágicas. Quem as conhece, consegue passar incólume por essas cobras sem ser queimado.
NA DÉCIMA REGIÃO OCORREM OS ATAQUES DO PIOR inimigo de Rá, a serpente Apófis, que representava as tempestades e as trevas. Enfrentada por deuses munidos de facas e atada pelo pescoço com uma longa corrente, firmemente mantida por mais de 20 divindades, o monstro não obtém sucesso. O deus-Sol atravessa os domínios da serpente enquanto ela permanece presa em seus grilhões. Na décima primeira região, ou seja, já quando o Sol se prepara para renascer em um novo dia, novamente a serpente Apófis ameaça o barco de Rá. Mais uma vez diversas divindades, armadas de enormes facas, enfrentam o monstro, que aqui também surge preso ao solo por cinco correntes.
FINALMENTE, APÓS superar os obstáculos e vencer todos os inimigos, inclusive o líder de todos eles, a imensa serpente Apófis, o deus-Sol chegava à décima segunda região que é o fim do mundo subterrâneo. Tendo o barco solar chegado até aqui, o deus Rá preparava-se para emergir das águas de Nun, a divindade que personifica as águas primordiais, novamente sob a forma de um disco que iluminaria os céus deste mundo. Estando na água, o barco é mantido pelos braços do próprio deus Nun. Rá aparece na embarcação sob a forma de um escaravelho que empurra um disco solar. À sua esquerda está Ísis e à sua direita Néftis. Outros oito deuses fazem parte da tripulação. Acima do barco há uma espécie de ilha formada pelo corpo de um deus curvado, de maneira que a ponta de seus pés lhe atingem a cabeça. Nesta se apoia Nut, a deusa céu, com os braços e mãos esticadas para receber o disco do Sol que o escaravelho move em sua direção. Assim, o deus-Sol vence finalmente a última etapa de sua viagem noturna e ressurge para brilhar mais um dia sobre a Terra.F.Wikepédia.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Conto dos Três Irmãos.
“Era uma vez três irmãos que viajavam numa estrada deserta e tortuosa ao anoitecer. Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para passar a pé e perigoso demais para atravessar a nado. Os irmãos eram, porém, exímios em magia, e então simplesmente agitaram as suas varinhas e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas traiçoeiras. Iam a meio da ponte quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado. E a Morte falou-lhes. Estava zangada por ter sido roubada em três novas vítimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a Morte era astuta. Fingiu felicitar os três irmãos pela sua magia, e disse que cada um ganharia um prêmio por ter sido inteligente o bastante para lhe escapar. Então, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu uma varinha mais poderosa que todas as que existissem: uma varinha que vencesse sempre todos os duelos, uma varinha digna de um feiticeiro que derrotara a Morte! Então, a Morte atravessou a ponte, dirigiu-se a um velho sabugueiro na margem do rio, moldou uma varinha de um galho da árvore e entregou-a ao irmão mais velho. Depois, o segundo irmão, que era um homem arrogante, resolveu humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de restituir a vida aos que ela levara. Então a Morte apanhou uma pedra da margem do rio e entregou-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra tinha o poder de ressuscitar os mortos. Depois, a Morte perguntou ao terceiro e mais jovem dos irmãos, o que queria. O irmão mais novo era o mais humilde e também o mais sensato dos irmãos, e não confiava na Morte. Pediu, então, algo que permitisse ele sair daquele lugar sem ser seguido pela Morte. E a Morte, de má vontade, entregou-lhe o seu próprio Manto da Invisibilidade. Depois a Morte afastou-se para um lado e deixou os três irmãos continuarem o seu caminho e foi o que eles fizeram, comentando, com espanto, a aventura que tinham vivido e admirando os presentes da Morte. No devido tempo, os irmãos se separaram, seguindo cada um o seu destino. O primeiro irmão viajou uma semana ou mais e, ao chegar a uma vila distante, procurou outro feiticeiro com quem tinha desavenças. Armado com a Varinha de Sabugueiro como arma, ele não poderia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Deixando o inimigo morto estendido no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estalagem, onde se gabou, em alto e bom som, a poderosa varinha que arrancara à própria Morte, e que o tornava invencível. Na mesma noite, outro feiticeiro aproximou-se silenciosamente do irmão mais velho enquanto dormia na sua cama, embriagado pelo vinho. O ladrão levou a varinha e, para a cautela, cortou o pescoço ao irmão mais velho. Assim a Morte levou o irmão mais velho. Entretanto, o segundo irmão viajou para a sua casa, onde vivia sozinho. Aí, tomou a pedra que tinha o poder de ressuscitar os mortos e girou-a três vezes na mão. Para seu espanto e satisfação, a figura da rapariga em que tivera esperança de desposar, antes da sua morte precoce, surgiu instantaneamente diante dele. Contudo, ela estava triste e fria, separada dele como que por um véu. Embora tivesse retornado ao mundo dos mortais, o seu lugar não era ali, e ela sofria. Por fim, o segundo irmão, enlouquecido pela saudade, matou-se para poder verdadeiramente se unir a ela. E assim a Morte levou o segundo irmão. Embora a Morte procurasse o terceiro irmão durante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu uma idade avançada é que o irmão mais novo tirou, finalmente, o Manto da Invisibilidade e o deu ao seu filho. “E então acolheu a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e como iguais, partiram desta vida.”J.K. Rowling.
O Canto do Bardo.2.
Os Anjos são criaturas que fascinam os seres humanos há milênios. Neste novo RPG nacional, os jogadores utilizarão como personagens estas criaturas divinas em constante guerra contra o Inferno. Baseado em livros como "A Divina Comédia" e filmes como "Anjos Rebeldes" e "Cidade dos Anjos", e originalmente concebido como um RPG independente ou para ser usado como complemento de Arkanum, Anjos: A Cidade de Prata possui também tabelas de conversão para AD&D, GURPS e Storyteller. Mais um RPG nacional de Marcelo Del Debbio, lançado pela Editora Daemon. O livro, além da belíssima capa, traz também novos rituais, magias, aprimoramentos e perícias específicos para Anjos, cinco castas destas fascinantes criaturas e uma lista com centenas de anjos famosos para serem utilizados como NPCs. O livro utiliza o popular sitema Só Aventuras, e será lançado em Agosto.
O jogo Anjos: A Cidade de Prata, decrito acima, funciona também como um complemento para o RPG Arkanum, cuja segunda edição foi recém-lançada. Os anjos e demônios são criaturas recorrentes e fundamentais no clima dark de Arkanum, portanto este novo suplemento vem satisfazer aos jogadores, que queriam mais detalhes sobre a ambientação. Aqui, mais sobre as cinco castas de anjos:
Corpore: Também chamados "anjos da guarda", constituem a grande maioria dos anjos. Exemplos são os filmes Asas do desejo e Cidade dos Anjos;
Protetore: São os anjos cabalísticos, responsáveis pela milícia e pelas decisões militares da Cidade de Prata. Alguns tipos são:
Serafins - Os mais velhos e poderosos. Disputam o governo da Cidade de Prata com o Conselho dos Apóstolos;
Querubins - Os anjos crianças, responsáveis pelas curas e magias relacionadas ao amor;
Tronos - Os anjos musicais, responsáveis pelas artes e poesia.
Captares: Os anjos responsáveis pelo "serviço sujo" - treinam com as valkirias no Campo de Marte (como exemplo, temos Angela, de Spawn)
Nimbus: Os anjos com auréolas. Os mais infiltrados na Terra. Responsáveis pela inquisição, são os mais poderosos, e ao mesmo tempo os mais arrogantes. Nenhum mortal é capaz de resistir a seus poderes de influência e comando.
Recipere: Os negociantes de almas. São eles os responsáveis pela seleção das almas dos fiéis. Também são eles que forjam os itens mágicos celestiais e atuam como embaixadores nos nove níveis do Inferno.Fernando Couto Garcia.
Fábio Lemos.
O Mundo do Druidismo.
Imagine viver em um mundo onde as grandes forças da natureza não são temidas, mas compreendidas. Imagine vive num mundo onde cada pessoa fosse responsável por seu destino; imagine um mundo em que ao invés de manipular as energias da natureza os seres humanos se inspirassem
em sua beleza, seu poder oculto e sua inesgotável energia. Gostou?
Pois saiba que esse mundo existe: é o mundo do druidismo.
Para muitas pessoas, a figura do druida é geralmente a de um velho senhor de longas barbas brancas trajando vestes igualmente brancas, com um cajado à mão e capaz de controlar os elementos e operar magia. A imagem acima se aplica perfeitamente a Panoramix, o famoso druida da tribo de Asterix, personagem eternizado pelos quadrinhos e agora no cinema; também corresponde com precisão ao mago Gandalf
de "O Senhor dos Anéis" e também a Albus Dumbledore, das aventuras de Harry Potter. Apesar dessa visão clássica ainda persistir, ela está longe de ser a única imagem dos druidas.
Vindos de diversos segmentos sociais, pertencendo a ambos os sexos e a diversas faixas etárias, os druidas modernos buscam no passado a inspiração para criar um futuro melhor. Mas que passado é esse?
Entre os celtas, o mais importante povo da Europa pré-clássica, os druidas eram conhecidos como grandes sacerdotes e filósofos. Os historiadores gregos e romanos descrevem seus rituais e a importância atribuída a eles pela população das tribos celtas. Suas funções, porém, ultrapassavam em muito as de um mero sacerdote:
conhecedores dos mistérios da natureza, estudavam as propriedadesmágicas e curativas de plantas, ervas e árvores. Eram também os responsáveis pela preservação da cultura, pois eram os guardiães da história e das lendas da tribo, eternizando os feitos dos reis e rainhas em versos de rara beleza. Poetas por excelência, cantavam seus conhecimentos em versos que deviam ser memorizados, e também
atuavam como legisladores nas disputas pessoais e inter-tribais. Por fim, eram também conselheiros dos reis e rainhas celtas, em muitas vezes exercendo sobre eles a autoridade que advém não do poder, mas do respeito. Por tudo isso, podemos dizer que os druidas eram o pilar ao redor do qual toda a sociedade celta se estruturava.
A chegada do Império Romano e a posterior adoção do cristianismo apagou a estrutura sócio-cultural celta, mas os conhecimentos dos druidas sobreviveram através dos séculos em poemas, lendas e sagas que podem, quando verdadeiramente compreendidos, resgatar a sabedoria druídica. Mas no que criam os druidas?
Para os druidas de ontem e de hoje, o universo é todo feito de energia, e energia é, no fim das contas, a melhor definição para a alma. Logo, tudo no universo tem alma, merecendo assim ser respeitado e compreendido. A espiritualidade celta é rica em exemplos de árvores vivas, animais que se comunicam com humanos, rios que na verdade são o corpo de uma deusa, assim como bosques são o corpo de diversos deuses. Quando se adota uma visão dessas, fica difícil poluir um rio - afinal, seria o mesmo que matar uma deusa!
Quanta devastação teria sido evitada se os princípios do druidismo ainda estivessem arraigados em nossas práticas...
Pois é justamente isso que faz do druidismo moderno um caminho espiritual válido: ao invés de prometer uma vida eterna de paz ou tormentos, ao invés de prometer a evolução na outra vida, o druidismo põe nosso destino próprio em nossas mãos - bem como o de toda a criação. Os druidas e druidesas modernos, em seus jeans e camisetas, ternos e gravatas ou mesmo em suas túnicas rituais, lutam pela criação de um mundo mais justo, com as armas que têm em mãos: a ação. A poesia. O trabalho.
O druidismo é um caminho mágico, para aqueles que não se conformam em esperar por um líder ou em seguir cegamente o que lhes é ditado.
O druidismo é um caminho de crescimento espiritual pessoal, individual, íntimo. É um caminho transformador, que dá a todos nós a possibilidade de fazer a diferença.
Nesse mundo, aprendemos a nos relacionar de forma honrosa com o ambiente em que vivemos. Aprendemos a nos maravilhar com as coisas mais simples do dia-a-dia, tirando delas a inspiração que nos permite viver de forma mais digna, mais íntegra. Nesse mundo, cada dia é uma bênção, cada gesto é uma transformação, cada alvorada é uma nova promessa, cada palavra uma fonte de inspiração. O druidismo
é um mundo em que aprendemos a conhecer melhor os segredos do universo e, por conseqüência, aprendemos a conhecer melhor a mais complexa e importante fonte de magia que existe: nós mesmos.
em sua beleza, seu poder oculto e sua inesgotável energia. Gostou?
Pois saiba que esse mundo existe: é o mundo do druidismo.
Para muitas pessoas, a figura do druida é geralmente a de um velho senhor de longas barbas brancas trajando vestes igualmente brancas, com um cajado à mão e capaz de controlar os elementos e operar magia. A imagem acima se aplica perfeitamente a Panoramix, o famoso druida da tribo de Asterix, personagem eternizado pelos quadrinhos e agora no cinema; também corresponde com precisão ao mago Gandalf
de "O Senhor dos Anéis" e também a Albus Dumbledore, das aventuras de Harry Potter. Apesar dessa visão clássica ainda persistir, ela está longe de ser a única imagem dos druidas.
Vindos de diversos segmentos sociais, pertencendo a ambos os sexos e a diversas faixas etárias, os druidas modernos buscam no passado a inspiração para criar um futuro melhor. Mas que passado é esse?
Entre os celtas, o mais importante povo da Europa pré-clássica, os druidas eram conhecidos como grandes sacerdotes e filósofos. Os historiadores gregos e romanos descrevem seus rituais e a importância atribuída a eles pela população das tribos celtas. Suas funções, porém, ultrapassavam em muito as de um mero sacerdote:
conhecedores dos mistérios da natureza, estudavam as propriedadesmágicas e curativas de plantas, ervas e árvores. Eram também os responsáveis pela preservação da cultura, pois eram os guardiães da história e das lendas da tribo, eternizando os feitos dos reis e rainhas em versos de rara beleza. Poetas por excelência, cantavam seus conhecimentos em versos que deviam ser memorizados, e também
atuavam como legisladores nas disputas pessoais e inter-tribais. Por fim, eram também conselheiros dos reis e rainhas celtas, em muitas vezes exercendo sobre eles a autoridade que advém não do poder, mas do respeito. Por tudo isso, podemos dizer que os druidas eram o pilar ao redor do qual toda a sociedade celta se estruturava.
A chegada do Império Romano e a posterior adoção do cristianismo apagou a estrutura sócio-cultural celta, mas os conhecimentos dos druidas sobreviveram através dos séculos em poemas, lendas e sagas que podem, quando verdadeiramente compreendidos, resgatar a sabedoria druídica. Mas no que criam os druidas?
Para os druidas de ontem e de hoje, o universo é todo feito de energia, e energia é, no fim das contas, a melhor definição para a alma. Logo, tudo no universo tem alma, merecendo assim ser respeitado e compreendido. A espiritualidade celta é rica em exemplos de árvores vivas, animais que se comunicam com humanos, rios que na verdade são o corpo de uma deusa, assim como bosques são o corpo de diversos deuses. Quando se adota uma visão dessas, fica difícil poluir um rio - afinal, seria o mesmo que matar uma deusa!
Quanta devastação teria sido evitada se os princípios do druidismo ainda estivessem arraigados em nossas práticas...
Pois é justamente isso que faz do druidismo moderno um caminho espiritual válido: ao invés de prometer uma vida eterna de paz ou tormentos, ao invés de prometer a evolução na outra vida, o druidismo põe nosso destino próprio em nossas mãos - bem como o de toda a criação. Os druidas e druidesas modernos, em seus jeans e camisetas, ternos e gravatas ou mesmo em suas túnicas rituais, lutam pela criação de um mundo mais justo, com as armas que têm em mãos: a ação. A poesia. O trabalho.
O druidismo é um caminho mágico, para aqueles que não se conformam em esperar por um líder ou em seguir cegamente o que lhes é ditado.
O druidismo é um caminho de crescimento espiritual pessoal, individual, íntimo. É um caminho transformador, que dá a todos nós a possibilidade de fazer a diferença.
Nesse mundo, aprendemos a nos relacionar de forma honrosa com o ambiente em que vivemos. Aprendemos a nos maravilhar com as coisas mais simples do dia-a-dia, tirando delas a inspiração que nos permite viver de forma mais digna, mais íntegra. Nesse mundo, cada dia é uma bênção, cada gesto é uma transformação, cada alvorada é uma nova promessa, cada palavra uma fonte de inspiração. O druidismo
é um mundo em que aprendemos a conhecer melhor os segredos do universo e, por conseqüência, aprendemos a conhecer melhor a mais complexa e importante fonte de magia que existe: nós mesmos.
Bardo Celta.
Merlin, Vivien e o carvalho o qual foi preso para sempre.
0s celtas eram politeístas, com crenças baseadas nas forças da natureza. Sua religião é pouco conhecida, mesmo atualmente. Os druidas, assim como os bardos, vêm da tradição religiosa deste povo. O que se convencionou chamar de druida praticamente personifica os sacerdotes celtas.
0s druidas eram sacerdotes e sacerdotisas celtas. Seus ritos eram realizados em florestas e locais de natureza intocada, de preferência próximos a carvalhos antigos (o nome druida significa adoradores do carvalho). Acreditavam em vários deuses. Os bardos eram, simplificando, aspirantes a druida. Para um homem, o caminho do bardo era o caminho a ser percorrido para se tornar um druida, um caminho em que se dedicava às artes e ao conhecimento. Os bardos atuavam como conselheiros do “reis” celtas, e ao mesmo tempo, como “bobos da corte”, distraindo os nobres e o povo com suas músicas e poemas. Podiam ascender ao posto de druida, deixavam estas funções para se dedicar ao culto dos deuses.
A tradição druida também está fortemente ligada ao uso de rituais e efeitos mágicos e os bardos também lidavam com rituais desse tipo. Merlin era um título usado na Bretanha para designar o alto conselheiro do rei. O mago Merlin das lendas do Rei Arthur foram, na verdade, dois: Taliesin e Kevin, ambos bardos que se tornaram druidas (e não magos). Taliesin é o “Merlin” normalmente retratado nas histórias de Arthur (sendo considerado o maior bardo de todos os tempos), mas Kevin, seu aprendiz, um aleijado com as mãos e pés deformados mas que tocava sua harpa de forma divina (sendo portanto um bardo sensacional), também ocupou o cargo de Merlin e foi, inclusive, decisivo na derrocada de Arthur. O bardo está tão enraizado na cultura bretã que, até meados de século passado, ainda eram realizados pela Coroa Inglesa concursos para premiar os melhores bardos do Reino Unido.
Enfim, o bardo verdadeiro está ligado intimamente à natureza, sendo um ministro da religião celta, assim como um padre o é para os católicos.
Stonehenge.
Existem outras lendas atribuidas a Merlin como a da construção de Stonehenge, o famoso círculo de pedras na Inglaterra. Já se especulou que Stonehenge foi construída por druidas e alienígenas, mas existem lendas que contam que as pedras foram transportadas do País de Gales através do ar pelo mago Merlin no ano 300 a.C.
Os primeiros registros existentes onde consta Merlin (Armes Prydein, Y Gododdin) são do começo do século 10. Neles consta que Merlin era um mero profeta, mas o papel dele foi evoluindo gradualmente como mago, profeta e conselheiro, ativo em todas as fases da administração do reinado do Rei Arthur. Ele foi aparentemente chamado ao nascer com o nome de Emrys num local chamado Caer-Fyrddin (Carmarthen). Só depois ele tornou-se conhecido como Merlin, uma versão latinizada da palavra gaulesa, Myrddin.
Merlin era o filho bastardo da Princesa Real de Dyfed. Porém, o Rei, pai da princesa, Meurig ap Maredydd ap Rhain, não é encontrado nas genealogias tradicionais deste reino e provavelmente era um sub-rei da região que limita Ceredigion. O pai de Merlin, é dito, era um anjo que tinha visitado a Princesa Real e tinha a deixado com a criança. Os inimigos de Merlin diziam que o pai dele era um incubus, um espírito mau que tem relacionamento com mulheres enquanto dorme. As pessoas suspeitavam que a criança "diabólica" (Merlin) veio para ser um contra peso à boa influência que Jesus Cristo teve na terra. Merlin, felizmente, foi batizado cedo em vida. É contado que este evento negou o mal na natureza dele, mas os poderes do lado esquerdo ficaram intactos nele. A história original foi inventada para salvar a mãe dele do escândalo que teria acontecido presumivelmente à ligação dela com Morfyn Frych (o Sardento), Príncipe secundário da Casa de Coel, ato de conhecimento público.
Alenda nos conta que a retirada romana da Inglaterra e a usurpação do trono dos herdeiros legítimos fez com que Vortigern fugisse da Saxônia e fosse para Snowdonia, em Gales, na esperança de construir uma fortaleza em uma montanha em Dinas Emrys onde ele poderia estar seguro. Infelizmente, a construção vivia desmoronando e os feiticeiros da casa de Vortigern lhe falaram que um sacrifício de uma criança órfã resolveria o problema. Uma pequena dificuldade foi isto, pois aquelas tais crianças eram bastante difíceis de serem encontradas. Felizmente para a fortaleza de Vortigern, Merlin era conhecido por não ter nenhum pai humano e o disponibilizaram.
Antes que o sacrifício pudesse acontecer, Merlin usou os grandes poderes visionários dele e atribuiu o problema estrutural a uma piscina subterrânea no qual viveu um dragão vermelho e um dragão branco. O significado disto, de acordo com Merlin, era que o dragão vermelho representou os Bretões, e o dragão branco, os Saxões. Os dragões lutaram, o dragão branco levou a melhor no princípio, entretanto o dragão vermelho empurrou o branco para trás. O significado estava claro. Merlin profetizou que Vortigern seria morto e o trono seria tomado por Ambrosius Aurelianus, depois Uther e logo depois o grande líder Arthur. Caberia a ele empurrar os saxões para trás.
De acordo com a profecia, Vortigern foi morto e Ambrosius tomou o trono. Depois, Merlin parece ter herdado o pequeno reino do avô dele, mas abandonou as terras dele em favor da vida mais misteriosa para a qual ele se tornou tão bem conhecido (a vida druídica). Depois que 460 nobres britânicos foram massacrados na conferência de paz como resultado do artifício saxônio, Ambrosius consultou Merlin sobre erguer um marco comemorativo a eles. Merlin, junto com Uther, levou uma expedição para a Irlanda para obter as pedras do Chorea Gigantum, o Anel do Gigante. Merlin, pelo uso dos poderes extraordinários dele, devolveu as pedras para um local um pouco a ocidente de Amesbury, e os reergueu ao redor da sepultura da massa dos nobres britânicos. Nós chamamos este lugar de Stonehenge.
Após a sua morte, Ambrosius teve como sucessor o seu irmão Uther, que durante a perseguição dele a Gorlois conheceu a sua esposa irresistível, Igraine (Ygerna ou Eigr em alguns textos). Uther voltou para as terras em Cornwall onde foi pedir para Merlin ajudá-lo a possuir Igraine e, para tanto, teve que fazer um trato com Merlin de que a criança que nascesse da união do casal fosse dada a Merlin, que seria seu tutor. Uther aceitou e foi ajudado por Merlin que o transformou na imagem de Gorlois. Uther entrou no castelo de Gorlois e conseguiu enganar Igraine a pensar que ele era o marido dela, e engravidou-a, concebendo ela uma criança, Arthur. Gorlois, no entanto, não sabendo o que iria acontecer, saiu para encontrar-se com Uther no combate, mas ao invés disso foi morto pelas tropas de Uther, enquanto este se passava por Gorlois.
Depois do nascimento de Arthur, Merlin se tornou o tutor do jovem menino enquanto ele crescia com o seu pai adotivo, Senhor Ectório (pseudônimo Cynyr Ceinfarfog). No momento definido da carreira de Arthur, Merlin organizou uma competição da espada na pedra (a espada era Caliburnius e não a Excalibur, Excalibur veio após Arthur quebrar Caliburnius) pela qual o rapaz se tornou o rei. Depois, o mago conheceu a mística Dama do Lago na Fonte de Barenton (na Bretanha) e a persuadiu a presentear o rei com a espada mágica, Excalibur.
Nos romances, Merlin foi o criador da Távola Redonda, e esta sempre ajudando e dirigindo os eventos do rei e do reino Camelot. Ele é pintado por Geoffrey de Monmouth, ao término da vida de Arthur, acompanhando Arthur ferido para a Ilha de Avalon para curar das feridas dele. Outros contam como tendo se apaixonado profundamente por Morgana, a meia irmã de Arthur, concordando em lhe ensinar todos seus poderes místicos. Ela ficou tão poderosa que as habilidades mágicas dela "excederam" às de Merlin. Determinou que não seria escravizada por ele e prendeu-o em um calabouço, uma caverna semelhantemente a uma prisão. Assim a ausência dele na Batalha de Camlann era no final das contas responsável pelo falecimento de Arthur.
É dito que a prisão e/ou o local onde ele está enterrado está em baixo do Montículo de Merlin na Faculdade de Marlborough, em Marlborough (Wiltshire), a Drumelzier em Tweeddale (a Escócia), Bryn Myrddin (a Colina de Merlin) perto de Carmarthen (Gales), Le de Tombeau Merlin (a Tumba de Merlin) perto de Paimpont (Brittany) e Ynys Enlli (Ilha de Bardsey) fora a Península de Lleyn (Gales).
Esta é a lenda de Merlin mais conhecida, tendo outras que diziam que ele era um louco que tinha o dom de prever as coisas que iriam acontecer e que vivia nas florestas como um selvagem. Sendo assim Merlin é um dos seres mais enigmáticos que existiu, onde até hoje ninguém sabe se ele existiu mesmo ou se é apenas uma lenda, o que se sabe são apenas fragmentos sobre ele e estórias confusas, nas quais não se consegue definir a sua identidade. Tendo momentos de total lucidez como um sábio (como o de aconselhar Arthur como reinar em perfeita harmonia e a de falar com os elementais) e outras como a de uma pessoa que deixou-se ser enganado pelo sentimento deixando de lado a razão (como o de ter se apaixonado por Morgana e ensinado a ela a sua arte). Isto faz com que ele seja tão enigmático e carismático ao mesmo tempo, onde até hoje quando se fala logo em mago, vem na cabeça Merlin.F.Wikepédia.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Shun de Andrômeda.
Quando criança, Shun foi sempre defendido pelo seu irmão Ikki e ninguém acreditava que ele sobreviveria ao treinamento sob as duras condições climáticas da Ilha de Andrômeda. Contrariando as expectativas, voltou ao Japão como Cavaleiro de Andrômeda, treinado por Albion de Cefeu (Daidalos no mangá).
Shun é o personagem mais sensível da série. Durante a saga de Hades, revela-se que Shun é o ser humano mais puro na atualidade. Tem uma personalidade pacífica e odeia disputas, tanto que não hesita em oferecer a própria vida se o seu sacrifício poupar a vida dos outros, pois possui a delicadeza de reconhecer a tristeza que é uma vida de combates, típica de um cavaleiro.
Sendo ele irmão de Ikki, o homem mais forte entre os Cavaleiros de Bronze, não é de estranhar que possua um enorme potencial como Cavaleiro de Atena. No entanto, por temer ferir os outros, Shun manteve seu imenso poder escondido de todos, usando apenas a Corrente de Andrômeda para diminuir a sua força. É bastante cauteloso em combate, sendo mais estratégico, prefere iniciar na defensiva para analisar o adversário.
raças a seu irmão, Shun acabou sendo enviado para a Ilha de Andrômeda, ao invés da Ilha da Rainha da Morte. Na Ilha, Shun é acolhido por seu Mestre, Albion, que ensina para Shun e outros aspirantes a Cavaleiro de Andrômeda os segredos do Cosmo interior de cada um, de como é poderoso e como saber usá-lo unindo a sensibilidade com a força.
No começo de seu treinamento, Shun por várias vezes fraqueja, mas com a ajuda da amazona, June de Camaleão, consegue encontrar forças para superar a falta do irmão. Para poder participar do "Sacrificio de Andrômeda", o desafio final para a conquista da sagrada armadura, Shun derrota seu adversário, mostrando que absorveu corretamente os ensinamentos de Albion.
É chegada a hora, Shun é acorrentado junto aos rochedos na beira do mar. Ele terá que se concentrar e se libertar antes que a maré suba por completo e o afogue. Ao contrário dos demais Cavaleiros, para conquistar a armadura de andrômeda, Shun não usa a força, e sim o carinho que mantinha por seu irmão distante. A armadura só aceitaria seu usuário caso ele tenha um cosmo poderoso, porém, sensível.
A água já cobre Shun, que consegue concentrar seu cosmo o bastante para quebrar as correntes e evaporar a água que o afoga. Shun desperta seu cosmo graças as lembranças que tinha de Ikki e seu propósito de reencontrá-lo.
Shun se torna então o Cavaleiro de Andrômeda, após a conquista da respectiva armadura sagrada, porém, escondendo seu verdadeiro poder. Antes de partir, Albion aplica mais um teste em Shun. O Cavaleiro de Andrômeda deveria concentrar sua cosmo energia e disparar um golpe sem o uso das correntes contra Albion. Shun aplica o "Nebula Storm" (Tempestade Nebulosa) sem acertar seu mestre. Aparentemente nada havia acontecido, mas basta Shun virar-se para voltar ao Japão para parte da armadura de Albion e os rochedos atingidos pelo golpe do Cavaleiro se estilhaçarem. Naquele momento, Albion percebe a poderosa força que Shun tinha, e espera que o seu pupilo descubra seu potencial no momento certo, para usá-lo devidamente.
Como o próprio Ikki de Fênix observa, durante a Saga de Hades, a personalidade de Shun é bastante fiel à constelação que o guia. Ele jamais hesita em se sacrificar, preferindo sofrer do que causar sofrimento aos outros.
Shun é o mais humilde dentre os cavaleiros de bronze. No original japonês ele usa Boku que é uma forma comum na língua japonesa para "eu", enquanto os outros usam Ore, a qual é uma maneira muito mais arrogante de dizer "eu".
Possui traços um pouco andróginos, além de uma personalidade pacífica e tendência bondosa. Essas características fazem com que alguns fãs achem que Shun seja homossexual, porém não há nenhuma referência à sexualidade dos cavaleiros no anime nem no mangá, vale lembrar que no Japão, esse jeito de Shun é considerado algo belo - prova disso são as garotas que no anime e no mangá o "idolatram". Shun foi o único cavaleiro a beijar uma garota, ele deu um beijo na amazona de bronze June de camaleão quando ela tentou proteje-lo, querendo que ele não lutasse contra os cavaleiros de ouro.
Inicialmente, tanto no anime, quanto no mangá, a atuação de Shun é a mesma. Não muda muito, somente detalhes. Tudo começou na guerra galática, assim como os demais, no qual a única razão pela participação de Shun era reencontrar seu irmão. Após isso, depara-se com um lado diabólico de Ikki, e se une a Seiya, Shiryu e Hyoga na busca pela armadura de ouro roubada por Ikki. Lá eles recuperam o lado humano de Ikki. Após isso segue no combate contra os Cavaleiros de Prata, até que chegam à fase do Santuário. Subindo as doze casas, Shun mostra-se forte contra “Saga”, escapando da Outra Dimensão. Ele salva Hyoga, que estava congelado, aquecendo-o com sua cosmo-energia. Enfrenta Afrodite de Peixes, onde mostra pela primeira vez o verdadeiro poder de Andrômeda, tocando o sétimo sentido e revelando sua mais poderosa técnica, a Nebulosa de Andrômeda e a Tempestade Nebulosa. No topo das 12 casas, ajudou Seiya a destruir a alma diabólica que possuía Saga.
Na Saga de Asgard, que não existe no mangá, ele confronta-se com Mime de Benetnasch, onde é derrotado, apesar de chegar a incomodar o guerreiro deus, com sua Tempestade Nebulosa. Fato é que ele não conseguiu derrotar Mime por não querer naturalmente derrotá-lo, devido a forma neutra de Mime se comportar, sem de fato oferecer um motivo para ser derrotado, como o próprio Mime diz, ao ver que as correntes de Shun não identificavam-no como uma ameaça. Ikki chega e derrota Mime por Shun e o pede para seguir adiante. Shun o faz, encontrando Shido, a quem derrota, dessa vez com o sucesso de sua técnica mais poderosa. Depois disso, é abatido por Bado, e passa a assistir o novo confronto de Ikki, que derrota a sombra de Mizar. Ao fim dessa Saga, combate Siegfried, mas é derrotado, e ajuda Seiya a derrotá-lo, assim como salvar Athena.
Na Saga de Poseidon, que coincide com o mangá, luta contra Kasa, mas é derrotado, apesar de consegue a técnica de Lynmandes de metamorfose. Ikki mais uma vez chega e o derrota. Depois Shun derrota Io de scilla, onde mostra as várias possibilidades de defesa de sua corrente, matando-o sem querer. Mais adiante, enfrenta Sorento, derrotando-o, mas ao invés de matá-lo consegue fazer Sorento abdicar do combate aprisionando-o com a Tempestade Nebulosa. Detalhe, esta é a Saga que percebemos o quão forte Shun ficou, pois ele visivelmente derrota dois oponentes de grande porte. Depois ele ajuda os demais contra Poseidon.
Na Saga de Hades, ele inicia na casa de Saori, percebendo algo de errado no Sántuário, decide ir até lá, desobedecendo as ordens que Atena tinha dado de não irem lá, derrotando uns cavaleiros de Prata ressuscitados, depois segue pelas 12 casas com Seiya e os demais, anulando a Exclamação de Athena e depois lutando contra Radamanthys. Todos levam uma surra, mas seguem para o Meikai. Shun acorda ao lado de Seiya. Eles atravessam o Rio Aqueronte, derrotam Caronte, e seguem adiante. Assistem Kanon destruir Lune facilmente, e vão seguindo. Nessa saga descobrimos que Shun é, de fato, a reencarnação de Hades, ou melhor, o receptáculo do Imperador do Submundo. Depois de encarnar Hades, Ikki o ajuda a livrar-se da alma de Hades, que segue para o seu corpo original. Shun acompanha os demais para o Elíseo, onde juntos derrotam primeiramente Thanatos, o Deus da Morte, e depois Hypnos, o Deus do Sono para então derrotarem Hades.
No filme Prólogo do Céu- Abertura, Shun batalha ao lado de Ikki contra Teseus. Formam uma dupla imbatível, com boas estratégias conjuntas que possibilitam a queda do Anjo Celestial.
Habilidades de luta.
Ele manipula as Correntes de Andrômeda em diversas situações. Possui um dos maiores cosmos entre os Cavaleiros de Atena, o que o faz capaz de lutar mesmo sem a corrente. A Corrente de Andrômeda se auto-restaura quando danificada. A corrente com ponta circular na mão esquerda serve para defesa e a corrente com ponta triangular na mão direita, para ataque.Essa característica fica mais evidente quando seu cosmo se eleva.Ela é pronunciada como corrente quadrada.
* Corrente de Andrômeda (Nebula Chain): As correntes de Shun, sob seu comando, avançam para cima de sua vítima de uma maneira veloz e objetiva, visando acertá-lo por algum ângulo. Possuem a finalidade de danificar o inimigo, seja perfurando sua armadura com a alta pressão exercida sobre o ponto atingindo ou então apenas causando-lhe danos de impacto com a colisão das extremidades da corrente com o corpo da vítima. Na batalha contra o Cisne Negro, o golpe foi traduzido como Corrente Nebulosa Ataque.
* Onda Relâmpago (Thunder Wave): Esta técnica pode ser considerada uma evolução do ataque "Corrente de Andrômeda". No ataque, a corrente triangular, específica para o ataque, muito mais veloz e poderosa, parte para cima da vítima percorrendo uma trajetória de zigue-zague, simulando o trajeto de relâmpago, o que permite atingir o inimigo por vários lados e ângulos em um único golpe. Como resultado, a corrente possui maior intensidade para perfurar e destruir as armaduras, além de descarregar cargas elétricas de 10.000V ao contato com o corpo da vítima. Simultaneamente, a corrente de ponta circular fica inativa, preparada para proteger o corpo de Shun a qualquer instante. A Onda Relâmpago é utilizada em casos que seu portador se encontra em maior perigo, onde as correntes atingem o ápice de sua função. Segundo Shun,este ataque encontra o inimigo mesmo que ele esteja a milhares de anos-luz. Na batalha contra a ilusão de Gemeos, na Saga das Doze Casas, foi demonstrado o poder da corrente, de encontrar o inimigo onde ele estiver, a corrente penetrou na ilusão e acertou Saga, que estava na sala do mestre, o golpe foi traduzido como Onda Trovão nessa batalha.
* Defesa Circular (Rolling Defense): Utilizando-se de sua corrente de ponta circular, Shun cria uma defesa em torno de seu corpo, onde essa mesma corrente começa a girar em volta de si, cada vez mais rápida e forte, asemelhando-se no final a uma verdadeira parede de aço, devido ao tamanho grau de defesa proporcionado pela técnica. Além da defesa propriamente dita, a Defesa Circular ainda tem a capacidade de repelir certos ataques recebidos como fez com as "Rosas Diabolicas Reais" de Afrodite de Peixes. É importante ressaltar ainda que depois de receber um certo golpe uma vez, a Defesa Circular cria uma defesa perfeita para o golpe recebido, como dito por Shun na luta com Io de Scylla. Ao mesmo tempo, a corrente de ponta triangular fica à espera do primeiro comando de seu portador para atacar. Na saga de Poseidon, Shun demonstra o poder de defesa perfeita da corrente, ao criar defesas impenetráveis contra as bestas de Io de Scylla, as variações são:
* Teia de Aranha de Andrômeda (Spider Net): Golpe criado pela corrente para deter o ataque Ferrão da Abelha Rainha, golpe de Io de Scylla, onde a Corrente se transforma em uma imensa teia de Aranha, Evitando o Golpe de Io com extrema eficiência. Ele também usou este ataque na batalha contra Érigor no filme: Os Guerreiros do Armageddon: A Batalha Final.
* Rede de Andrômeda (Casting Net): Golpe Criado pela corrente para deter o ataque Águia Poderosa, outro golpe de Io de Scylla, Utilizando suas correntes, Shun transforma a corrente em forma de circulo em uma imensa rede barrando o ataque Águia poderosa.
* Espiral de Andrômeda (Espiral Duct): Golpe criado pela para deter o ataque Serpente Assassina, Outro golpe de Io de Scylla, Utilizando suas Correntes Shun envolve a Serpente e libera energia fazendo com que a serpente seja destruída.
* Boomerang de Andrômeda (Boomerang Shoot): Golpe criado pela corrente para deter o Ataque Vampiro, Mais um golpe do Io de Scylla, A corrente faz movimentos Circulares traçando uma rota no estilo de um bomerang atingindo indiretamente os Morcegos evitando mais um golpe de Io.
* Armadilha de Andrômeda (Wild Trap): Golpe Criado pela corrente para deter o ataque Fúria do Lobo, mais um golpe de Io de Scylla, A corrente se espalha pelo chão formando uma grande armadilha, capturando o Lobo criado pelo golpe de Io.
* Grande Captura de Andrômeda (Great Capture): Golpe Criado pela corrente para deter o ataque Urso Infernal, ultima besta usada pelo Io de Scylla, A corrente Envolve o Urso e Apertar ao Maximo, destruindo todas as Escamas de Io e detendo o Seu Golpe. Também foi usado para deter Kasa de Lymnades e o cão Cérbero na saga de Hades (quebrando seus ossos e enforcando-o).
Na versão Gota-Mágica, seu golpe não tinha nome, apenas como pegue-o corrente.
* Corrente Nebulosa (Nebula Stream): Pode-se dizer que esta técnica é um estágio que precede a Tempestade Nebulosa. Ela consiste em Shun expelir de seu corpo jatos de ar que vão diretamente até o oponente, paralisando o seu corpo. É uma forma criada por Shun para que o inimigo desista da batalha sem que o pior lhe ocorra. Um movimento suspeito por parte da vítima, por menor que seja, e a verdadeira tempestade explode. Foi utilizada na batalha contra Afrodite de Peixes e Shido de Mizar.
* Tempestade Nebulosa (Nebula Storm): A técnica mais poderosa de Shun, cuja realização, ironicamente, se faz sem o auxílio das correntes. O golpe se faz através de potentes jatos de ar expelidos pelo corpo do Andrômeda que formam uma verdadeira tempestade de ventos, levando a vítima para o alto e fornecendo-lhe os piores danos de impacto. Há também os danos de queda que o oponente recebe ao colidir-se violentamente contra o chão. A Tempestade Nebulosa pode ser realizada de 2 formas diferentes: na primeira, Shun faz um ataque mais generalizado, espalhando os jatos de ar por toda a área; na segunda, Shun canaliza todo o poder da tempestade em um ponto, aumentando assim os efeitos de seu golpe. Esse golpe foi utilizado na batalha em Asgard contra o guerreiro deus Shido de Mizar com toda a suas forças contra o golpe Infinito Azul de Shido, foi usado também contra Afrodite o Cavaleiro de Peixes na Batalha das Doze Casas, o golpe foi aplicado momentos antes de sua morte quando foi atingido pela "Rosa Branca de Afrodite" que drenava o sangue do coração e também foi usado contra Saga o Cavaleiro de Gêmeos na ultima das batalhas do Santuário, quando Athena o trouxe de volta a vida e ele lutou junto dos outros quatro cavaleiros de bronze!
Primeira forma.
A Armadura representa uma virgem acorrentada. Com essa Armadura, Shun atravessou as Doze Casas do Zodíaco. No Mangá, essa armadura tem poucas partes: coroa, ombreira, tronco e cintura, joelheira pequena e sapatos. No Anime, ela cobre quase o corpo todo, com um capacete, ombreiras grandes, tronco e cinturas, membros inferiores completos.
Formato reluzente
A Armadura de Andrômeda restaurada antes da batalha de Poseidon voltou com mais proteção. Mudou o capacete, que agora é uma coroa; o tronco, que antes cobria tudo, agora cobre apenas 60%; os membros superiores não mudaram muito, apenas as ombreiras ficaram um pouco menores, e seu pulso, que agora está mais detalhado pois seguram as correntes, que também se renovaram. Seus membros inferiores estão com poucas partes, apenas joelheiras, caneleiras e as sapatilhas. Por incrível que possa parecer, mesmo com poucos membros em relação a outra que tinha muitos, essa 2ª Armadura é muito mais poderosa. No Mangá ela é quase igual à do anime.
Quando ele recebe sua armadura renovada pelo sangue dos cavaleiros de ouro, no anime, ele retira sua armadura para usar a Tempestade Nebulosa como fez como Afrodite, ao estilo Strip, como Mime, diferente de Shiryu, que usa seu corpo para expulsar a armadura quando vai lutar.
* Restaurador da Armadura (Mangá): Shaka de Virgem
* Restaurador da Armadura (Anime): Aldebaran de Touro
Banhada pelo sangue de Atena.
Preparada para a Batalha no Mundo dos Mortos, a Armadura de Andrômeda renasce como nova, com um novo design mais bonito (Alterou a coroa, tronco e a cintura e também um pouco da cobertura de seus membros inferiores). Ela também se tornou mais forte e poderosa e, as correntes, muito mais resistentes.
Armadura Divina.
Transformada em Armadura Divina com o cosmo no 8ªsentido, Sua Armadura se transformou completamente durante a luta contra Hypnos. As diferença na sua Armadura são: A Coroa, que agora voltou a ter uma forma mais quadrada do que redonda, como era na 3ª armadura, e muito mais detalhada, o tronco que agora cobre tudo e junta-se com uma saia que antes era apenas um cinto e suas ombreiras estão bem maiores agora. Seus membros superiores agora estão todos cobertos, suas correntes mais firmes, também estão agora mais detalhadas. Os membros inferiores estão quase completamente cobertos, e por último as suas asas que nasceram em suas costas, bastante resistentes, pois Shun pode atravessar Dimensões sem receber danos.
Virgem.
Na Saga de Hades, Poseidon enviou cinco armaduras de ouro para os campos elíseos. Shun vestiu a armadura de ouro de Virgem, conforme seu signo, e atacou com a sua tempestade nebulosa, junto dos demais cavaleiros de bronze que também trajavam as armaduras de ouro. As cinco técnicas unidas feriram Thanatos que revidou, destruindo as cinco armaduras de ouro de uma só vez.
Cultos e Ritos Pré-Históricos.
O conceito de rito e culto é considerado como um conjunto de gestos e palavras codificados, de valor simbólico, próprio de um determinado grupo cultural. No caso da Pré-História, só tem visibilidade e leitura quando se traduz em atos materiais susceptíveis de registo arqueológico. Mesmo nestas condições é difícil aplicar a noção de "ritual", uma vez que as leituras sobre a presença de ocre em sepulturas, por exemplo, pode ser lida como fenómeno ritual ou simples presença. As manifestações de arte rupestre são frequentemente assinaladas como símbolos de ritual, de magia e até de fecundidade, mas estas permanecem, contudo, por precisar.
Parece evidente que as manifestações face à morte e seus estágios assumiam um papel significativo nas comunidades pré-históricas. Os enterramentos conhecidos desde o Paleolítico médio apresentavam conjuntos rituais diversos, como a introdução de elementos decorativos, a manipulação diversa dos restos ósseos, a posição de deposição do corpo, etc., num quadro geral de "religiosidade" aparente. Na edificação dos grandes monumentos megalíticos do Neolítico/Calcolítico, quer se tratem de elementos funerários, como os dólmenes, ou destituídos deste cariz, como os menires, alinhamentos e cromeleques, estamos sempre na presença de manifestações ritualmente potenciais.
Cultos e Ritos Pré-Históricos.. Porto: Porto Editora.
Parece evidente que as manifestações face à morte e seus estágios assumiam um papel significativo nas comunidades pré-históricas. Os enterramentos conhecidos desde o Paleolítico médio apresentavam conjuntos rituais diversos, como a introdução de elementos decorativos, a manipulação diversa dos restos ósseos, a posição de deposição do corpo, etc., num quadro geral de "religiosidade" aparente. Na edificação dos grandes monumentos megalíticos do Neolítico/Calcolítico, quer se tratem de elementos funerários, como os dólmenes, ou destituídos deste cariz, como os menires, alinhamentos e cromeleques, estamos sempre na presença de manifestações ritualmente potenciais.
Cultos e Ritos Pré-Históricos.. Porto: Porto Editora.
Lenda de Andrômeda.
Filha de Cefeu, rei da Etiópia, e de Cassiopéia, Andrômeda foi vítima da hybris, do descomedimento da mãe, que pretendia ser mais bela que todas as nereidas, ou mais bela que a própria deusa Hera, conforme a versão.
As nereidas (ou Hera), inconformadas e enciumadas, solicitaram a Posêidon que as vingasse da afronta. O deus do mar enviou contra o reino de Cefeu o monstro marinho Ceto, que o devastava por inteiro. Consultado o Oráculo de Amon, o deus declarou que a Etiópia só se libertaria do flagelo se Andrômeda fosse agrilhoada a um rochedo à beira-mar, como vitima expiatória ao monstro, que a devoraria. Pressionado pelo povo, o rei consentiu que a filha fosse exposta, como Psique, "às núpcias da morte".
Exatamente nesse momento, o herói Perseu, retornando de sua vitoriosa missão contra a Medusa, chegou ao reino de Cefeu e se apaixonou por Andrômeda. Prometeu ao rei que a salvaria, caso este lhe desse a filha em casamento. Feito o pacto, Perseu, usando suas armas mágicas, libertou a noiva e a devolveu aos pais, aguardando as prometidas núpcias.
Cefeu e Cassiopéia colocaram, porém, dificuldades, porque a jovem já fora prometida em casamento a seu tio Fineu, irmão de Cefeu, que planejou eliminar o vencedor do monstro marinho. Descoberta a conspiração, Perseu mostrou a cabeça de Medusa a Fineu e seus cúmplices, transformando-os em estátuas de pedra.
Uma variante do mito mostra o herói em luta não contra Fineu, mas contra Agenor, irmão gêmeo de Belo. É que Agenor, instigado por Cefeu e Cassiopéia, que se haviam arrependido da promessa de dar a filha em casamento ao herói argivo, avançou cotra este com duzentos homens em armas. Após matar vários inimigos, já cansado de lutar, Perseu petrificou os demais com a cabeça da Medusa, inclusive o casal real.
Em uma interpretação evemerista, contada pelo mitógrafo Cônon, do século I a.C., Cefeu seria rei de Iope, nome antigo da Fenícia e Andrômeda era cortejada por Fênix, epônimo da Fenícia, e por Fineu. Após muitas tergiversações, o rei decidiu dá-la em casamento a Fênix, mas, não querendo desagradar ao irmão, simulou um rapto de Andrômeda. Este se consumaria numa ilhota onde a jovem costumava sacrificar a Afrodite. Mas em sua célebre nau Ceto, Fênix raptou a noiva, que ignorando tratar-se de uma encenação destinada a enganar o tio, gritou por socorro. Perseu, que por ali passava, apaixonou-se por ela, invadiu a Ceto, petrificou os marinheiros e levou consigo Andrômeda, qu se tornou rainha de Tirinto.Enciclopédia e Dicionário.Porto Editora.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Mansões secretas da Rosacruz.
Amsterdã.
É bom que o homem reaja com 'por quês?' diante de certos fenômenos ou diante dos acontecimentos que não se integram no quadro que sua compreensão edificou para seu próprio uso. Um por quê judiciosamente colocado pode abrir-lhe o caminho para o conhecimento transcendente – aquele que está além das limitações de seu intelecto e que permanece no nível da permanência do real. Mas esse por quê, mesmo dirigido a outros, é primeiramente perguntado a si próprio, e a resposta de outros nunca é satisfatória. Assim, essa resposta, freqüentemente, deve ser evitada. Bem entendido, o por quê pode ser suscitado pelo egotismo ou favorecido por uma sugestão hábil, cujos verdadeiros motivos são sempre muito claros para quem os sabe analisar. Cada qual deveria, pois, determinar a natureza real de seu por quê antes de emiti-lo. Disso tiraria um proveito decisivo para o conhecimento de si mesmo e, dos outros.
As verdades são relativas em relação à verdade de que o A, é uma expressão permanente e cujo dinamismo se projeta através dos ciclos por meio da interpretação do Alto Conselho; mas mesmo essa verdade, enquanto é transmitida por meio de palavras, toma em cada um a aparência da sua verdade. Ela se cerca das limitações do consciente objetivo e das reações do fenômeno. Reveste-se da vida do particular da qual ela participa desde sua fonte inefável, intangível e infinita. Toma forma dentro do indivíduo que a recebe e reveste-se, assim, dos aspectos de uma compreensão fragmentária. Permanece ela mesma sem ser mais ela mesma. Daí, que importa a interpretação humana? Esta, desde o início, reveste-se de seu próprio manto, que dará à verdade percebida sua cor e seu alcance.
A verdade é de todos e todos têm acesso a ela, dentro do limite de suas compreensões; de forma que a verdade de cada um é válida e não há erro, consistindo o erro somente no julgamento ou na avaliação dos outros. É por isso que uma revelação nova da verdade não deve ser reservada àqueles que se supõe podem compreendê-la, uma vez que todos a assimilarão na sua medida. O A, age segundo a verdade. Ele não a formula em princípios que, por definição, a encerrariam nas fronteiras do concreto, embora ela se tornasse uma expressão da verdade. O A... aplica a verdade. Ele estimula a Humanidade em direção a ela e a conduz, segundo as etapas estabelecidas.
A tarefa do A,é estafante e, nesta época de transição, não é uma obra fácil conter os erros que a Humanidade comete coletivamente, supondo que a verdade de um continente deva prevalecer sobre a de outro. O erro não consiste naquilo que certos povos consideram, em um determinado momento, a sua verdade. O erro reside na avaliação da verdade dos outros a partir de uma verdade diferente, considerada como a única válida. Através dos éons, os homens incidem no mesmo erro que parece inerente à sua natureza, mas que não o é, e que poderia ser suplantado pela adesão geral aos grandes princípios universais conhecidos de todos e dos quais o principal é, talvez, o respeito pelo pensamento do outro.
Conter os erres e suas conseqüências trágicas, sem, no entanto, intervir na liberdade coletiva do mundo e nas lições que devem ser tiradas de ações erradas, implica em uma vigilância ininterrupta. Meus colaboradores e eu mesmo insistimos anteriormente na liberdade concedida ao homem dentro dos limites dos ciclos estabelecidos e da sua progressão ordenada e inelutável dentro desses ciclos. Assim, cada período, como este, transitório, que a Humanidade atravessa atualmente, pode ser racional, pacífico e gradual ou, então, anárquico e torturado pelas dores e pelas lágrimas. Eis o que existe no império do homem e esse império é grande. Entretanto, a síntese que o A... deve extrair dessa liberdade nem sempre é animadora, mesmo que eu nada tenha ainda a mudar em nossas conclusões anteriores quanto ao estágio atingido no progresso cíclico da Terra.
A Humanidade está, de agora em diante, no nível que lhe cumpria atingir, e na próxima etapa, no novo ciclo, toda competição terá que se situar no plano da Economia mundial. Competição, é certo, pois significa movimento, e o progresso é função do movimento. A competição é um princípio universal, com a condição de que as regras baseadas na justiça e na honestidade sejam respeitadas.
Apesar dos recentes acontecimentos, o A, em suas reuniões, não concluiu pelo pessimismo e não se deliberou por uma intervenção maior, mas foi reconhecido que a nova etapa começa mal, pois a Humanidade aborda o ciclo atual com suas antigas noções sobre o valor intrínseco do dinheiro. É, pois, neste campo que nossa ação vai se desenvolver de agora em diante, e a Humanidade não tardará a percebê-lo. É preciso, no novo ciclo, uma reviravolta da escala de valores, e isto implica, antes de tudo, em uma compreensão diferente do bem social. É a isto que o A. prestará atenção.
As fronteiras parecem cada vez mais artificiais, e é realmente o que são. Para além desses limites arbitrários definidos pelo passado histórico da Humanidade, é agora a influência das idéias que dirige o mundo, e essa influência não parará de se estender, a tal ponto que as esferas dirigentes deverão se ajustar à essa situação e dela deduzir métodos diferentes de governo. Seu papel consistirá, sobretudo, no futuro, em extrair a síntese das aspirações divergentes somente em aparência, em conjugar as diversas verdades em uma verdade social que obterá a adesão da maioria.
Em um último esforço, o mundo dá à luz suas novas estruturas. Os conflitos que se multiplicam provam que o homem ainda não se despojou das vestes despedaçadas de suas concepções passadas e que vive mentalmente em um ciclo morto, enquanto que o ciclo seguinte já está estabelecido. Será preciso, talvez, o grande risco para que as consciências despertem para a situação presente. Empenhamo-nos em evitá-lo, mas, mais uma vez, a Humanidade mantém o privilégio de suas próprias escolhas. Que ela possa não nos levar a conclusões tais que nos seja preciso encarar de outra forma a maneira pela qual o novo ciclo será transposto, pois, de qualquer forma, ele o será, porque essa é a Lei. Mas sabemos que, no estágio coletivo tal como está, a tomada de consciência é grande e o A... fará com que o seja mais ainda. A força unânime do bem servirá então de obstáculo para as perigosas conseqüências de uma compreensão que está tardando.
Engana-se aquele que crê que o nacionalismo ainda vive no coração dos homens. A idéia nacionalista pereceu na maioria, apesar das aparências. Cada homem, esteja onde estiver, vive afinado pelo diapasão do mundo. Somente o egoísmo individual ou coletivo agita sempre a Humanidade, mas mesmo esse egoísmo atua, agora, em suas comparações, em um plano que vai além das nacionalidades. Tendo por base este fato humano em seu conjunto, o A... desenvolve presentemente uma extraordinária atividade em todos os planos. Quem quer que saiba ver além das velhas estruturas que se desagregam está apto para ver o mundo novo que deve ser edificado a partir do impulso esclarecido do A, e nada, eu o repito, nem mesmo as perigosas peripécias que são a realidade do homem, nada pode se opor ao desenrolar da etapa em andamento em direção ao fim que deve, de uma forma ou de outra, ser doravante atingido. Entretanto, é preciso ir além das aparências; o A... é sempre atuante, com mais razão ainda se a gravidade das circunstâncias o requer.
No novo ciclo, a educação assumirá uma importância de primeiro plano, Os movimentos tradicionais válidos e reconhecidos são, para nós, educativos, no verdadeiro sentido do termo, tanto e talvez mais do que uma formação puramente profana. A eles dizem respeito o ser e sua regeneração, isto é, o essencial em relação ao relativo e o permanente em relação ao transitório. É por isto que, para o A..., eles têm um lugar primordial no plano universal, e este exame fez parte das deliberações de nossa última reunião periódica.
As organizações tradicionais válidas e reconhecidas, recebem, há algumas décadas, um impulso particular. As estruturas das antigas formações exotéricas desintegram-se em toda parte e, no novo ciclo, seu papel, numa estrutura reformada, será diferente e, por comparação com o que foi, incontestavelmente diminuído. Cabe às organizações tradicionais tomar seu lugar, e isto explica porque o Alto Conselho lhes dedica tanto interesse, sem, no entanto, intervir em seja o que for de suas atividades, suas tradições ou sua vida operativa propriamente dita. Lógico, nossa vigilância leva-nos a afastar dessas organizações o perigo que constituiriam os esforços desnaturados de alguns para satisfazer as exigências de seu ego fascinado pela falsa grandeza de aparecer mais, uma vez que, se cada um é diferente do outro no caminho tradicional, todos são iguais em relação ao que é preciso adquirir. Mas aí fica o limite de nosso papel, pois a perpetuação de uma tradição é a vigilância quanto à sua pureza e à sua impessoalidade; esta é a única mola propulsora daqueles que, por um tempo, são investidos de uma responsabilidade para com essa tradição. Ora, há, no campo da educação, uma aceleração que, em última análise, constitui a maneira de ser do A..., e que, no contexto geral, tem por objetivo fazer avançar a compreensão, de tal forma que se torne um contrapeso eficaz para o início defeituoso da nova etapa de que se tratou anteriormente.
Em alguns meses, no plano educativo, já foi realizado um avanço importante. A partir das bases antigas em evolução, foi obtido um progresso. Cumpre, portanto, no que se refere às ordens tradicionais – o resto nos diz respeito – que, desde já, seja dada mais luz àqueles que estão em seu seio. Não poderia ser uma questão de diferenciar os estados de cada um. A Luz deve vir para todos. Ela será recebida e compreendida por aqueles que a podem receber, e os mais humildes são, na realidade de seu ser, com freqüência, mais adiantados que aqueles cuja ilusão tão grande é de se supor mais beneficiados.
Viena.
Tudo o que é exterior ao homem só é percebido e interpretado pela sua consciência através dele próprio e das aquisições que o condicionam, pois assim é construída a natureza humana! Mas, acontecimentos são acontecimentos e fatos são fatos! Despoje-os, se quiser, das circunstâncias emocionais que impregnam seu desenrolar! Faça abstração da maneira como são relatados, da personalidade e do estilo do autor, e veja – você só – face aos fatos e acontecimentos assim desnudados, o apelo que têm sobre você e a luz nova que podem lançar em seu caminho. Uma ficção para você? Que importa se a parábola é rica de promessas para sua compreensão e sua reconciliação?
Todas as Mansões Secretas da Rosacruz são do mesmo grau porque todas abrigam seres que atingiram o mesmo estado pela mesma Via Iniciática exterior – a da Tradição Rosacruz. Existem Doze Mansões Secretas da Rosacruz, e cada uma delas abriga Doze Membros. Reunidas, estas Mansões, pelos cento e quarenta e quatro seres que as habitam, constituem o Templo do Espírito Santo, ou o 'Collegium Sancti Spiriti', ou, ainda, o Invisível Colégio da Paternidade Invisível da Rosacruz. A sala onde você foi recebido ao chegar é um símbolo do que representamos. Lá não se realiza qualquer ritual além da aplicação da lei Cósmica concretizada pelo símbolo da Luz e do Fogo. Esta sala – chamada Templo do Espírito Santo – simboliza nosso Colégio. Ela é sua marca tangível, o reflexo do Universo, e você notará o emprego da palavra reflexo, diferente do de réplica, com tanta freqüência utilizado erradamente para caracterizar o microcosmo humano.
O homem, com efeito, não é um universo em miniatura no sentido próprio do termo; ele é a aparência objetiva de uma realidade permanente e estável. É a medida do que pode compreender e expressar da realidade em que se move. É por isto que ele não é, em si mesmo, uma realidade, mas somente um reflexo, às vezes ilusório, do real.
Em nosso Colégio, somos, portanto, irmãos pelo conhecimento e pelo êxito dos trabalhos empreendidos em nós mesmos. Não somos regidos por qualquer juramento, qualquer estatuto e qualquer regra, pois estamos além de qualquer juramento, de qualquer estatuto e de qualquer regra. Nossa única obrigação é a disciplina hermética que observamos voluntariamente. Não temos qualquer marca exterior de reconhecimento. De que nos serviria ela, uma vez que estamos à altura de nos reconhecer imediatamente?
As Doze Mansões Secretas têm, cada uma, uma razão de ser particular e definida. Cada uma está ligada a uma disciplina determinada da Tradição Rosacruz em seu todo, o que significa que há, nessa Tradição, doze caminhos, ou ainda que o postulante, para poder tirar proveito da Técnica Rosacruz, deve possuir uma nota interior afinada com uma das Doze Notas que constituem o Teclado da Formação Rosacruz. Isto significa também que a Tradição Rosacruz compreende Doze Caminhos ou características dentro da mesma organização visível exterior e que, a partir do mesmo ensinamento, da mesma técnica ou método, doze resultados podem ser obtidos, correspondendo todos, em última análise, ao estado final do Rosacruz, Quem quer que esteja pronto para o Caminho Rosacruz possui, latentes, as Doze Notas ou Qualidades, mas, pelo jogo da evolução, é por uma Nota – sua Nota – que deve prosseguir em seu desabrochar.
As Doze Notas estão de tal modo afinadas entre si que a progressão de uma Nota acarreta, por assim dizer, a progressão harmoniosa das outras onze, ainda que estas não estejam despertas, e isto mostra a unidade subjacente em que se encontram os postulantes que avançam pelas Doze Portas de uma mesma Morada. E assim, cada uma das Doze Mansões representa uma Nota. Ela abriga realizados que atingiram o grau de Rosacruz através da Nota que ela exprime. Além disso, em cada Mansão os Doze Adeptos representam igualmente, cada um, uma Nota ou Caminho – a Nota ou Caminho que foi sua característica em sua evolução até o último grau a que ele chegou. Não há, assim, qualquer separação entre as Mansões, mas, sim, ao contrário, uma completa harmonia.
Para nós, não há mais personalização. Devemos incorporar nossa Nota e o fizemos. Cada um de nossos nomes especifica, assim, nossa condição ou a característica particular de nossa qualidade de Rosacruz. Entretanto, entre nós, não há qualquer diferença! Cada característica é igual às outras, pois, em todas as coisas há unidade e similitude.
Não é impossível chegar à condição de Rosacruz, pois o número de Rosacruzes não é limitado a cento e quarenta e quatro. O que é reduzido é o número de Mansões Secretas e aqueles que as constituem. Ora, estas Mansões são como o Coração do Corpo Maior dos Rosacruzes. Elas são, de certa forma, o elemento que vivifica este Corpo e que o controla. Ninguém atinge a condição de Rosacruz sem que sejamos informados e sem que isto fique registrado ou, por assim dizer, que reconheçamos que é assim.
A Corporação Maior dos Rosacruzes! Grande, é lógico, em relação ao nosso pequeno número, este pequeno número que fez com que alguns, pouco informados, acreditassem na inexistência dos Rosacruzes ou em seu número ainda mais ínfimo! O maior número, não lhe direi quantos são, é constituído pelos trabalhadores dispersos no mundo, por estes isolados que foram consagrados por seus trabalhos secretos e que, pela experiência, chegaram ao Grande Estado. Todos são, conosco, irmãos pelas obras, pelos atos, pela descoberta e pela verdadeira ciência. Façamos uma analogia: a organização exterior compreende um vasto conjunto de membros dispersos sobre a Terra e um corpo reduzido de responsáveis reunidos em pontos determinados. O mesmo ocorre com aqueles que se reconhecem em seguida somente pelo seu estado. Eles estão sobre a Terra inteira, pouco numerosos, é verdade, em comparação com a massa de aspirantes, e, em pontos só por eles conhecidos, têm suas Mansões, essas Mansões cujo papel, no entanto, ultrapassa a corporação dos Rosacruzes para se estender ao grupo mais vasto dos rosacruzes. Entretanto, onde quer que se encontrem, sejam quais forem suas ocupações no mundo, e sejam suas responsabilidades grandes ou comuns, eles estão ligados a nós, à Mansão que corresponde à sua Nota, por laços que são mais do que psíquicos, pois, com todo o seu ser verdadeiro, eles vibram com seus pares. São os verdadeiros Superiores Desconhecidos, desconhecidos do mundo, não reconhecidos por ele e ignorados de todos quanto ao que são, pois, mergulhados no silêncio, não procuram nenhuma demonstração e são homens entre os homens. Não obstante, têm a faculdade de vir à sua Mansão, se sentirem real necessidade, e um curto período de retiro permite-lhes vencer a confusão ou mesmo a amargura que por vezes suscita a existência permanente no oceano vibratório das massas perturbadas. De fato, todos devem fazer, a cada três anos, um estágio de três dias em sua Mansão e, a cada doze anos, um estágio de doze dias.
Evolução, O qualificativo mais mal escolhido para designar o objetivo da busca humana. Evolução, Quando se trata somente de tomar consciência, de despertar por dentro, de se voltar para si mesmo e de aí viver, aí manifestar a essência que, através de nosso universo pessoal, passará a ser nossa substância do mundo manifesto! Como se poderia caracterizar em palavras um estado que nenhuma palavra poderia conceber? Só a linguagem da consciência tomada é a experiência dessa tomada de consciência, e quem quer que tenha passado por essa experiência sem retorno reconhece que a conheceu também sem que uma palavra tivesse sido trocada. A linguagem do homem não é mais nossa linguagem, o mundo do homem não é mais nosso mundo. A cor fica ultrapassada quando a luz é conseguida, mesmo que a luz encerre nela toda a cor. Vejamos... Como sugerir o que é impossível de explicar? Olhe, nós somos o Branco, não ainda o Vermelho, e no entanto o Branco e o Vermelho são os dois lados da mesma realização. Assim, porque somos o Branco, temos acesso ao Vermelho mas, por nossa própria escolha, recusamos essa possibilidade para continuar nosso Serviço no nível que é agora o nosso. Digamos que o Vermelho, a rubificação, é o estágio daqueles que você chama de Mestres Cósmicos. O Branco, nossa qualificação, é o estágio ou estado de Rosacruz. Assim fica situado nosso nível e, no prisma do mundo, este nível, esta luz difunde-se em doze cores: sete fundamentais e cinco complementares, das quais duas são matizes e três diferentes, incluindo ao mesmo tempo o conjunto das outras. Evidentemente, é por esta difusão que o aspirante se eleva por degraus à Luz do Branco... São as Doze Notas do Teclado, os Doze Caminhos ou Características Exteriores e, sendo tudo síntese e harmonia, cada Caminho deve, para ser eficaz, compreender Doze Degraus representando as sete, duas e três cores. Assim se propaga ao infinito a Lei das Similitudes, pois o que está no alto é como o que está embaixo, mas também porque o que está dentro é como o que está fora. Daí a analogia e a unidade sob a diversidade do esoterismo e do exoterismo. O Branco encerra todas as cores e todos os Caminhos; o que emana do Branco, o que ele difunde, sua reação aos impulsos internos de suas cores, tudo isto constitui o fundamento mesmo das tomadas de consciência individuais ou, se você prefere a palavra, da evolução. O que se passa em nosso estágio de pensamento, o que forma a Obra que assumimos, age sobre o total dos graus ou estados inferiores. É por isso que, a partir dos mesmos elementos operativos, a partir de um formalismo constante, e de um ritual ou de uma iniciação exterior, por exemplo, uma realização maior e mais rápida pode ser alcançada se isto for considerado necessário, levando em conta o plano universal do qual o Vermelho, o nível dos Mestres Cósmicos, é o regulador para o que tem relação, digamos ainda uma vez, com a evolução humana ou com o seu resgate.
Tudo está ligado tanto no céu como na Terra, e mesmo abaixo dela. Tudo age tanto em um sentido como em outro, em um perpétuo movimento de onde explodem vida, pensamento, amor e cada sensação ou sentimento.
Lisboa.
Nestes tempos dolorosos que o mundo atravessa, em direção a problemas ainda mais difíceis, embora diferentes daqueles encontrados durante a Era agora terminada, os Rosacruzes devem prosseguir sua missão de Vigilantes Silenciosos e, com todo o seu poder, na qualidade de conclave invisível, contribuir para o sucesso da Grande Obra. Na forja, no cadinho deste mundo, tornarão a cair, numerosas, as escórias que servirão a outras estruturas para um procedimento diferente, levando, mais tarde, não obstante, quando chegar o momento, à mesma finalidade.
Os pólos que constituímos nos lugares respectivos em que nos reunimos em conclaves de doze, naturalmente, não são escolhidos ao acaso! São centros de força situados em pontos precisos e ligados entre si de uma maneira que só o conhecimento oculto permite compreender. Nos lugares onde se encontram nossas Mansões, há uma conjuntura de forças entre o alto e o baixo, entre a potência que emana da Terra e a que se concentra sobre ela a partir do Universo superior. Explicando melhor: para usar uma imagem, duas polaridades derramam sobre esses locais o clarão permanente de energia que empregamos no cumprimento de nossa missão, mantendo entre nossos doze centros o nível vibratório necessário e dirigindo, em nossos trabalhos coletivos, nos de nossa casa particular e também individualmente, de acordo com nossa função própria, esta energia sobre a manifestação visível da Rosacruz ou, melhor dizendo, sobre os degraus exteriores que levam à invisível Fraternidade formada pelos realizados da Rosacruz. Isto é muito importante, pois a Obra Rosacruz temporal participa desta energia por nosso intermédio, e esta é, em verdade, uma das fases mais consideráveis de nosso Serviço.
Nós podemos trabalhar, a partir das Altas Esferas em que moramos – Altas Esferas em razão do que representam e pelo ponto em que se encontram. Cada um de nós possui, digamos, um título correspondente à função que assume ou, o que é mais claro, à qualidade de seu Serviço individual. Mas o título não é permanente. Melhor dizendo, opera-se um rodízio segundo um ciclo de três anos. Sou atualmente o Pai Rosenkreutz. Um outro o era antes de mim e terei um sucessor. O antigo Pai permanece entre nós. Ele assume a missão que vagou por causa do rodízio que se operou quando da minha tomada de função. Farei o mesmo quando for o momento. Não há, efetivamente, em nosso nível, uma hierarquia. Somos pares. Só a qualidade da missão a ser cumprida nos diferencia. Cada qual está no seu lugar e não é possível uma missão invadir o campo de outra. O Pai, como função, representa o centro. Fica, assim, no Coração do Santuário e é, numa Mansão, o ponto focal do encontro da energia do alto e de baixo. Assim, a conjunção que se opera nas altas esferas encontra sua primeira manifestação no Pai Rosenkreutz e através dele. Nenhum dos doze teria, certamente, a idéia de interferir nesta força da missão do Pai, quando não assume essa missão. Uma vez a realização consumada e a absoluta compreensão adquirida, uma tal tentação não existe mais. Mas tudo se reproduz ao infinito em direção ao alto, assim como para baixo, e esta situação repercute no plano do manifestado onde opera a inelutável Lei da Hierarquia.
Neste estágio temporal, a tentação ainda existe. Ela é insidiosa e se reveste de muitas formas. Ora, em todos os escalões encontra-se a mesma noção de força e, dado o que representa esta força, é certamente útil que cada qual tome, aí, consciência de sua responsabilidade própria e de seus limites em relação à dos outros, no quadro reconhecido e aceito. O risco seria grande, tanto para um quanto para outro, de ir além de sua missão individual. Mais cedo ou mais tarde, um passo a mais acarretaria a reação fatal, irresistível, inelutável. Há uma correspondência rigorosa em todos os escalões, em todas as condições e em todas as situações da marcha do homem, depois oculta ou mística, no sentido da Iniciação Rosacruz. Assim, a correspondência é válida ao nível do indivíduo, da família e da coletividade, exatamente como no nível do adepto, da assembléia oculta ou mística e de uma Ordem consciente, reconhecida e mantida do alto por nós, como é o caso daquela de que você é membro.
Em certas circunstâncias críticas – uma mudança de ciclo, um ajustamento da busca Iniciática exterior a um grau mais elevado, por exemplo – os Doze que então preenchem a missão de Pai reúnem-se em um centro que poderíamos qualificar de supremo. Este centro é aquele mesmo para o qual, há séculos, se retiraram os Rosacruzes e de onde inspiraram o Esforço Rosacruz durante um longo período, antes de reiniciar, chegada a hora, sua ação nas altas esferas que foram escolhidas. Nesse Centro Supremo, para sempre no Oriente, ficam permanentemente Dois Sábios, os dois maiores que nosso mundo tenha engendrado. Eles chegaram a este estágio de Absoluto através das Peregrinações humanas. São Rosacruzes no sentido infinito desta qualificação, e todos os Rosacruzes, por intermédio de suas Doze Mansões, a Eles estão ligados. Eles também nos consideram como seus pares, mas nós os reconhecemos como nossos superiores. Estes Dois Mestres encarnam, ou antes, veiculam, cada um, uma polaridade. Cada um reflete a Unidade, manifestando-A sob uma dupla polaridade, operando essa dupla polaridade como uma força sob uma de suas fases somente. Assim, tanto um quanto outro Sábio é completo em si mesmo e, no entanto, na ação oculta, um é complementar do outro. Este é, se quiser, a Androginia no sentido mais puro do termo. Esses dois Sábios formam o Centro Supremo. O lugar em que se encontram, tanto quanto eles próprios, constitui o que poderíamos chamar a Alma da Terra, ou ainda, o ponto onde penetra a Energia Universal que dá vida à Terra e a seus diversos reinos, inclusive o homem. A esse respeito, é lá que se encontram o começo da Terra e seu fim... Mas não posso ir mais longe nestas explicações sem correr o risco de dirigir seus pensamentos em uma direção errada. Creio que esta revelação, feita pela primeira vez, é suficiente em si própria e não se deve tornar um objeto de interpretação ou de discussão. É somente do interior que ela pode ser perfeitamente compreendida e apreciada.
Nossas Mansões são ligadas ao Centro Supremo, como são ligadas entre si, e cada um dos Doze de cada Mansão está ligado aos dois Sábios. A partir do Centro Supremo, vem o suporte e a vida que dinamiza, por assim dizer, a energia recebida e empregada, e sob esta complexidade aparente, há unidade de ação, há unidade mesma de todas as coisas – uma unidade que só se diversifica para melhor agir e atingir seu objetivo. Deus geometrizou verdadeiramente, e o mecanismo universal é perfeito, do infinitamente grande ao infinitamente pequeno e em todas as fases do visível e do invisível.
Nossa Grande Obra deve ser conhecida por todos aqueles que encetam o Caminho, a fim de que tomem consciência da importância de sua busca e de sua responsabilidade, pois não é mais o tempo dos mornos ou desses pretensos pesquisadores místicos que só procuram a satisfação de sua própria contemplação, e que, ousando julgar tudo, esquecem de se julgar a si próprios. Alguns dizem amar! Escute-os, veja-os! Amar é uma coisa muito diferente de sua inconsciente introversão ou de sua falsa compreensão da caridade. Há muitos chamados, poucos eleitos e os eleitos não são necessariamente aqueles que o supõem ser. A massa aumentará ainda, mas a escolha, em cada etapa, será mais rigorosa. Certamente, ninguém, na Vida da Iniciação, será um perdedor, pois, àqueles que já têm, ainda mais lhes será dado. Entretanto, o fardo será mais pesado para quem não sabe nem se sobrepujar nem ver além das aparências, quer se trate de coisas ou de seres. Nada existe em uma Ordem, seja ela qual for, nenhuma responsabilidade é assumida, nenhuma estrutura é permitida e nenhuma função é preenchida sem nosso assentimento e nosso apoio. Cada um está em seu lugar como nós mesmos estamos, e essa é a Lei – uma Lei contra a qual ninguém pode fazer nada, a não ser fazer-se em pedaços e naufragar nas quimeras de esperanças malogradas, com tudo o que isso implica de dores e, mais tarde, de arrependimento. (Grifo meu).
Madri.
Que um raio brilhe da Unidade...
Vahos + A nostro + Noxis baï gloï... A Comunhão é uma...
Todas as Mansões Secretas da Rosacruz se parecem em sua disposição interior, sendo cada uma, nesse sentido, a réplica da outra, mesmo que as dimensões sejam diferentes, como também o pode ser a decoração.
Para nós, é comovente revelar a extraordinária engenhosidade de que o homem dá provas para reencontrar seu estado original. Tudo foi, é e será eternamente em Deus. O homem está eternamente em Seu seio. Ele o foi, ignorante de si próprio, sem consciência de o ser, inerte, por assim dizer. O 'Fiat' corresponde à sua primeira separação, isto é, a uma tomada de consciência e de individualidade bem precária que o Verbo [Verbum Dimissum et Inenarrabile] alarga em uma separação cada vez maior, até alcançar uma manifestação aparentemente independente que existe por si própria e se multiplica no esquecimento de suas origens e na nostalgia de um estado que acreditava perdido. Ao mesmo tempo, desenvolvia-se a consciência a uma percepção mais aguda, ainda que indefinida, de um inevitável retorno. O objetivo era, pois, pressentido. A suposta separação voltaria a ser Unidade, mas uma Unidade consciente, em que o estado original seria recobrado no conhecimento deste estado. Eis o objetivo da encarnação.
O homem, em sua realidade, jamais deixou o lugar que ocupava em Deus. Jamais perdeu seu estado original. Ele é tal qual foi eternamente, mas, sob a injunção do 'Fiat', partiu em um sonho, do qual despertará realizado, isto é, consciente. 'O Círculo estará fechado, a Obra terminada e a Fusão perfeita'. O que cumpre chamar de Caminho do Despertar reveste-se de múltiplas formas de graus infinitos, desde a simples esperança individual até o progresso comunitário em que o indivíduo se alimenta para expandir sua consciência. Cada qual transpõe cada estágio até a etapa final, que compreende Doze Caminhos.
Seria por demais demorado entrar em detalhes a propósito daqueles raros que, em tempos remotos, alcançaram o píncaro. É preciso render homenagem a seu santo mérito, pois são eles que, tendo reconhecido o objetivo, interromperam seu esforço final para voltar sua atenção para a planície onde serpenteava, em sua busca, a vasta coorte humana. Eles se reuniram, então, para conjugar seus esforços. Foram os primeiros Vigilantes Silenciosos, reunidos na primeira Domus Sancti Spiriti. E é neles que têm suas raízes profundas as primeiras comunidades, das quais emanaram, em seguida, escolas de mistérios, fraternidades e comunidades de todas as tradições. São eles que as inspiraram para evitar, ao homem, as provas da rude procura isolada que foi a deles. Inspiraram a idéia e só a idéia, e o homem, sobre esta idéia, edificou seus sistemas e suas técnicas. Por isto, não hesitei em louvar sua admirável engenhosidade.
Foi assim que, pouco a pouco, constituiu-se a Iniciação em continentes desaparecidos, que uma transmissão se operou em outros lugares e que os métodos se aperfeiçoaram para constituir, um dia, um conjunto válido, sujeito simplesmente, em seus detalhes, às flutuações do tempo e do espaço. O que fizeram aqueles que dissimularam sua personalidade verdadeira sob o nome de Christian Rosenkreutz, foi partir em busca das múltiplas formas da Iniciação autêntica, cada um seguindo um itinerário preciso. Depois, os Christian Rosenkreutz se reencontraram, reuniram suas descobertas e delas resultou a Técnica Rosacruz e os Doze Caminhos. Assim, pode-se dizer que toda a Iniciação antiga encontrava-se, desde então, reunida, sintetizada, nos Doze Caminhos. A história simbólica de Christian Rosenkreutz, isto é, os Doze Personagens que esta denominação particular encobre, é, portanto, capital na busca iniciática, pois constitui o ponto de partida de um novo ciclo. Ela é o início de um novo triângulo que recolheu todo o passado para uma viagem de nível mais elevado... Estes Doze formaram a primeira 'Domus Sancti Spiriti' deste continente, e cada um deles, em seguida, determinou ou projetou os Doze Centros onde deveriam se estabelecer, em seguida, as outras Mansões Secretas. É por esse motivo que os Doze fundadores do novo ciclo são para sempre, para nós, os Primeiros Rosacruzes. Cada Mansão Secreta leva o nome de um deles, e zela, assim, por sua herança, no caminho que apresentou em sua busca e que a assembléia original lhe atribuíra. Todos são, por assim dizer, os Santos Chefes da Rosacruz, e tudo o que foi realizado mais tarde tem neles sua fonte. Só o maior deles, depois do Périplo Sagrado, manteve o título de C.'. R.'. C.'., mas todos, no princípio, foram, repito, Christian Rosenkreutz.
Jacob Boehme, Paracelso e outros, muitos outros, pelo menos mais numerosos do que geralmente se reconhece, foram Rosacruzes entre aqueles que cumpriam sua missão neste mundo, sujeitos às suas exigências e respeitando suas leis cotidianas. Foram todos encarregados de um trabalho particular para a Mansão Secreta à qual estavam ligados e, embora suas obras fossem exteriormente conhecidas, são as Mansões Secretas que detêm sua Chave verdadeira. Isto, aliás, não é um fato do passado. Mesmo em nossos dias, é assim. Existem acontecimentos, realizações ou atos que ofuscam o homem a tal ponto ou que, o que dá no mesmo, parecem-lhe integrar-se tanto no quadro atual, que ele não reconhece como excepcionais ou de um valor mais alto. Basta, porém, abrir os olhos. Na base de tudo, há um elemento desconhecido. Entre tudo, há um vínculo, um fio condutor. A Unidade, inclusive aquela que representamos, age na diversidade aparente. A busca é simples, o objetivo está próximo, mas o homem está adormecido e se atormenta na pior insipidez. Veja-o, em estado de beatitude diante de pretensos mestres que se enganam a si mesmos na contemplação de imaginários poderes! Veja-o chamar esses homens de sábios e a se entregar a uma devoção pessoal que prejudicará seu desenvolvimento até que ele desperte! Veja-o, enfim, procurar sua própria fantasia e seu próprio sonho sob a máscara com que ele reveste o conhecimento ao qual aspira! Mas é preciso atravessar esta etapa, e o ritmo é sempre igual a si mesmo. Não existe qualquer atalho. É todo inteiro que o caminho da Iniciação deve ser percorrido.
Nenhum de nós manifesta poderes particulares; o que não significa que não os tenhamos. Mas a condição de Rosacruz não implica seu uso constante. Ser Rosacruz é ter adquirido uma maneira de ser, de pensar e de agir, pois pensar e agir são uma só e a mesma faculdade. O pensamento anima o ser e torna-se ação. Isto é o verdadeiro poder, pois se resume no emprego da energia única em condições diversas, e este emprego é voluntário, em parte. Ele é a conseqüência imediata do nível que alcançamos. É o próprio estado, e esse estado é o absoluto do conhecimento. Ora, pelo que constituímos, quem quer que se ponha em harmonia com um grau qualquer do caminho que leva a nós está, conseqüentemente, em harmonia conosco e, através de nós, com o sublime de que nos tornamos um receptáculo privilegiado. Por conseguinte, não há, em nenhum dos Doze Caminhos, neófitos ou adeptos adiantados. Uma tal distinção não existe. Há simplesmente harmonia ou ruptura dessa harmonia. A harmonia mantida pelo estudo sincero significa contato e leva ao despertar, porque uma conexão é então estabelecida com nosso plano. O Rosa+Cruz é, neste caso, um verdadeiro Rosacruz em potencial. A ruptura da harmonia significa interrupção do contato e desenvolvimento unicamente do eu intelectual e de suas miragens. A ruptura, bem entendido, é devida à exaltação do eu sob suas formas insidiosas, inclusive a da dúvida. Mas o que eu quis principalmente ressaltar, nestas observações anexas, é o laço permanente e individual que existe entre nós, Rosacruzes, e cada rosacruz, desde que este demonstre uma sinceridade verdadeira e uma real aspiração. Neste caso, ele goza de nosso influxo e jamais está só.
Kut-Hu-Mi é um dos maiores entre aqueles conhecidos como Mestres Cósmicos. Kut-Hu-Mi, porém, está particularmente ligado ao Caminho Rosacruz e é o nosso Hierofante. É o intermediário entre o Plano dos Mestres Cósmicos e o nosso. Ele é de outro Plano, mas está na interseção dos dois Planos. É um porta-voz nos dois sentidos, ao mesmo tempo guia e guardião. Na Pirâmide Rosacruz total, ele é o cume.
Kut-Hu-Mi.
Quem conhece a Palavra não duvida que Ela esteja entre nós.
A Grande Vigília de Lisboa.
Bem-aventurados aqueles que choram, pois eles serão consolados.
O profano deve morrer para renascer na vida superior que a Iniciação confere. Se não morrer em seu estado de imperfeição, ele interdita para si próprio qualquer progresso Iniciático. Saber morrer é, pois, o grande segredo do Iniciado, pois, morrendo, desprende-se do que é inferior, para elevar-se, sublimando-se. O verdadeiro sábio esforça-se, portanto, por morrer constantemente, a fim de viver melhor. Isto não implica qualquer prática ascética estéril, mas, se quiser conquistar sua autonomia intelectual, deverá romper com os preconceitos que lhe são caros e morrer, assim, para a sua forma habitual de pensar. Para nascer para a liberdade de pensamento, é preciso liberar-se, morrendo para tudo o que se opõe à estrita imparcialidade do julgamento. [Interpretação dada à décima terceira carta do Tarô – o arcano mudo dos santeiros da Idade Média – dada por Oswald Wirth. Apud Raymond Bernard.]
Arcano Treze: o Paracleto consolador que liberta o espírito do jugo da matéria. Libertação, espiritualização, desmaterialização, percepção da realidade despojada de qualquer cenário sensível, Morte Iniciática, Iniciação Integral.
Kyrie Elèison1... Mea culpa...
São quarenta e oito leis fundamentais que governam a Terra, enquanto noventa e seis regem a Lua.
Nossa Terra está situada em um canto bem escuro do Universo, e unicamente o Homem Interior – o Sétimo – pode raciocinar com o Absoluto!
Provei, como conhecedor, o suave Elixir, o complacente, o grande liberador: aquele que todos, Deuses e mortais, procuram chamando-O de mel... Bebemos o Soma, tornamo-nos imortais, Chegados à Luz, encontramos os Deuses. Que nos pode fazer agora a impiedade ou a malícia do mortal, ó imortal? Inflama-me como o Fogo que nasce da fricção, ilumina-nos... [Estância esparsa de um Hino ao Soma. Apud Raymond Bernard.]
O Licor cor-de-rosa, obtido através de sucessivas destilações de Alquimia, é empregado unicamente em casos extremamente especiais, como parte de um conjunto maior.
Quem viveu a certeza, lembra-se dela para sempre. E esta mesma certeza é transmitida a todos aqueles com quem a harmonia interior é firmada.
Meditações... Orações... Refeições... Emprego das Três Palavras de Poder... Recolhimento...
A experiência Rosa+Cruz da Consciência Cósmica dura alguns segundos e seus efeitos são permanentes no nível do Eu verdadeiro.
Sim, basta fazer o possível com confiança e boa vontade; todo o resto nos é dado por acréscimo.
Sinto que sou uma parte, uma célula de um corpo muito maior...
As condições estão estabelecidas, o discípulo está pronto, o Mestre pode vir... E Ele vem!
No centro do estrado, a aura parece tomar forma. Na realidade, é o ambiente criado pela aura, que chegou ao grau necessário de poder vibratório que permite a manifestação. Direi mesmo que aquele que subitamente parece surgir no estrado já lá estava e que tudo o que foi feito pela assembléia consistiu somente em permitir que ele fosse percebido. Alguns pensariam materializado, o que é falso... E depois, que importa! Ele lá está. Como os outros, eu o vejo. Como os outros, projeto-me nele, por assim dizer, e comungo em uma comunhão incomparável, feita de fusão, de total abandono e, no entanto, de perfeita consciência. Ah!, como é inexprimível a felicidade destes instantes! Nela se confunde o amargo arrependimento dos erros cometidos e, ao mesmo tempo, a paz do perdão obtido por uma reparação que o poder daqui efetua alhures, como se a alma desse um pouco de si própria para compensar a culpa. Quem é ele? Minha alma parece reconhecê-lo. Quem é ele? Sim, eu sei, mas meu Coração silencia e seu nome está selado com o selo da promessa. Ele é o Mestre, o Cume, o Apóstolo. Algumas filosofias diriam um dos maiores a serviço do Cristo. É tudo o que estou autorizado a desvendar.
Toda Chave abre, efetivamente, as portas do Eu e o Eu de um é sempre diferente do Eu dos outros – de onde resulta que o simbolismo sugere um conhecimento autêntico, incomunicável de um para outro, porque é função do grau de compreensão alcançado, e este grau é particular a cada um.
É importante jamais pretender alguma ação contra os empreendimentos individuais que não têm nenhum fundamento na Tradição Primordial. Esses empreendimentos devem ser considerados como uma polaridade negativa necessária que permite a escolha, e serve de experiência e de depuração ao discípulo a caminho do real. Eles são o inevitável cone de sombra que não existiria sem a luz.
É da oposição ou da resistência que surge o progresso. Essa resistência, aliás, é mantida dentro de seus justos limites. Os Rosacruzes os observam, e se os limites forem ultrapassados, a reação purificadora intervém. Mas uma outra resistência logo se estabelece. Tudo o que é temporal compreende a dupla polaridade de que nenhum caminho está isento.
O poder total não é um dom. Ele deve ser merecido, adquirido.
O livre-arbítrio de cada um deve ser preservado pela possibilidade de recusa ou da aceitação.
Cada místico sincero e verdadeiro é seguido, passo a passo, além das estruturas temporais, pelos Rosacruzes, os Mestres que chegaram ao objetivo.
Tenho a impressão de estar fora de mim mesmo e de ver, bem na minha frente, ligeiramente além do triângulo simbólico, dois Seres de Luz, e creio reconhecê-los. Eles têm as mãos estendidas para mim e ouço, como se viessem de mais longe ainda, as Três Palavras em que tanto meditei na minha cela e, coroando as outras, a Palavra que recebi no seio da Ordem Rosacruz — AMORC, em um determinado estágio de meus estudos. Ouço-me repetir, em voz alta, cada uma dessas Palavras. Depois, é o vazio absoluto que não posso dizer quanto durou... Abrindo os olhos, estou transtornado de surpresa: toda a assembléia está de pé e, sobre meus ombros, sinto mãos que logo constatarei serem as do Pai. Que acaba de se passar? Terei sonhado, terei sido o joguete de uma compreensível ilusão, suscitada pelo ambiente já excepcional no qual estou mergulhado desde há alguns dias, e particularmente esta noite? Como o saberia? Se alguma coisa me foi transmitida, para mim e para outros, foi no nível mais elevado de meu ser que a Transmutação ocorreu e não ignoro que, se ele tirou algum proveito, o ser exterior, em seus diferentes componentes, não pode compreender nem analisar o que o transcende a esse ponto. No entanto, sinto-me em um estado de rara calma, sem nenhum cansaço e, sem procurar a razão, sinto uma alegria sem igual no momento em que o Pai murmura: — Lembra-te!. Essas palavras contêm uma promessa e, penetrado uma vez mais pela idéia de que um grande acontecimento acaba de se produzir, respondo num sopro: —Obrigado, obrigado! — pondo-me inteiro nestas palavras e sem reter as lágrimas que meu pensamento oferece a todos.
Raymond Bernar.
Nascido em 19 de maio de 1923, em Bourg d'Oisans, Isère, na França, Raymond Bernard formou-se em direito, na Universidade de Grenoble, e dedicou-se aos negócios de sua família. Nos anos seguintes, realizou contatos com importantes ramos da tradição cavaleiresca e templária. Em 1956, é levado a deixar os negócios da família para dedicar-se à reorganização da Antiga e Mística Ordem Rosacruz-AMORC, da qual era membro desde muito jovem. Ocupou funções de Grande Mestre, Legado Supremo e membro do Conselho Supremo da Ordem. Restabelece os trabalhos da Ordem Martinista Tradicional (no Brasil Tradicional Ordem Martinista), onde assumiu as mesmas funções para as quais fora investido na Ordem Rosacruz. Participou também dos trabalhos maçônicos da Grande Loja de França.
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