domingo, 31 de agosto de 2014
A Miragem.marcus viana.
Ah, se pudessemos contar as voltas que a vida dá
Pra que a gente possa encontrar um grande amor.
É como se pudessemos contar todas estrelas do céu,
os grãos de areia desse mar, ainda assim...
Pobre coração o dos apaixonados,
que cruzam o deserto em busca de um oásis, em flor
Arriscando tudo por uma miragem,
pois sabem que há uma fonte oculta nas areias,
Bem aventurados os que dela bebem,
porque para sempre serão consolados
Somente por amor a gente põe a mão
no fogo da paixão, e deixa se queimar,
Somente por amor,
movemos terra e céus,
rasgando sete véus,
saltamos do abismo sem olhar pra trás
Somente por amor, e a vida se refaz...
Somente por amor a gente põe a mão
no fogo da paixão e deixa se queimar,
Somente por amor,
movemos terra e céus,
rasgando sete véus,
saltamos no abismo sem olhar pra trás,
Somente por amor.
A vida se refaz,
e a morte não é mais pra nós...
Lágrimas da Mãe do Mundo.marcus viana.
Em teu sonho um anjo vem dizer
Que as estrelas têm sono e vão dormir
À mão rosa da aurora e a luz do sol
Parecem dizer: - Acorda menina, outro dia já vem.
Rios de gente, nuvens de fumaça
Que escondem a luz da manhã
Rugem os motores da grande cidade
Que abafam a canção dos pardais
Um mundo tão grande assim
Não pode caber
Nas mãos pequenas do amor
Que carregam cada dia
Pequeninas sementes
Os sonhos humildes
Que a cidade grande escondeu
Na sombra dos arranha-céus
Outro dia ja foi e você vem
Traz pra casa os sonhos que teceu
Mas se o mundo girar e o céu cair
O que vai restar saber resistir
Imune aos vendavais
Volta pra casa
De novo aos meus braços
Esquece o que o mundo te faz
Vem que eu te ponho no colo
Te conto uma historia, te faço dormir
O mundo é pequeno demais pra conter
A imensidão do amor
As lágrimas da estrela mãe
Oceano infinito
Que aos poucos abre fendas
Nos coracões de pedra
Nos muros desse velho mundo
poema em linha reta.
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência
para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente
nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras,
pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse
que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
.Fernando Pessoa.
´´IF" se. de Rudyard Kipling.
Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti
quando todos duvidam de ti
e aceitas as suas dúvidas
Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos
Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres
Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos
Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo
Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo
Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.
Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e aguentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente
Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender
Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado
Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam
Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um Homem, meu filho!
A PROMETIDA.
Abram a velha charuteira,
dêem-me um Cuba bem fornido;
complicaram-se as coisas, Maggie
e eu nos temos desentendido.
Por causa do Havana brigamos,
brigamos por um bom charuto,
e eu percebo que ela exagera,
e ela então me chama de bruto.
Abram a velha charuteira;
que por um instante eu sossegue,
vendo através do véu azul
da fumaça o rosto de Maggie.
É bem bonita de se olhar –
Maggie, uma amável jovenzinha;
mas belas faces logo murcham
e até o mais puro amor definha.
Num Larranaga existe paz,
num Henry Clay a calma mora;
mas o melhor charuto logo
se acaba, e a gente o deita fora –
deita fora por outro, tão
perfeito, e escuro, e bem curtido;
coisa que com Maggie não faço,
por medo ao boato e ao alarido.
Maggie, minha esposa aos cinqüenta –
grisalha, e velha, e aquele humor! –
e não poder adquirir outra
nem por ouro, nem por amor!
Tornada na treva de agora
a luz ardente do passado,
e como a guimba de um charuto
o lume do Amor apagado –
a guimba extinta de um charuto
que no bolso se há de meter,
sem que, fumado até o toco,
se tenha outro para acender.
Abram a velha charuteira –
deixem-me ao menos refletir.
Aqui um suave Manila,
ali uma esposa a sorrir.
O que é melhor: a servidão
comprada ao preço de um anel,
ou todo um harém de morenas,
cinqüenta, presas a um cordel?
Hábeis e mudos conselheiros,
confortadores experientes,
e nem uma só das cinqüenta
para esnobar as concorrentes?
Pensamentos de manhã cedo,
consolo em épocas de abrolhos,
paz no silêncio do crepúsculo,
bálsamo antes que eu feche os olhos,
eis o que as cinqüenta hão de dar-me,
sem nada em troca demandar,
com só esta paixão sati (*):
cumprir seu dever e queimar.
Eis o que as cinqüenta hão de dar-me.
E, quando extintas e acabadas,
cinco vezes outras cinqüenta
novas servas me serão dadas.
Encostas da distante Java
e ilhas hispânicas também –
hão de outra vez enviar-me noivas
quando acabar o meu harém.
Não me preocupará vesti-las
nem tê-las bem alimentadas,
nem quando as gaivotas aninham,
nem no outono das chuvaradas.
Vou perfumá-las com baunilha,
temperar com chá suas peles;
Mouro e Mórmon terão inveja
ao ouvirem a história delas.
Pois Maggie escreveu numa carta
que eu escolhesse meu destino
entre o pequeno Amor chorão
e o grandioso deus Nico Tino.
E por menos de doze meses
do Amor não fui mais que um servente,
mas Sacerdote de Cabanas
fui por sete anos certamente.
Meus negros dias de solteiro
são coloridos no fulgor
de troncos que queimei somente
por Gozo, Amigos, Lida e Ardor.
Se me volto para o futuro
que provaremos Maggie e eu,
a única luz que há sobre os pântanos
é o duro Amor e o jugo seu.
Terei uma jornada livre,
ou nesses pântanos me afogo?
Se o fumo de um charuto o embaça,
devo seguir o incerto fogo?
Abram a velha charuteira –
deixem-me pensar outra vez;
velhos amigos, quem é Maggie
para que eu despreze vocês?
Um bom milhão de Maggies extras
aí estão para levar o andor.
Uma mulher é uma mulher,
mas um Charuto é puro Odor.
Acendam-me mais outro Cuba –
que fiel aos meus votos serei.
Se Maggie não vai ter rivais,
nenhuma Maggie esposarei.
Rudyard Kipling.
Traduções de Renato Suttana.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
O Poema da Sabedoria Humana .
Se és capaz de manter tua calma, quando
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa,
De crer em ti, quando estão todos duvidando,
e para esses, no entanto, achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo, conseguires
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo
resta a vontade em ti que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
e, entre Reis, não perderes a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho,
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling.Tradução de Guilherme de Almeida.
Hino a Pã.
Hino a Pã - Mestre Therion (tradução de Fernando Pessoa)
poema de Aleister Crowley
Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!Iô Pã! Iô Pã!
Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca,
Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão -
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
A Rosa e a Cruz.
poema místico de Fernando Pessoa.
Porque choras de que existe
A terra e o que a terra tem?
Tudo nosso – mal ou bem –
É fictício e só persiste
Porque a alma aqui é ninguém
Não chores!
Tudo é o nada
Onde os astros luzes são.
Tudo é lei e confusão.
Toma este mundo por strada
E vai como os santos vão.
Levantado de onde lavra
O inferno em que somos réus
Sob o silêncio dos céus,
Encontrarás a Palavra,
O Nome interno de Deus.
E, além da dupla unidade
Do que em dois sexos mistura
A ventura e a desventura,
O sonho e a realidade,
Serás quem já não procura.
Porque, limpo do Universo,
Em Christo nosso Senhor,
Por sua verdade e amor,
Reunirás o disperso
E a Cruz abrirá em Flor.
A história dos signos.
"Para ti ÁRIES, dou a primeira semente, para que tenhas a honra de plantá-la. Para cada semente que plantares, mais outro milhão de sementes se multiplicará em tuas mãos. Não terás tempo de ver a semente crescer, pois tudo o que plantares criará cada vez mais e mais para ser plantado. Tu serás o primeiro a penetrar o solo da mente humana levando Minha Idéia. Mas não cabe a ti alimentar e cuidar dessa Idéia, nem questioná-la. Tua vida é ação, e a única ação que te atribuo é a de dar o passo inicial para tornar os homens conscientes da Minha Criação. Por esse trabalho, Eu te concedo a virtude do Respeito por Ti Mesmo".
Silenciosamente Áries, retornou ao seu lugar.
"A ti, TOURO, Eu dou o poder de transformar a semente em substância. É grande a tua tarefa, e requer paciência, pois tens de terminar tudo o que foi começado, para que as sementes não sejam dispersadas pelo vento. Não deves, assim, questionar, e também não deves mudar de idéia no meio do caminho, nem depender dos outros para a execução do que te peço. Para isso Eu te concedo o Dom da Força. Trata de usá-la sabiamente".
E Touro voltou lentamente ao seu lugar.
"A ti, GEMEOS, Eu dou as perguntas e as respostas, para que possas levar a todos um entendimento daquilo que o homem vê ao seu redor. Tu nunca saberás por que os homens falam ou escutam, mas em tua busca pela resposta encontrarás o Meu Dom, reservado para ti: o Conhecimento".
E Gêmeos voltou rapidamente ao seu lugar.
"A ti CANCER, atribuo a tarefa de ensinar aos homens a emoção. Minha idéia é que provoques neles risos e lágrimas, de modo que tudo o que eles vejam e sintam desenvolva uma plenitude desde dentro. Para isso Eu te dou o dom da Família, para que tua plenitude possa multiplicar-se."
E Câncer voltou ao seu lugar.
"A ti LEO, atribuo a tarefa de exibir ao mundo Minha Criação em todo o seu esplendor. Mas deves ter cuidado com o orgulho, e sempre lembrar que é Minha Criação, e não tua. Se o esqueceres, será desprezado pelos homens. Há muita alegria em teu trabalho, basta fazê-lo bem. Para isso te concedo o Dom da Honra."
E Leo voltou, majestosamente ao seu lugar.
"A ti, VIRGO, peço que empreendas um exame de tudo o que os homens fizeram com a Minha Criação. Terás de observar com perspicácia os caminhos que percorrem, e lembrá-los de seus erros, de modo que através de ti, Minha Criação possa ser aperfeiçoada. Para que assim o faças, Eu te concedo o dom da Pureza de Pensamento".
E Virgo, voltou pensativamente ao seu lugar.
"A ti LIBRA, dou a missão de servir, para que o homem esteja ciente de seus deveres para com os outros, para que ele possa aprender a cooperação assim como a habilidade de refletir o outro lado das suas ações. Hei de levar-te aonde quer que haja discórdia, e por teus esforços te concederei o Dom da Paz".
E Libra retornou ao seu lugar.
"A ti, SCORPIO, darei uma tarefa muito difícil. Terás a habilidade de conhecer a mente dos homens, mas não te darei a permissão de falar sobre o que aprenderes. Muitas vezes te sentirás ferido por aquilo que verás e em tua dor te voltarás contra Mim, esquecendo que não sou Eu, mas a perversão da Minha Idéia que te faz sofrer. Verás tanto e tanto do ser humano, que chegarás a conhecer o homem enquanto animal, e lutarás tanto com os instintos animais de ti mesmo, que perderás o teu caminho; mas, quando finalmente voltares a mim, Scorpio, terei para ti o Dom supremo da Finalidade".
E SCORPIO retornou ao seu lugar.
"SAGITÁRIO, a ti Eu peço que faças os homens rirem, pois entre as suas distorções da Minha Idéia, eles se tornam amargos. Através do riso, darás ao homem a esperança, e através da esperança voltarás os seus olhos novamente para Mim. Chegarás a ter muitas vidas, ainda que só por um momento, e em cada vida que atingires, conhecerás a inquietação. A ti, Sagitário, darei o dom a Infinita Abundância, para que te possas expandir o bastante até atingir cada recanto onde haja escuridão e levar até ele a esperança e a Fé".
E Sagitário voltou ao seu lugar.
"De ti, CAPRICORNIO, quero o suor da tua fronte, para que possas ensinar aos homens o trabalho. Não é fácil a tua tarefa, pois sentirás todo o labor dos homens cair sobre os teus ombros; mas, pelo jugo de tua carga, ponho em tuas mãos a Responsabilidade sobre o caminho do homem."
E Capricórnio tornou pensativamente ao seu lugar.
"A ti, AQUARIUS, dou o conceito do futuro, para que através de ti o homem possa ver outras possibilidades. Terás a dor da solidão, pois não te permito personalizar o Meu amor. Mas, para que possas voltar os olhares humanos em direção a novas possibilidades, eu te concedo o dom da Liberdade, de modo que, livre, possas continuar a servir a humanidade onde quer que ela necessite de ti".
E Aquárius retornou ao seu lugar.
“A ti, PISCES, dou a mais difícil tarefa de todas. Peço-te que reúnas todas as tristezas dos homens e as tragas de volta para Mim. Tuas lágrimas serão, no fundo, Minhas lágrimas. A tristeza e os padecimentos que terás de absorver, são o efeito das distorções impostas pelo homem à Minha Idéia, mas cabe a ti levar até ele a Compaixão, para que ele possa tentar de novo. Por essa tarefa supremamente difícil, Eu te faço o dom mais alto de todos. Tu serás o único de Meus doze filhos que Me compreenderá. Mas este Dom do Entendimento é só para ti, Pisces, pois quando tentares difundi-lo entre os homens, eles não te escutarão".
E Pisces voltou pensativo ao seu lugar.
E então DEUS disse: "Cada um de vós tem uma parte da Minha Idéia. Não deveis confundir a parte com o todo dessa Idéia, nem podereis negociar vossas partes entre vós. Pois cada um de vós é perfeito, mas não compreendereis isso até que vós Doze sejais Um. Pois então o Todo de Minha Idéia será revelado a cada um de vós"
E as Doze crianças foram embora, cada uma determinada a executar seu trabalho da melhor maneira, para poder receber o dom que lhe havia de caber. Mas nenhum entendeu plenamente sua tarefa, e quando voltaram, confusos, Deus disse: "Cada um de vós acredita que o Dom do outro é melhor. Por isso eu permitirei que negocieis entre vós". E, por um momento, cada criança ficou entusiasmada, imaginando as possibilidades da nova missão.
Mas Deus sorriu e disse: "Voltareis a Mim muitas vezes, pedindo-me para serdes liberados de vossas missões. E em cada ves que isso acontecer, Eu entenderei vosso pedido. Passareis através de inumeráveis encarnações antes que a missão originária que vos prescrevi esteja completada. Dou-vos um tempo infinito para que a completeis, pois só quando estiver terminada a missão é que podereis estar Comigo".
"A ti, SCORPIO, darei uma tarefa muito difícil. Terás a habilidade de conhecer a mente dos homens, mas não te darei a permissão de falar sobre o que aprenderes. Muitas vezes te sentirás ferido por aquilo que verás e em tua dor te voltarás contra Mim, esquecendo que não sou Eu, mas a perversão da Minha Idéia que te faz sofrer. Verás tanto e tanto do ser humano, que chegarás a conhecer o homem enquanto animal, e lutarás tanto com os instintos animais de ti mesmo, que perderás o teu caminho; mas, quando finalmente voltares a mim, Scorpio, terei para ti o Dom supremo da Finalidade".
E SCORPIO retornou ao seu lugar.
"SAGITÁRIO, a ti Eu peço que faças os homens rirem, pois entre as suas distorções da Minha Idéia, eles se tornam amargos. Através do riso, darás ao homem a esperança, e através da esperança voltarás os seus olhos novamente para Mim. Chegarás a ter muitas vidas, ainda que só por um momento, e em cada vida que atingires, conhecerás a inquietação. A ti, Sagitário, darei o dom a Infinita Abundância, para que te possas expandir o bastante até atingir cada recanto onde haja escuridão e levar até ele a esperança e a Fé".
E Sagitário voltou ao seu lugar.
"De ti, CAPRICORNIO, quero o suor da tua fronte, para que possas ensinar aos homens o trabalho. Não é fácil a tua tarefa, pois sentirás todo o labor dos homens cair sobre os teus ombros; mas, pelo jugo de tua carga, ponho em tuas mãos a Responsabilidade sobre o caminho do homem."
E Capricórnio tornou pensativamente ao seu lugar.
"A ti, AQUARIUS, dou o conceito do futuro, para que através de ti o homem possa ver outras possibilidades. Terás a dor da solidão, pois não te permito personalizar o Meu amor. Mas, para que possas voltar os olhares humanos em direção a novas possibilidades, eu te concedo o dom da Liberdade, de modo que, livre, possas continuar a servir a humanidade onde quer que ela necessite de ti".
E Aquárius retornou ao seu lugar.
'A ti, PISCES, dou a mais difícil tarefa de todas. Peço-te que reúnas todas as tristezas dos homens e as tragas de volta para Mim. Tuas lágrimas serão, no fundo, Minhas lágrimas. A tristeza e os padecimentos que terás de absorver, são o efeito das distorções impostas pelo homem à Minha Idéia, mas cabe a ti levar até ele a Compaixão, para que ele possa tentar de novo. Por essa tarefa supremamente difícil, Eu te faço o dom mais alto de todos. Tu serás o único de Meus doze filhos que Me compreenderá. Mas este Dom do Entendimento é só para ti, Pisces, pois quando tentares difundí-lo entre os homens, eles não te escutarão".
E Pisces voltou pensativo ao seu lugar.
E então DEUS disse: "Cada um de vós tem uma parte da Minha Idéia. Não deveis confundir a parte com o todo dessa Idéia, nem podereis negociar vossas partes entre vós. Pois cada um de vós é perfeito, mas não compreendereis isso até que vós Doze sejais Um. Pois então o Todo de Minha Idéia será revelado a cada um de vós"
E as Doze crianças foram embora, cada uma determinada a executar seu trabalho da melhor maneira, para poder receber o dom que lhe havia de caber. Mas nenhum entendeu plenamente sua tarefa, e quando voltaram, confusos, Deus disse : "Cada um de vós acredita que o Dom do outro é melhor. Por isso eu permitirei que negocieis entre vós". E, por um momento, cada criança ficou entusiasmada, imaginando as possibilidades da nova missão.
Mas Deus sorriu e disse: "Voltareis a Mim muitas vezes, pedindo-me para serdes liberados de vossas missões. E em cada ves que isso acontecer, Eu entenderei vosso pedido. Passareis através de inumeráveis encarnações antes que a missão originária que vos prescrevi esteja completada. Dou-vos um tempo infinito para que a completeis, pois só quando estiver terminada a missão é que podereis estar Comigo" Graziella Marraccini.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Almost Home
Quase Em Casa.
Ei, ei, você está quase em casa
Quase em casa, quase em casa
Vi a luz no céu
E os céus são como vaga-lumes
Brilhando
Apenas para desaparecer no escuro
Tive esperança em minhas duas mãos
Mas não haverá outra chance
Para encontrar o reino
Acredito em meu coração
Porque por debaixo do bem
Há algo maior do que você conhece
Quando você estiver quase lá
E você estiver quase em casa
Basta abrir os olhos e ir, ir
Quando você estiver quase lá
Quase em casa
Saiba que você não está sozinho
Você está quase em casa
Quando você corre, corre para longe
Você esquece quem você é
O lugar de onde você veio é como se fosse algum outro universo
Eles contam seus passos
Como se tivessem se arrependido
Você se prepara e perde de novo
Errado é certo, a direita é a esquerda
E não há para onde você se virar
Então não acredite em tudo
Você pensa, você pensa que sabe
Quando você estiver quase lá
E você estiver quase em casa
Basta abrir os olhos e ir, ir
Quando você estiver quase lá
Quase em casa
Saiba que você não está sozinho
Você está quase em casa
Quando você deixa seu coração ser a bússola
Você não estará sozinho, se você não confiar nele
Quando você ouvir o som da trombeta
Mais alto do que nunca
Quando você estiver quase lá
E você estiver quase em casa
Basta abrir os olhos e ir, ir
Quando você estiver quase lá
Quase em casa
Saiba que você não está sozinho
Você está quase em casa
Quando você estiver quase lá
E você estiver quase em casa
Basta abrir os olhos e ir, ir
Quando você estiver quase lá
Quase em casa
Saiba que você não está sozinho
Você está quase em casa
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
O Tempo da Serpente.
Escolhemos habitar um tempo de transição para o qual julgamos não estar preparados. A mudança traz múltiplas transformações dentro e fora de nós que, pela sua rapidez, nos convocam a responder de forma igualmente rápida e decidida.
No entanto, escolher num período caracterizado pela dispersão, pela mudança, pela incerteza, pelas dificuldades torna-se um desafio às nossas capacidades, ensonadas por alguns anos de facilitismo e alguma apatia. De todas as faculdades há uma que, neste tempo, precisamos de desenvolver: o poder de regeneração aos níveis interior e exterior. Somos, assim, semelhantes à serpente que despe a pele velha e cujo o próprio corpo tem a capacidade de se regenerar.
Empurrados pelo instinto de sobrevivência, não podemos ser levados pela emoção numa corrente desabrida. É preciso parar, renascer, equilibrando o lado mental e afectivo, seguir uma orientação, ter um objectivo a cumprir de cada vez; saber também visualizar o resultado esperado.
Para que aflore em nós o novo, há uma casca velha e pesada que precisamos de abandonar: a lamentação, a autocomiseração, a vitimização que faz de nós presas fáceis da indolência e da insegurança.
No entanto, antes de renascer muitas questões necessitam de ser equacionadas: faremos nós aquilo de que realmente gostamos?Gostamos do que fazemos, mas necessitamos de renovar o modo como o fazemos? Deitamo-nos agradavelmente cansados ou frustrados por não termos feito aquilo de que gostaríamos? Gerimos bem o nosso tempo? Somos suficientemente disciplinados para cumprirmos o que estipulámos? Fomos generosos connosco e com os outros? Sentimo-nos conectados conscientemente com o nosso interior e com o divino?
Estas e outras perguntas podem ser aclaradas durante o processo de regeneração que acontece muitas vezes durante a vida e se processa por ciclos mais ou menos lentos. Vagarosamente, umas vezes por nossa iniciativa, outras por imposição da vida, vamos abandonando as cascas grossas que pesam, magoam e atrasam o nosso processo evolutivo.
Se escolhemos viver na transição entre dois tempos, devemos consciencializarmo-nos de que chegou o tempo de arrumar o quarto interior e de participar também na reorganização exterior em marcha, numa grande parte dos países. Chegámos ao final de uma estação; é tempo de colocar de lado o que nos faz dispender energia desnecessária, abandonar hábitos nocivos, deixar para trás padrões de pensamentos negativos, revitalizar a fé, reencontrar quem somos; observar se quem somos coincide ou não com quem nos tornámos. As fissuras que abundam no exterior quer sejam em forma de guerras, divisões entre famílias, atritos entre países, entre outros, espelham a divisão existente em cada um de nós.
Renascer é um exercício semelhante ao arrumar o roupeiro em fim de estação; pomos de lado o que está desadequado ao tempo presente, usamos apenas o necessário e adequado ao novo tempo. É preciso ter coragem e sentido prático para deitar fora o que já não serve o nosso momento evolutivo.
Do poder de regenerar não só faz parte aprender a reutilizar, reciclar mas também aprender a lidar com o corte, com as separações, com as fissuras. Regenerar é sinónimo de mudança, delineando com segurança o que já não queremos voltar a viver e a ser. Regenerar é sinónimo de transformação criativa; renascer deverá ser um acto con(sentido).
Maria Coriel.
Almas Perdidas.
DEUS é LUZ e VERDADE! Por este motivo dizemos que não há religião superior à verdade; e tantas vezes se diz, também, que “a voz do povo é a voz de Deus”, querendo com isto significar, exactamente, que na voz do povo anda a verdade. E a verdade é que dentro de cada um de nós há um deus, que chamamos EGO, ESPÍRITO, EU.
Temos dentro de nós mesmos um deus e um demónio! O deus chama-se EU SUPERIOR ou EGO, ou ESPÍRITO, a parte de nós mesmos que pertence à eternidade e por isso não morre com o corpo, mas volta a renascer para se libertar inteiramente das suas condições mesquinhas de luz obscurecida pela carne e pelos seus instintos; o demónio chama-se EU INFERIOR e é a sombra do EU SUPERIOR, tendo sido criado nas relações deste com a Terra e as suas leis, que sempre conspiram contra o Céu.
As condições terrenas buscam as celestes, e estas, por meio da Luz e da Verdade, procuram elevar as terrenas a mais altas possibilidades. Portanto, a nossa existência terrena traz consigo mesma altíssima finalidade.
E quando tivermos atingido este glorioso estado – glorioso porque foi conquistado pelo nosso esforço pessoal e persistente –, seremos DEUSES de facto, e não podemos voltar às condições dolorosas da Terra, porque despimos inteiramente as nossas vestes materiais, terrenas e vestimos a nossa própria luz criadora, que atrairá outros seres ao mesmo estado em que existimos.
Nos esforços para atingir a craveira divina vamos pondo em vibração certas camadas de matéria. Os espíritos que vivem nela estão infinitamente abaixo de nós. Por isso dizemos que pertencem ao reino sub-humano. Estes Espíritos da Natureza, que se movem e vivem nesses estados de matéria, ajudam-nos a graduar para mais altos destinos. Mas fazem-no criando-nos dificuldades, aumentando as nossas debilidades! Por isso dizemos que as leis que regem a matéria nos limitam os movimentos e nos prendem às condições terrenas, utilizando para esse fim as ilusórias satisfações que se nos deparam no atrito com o mundo material. E como não conhecemos outras de maior transcendência, vamo-nos deixando vencer por estes efémeros prazeres, que sempre se esvaiem como fumo.
E tal como este deixa um resíduo que chamamos fuligem, assim também o poder vibratório da matéria posta em acção pelo espírito que demanda o prazer terreno deixa resíduo a que chamamos EU INFERIOR. Será depois o SACRIFICADOR de que tanto falam as religiões, o TENTADOR, o nosso CARRASCO IMPLACÁVEL! Porém, desta mesma substância terrena, o EU SUPERIOR vai extraindo uma essência, subtilizando muito mais a já subtil matéria que nos dá sensações gratas mas ilusórias; e com ela forma aquilo que chamamos ALMA. É ela que nos permite entrar, de vida em vida, em novos corpos, umas vezes masculinos, outras femininos, para irmos provando bem e profundamente as ilusões terrenas e sentindo a necessidade pungente de mais elevadas condições.
Desde que o homem pôde ter apurado na matéria com que formou a ALMA, ele pôde também entrar em corpos terrenos e usá-los, estando dentro deles, em plena posse de todas as suas células!
Sem ALMA os seres humanos ficam totalmente impedidos de RENASCER, de continuar as suas experiências em corpos terrenos até se graduarem como deuses. E a ALMA, que representa um penosíssimo esforço do EGO para preparar um meio de poder entrar em corpos de matéria para com eles acelerar a sua evolução, pode perder-se também, exactamente como sucede com todas as nossas aquisições que, assim como vieram, se podem perder!
E muitas vezes, em vez de chamar ao criminoso “alma perdida”, exclama dum modo simples: “Que desalmado!” Nestas duas expressões o povo afirma que podemos perder a ALMA, essa aquisição admirável que nos permitiu iniciar a ascese a mais altas esferas, que nos capacitou para evoluir, para ascender gradualmente a melhores condições! Mas o povo não diz – porque não sabe: as tais verdades que emergem da voz do povo são sempre veladas, limitadas, não permitindo um exame profundo de cada problema posto à nossa resolução – é como se perde a ALMA. Nem vislumbram como poderá o criminoso perder uma tão importante conquista! Mas, como a ALMA foi criada gradualmente, ao longo de muitas vidas e de penosíssimos esforços, assim também a podemos perder, ao longo de vidas mal vividas, criminosamente vividas.
Todo aquele que vive contrariando as leis da Natureza, desprezando a virtude e dando largas aos seus instintos viciosos, vai negando à sua alma o alimento predilecto, que se resume na prática de boas obras, em viver virtuosamente, em seguir a doutrina pregada por CRISTO para nossa redenção. E assim definha as energias psíquicas, tornando a sua alma cada vez mais débil até que se perde! Praticando a caridade, o amor puro, a virtude, e buscando constantemente a luz da sabedoria, a alma vai sendo ampliada. Torna-se cada vez mais forte! Vivendo a vida pelo seu lado mais grotesco e grosseiro, contrariando a virtude que sempre pode elevar-nos, recusando a prática da bondade, da caridade, dando largas aos instintos é como vamos debilitando a ALMA. E quando esta debilidade atinge certo grau perde-se o que restava! É a morte da ALMA! Por isso os grandes clarividentes, que puderam sondar estas coisas, nos dizem como tais desgraçados seres estão inteiramente despidos, nus, sem possibilidade alguma de voltarem a RENASCER para continuarem a sua evolução!
Pretende-se, no tempo em que vivemos, fomentar os prazeres materiais, numa total descrença dos poderes divinos. E isto é muito mau sintoma! E a culpa deste estado reside no materialismo que tudo subverte, inclusivamente o campo religioso, onde se despreza um princípio fundamental que é negado aos fiéis. Este princípio é o selo de santidade que deve ser impresso SEMPRE nos ensinamentos religiosos! Ao pregar, será bom que se pregue apenas o que de cristalino existe em nossos corações! Se assim não for, se pregarmos apenas com os lábios, as nossas palavras são ocas ou envenenadas. E, então, o que pregamos é mau, fomenta o materialismo, a descrença. Só pode afundar-nos, desarmar-nos! Atentem nisto os que ministram a religião! E sigam CRISTO, vivendo a sua doutrina de modo que, ao pregá-la, as suas palavras levem conteúdo bom e santo para contagiar os ouvintes. Não o façam como simples fariseus, dados apenas às cómodas aparências. Se assim não fizerem será grande a sua responsabilidade!
O EGO é de natureza divina. E tudo quanto é divino perdura, não pode perder-se irremediavelmente! Portanto, os EGOS caídos no caos ou Inferno não ficam para sempre perdidos. Mas terão de aguardar nessas tremendas condições uma oportunidade para voltarem à evolução. Essa oportunidade só virá quando a Humanidade a que pertencem tenha concluído a sua evolução, terminado o seu dia de manifestação, passado a noite cósmica que sempre vem após o fim de um ciclo evolutivo e cuja duração é sempre de muitos milhões de anos. Nessa altura ser-lhes-á dada a libertação das condições infernais e irão dirigir, como pioneiros, os novos seres que iniciam a sua evolução.
O Purgatório também não é um lugar onde crepitam fogueiras para envolverem as almas! É simplesmente um estado de espírito em que se faz o exame de todo o mal que fizemos enquanto vivemos neste mundo, com o sofrimento emergente de cada acção praticada. A permanência no estado purgatorial é limitada a cerca de um terço da vida que vivemos neste mundo; a permanência no estado infernal é muito longa, parece eternizar-se! Mas ao fim todos serão salvos!
As ALMAS PERDIDAS são como as folhas a que foi recusada a seiva e amareleceram e caíram, sendo depois arrastadas pelo vento, acabando por apodrecerem e se dissolverem na terra, donde tinham sido edificadas. Os seus materiais voltarão a ser utilizados em novas criações, porque tudo tem a sua utilidade, nada se perde irremediavelmente! Que nenhum de nós se deixe vencer pela maldade nem pelos vícios, para que não perca a sua alma! Cultivemos a virtude, pratiquemos a caridade, falemos sempre a VERDADE e só a VERDADE! Não aticemos, NUNCA, as chamas devoradoras do ódio, que sempre desgraça a ALMA! Vivamos sempre em AMOR PURO a todos os seres da Criação, dando-lhe todo o auxílio para que subam a melhores alturas! E desta maneira fortaleceremos as nossas almas, daremos maior brilho ao que CRISTO chamou dourado traje de bodas, que é o CORPO GLORIOSO com que havemos de entrar na vida eterna, na Glória Eterna!
Francisco Marques Rodrigues.
A Árvore da Vida.Max Heindel.
A árvore da Vida, de que fala a Bíblia, é a mesma coisa que a pedra filosofal dos alquimistas? Em parte. Para compreender o assunto é necessário retroceder na História da Humanidade.
Houve tempo em que a Humanidade era bissexual e cada um dos seus membros podia gerar corpos sem ajuda de outro.
Porém, quando foi necessário formar um cérebro, para que o espírito pudesse criar por meio do pensamento, metade da força sexual foi retirada, para se construir com ela o órgão do pensamento. Tornou-se então necessário a cada ser humano, procurar a cooperação de outro que tivesse o polo contrário. Como antes da separação dos sexos, os seres humanos ainda não tinham cérebro e os seus olhos ainda não estavam abertos, viviam inconscientes no Mundo Físico e não se podiam guiar por si mesmos. Por isso, os Anjos juntavam-nos em certas épocas do ano, quando as forças planetárias eram propícias à realização do acto gerador, como um sacrifício religioso, no qual davam parte dos seus corpos para gerar veículos para outros espíritos. Nesse simples contacto o espírito atravessava por um momento o véu da carne e Adão conheceu a sua esposa.
Os precursores da Humanidade dessa época notaram também que os corpos morriam; por isso, começaram a preocupar-se com a maneira de substitui-los. A solução deste problema foi dada por certa classe de espíritos, saídos dentre os Anjos, e que eram uma espécie de semi-deuses. Estes espíritos, também chamados lúciferes, ou dadores da luz, iluminaram a Humanidade nascente, mostrando-lhes que podia gerar corpos em qualquer altura. Desde então os corpos foram gerados sem terem em conta as condições planetárias e por isso o parto passou a ser acompanhado com dor, como profetizara o Anjo e daí por diante produziram-se corpos inferiores. Então, os Anjos ensinaram à Humanidade como deviam construir corpos de crescente e gradual perfeição entre a morte e o novo nascimento. Se o Homem nesse afastadíssimo passado tivesse aprendido a renovar o seu corpo vital, como se lhe ensinou a construir o seu corpo denso, a morte teria sido impossível e então seria imortal como os deuses; mas como era ainda um ser imperfeito, também seriam imortalizadas as suas imperfeições, e o progresso, a evolução, seria impossível.
Nesta peregrinação contínua entre a vida e a morte, chegará o tempo em que o Homem estará pronto para possuir os poderes da Vida. Só então o seu corpo se purificará e o tempo de Vida terrena será muito maior. Só então encontrará a pedra filosofal, ou elixir da Vida. Os alquimistas procuraram obter esse veículo puro e santo, mas não foi da maneira como supõe a maior parte dos ignorantes, segundo processos químicos, em laboratórios. A nomenclatura que deu essa impressão foi necessária porque viviam numa época em que uma igreja dominadora os arrastaria para a morte se conhecessem a verdade. Quando diziam que tratavam de transformar os metais pobres em ouro, diziam a verdade, não só no ponto de vista material como no espiritual. O ouro foi sempre o símbolo do espírito. E esses alquimistas tratavam de tratar os seus corpos, que eram de natureza inferior, e transmutá-los em corpos superiores e espiritualizados, pela sublimação dos instintos.
Sempre se empregaram os símbolos para designar o poder da pureza. No Antigo Testamento fala-se no templo de Salomão, que se construiu sem ruído de martelos. O mais formoso ornamento dele era o mar fundido, que Hirão Abiff, o construtor, conseguiu, pela transformação de todos os metais da terra, tornando-os tão transparentes como o cristal! Também no Oriente o Iniciado procura converter-se numa alma diamantina, pura e transparente. Aí, a Pedra Filosofal é o símbolo duma alma purificada, saída dos corpos que se foram transformando e espiritualizando, O corpo da alma que peca, morre, mas o da alma pura, será imortal mediante o elixir da vida, a “Árvore da Vida”, convertendo-se num corpo vital que durará milénios como veículo do espírito.
Quando abusa dele, isto é, quando o usa para satisfazer os sentidos, como um vício, com ou sem matrimónio legal, então peca contra o Espírito Santo. Esse pecado tem de ser expiado. A humanidade está actualmente sofrendo por causa desse pecado. Os corpos débeis, as enfermidades que nos assaltam, foram causados por centenas de abusos; e, enquanto não aprendamos a dominar as nossas paixões, não haverá saúde perfeita na raça humana.
Nascemos de pais que satisfizeram as suas paixões em qualquer momento e de qualquer modo, sem o devido respeito pelo seu semelhante. Por isto sofremos, e estamos lançando as mesmas enfermidades sobre os nossos filhos de geração em geração, seguidos de sofrimento e tristezas, até que compreendamos que a criança tem de nascer bem, porque tem esse direito, assim como tem de receber os cuidados devidos e ter as necessárias condições físicas durante o período subnatal.
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