Os olhos que se fecham num rosto fechado,
Abrindo velhas chagas de velhas memórias,
Sentindo cada chaga perfurar a alma,
Aquela que há muito tempo se perdeu,
Se espalhando em mil pedaços pelo chão…
Onde o rosto nunca se abre,
Rosto que sangra por dentro,
Arrancando cada esperança de si…
Oh, que amarga doçura…
A musica que embala do compasso,
O compasso que se arrasta para a morte,
Arrastando aquele ser que se fecha,
Deixando cada chaga se esvaiando em sangue,
Iluminando pelas trevas a alma perdida,
Fechando sobre si tudo o que se desaba,
Deixando que apenas permaneça um rosto fechado…
À saudade que há de matar
Rosas perfumadas e sem espinhos,
Que colheste, ferindo as mãos,
Sobre meu túmulo vais desfolhando
Na mais completa solidão…
Segue meu corpo envolto
Por flores, entrelaçadas as mãos,
Que um dia seguraram as tuas,
E suplicaram amor em vão!
Ruflarei minhas asas na tênue linha,
Que separa, no horizonte, o céu…
E hei de te ver chorar sozinha!
E se um dia tiveres que me encontrar!
Que venhas vestida no mais puro véu,
Da saudade que te há de matar![D.A]
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