contos sol e lua

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

No fogo do espírito - face a face com o invisível.


Face a face com o invisível, todo homem chora.
Diante do olho onipresente do Todo, não há sombras.
O iniciado espiritual sabe disso. A dor o ensinou, por muitas vezes.
Quando o seu ego era grande, tempestades corretivas o açoitaram.
Maat*, com grande generosidade, curvou seus joelhos no sal e no sangue.
E ele chorou nas areias quentes do antigo Egito, sem que os deuses o ouvissem.
No cadinho da experiência, sua arrogância foi solvida no fogo do espírito.
E, na grande hora de sua ascese, a Mãe Ísis o guiou pelos túneis escuros.
Ela trouxe acesa a tocha do amor e sorriu para ele, enchendo-o de graça.
Depois, na presença dos hierofantes, ele aprendeu a servir à Luz.
Ali, ele abriu seu coração e chorou, mais uma vez, renascido em si mesmo.
Mas suas lágrimas eram libertárias. Eram lágrimas de agradecimento.
Sim, todo homem chora diante do olho da verdade. E seu orgulho se cala!
* * *
Em muitos vôos para fora de seu corpo físico, ele viu verdades e foi testado.
Enquanto seu corpo repousava, em espírito ele era iniciado nos templos sutis.
Ele viu muitas sombras, dentro e fora de si mesmo. Mas trabalhou firme!
Em silêncio, ele orava e se fiava na Luz. Ele se lembrava da graça de Ísis.
Só de pensar na Grande Mãe, seu coração se enternecia. Ela era o seu sol!
Ele aprendeu a seguir os ditames do Alto e seguiu em frente, pela Luz...
Às portas do infinito, em seu próprio coração, ele dissolveu-se num lindo amor.
Ele não era mais seu, era da Luz! E em sua fronte brilhava uma estrela espiritual.
Admirado, ele agradeceu, mais uma vez, à Mãe Ísis, pelo presente brilhante.
Ele sabia que, por onde fosse, a estrela o guiaria e protegeria.

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